sábado, 15 de novembro de 2008

As Duas Árvores- David W Dyer


Por razões que estivemos discutindo nos capítulos anteriores deste livro, Deus desejou compartilhar Sua própria vida com o homem desde o princípio. Isto é evidenciado pela árvore da vida plantada no meio de jardim do Éden. Mas havia também uma outra árvore crescendo lá – uma árvore muito sinistro – a “árvore do conhecimento do bem e do mal” (Gen 2:9). Nós concluímos que a primeira árvore era o símbolo da vida de Deus, mas o que dizer desta outra? O que ela representa? Porque Deus permitiu que uma árvore com tais poderes devastadores crescesse lá, livremente disponível à Sua nova raça? Naturalmente que Ele deu-lhes aviso sobre ela. Sua Palavra solene foi falada claramente, de maneira que não houvesse chance de um erro. Entretanto, é igualmente óbvio que Deus lhes estava permitindo tomar suas próprias decisões no que se refere ao seu destino final. Em Sua infinita sabedoria, Ele permitiu que eles tivessem o livre-arbítrio. Se eles entrassem no plano maravilhoso que Deus tinha para eles, deveria ser por terem voluntariamente escolhido fazer isso, não porque tivessem sido forçados a fazê-lo. Então, desde o começo Adão e Eva foram colocados diante de uma escolha. Eles se encontraram diante de duas opostas possibilidades. Por um lado, havia a árvore da qual eles podiam comer livremente e, pelo outro, havia aquela da qual eles foram proibidos de comer. Enquanto foi permitido a eles não escolher nem um nem o outro, estas duas árvores, com tudo que elas representam, estavam sempre diante deles. Sua localização, “no centro do jardim,” deve ter feito delas o foco da atenção. Consequentemente, a decisão de comer ou abster-se de comer, nunca estava muito distante do pensamento deles. De uma maneira interessante, estas mesmas duas alternativas estão à disposição dos homens hoje. Tanto cristãos como não cristãos estão diariamente expostos a estas duas opções e a tudo o que elas envolvem. Embora não haja duas árvores físicas em frente a nós, o que elas representam está abundantemente à disposição. Já que nós, assim como o primeiro casal, somos realmente confrontados diariamente com esta escolha, é essencial que compreendamos o que ela significa. Embora Adão e Eva possam ter sido inocentes e não completamente cientes de tudo o que aquela decisão envolvia, nós não podemos alegar a mesma desculpa. O seu próprio exemplo, combinado com toda a revelação de Deus desde aquele tempo, nos fornece ampla evidência de qual é o caminho de Deus e também o que estas árvores produzem. Infelizmente, muitos dos filhos de Deus ignoram estas coisas. Demais dos crentes são completamente alheios ao significado destas realidades espirituais. Desta forma, eles facilmente se tornam vítimas dos enganos do inimigo, do mesmo modo que Eva foi seduzida (2ª Cor 11:3). Verdadeiramente, a Escritura diz: “Onde não há revelação, o povo se corrompe” (Prov 29:18). Estou com medo que o caminho para tudo o que Deus tem para nós está espalhado com os crentes machucados, feridos e “escravos” que estão tropeçando em escuridão. De algum modo, eles falharam em ver na luz de Deus como permanecer em Seu caminho estreito e foram pegados cativos pelo inimigo de nossas almas. Nós já discutimos o que era representado pela árvore da vida mas, para alguns leitores, algumas de suas conseqüências podem não estar perfeitamente esclarecidas. Como já vimos, é possível receber em nosso ser a vida de um Outro ser, podemos receber a própria vida de Deus. Já que este Outro é extremamente superior a nós mesmos em tudo, o que isto implica? Como tal coisa nos afetará? Para começar, parece lógico supor que esta Outra Vida, sendo tão maior que a nossa própria, tende a predominar. Na verdade, ela vai querer tomar posse. Isto é, naturalmente, o que Deus deseja fazer. Uma vez que Sua Vida está dentro de nós, Ele pretende tornar-se o chefe (“Senhor” é o termo das Escrituras). Seu desejo é que, cada vez mais, submetamos cada aspecto de nosso viver à Sua autoridade. Lemos nas Escritura que “em tudo Ele tem a primazia” (Col 1:18). Subitamente descobrimos que independência e “fazer nossa própria vontade” não são mais aceitáveis. Abrindo nossos corações a Ele, nós somos levados a uma situação em que não somos mais nossos próprios donos. Infelizmente muitas pessoas são “trazidas a Cristo” sem esta compreensão mais fundamental. São informados a respeito de um Salvador, mas não sobre um Senhor que terá domínio sobre eles. São encorajados a aceitar os benefícios que Deus dá, sem qualquer aviso sobre o compromisso que isto envolve. Muitos homens e mulheres são impelidos a “vir para Jesus” sem mesmo um entendimento que isto significa uma mudança radical na soberania de suas vidas. Entretanto, como estaremos vendo no restante deste livro, esta mudança não está apenas disponível, mas é essencial. Esta Vida para a qual fomos chamados não é apenas ua história de escola dominical. Nós nos relacionamos com o Deus do Universo e as implicações deste fato são realmente grandes. Então, se a completa submissão a esta nova Vida é a premissa central da árvore da vida, quais são as conseqüências da outra? Para compreender mais propriamente esta questão, primeiro precisamos olhar para um outro ser que foi criado antes da queda do homem. Lúcifer, a princípio talvez o maior e o mais santo dos anjos, é aquele de quem estamos falando. Tudo o que está simbolizado na árvore que traz a morte, pode ser delineado neste ser. Consequentemente, para compreender totalmente esta árvore e seus efeitos desastrosos, devemos também dar uma boa olhada em quem o diabo é e em como ele chegou ao que é hoje. No livro de Isaías descobrimos que este anjo agora caído é mencionado como o “filho da alva” (Is 14:12). Tal título provavelmente indica que ele foi formado durante os primeiros estágios do trabalho criativo de Deus. Possivelmente ele foi o primeiro ser criado. Ainda uma outra passagem ensina que ele era “perfeito e maravilhoso quando foi feito” (Ezequiel 28:12). É provável que este anjo fosse a mais poderosa, extremamente atraente criatura moldada por Deus e que, sendo assim, ele era o segundo, abaixo de Deus, na cadeia de comando do Universo. Muitos de nós achamos que esta era uma posição extremamente boa para se manter, mas para ele havia uma pequena irritação. Este lugar sublime na presença do Altíssimo, trouxe consigo uma exigência. Ele tinha que ser completamente submisso a Deus em cada detalhe. O PECADO DO LÚCIFER Um dia, Lúcifer começou a notar sua própria beleza. Não há dúvida que os demais anjos também o admiravam. Ele claramente imaginava que seu poder e inteligência não tinham paralelo entre eles. Ele não conhecia outro que tivesse tantas habilidades a não ser o próprio Deus. Seu desejo de realmente engrandecer-se a si mesmo e de exibir totalmente a sua grandeza, pouco a pouco começou a crescer. Conforme o tempo passava, o constrangimento de ser completamente obediente ao Pai e de usar toda a sua energia para servir somente a Ele, começou a lhe dar nos nervos. Aqui não havia lugar para auto-expressão. Todos os seus muitos talentos e tremenda criatividade estavam sendo desperdiçados por ser ele apenas um servo. Debaixo desta terrível escravidão, como ele poderia realmente conseguir a completa apreciação que ele realmente merecia? Então, como todos nós sabemos, com tais pensamentos fluindo em sua mente, a criatura a quem hoje nos referimos como Satanás, caiu em pecado. Eu creio que deveria ser muito esclarecedor para nós compreender como isto ocorreu. Lúcifer não começou cometendo adultério com a sua secretária. Ele não matou alguém inicialmente, nem roubou uma velha senhora andando na rua. Não, nenhuma destas coisa que parecem “tão más” para nós iniciou sua decadência. Pelo contrário, seu primeiro ato pecaminoso foi algo que a muitas pessoas parece extremamente natural. Ele tomou uma decisão – a decisão de tornar-se independente, a decisão dirigir sua própria vida. Ele disse: “Eu subirei”. “Eu exaltarei o meu trono”. “Eu serei semelhante ao Altíssimo” (Isaías 14:13,14). Aqui ele rejeitou todas as restrições e começou a afirmar sua própria vontade, rebelando-se contra o Deus Todo-Poderoso. Este foi seu primeiro pecado. Ele deixou sua primeira posição de total dependência e submissão a Deus e começou a exercer sua própria vontade em busca de seu próprio prazer. Claro que o orgulho fazia parte disso. Mentira, adultério espiritual, roubo e assassinato vieram logo atrás. De fato, tudo o que é contrário à retidão de Deus tornou-se dele neste simples ato –rebelião – contra a única autoridade verdadeira. Com tudo isso em mente, agora nós podemos começar a examinar a Segunda árvore – a árvore do conhecimento do bem e do mal. Evidentemente, quando Adão e Eva foram criados, existia a falta de alguma coisa. Eles não possuíam a capacidade de discernir entre o bem e o mal. Isto então os colocou em uma posição onde eles tinham que depender de Deus. Conforme já discutimos previamente, em muitos aspectos eles foram feitos semelhantes ao seu Criador, mas nesta área de tomar decisões morais, eles eram forçados a confiar em Sua liderança e direção. Entretanto, havia uma árvore de compartilhar conhecimento, não muito distante. Havia uma outra “fonte,” um outro “caminho” operando no Universo e estava disponível para eles. Embora ele fosse proibido, tinha sua representação no Jardim do Éden. Provando desta árvore, o primeiro homem poderia ganhar algo que ele não possuía – independência. Uma mordida deste fruto e eles nunca mais precisariam estar em uma posição subserviente e dependente. eles poderiam ser como Deus. TRÊS ENGANOS SUTIS Esta foi exatamente a tentação que iludiu Eva e então corrompeu Adão. Quando a serpente veio para enredá-los em sua trama, ela o fez com grande sutileza. Não há dúvida de que o diabo compreendeu inteiramente as conseqüências de comer da árvore errada. Evidentemente ele já havia induzido muitos outros seres a segui-lo em sua rebelião e assim, já possuía bastante experiência. Quando falava a Eva, apelou para três elementos de fraqueza que ainda permanecem na raça humana hoje. De qualquer maneira, ele revelou a ela três coisas: Número 1 – esta árvore é deliciosa (a cobiça da carne). Número 2 – é extremamente boa de olhar (a cobiça dos olhos). Número 3 – apenas uma prova dela fará vocês sábios o bastante para serem independentes de Deus. (o orgulho da vida) ( 1ª João 2:16). Este foi o argumento decisivo. Apenas uma pequena mordida poria fim a esta desconfortável submissão a um Outro e a capacitaria com o que ela necessitava para levar sua própria vida. Interessante, são estas três mesmas atrações que ele usou para tentar o Senhor no deserto. Nenhuma tática nova foi usada ali. Primeiro, já que Jesus estava faminto, o diabo tentou convencê-lo a satisfazer suas necessidades transformando pedras em pão. (Por favor, lembre-se que foi o Espírito Santo que o levara ali e, portanto, o Pai era responsável pelo Seu bem-estar.) A seguir, ele trabalha com os seus olhos, mostrando-lhe todos os reinos do mundo e sua glória por um instante. Riqueza, honra e poder terreno estão completamente disponíveis para qualquer um que realmente vá atrás deles. Muitas pessoas hoje no mundo, e mesmo dentro da Igreja, estão descobrindo o poder da auto-afirmação. Claro que, se esta é a sua tendência, inclinar-se para louvar o inimigo de é também proveitoso. Entretanto, estou confiante que ele permitirá a alguns cristãos que estão interessados, passar por cima desta formalidade (pelo menos externamente). Se eles apenas usarem sua energia para promoverem a si próprios, e desse modo, construírem o reino escuro e egocêntrico do diabo isto será certamente suficiente. Finalmente, Satanás apelou para o ego. Ele disse algo como: “Se você é realmente grande, prove-o provocando uma grande cena que requeira a intervenção angélica. Mostre a todos quem você realmente é. Exiba-se completamente para que todos nós possamos admirá-lo. Não se importe com dependência de Deus. Se você é realmente o filho de Deus, você deve ter sua própria autoridade. Faça algo realmente extraordinário para afirmar sua independência e estabelecer sua própria personalidade” (Lucas 4:9-12). Como deveríamos ser gratos a Jesus porque Ele teve força para resistir a esta tentação! Ele era alguém que era verdadeiramente submisso ao Pai. Cada aspecto de Sua vida foi vivido em sujeição à vontade do Pai. A vida que Ele viveu, os trabalhos que executou e mesmo as palavras que Ele falou, estavam todos em perfeita harmonia com as direções do Alto (João 14:10). Ele veio a esta Terra não para fazer Sua própria vontade, mas a vontade daquele que O enviou (João 6:38). Infelizmente, Adão e Eva não possuíam a mesma força de caráter. A inocência deles não era igual à santidade de Cristo e assim mostrou não ser obstáculo para o inimigo. Quando confrontados com a possibilidade de ser tornarem seus próprios senhores, eles agarraram a oportunidade. Aparentemente, a serpente não levou longos anos de tentação para convencer Eva. Uma pequena sessão de auto-expressão era tudo o que era necessário para persuadi-la a violar a ordem claramente dada por Deus e voltar-se contra Ele. Ela viu diante dela, facilmente, a possibilidade de tornar-se “completa”, independente e autoconfiante. Ela pouco imaginava que outros “benefícios” viriam no mesmo pacote. Deus, com toda a razão, os tinha advertido a não compartilhar. No momento em que Lúcifer decidiu auto-afirmar-se, a escuridão precipitou-se sobre ele, colocando-se em oposição a Deus. Sua verdade, justiça, misericórdia, retidão, amor, humildade, majestade, etc., tinham que ser opostos em um ser que estava em rebelião contra Ele. Então o caráter de Satanás tornou-se a antítese de todas estas coisas. Crueldade, ódio, violência, mentira, decepção, vaidade, e muito mais tornou-se a marca registrada deste reinado. Esta única decisão de desobedecer mudou para sempre sua natureza gloriosa e formosura com que fora criado para uma natureza tão cheia de escuridão e do pior tipo de pecado. Tristemente, nossos primeiros ancestrais entraram em uma experiência semelhante. Sua única decisão de se rebelar também custou muito a eles. Embora haja no homem caído aquilo que é chamado “bom,” o mal que o homem é capaz de praticar está além da descrição. Quando Adão e Eva compartilharam deste fruto, sua verdadeira natureza foi mudada. Eles não eram mais inocentes e dependentes. Eles não mais precisavam confiar em Deus para instrução concernente a padrões morais. Eles tinham se tornado independentes – seus próprios senhores. Consequentemente, eles também se precipitaram na escuridão e corrupção. A ÁRVORE DO CONHECIMENTO Eu creio que é importante para nós tomarmos aqui algum tempo para analisarmos a árvore da qual veio esta tremenda decepção. Primeiro precisamos notar que é uma árvore do bem e do mal. A maioria das pessoas provavelmente imagina que é uma árvore apenas do mal e que a outra árvore, a árvore da vida, deve ser a árvore do bem. Entretanto, este não é o caso. Aqui nós vemos que o conhecimento do bem está também na árvore da qual Deus ordenou ao homem que não comesse. Compartilhar dela é pecado. Como podemos entender tal coisa? Para começar, precisamos entender que a árvore que causa a morte é principalmente a árvore do conhecimento. Esta não é simplesmente uma árvore do “bem e do mal”, mas também uma árvore que concede conhecimento àqueles que provam dela. Seu fruto tem o efeito de conferir a habilidade de distinguir entre o que é certo e o que é errado. Aqueles que compartilham dela podem saber por se mesmos a diferença entre o bem e o mal. Este “conhecimento” capacita os seus possuidores a serem seus próprios senhores. Eles podem então determinar seu próprio caminho na vida. É precisamente aqui que Adão e Eva ganharam sua independência. Com esta sabedoria e conhecimento, eles podiam analisar suas situações e condições, avaliar as vantagens e desvantagens das opções disponíveis e tomar uma decisão. Bem, você pode perguntar, o que há de errado com isto? O problema é justamente o que vimos no início deste capítulo. Tudo isso pode ser efetuado em completa independência de Deus. Tais decisões podem ser tomadas sem submissão e confiança no Altíssimo. Quando agimos deste modo estamos sendo nossos próprios deuses. Estamos tomando o curso de nossas vidas em nossas próprias mãos. Nós estamos agindo de acordo com nossa própria sabedoria e compreensão. Isto, certamente, é apenas natural. Todo mundo faz. De fato, desde a queda de Adão e Eva este é o modo pelo qual todos os simples mundanos conduzem suas vidas. Mas Deus está olhando para aqueles que retornarão à sua intenção original. Ele está procurando por aqueles que “não se estribam em seu próprio entendimento” (Prov 3:5). Seu desejo é para aqueles que serão guiados, não pela sua própria inteligência e sabedoria, não pela sua própria habilidade de decidir por eles mesmos, mas através de sua comunhão com Ele. Adão e Eva deveriam se tornar, como Jesus foi, uma expressão viva do Pai. Esta meta se cumpriria através da comunhão com o Pai e da submissão a Ele. Comer da árvore da vida teria trazido Sua vida para dentro deles. Desta forma, a manifestação de Deus em suas vidas seria o resultado de seu relacionamento íntimo com Ele. Se eles vivessem em companheirismo com o Pai, todos os Seus pensamentos, atitudes e caráter poderiam ser infundidos neles. Este relacionamento de dependência os faria expressar Sua piedade ao Universo. Seria uma espécie de retidão imposta que seria exibida através deles, mas que não começou com eles. Em vez desta gloriosa possibilidade, entretanto, eles adquiriram um tipo de conhecimento que os habilitava a existir sem Deus, simultaneamente recebendo tudo o que isto envolvia. Embora o caminho independente esteja ainda aberto para quem o escolher, os crentes em Jesus são chamados a compartilhar de uma outra árvore. Eles são chamados a entrar num relacionamento com o seu rei, que os guiará. De fato, Ele entrará neles e os guiará de seu interior. Ele os proverá de um sabedoria que não tem origem nesta Terra. Ele pode conduzi-los a fazer coisas que, do ponto de vista humano, são tolices. Ele os fará viver de um modo que faz um tremendo sentido do ponto de vista da eternidade, mas pode parecer ridículo àqueles que dirigem seus próprios caminhos de acordo com o ponto de vista do mundo. Veja, a sabedoria do mundo, fornecida pela árvore da morte, é tolice para Deus (1ª Cor 3:19). Pode parecer perfeitamente lógico, mas não leva em conta o ponto de vista divino. Pedro, usando seu próprio intelecto e sabedoria, pressionou Jesus a não ir para Jerusalém e morrer na cruz (Mat 16:21-23). Como parece natural e correto da perspectiva humana! Entretanto, de um ponto de vista celestial, era o trabalho e sabedoria de Satanás. Você pode ver como é perigosa a sabedoria humana? Você pode avaliar quão rebelde pode ser nosso próprio uso da sabedoria que nós recebemos? Adão e Eva não puderam. Para eles parecia bom e agradável. Parecia libertador. Forneceu a eles um meio de serem independentes e auto-suficientes. Como parece a você hoje? Você está atraído pelo pensamento de ser algo ou alguém? Ou você está atraído pela idéia de completa dependência de um Outro? COMO NÓS USAMOS A PALAVRA DE DEUS Enquanto nós estamos discutindo o conhecimento do bem e do mal, a capacidade de saber o que é certo e o que é errado, precisamos também mencionar o uso das Escrituras. A Bíblia nos foi dada por Deus. Toda a Palavra foi soprada de Sua boca (2ª Tim 3:16). É proveitosa para correção, repreensão e ensino em retidão. Nós não podemos e, de fato, nunca deveríamos desejar contestar este fato. Entretanto, também é verdadeiro que as Escrituras podem ser usadas erroneamente. Por exemplo, Satanás citou a Palavra de Deus na tentação de Jesus. Muitas e muitas pessoas, através dos séculos, incluindo algumas pessoas de Deus, têm usado incorretamente e torcido as Escrituras para sua própria destruição (Pedro 3:16). Os fariseus são um bom exemplo deste engano. Eles sabiam, pelos textos de Deus, onde o Messias deveria nascer, entretanto não foram adorá-Lo. Eles compreenderam que o preço do sangue não poderia ser aceito por uma oferta quando Judas devolveu o dinheiro (Mat 27:6). Entretanto, eles eram aqueles que o tinham pago! Eles liam as Escrituras diariamente para saber o que era certo e o que era errado, no entanto eles não vieram submeter-se a Jesus. Como é fácil comer da árvore errada! Também é possível usar a própria Bíblia para descobrir o que está certo e o que está errado, o que é bom e o que é mau e então usar este conhecimento para guiar nossas próprias vidas. Os hipócritas do tempo de Jesus não eram os únicos. Hoje também nós encontramos muitos que usam as Escrituras frequentemente, embora não estejam realmente submissos a Deus. Uma vez que descobrimos por nós mesmos o modo correto e o incorreto, este conhecimento nos torna poderosos para agir de uma maneira independente. Nós podemos viver nossas próprias vidas de acordo com os princípios bíblicos. Nós podemos conhecer o bem e o mal por nós mesmos, e tomar nossas próprias decisões de acordo. Este tipo de atitude não só é possível, mas é comum. Muitos cristãos imaginam que eles podem padronizar suas vidas de acordo com as leis bíblicas ou princípios do Novo Testamento e assim ser agradáveis a Deus. Eles cuidadosamente estudam as Escrituras, descobrem o que é certo e o que é errado, ou seja, bom ou mau e tentam viver pelo este conhecimento. Deste modo, eles cumprem as Escrituras “indo estabelecer sua própria retidão, eles não se submetem à retidão de Deus” (Rom 10:3). Espero que, por esta presente discussão, você pode começar a ver o erro desta estratégia. A questão aqui não é “certo ou errado.” Eles estão ambos na mesma árvore – a que causa a morte. Em vez disso, a questão é rebelião x submissão. Quando aprendemos a viver em comunhão com Deus e na dependência Dele, Ele é aquele que nos guiará. Ele é aquele que resolve nossos dilemas morais. Ele é aquele que nos dará compreensão de como e o quê devemos fazer. Uma caminhada verdadeiramente íntima com Deus engloba um grande grau de inocência infantil, sem saber muito como tratar com a vida e todos os seus problemas, mas crendo momento a momento no Pai. Certamente a Bíblia é um dos principais veículos através dos quais Deus se comunica conosco. Nossa preocupação é que deveríamos diariamente nos tornar mais dependentes Dele e menos auto-suficientes. Você sabia que a Bíblia pode causar morte espiritual? Em suas páginas ela diz exatamente isso. Paulo nos ensina que “a letra” da Bíblia mata (2ª Cor 3:6). Isto significa que é possível usar as Escrituras de um modo errado, que causa morte espiritual. Se nós tomarmos conhecimento bíblico em nossas próprias mãos e agirmos independentemente de Deus, tornamo-nos ministros de morte e escravidão. Como Eva, podemos comer da árvore da morte e compartilhar seu fruto com os outros. Nós podemos nos tornar pessoas cheias de conhecimento, conhecimento do que é certo ou errado, conhecimento do que deveríamos e do que não deveríamos fazer, conhecimento do que é bíblico e do que não é. Então, armados com este conhecimento, nós podemos passar esta informação a outros, na expectativa de que eles passem a agir conforme nós o fazemos. Este é o ministério da morte. CRISTANDADE MORTA Creio que você pode confirmar isso pela sua própria experiência. Você já encontrou cristãos que pensam que sabem tudo? Eles são mais corretos que todos em quase todas as coisas. Das páginas do livro de Deus eles sintetizaram um completo esquema doutrinário para governar seu comportamento. Embora haja pouco de seus ensinamentos que pareça estar errado, há um certo tempero na experiência que não parece correto. Está faltando a doçura de Cristo. As atitudes e o caráter de Cristo não estão dominando. Em vez disso, o que é demonstrado é um sentido de demanda, conformidade e auto esforço para tentar alcançar algum padrão. Este também é o ministério da morte. É comer da árvore do certo e errado, do bem e do mal. É usar a Palavra de Deus embora sem estar verdadeiramente submisso a Ele. Obediência às exigências da lei, nem seguindo alguns princípios, não é a mesma coisa que comunhão íntima com Nosso Senhor. Na Nova Aliança falta de intimidade com Deus é realmente rebelião contra Ele! Paulo, o apóstolo, explica que é o Espírito que dá vida. As mesmas palavras bíblicas que poderiam causar morte quando ministradas pelo homem natural, dão vida quando usadas pela autoridade e controle do Santo Espírito. Paulo disse que ele era um ministro da Vida (2ª Cor 3:6). Seu uso das santas Escrituras não era algo derivado de sua própria inteligência. Não era proveniente de estudo e memorização. Embora eu acredite que ele meditasse diariamente nas Escrituras, ele sabia como se submeter a Deus. Ele compreendia que não era qualificado para agir independentemente, interpretar e expor as coisas de Cristo por si próprio. Ele sabia ser um vaso sob o controle de Jesus. Ele sabia como comer da árvore da vida. Aqueles que compreendem este segredo transmitem uma impressão diferente. Este fruto também tem um sabor distinto. Emanando da personalidade daqueles que passam pela vida é o inequívoco sentido do divino. Há algo sobre eles que transmite a doçura Daquele a quem nós amamos. O ÚLTIMO MINUTO Talvez a precedente compreensão da vontade de Deus possa nos ajudar a entender porque muitas vezes nós temos que esperar até o último minuto pelo livramento sobrenatural. Quantas vezes nós clamamos a Deus, esperamos e esperamos pela Sua resposta e acabamos por tomar o assunto em nossas próprias mãos, assim como fez o rei Saul no Velho Testamento (1ª Sam 13:7-15). Nós precisamos aprender a depender completamente de Deus. De novo e outra vez Ele nos testará para ajudar-nos a ver quanto nós ainda confiamos em nossa própria força. Como temos visto, este assunto é muito íntimo ao Seu coração. Está no centro de Sua vontade no que concerne ao homem. A verdadeira Cristandade é uma vida vivida em completa dependência do Pai. Isto requer um relacionamento íntimo e diário com Ele. Sem isto, a única escolha é comer da árvore de conhecimento e, com o auxílio de seu fruto, tomar nosso próprio rumo. Como nós precisamos cultivar um relacionamento íntimo com Jesus! Somente deste modo estaremos compartilhando diariamente de Sua vida. É esta vida que nos preenche e nos guia durante todo o dia. E é esta vida que se derramará de nós para os outros em um ministério verdadeiramente espiritual. Jesus é a fonte desta vida. Ele explica que, se viermos a Ele, Ele fará de nós uma fonte de Vida (João 7:38-39) borbulhando, transbordando e transmitindo esta Vida a outros, por toda a parte. Em relação às coisas espirituais, há dois tipos de “conhecimento.” Um poderia ser chamado de conhecimento ao respeito de Deus. O outro é o conhecimento de Deus. O primeiro vem de um estudo mental da informação disponível, o segundo vem da intimidade com Ele. Estas, queridos amigos, são as duas árvores. Elas estão ambas disponíveis. Qual delas você escolhe?

Extraído do Livro " De Glória em Glória"

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