sexta-feira, 11 de setembro de 2009

O Mistério da Piedade- Luiz Fontes.

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Sinopse de Efésios 2
Publicação: 09/08/2007
...Aquele que foi manifestado na carne foi justificado em espírito..."
“Escrevo-te estas coisas, esperando ir ver-te em breve; para que, se eu tardar, fiques ciente de como se deve proceder na casa de DEUS, que é a igreja do DEUS vivo, coluna e baluarte da verdade. Evidentemente, grande é o mistério da piedade: Aquele que foi manifestado na carne foi justificado em espírito, contemplado por anjos, pregado entre os gentios, crido no mundo, recebido na glória.”
1 Timóteo 3.14-16

Introdução
Estamos diante de um assunto que requer de nós uma completa aceitação da nossa incapacidade e nulidade. Humanamente falando, ninguém, por si mesmo, pode compreender o assunto da encarnação. O irmão Martin Llyoid-Jones certa vez disse: “se você tentar entender os procedimentos de DEUS com respeito ao homem e ao mundo, garanto-lhe que você se verá tão confuso que sentirá acabrunhado e infeliz”. Esse é um assunto que requer de nós reverência e temor ao estudá-lo. Necessitamos que o ESPÍRITO SANTO abra os nossos olhos e nos revele o quão Santo ele é.A doutrina da encarnação do SENHOR JESUS está relacionada com o Mistério da Vontade de DEUS. Este é um tema infinito e eterno e nós somos finitos e pecadores e não podemos ver, nem entender por nós mesmos completamente. Precisamos da inteira ajuda do ESPÍRITO SANTO para estudá-lo. Haverá algo mais maravilhoso, mais encantador, mais glorioso para o cristão do que contemplar os mistérios de DEUS? Espero que ao nos aproximarmos deste grande tema, o Mistério da Piedade, você já esteja cheio de um sentimento de divina expectação, e aspire a adentrá-lo cada vez mais. Um dos aspectos mais maravilhosos da vida cristã é que nela você está sempre avançando. Você pensa que já conhece toda a verdade cristã, e então dobra uma esquina e de repente vê algo que não conhecia, e vai adiante, sempre adiante. É por isso que Paulo escreve acerca das riquezas da graça do SENHOR JESUS. Não permita DEUS que alguma vez imaginemos que somos capazes de compreender tudo isso, no sentido de abarcá-lo totalmente. Meu interesse nesse breve estudo não é somente aumentar o nosso conhecimento intelectual de DEUS em relação à Sua misteriosa vontade, e sim desvendar aquilo que nos é possível, “o mistério” dos Seus caminhos, a fim de que possamos vê-lo e tributar a Ele o louvor à glória de Sua graça para conosco, não deixando de reconhecer e confessar a nossa ignorância, pequenez e fragilidade e Lhe agradecer porque um dia DEUS se fez Homem.
A Igreja – Coluna e baluarte da verdade - 1 Tm 3.15-16

Antes de falar sobre o “mistério da piedade”, veja que Paulo primeiro fala sobre a Igreja, que é “coluna e baluarte da verdade”. Este assunto não começa aqui. Não podemos estudar o versículo 16 sem estudar o versículo 15. Aqui temos três palavras impressionantes quanto à vocação e ao ministério da Igreja. Essas três palavras formam o alicerce para aquilo que vamos estudar no versículo 16.Estudemos essas três palavras para que compreendamos o que significa o “mistério da piedade”:“coluna” – No grego é stulos que é um “pilar” ou mesmo “coluna”. A sua finalidade não é somente manter o telhado firme, mas também elevá-lo a certa altura, de forma que o edifício possa ser visto facilmente. Espiritualmente falando, a Igreja sustenta a “verdade” nas alturas. A “verdade” na Igreja tem que ser vista por todo o mundo.
“baluarte” – No grego é hedraioma. Esta palavra ocorre somente aqui em todo N.T. Hedraioma fala de um “suporte”, “aquilo que dá estabilidade”. No sentido espiritual, a Igreja está aqui para suportar, manter firme a “verdade”, contra todo tipo de heresia e incredulidade.
Nessas duas palavras podemos ver a dupla responsabilidade da Igreja do SENHOR JESUS CRISTO: Primeiro como fundamento; a função da Igreja é sustentar com firmeza a “verdade”, para que ela não seja vencida pelas heresias. Aqui temos a confirmação do Evangelho. Em segundo lugar, a Igreja como “coluna”, tem a função de manter a “verdade” nas alturas, de modo que não fique escondida. Neste aspecto temos a proclamação do evangelho. Agora vamos estudar o sentido da palavra “verdade”. Precisamos compreender a relação que existe entre a Igreja e a “verdade”.Em Efésios 2.20, quando Paulo disse que a Igreja está edificada “... sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, JESUS CRISTO, a pedra angular”, ele se referia a este “fundamento” tendo em vista a saúde espiritual da Igreja. Mas quando ele diz que a Igreja é o fundamento da “verdade” aqui em 1 Timóteo 3.15, ele faz referência à vocação da Igreja, à sua missão.Vejamos três proposições importantes aqui:1ª. A Igreja está aqui para proclamar a “verdade” com firmeza, e assim, torná-la conhecida.2ª. A Igreja necessita da “verdade”, e a “verdade” necessita da Igreja.3ª. Da “verdade” a Igreja depende para a sua existência e da Igreja a “verdade” depende para sua defesa e proclamação.
O que é então a “verdade” a qual a Igreja deve proclamar? A “verdade” a qual a Igreja deve zelar, proclamar sem nenhuma distorção é CRISTO JESUS, de quem Paulo agora vai testificar. Ele inicia dizendo: “Evidentemente”. Aqui temos o vocábulo grego homologoumenos, que corresponde ao tempo particípio presente passivo do verbo “confessar”, “declarar”, “adorar”; isso indica que devemos “confessar”, “declarar”, “adorar” “abertamente sem controvérsia”. Veja bem, não é uma palavra tão simples assim como muitos podem imaginar. Ela exige que nós, em face à encarnação, devemos “confessar”, “adorar”, “proclamar sem controvérsias, unânimes, em uma só voz” que o Filho de DEUS se tornou carne! Aqui somos colocados diante da união hipostática (existência substancial) da Pessoa do SENHOR JESUS.Esta união hipostática ensina que Ele é verdadeiramente DEUS, porque possui todos os atributos divinos que são essenciais e que perfazem a divindade; mas também, Ele é verdadeiramente homem, porque possui todas as propriedades essenciais aos seres humanos, e, além disso, assumiu por nós, todas as conseqüências dos nossos pecados.
A formação dessa doutrina na História da Igreja
A doutrina da união das duas naturezas (doutrina hipostática) teve início nos primeiros concílios da Igreja cristã, nas controvérsias teológicas. Após os concílios de Nicéia (325 d.C.) e de Constantinopla (381 d.C.), a doutrina ortodoxa da Igreja ficou sendo a verdadeira e plena humanidade e divindade de JESUS CRISTO.Vamos atentar para alguns detalhes dessa união hipostática do nosso Redentor:1º. Essas duas naturezas não agem separadamente, como se fossem duas pessoas.2º. Elas estão unidas perfeitamente em uma só pessoa, mantendo a distinção das naturezas, mas de modo que nunca a divina é humanizada nem a humana, deificada.3º. Ambas as naturezas estavam e ainda estão em operação para o exercício da obra redentora, de forma que, conquanto distintas, nunca podem estar separadas.
Por que foi absolutamente necessário que o Filho de DEUS assumisse a natureza humana? Vamos responder fazendo algumas proposições:1ª. Proposição: Se o SENHOR JESUS viesse diretamente do céu, sem o processo da encarnação, se não tivesse sido gerado do ventre da virgem Maria, para herdar a sua natureza humana, Ele não poderia fazer parte, ser membro da nossa raça humana.2ª. Proposição: Se o SENHOR JESUS não fosse membro da nossa raça, não poderia livrar-nos da escravidão da culpa, do domínio e poder do pecado, que nós herdamos dos nossos primeiros pais.3ª. Proposição: Era necessário que o Redentor tivesse ancestrais humanos e recebesse a carga genética deles. Somente com a união das duas naturezas isso foi possível.
Definição da Unio Personalis ou União Hipostática

Quando falamos da natureza divina do nosso Redentor, referimo-nos àquilo que é essencial a DEUS; ou seja, onisciência, onipotência, onipresença, eternidade, imensidão, imutabilidade, auto-existência, transcendência, etc. A união hipostática envolve o Filho de DEUS, com ambas as naturezas: divina e humana tornando-se a hipostasis (substância) da natureza humana.
Fundamentos bíblicos para essa gloriosa doutrina

Precisamos compreender que o Logos era DEUS com DEUS. Na encarnação, o Logos (o verbo de DEUS) não se une a uma pessoa previamente existente, mas tem acrescido sobre si a natureza humana, que é composta de alma e corpo.Há vários textos nas Escrituras que nos fornecem uma base bíblica para a sustentação de uma só Pessoa, mas possuindo as duas naturezas:-Is 7.14: “Portanto, o SENHOR mesmo vos dará um sinal: eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel”.-Is 9.6: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, DEUS Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz”.
Em ambos os textos, podemos ver a união das duas naturezas: por um lado Ele é “um filho”, mas por outro, Ele é “Emanuel”; por um lado podemos ver que Ele é um “menino”, mas por outro, Ele é “DEUS forte”; Ele é tanto “um filho”, como também é “Pai da Eternidade”.No Evangelho de João 1.14, diz: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós”. A Bíblia diz que Ele veio da “... da descendência de Davi” - (Rm 1.3). É interessante notar que a palavra “descendência” aqui em Romanos 1.3¸ é epermatos, que significa “semente”. Podemos ver que é a mesma palavra que foi usada em Gênesis 3.16 (R.C.).Ainda, João 8.58, diz: “Em verdade, em verdade vos digo: Antes que Abraão existisse Eu Sou”. Aqui, Jesus com a idade de trinta e poucos anos, declara sua preexistência divina.Paulo escrevendo aos Colossenses no capítulo 2 e o versículo 9, diz: “porquanto, Nele [em Sua humanidade], habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade”.A redenção do pecador exigia que houvesse um Redentor com ambas as naturezas, a divina e a humana. Esta foi uma exigência decidida no Conselho Trinitário acerca do pacto da redenção. O Redentor tinha de ser DEUS para ter o poder de redimir e tinha de ser homem, para poder sofrer no lugar daqueles que Ele haveria de redimir. Assim, lingüisticamente, como uma palavra é a expressão de uma ação ou de um pensamento, o VERBO é a expressão de DEUS; é DEUS tornando-se expresso em palavras e atitudes. O Verbo passou a possuir alguma coisa que não lhe pertencia antes da encarnação: carne, isto é, as propriedades da natureza humana.Vejamos o que diz a Confissão de Fé de Westminster, elaborada no século 17: “O Filho de DEUS, a Segunda Pessoa da trindade, sendo verdadeiro e eterno DEUS, da mesma substância do Pai e igual a ele, quando chegou o cumprimento do tempo, tomou sobre Si a natureza humana com todas as suas propriedades essenciais, com suas enfermidades e debilidades, contudo sem pecado, sendo concebido pelo poder do ESPÍRTO SANTO no ventre da virgem Maria e da substância dela. As duas naturezas, inteiras, perfeitas e distintas – a divina e a humana – foram inseparavelmente unidas em uma só pessoa, sem conversão, composição ou confusão; essa Pessoa é verdadeiramente DEUS e verdadeiramente homem, porém, um só CRISTO, o único mediador entre DEUS e os homens”.
A distinção na uni personalidade do Redentor:
Como DEUS:- Ele possuía a forma de DEUS;- Ele tinha a mente de DEUS;- Ele tinha afeições divinas; - Ele tinha vontade divina.
Como Homem:- Ele possuía a forma de homem;- Ele possuía a mente de homem;- Ele possuía afeiçoes divinas;- Ele tinha vontade humana.
Que DEUS, pelo Seu ESPÍRITO, nos ajude a compreender toda riqueza desse grandioso assunto.

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