quarta-feira, 18 de agosto de 2010

História Bíblica: A BÊNÇÃO DE NOÉ - Erich Sauer

A BÊNÇÃO DE NOÉ:
O PROGRAMA PARA AS RAÇAS
NA HISTÓRIA DA SALVAÇÃO
Extraído do Blog http://seguidoresdocordeiro.blogspot.com

A bênção de Noé concernente a Jafé e Sem e sua maldição sobre Canaã, o filho de Cão, é o acontecimento importante que se segue no processo da salvação. Mas enquanto a aliança de Deus com Noé era o fundamento da história sucessiva da natureza, do mundo e da salvação, a bênção e maldição de Noé é seu projeto fundamental profético, seu programa para as raças na história.

1. A Condição Amaldiçoada e Sem Bênção dos Camitas

“Maldito seja Canaã; servo dos servos será de seus irmãos” (Gn 9.25). Devido ao vergonhoso pecado de Cão (9.22-24) o grupo familiar dos cananeus é aqui abandonado na pessoa de Canaã, filho de Cão, como ancestral deles, para ser amaldiçoado, e a raça de Cão para ser maldita de modo geral.

Na forma mais trágica a história do mundo tem correspondido a esta profecia. Na Palestina, através dos Semitas Judeus, principalmente sob Josué (Jos 9.21-27; Jz 1.28-30,33,35) e Salomão (1Reis 9.20,21), os cananeus foram subjugados.

Síria e África do Norte, como Fenícios e Cartaginenses, eles foram conquistados pelos Persas, Gregos e Romanos Jaféticos.

Mas os outros descendentes de Cão, que não foram realmente amaldiçoados, mas foram designados para não receber bênção, depois de um desenvolvimento próspero no início (principalmente sob Ninrode, mais tarde pelos Fenícios e Egípcios), gemeram uma e outra vez sob o jugo da opressão, principalmente os negros, particularmente na América depois da introdução da escravidão.
Só depois da guerra civil Norte Americana (1861-1865) a escravidão foi abolida nos Estados Unidos. Ainda hoje ela prevalece em grandes porções da África Central, principalmente nos estados muçulmanos.

1. Os Semitas Como Intermediários Espirituais da Redenção

Com Sem foi diferente. A bênção mais gloriosa foi dada a ele. “Bendito seja Jeová, o Deus de Sem” (Gn 9.26).

Esta forma de louvor, que expressa a bênção, que na verdade não é como “bênção”, mas como louvor ao Deus que abençoa, tem sua base (conforme Lutero observou: “proper excellentem benedictionem”) na promessa elevada e ilimitada dada a Sem.

Jeová é o Deus de Sem, isto é, a raça Semita é a condutora dessa revelação especial.

Para Jafé Deus é Elohim, o Criador, Sustentador e Governador universal (Gn 9.27).

Mas para Sem Ele é Jeová, o Deus da aliança e o Redentor.

Desse modo Sem se torna o vaso e canal da Sua graça especial redentora, e daí em diante a promessa da salvação espiritual é concentrada em seus descendentes.

Esta salvação se torna completa em Cristo, pois Ele, o Redentor, como filho de Davi descende de Sem por meio de Abraão (Lc 3.36). Assim como Ele mesmo disse: “A salvação vem dos Judeus” (Jo 4.22). E como o maior dos Seus apóstolos testifica, a “oliveira nobre” do Reino de Deus é a oliveira “deles” (Rm 11.24; compare Ef 2.11-22; Rm 15.27; Gl 3.9,14).

Assim o Templo da revelação de Deus do Novo Testamento descansa sobre a rocha-fundamento da revelação do Antigo Testamento dada através dos profetas de Deus (Mt 5.17,18; Jo 10.35; At 24.14; 26.22),

E em Cristo a bênção de Sem se tornou o Evangelho para o mundo.

2. A Ampliação Enorme da Influência Política e Intelectual dos Jafetistas

A bênção de Jafé consiste de três partes:

a) “Deus dê alargamento ao que alarga” (Gn 9.27), ou “Deus alargue ao máximo o alargamento”. O jogo com as palavras “Ele torna amplo” (Heb. Jafé) e o nome Jafé devem ser reproduzidos na tradução. Jafé foi o pai dos Medos (Heb. Madai, Gn 10.2) e dos Gregos, que no hebraico é Javan. Isso pode ser visto na comparação da descrição grega deles mesmos na costa oeste da Ásia Menor como Ionians.

Conseqüentemente Jafé foi o pai:

* Dos Romanos, dos Persas e de forma geral da raça Indo-Teutônica.

* Os Persas são parentes dos Medos; os Romanos estão relacionados com os Gregos.

* Os Indianos (Arianos) e as nações Germânicas estão ligados aos Persas.

* Com os Romanos estão ligadas as nações Romanas (Italianos, Franceses, Espanhóis etc);

* Com todos, embora mais distantes, os Eslavos e muitos outros. Tomados juntos todos eles são designados como “Indo-Germânicos” (Arianos).

Mas isso significa que, segundo o testemunho da profecia do Antigo Testamento, grande extensão da influência política e intelectual é o privilégio dos povos Jaféticos. O programa racial profético foi assim designado. A história do mundo realizou o cumprimento de forma impressionante. No início, é verdade, o cumprimento tomou um curso contrário, pois o homem pecaminoso está em rebelião perpétua contra Deus.

No antigo oriente os descendentes de Cão foram os povos civilizados predominantes durante dezenas de séculos e não os Jafetitas e Semitas. No vale do Nilo os Egípcios descendentes de Cão governaram (os Egípcios, Mizraim no hebraico, segundo Gênesis 10.6 e Sl 78.51; 105.23,27. Eles se denominam de Kemet. A transição para os negros [Cão] é a raça Nubian-Fula, que são realmente de pele negra, mas nos traços são distintos do negro propriamente dito).

No Eufrates e no Tigre (em Acade, Sinar, Babel e Níneve), subseqüente a uma civilização anterior na Suméria, Ninrode o Cuxita, (desse modo um representante da raça de Cão, que em Canaã e seus descendentes deveriam se tornar “servo dos servos”), veio a ser o primeiro homem na história a fundar um império mundial (Gn 10.8-12). Desse modo nele (Ninrode), a raça servil alcançou a supremacia.

Segundo as palavras exatas da passagem Ninrode não foi o fundador da cidade de Babel (Gn 11), mas o fundador do império mundial de Babel, no qual ele, sobre a fundação das já existentes cidades de Babel, Ereque, Acade e Calná, do Sinar como o “princípio do seu império,” estendeu seu poder para o norte, isto é, a Assíria (Gn 10.8-12).

Mais tarde também, quando o poder da raça de Cão desvaneceu e foi repartido entre outros, não foram ainda os Jafetistas que se tornaram os herdeiros imediatos do governo mundial de Cão, mas os Semitas, segundo o testemunho da história e da Escritura.

* No Vale do Nilo os Egípcios descendentes de Cão permaneceram como governadores (Gn 14.1-4; 10.22);

* Na Mesopotâmia foram os Semitas Elamitas e, desde Hamurabi, os Babilônios (por volta de 1900 A.C.).

* Depois na Babilônia os Kassitas, e no Egito (até o Faraó Amasis, por volta de 1600 a.C.)

* Os Hyksos chegaram ao poder (por volta de 1750 a. C.).

* No Oriente Próximo os Assírios seguiram (por volta de 1750-612 a.C.) e os Novos Babilônios, os últimos sob Nabucodonozor principalmente.

Mas todos estes eram Semitas, ou descendentes de Cão, e já aproximadamente dois mil anos haviam se passado desde que Noé pronunciara suas profecias (por volta de 2350 A.C.) e ainda suas predições quanto aos povos não haviam se cumprido totalmente.

Então finalmente a hora decisiva dos Jafetistas chegou. Sob Ciro o Persa, a raça Jafetista entrou na arena com força vitoriosa. A Babilônia Semítica caiu (538 a.C.); Belsazar o filho e representante de Nabonidos morreu e os Jafetistas se tornaram os senhores do Oriente. Desde então nenhuma raça Semita ou Camita teve sucesso em quebrar a supremacia mundial dos Jafetistas.

A conquista da Babilônia e a vitória de Ciro (o “pastor” e “ungido” do Senhor – Is 45.1; 44.28), sobre Belsazar o Semita e também as simples palavras de Daniel “naquela noite, Belsazar, o rei dos Caldeus, foi morto” (Dn.5.30), envolve um acontecimento da mais poderosa importância na história mundial: o colapso decisivo da soberania Camita e Semita e o lançamento da fundação do governo mundial Jafetista. Apenas alguns anos mais tarde, Cambises, o sucessor de Ciro, conquistou o Egito Camita e lá estabeleceu igualmente o governo Jafetista (525 a.C.).

O império Persa também não foi permanente; todavia, quando os Gregos (333 a.C.) e os Romanos (principalmente no século II d. C.), os Teutônicos (476 d.C) e os Latinos tomaram posse da herança, ele permaneceu, através de todas as mudanças individuais, sempre nas mãos dos Jafetistas. Daí em diante a raça Jafética manteve a supremacia da cultura; e até mesmo quando governaram a terra geográfica e politicamente, eles o fizeram intelectual e culturalmente. Enquanto que em seu conceito mais elevado a bênção de Sem consistiu na concentração de todos os poderes espirituais e salvadores, a bênção de Jafé incluía a mais ampla extensão de todos os poderes intelectuais e mundiais. A bênção de um foi luz celestial; a bênção do outro foi sucesso terreno.

Mas pelo seu vigor os povos Indo-Europeus foram devedores ao idealismo dos seus conceitos: os Gregos pelos seus esforços pela beleza e verdade, assim como na sua arte e filosofia respectivamente; os Romanos pela sua reverência pela ordem e justiça, assim como no seu Estado; e os Teutônicos pelo seu apego à liberdade e fidelidade. Através de tudo isso eles se tornaram intelectualmente líderes da humanidade e promotores e patronos da cultura mais elevada.

b) Mas Espiritualmente Jafé Deveria Alcançar a Bênção

Por isso foi dito: “E habite Jafé nas tendas de Sem” (Gn 9.27).

Pela própria razão de Sem ter sido designado como canal da revelação, o habitar em suas tendas significa nada mais que participar em sua fé; e o recebimento dos Jafetistas na comunhão da sua salvação espiritual (conforme pensavam Jerome, Calvino, Lutero, quase todos os pais da igreja e mais adiante Lange, Keil, Delitzsch e outros). Na verdade a bênção prometida a Sem alcançou menos aos Camitas e principalmente aos povos Jafétistas (Gl 3.14).

O início básico para isso foi o sonho-visão de Pedro em Jope (At 10.9-17), cujo ensinamento foi que a remoção do muro de separação entre Judeus e Gentios, que em princípio já havia sido completado na cruz (Ef 2.14), agora estava sendo realizado historicamente na pessoa do romano Cornélio; e assim, no tocante à plenitude da salvação, por este meio um Jafetista, o primeiro de entre os gentios, foi permitido entrar nas tendas de Sem não tendo que se unir à nação de Israel.

Depois um outro ponto decisivo na mesma direção foi uma outra visão concedida a Paulo, quando em Trôade ele viu um homem da Macedônia que o chamava: “Venha e nos ajude” (At 16.9,10). Quem sabe o curso que a história do mundo e da igreja teria tomado se naquela época o grande apóstolo tivesse sido enviado para o oriente, Índia ou China, e não para o ocidente! Mais ou menos na mesma ocasião em que Paulo realizou suas viagens missionárias, um imperador da China que buscava a verdade, Ming-ti, enviou um embaixador à Índia, e nessa época o Budismo entrou na China (61-67 d.C).
Mas a importância daquele sonho-visão em Trôade é incomparável, pois com ela a hora de levar a mensagem da salvação para a Europa havia chegado, e assim a Europa Jafetista foi designada para ser o principal teatro para as maravilhas do Evangelho e a cidadela da mensagem do Reino dos Céus; aquela hora da noite em Troade se tornou a hora do amanhecer espiritual para os povos do ocidente.

3. “E seja-lhe Canaã por servo” (Gn 9.27)

O cumprimento desta profecia só foi alcançado através de conflitos gigantescos. Os Fenícios e Sidônios estão entre os descendentes de Canaã; e o fato deles e de outros Cananeus terem língua e cultura Semítica não contradiz o testemunho de Gênesis 10.15 quanto à sua origem Camita. O relacionamento de língua nunca prova absolutamente o relacionamento racial e vice versa; pois, em primeiro lugar, a confusão das línguas em Babel é um fato histórico, e em segundo lugar, no curso da história, povos, através da migração e outros, freqüentemente mudaram sua língua, como por exemplo, no início da Idade Média, os Normandos, os Lombardos e os Franks.

Os Fenícios em particular, segundo suas próprias afirmativas, vieram do Oceano Índico (Herod.I,1; VII,89). Desse modo eles devem ter passado através da área central da língua Semítica, e, pelo caminho, no curso do tempo, evidentemente devem ter adquirido a linguagem Semítica. Estes povos Fenícios pertencem aos descendentes de Canaã. Eles são, por assim dizer, os “Normandos” (homens do norte) da antigüidade. A faixa do litoral deles no noroeste da Palestina, densamente habitada, era como uma cidade contínua. Assim, já em 1200 a.C., em parte por amor à aventura, em parte por interesses comerciais, eles começara a fundar colônias estrangeiras, principalmente no Mediterrâneo ocidental; e ali rapidamente floresceu a África do Norte a cidade aristocrática e capitalista de Cártago (Nova Cidade).

Ao mesmo tempo o Estado Romano estava se desenvolvendo na Itália. O choque foi inevitável e culminou na destruição de um ou outro rival. A primeira guerra levou à conquista da Sicília pelos Romanos (264-241 a.C). A Segunda foi dramática no grau mais elevado (218-201 a.C). Pois, quando os Cartaginenses sob a liderança do heróico e talentoso Hannibal, invadiram a Itália através dos Alpes e em brilhantes vitórias no Ticinus (218), em Trebia (218), no Lago de Trasimeno (217), e acima de tudo em Cannes (216), e destruíram os exércitos Romanos e Hannibal foi então esperado nas portas de Roma, parecia realmente como se a antiga palavra profética “seja-lhe Canaã por servo”, que havia sido brilhantemente cumprida através de Ciro (538 a.C), tivesse que ser agora envergonhada, pois uma conquista dos Romanos Jafetistas pelos Fenícios Cartaginenses, significariam nada menos do que o estabelecimento de um império mundial Camita.

Mas ao longo do tempo a decisão caiu. Em Zama, sul de Cártago, os exércitos se encontraram (202 a.C) e Publius Cornelius Scipio foi o vencedor. Se Hannibal tivesse vencido, então provavelmente nenhum império Romano jamais teria sido levantado. Mas no antagonismo entre Hannibal e Scipio havia ao mesmo tempo incorporado o choque racial entre a raça de Sem e Cão com a raça de Jafé. Porque a língua, a religião e a cultura dos Cartaginenses era Semita, enquanto sua raça e sangue eram de Cão.

Com a derrota deles a rivalidade racial política foi resolvida para sempre. Nada nos séculos vindouros poderia alterar isso; nem mesmo os furiosos ataques dos Hunos (375-455 d.C.), principalmente de Átila (a batalha nos campos de Catalão, perto de Troyes, 451); nem a invasão dos Árabes (711-732 d.C.; a vitória de Charles Martel perto de Tours e Poitiers, 732); nem a dos Mongóis (a tribo de ouro, sob Gengis Khan no 13º século; a batalha de Liegnitz, 1241); nem as guerras Turcas, desde a conquista de Constantinopla (1453), a batalha de Mohace na Hungria (1526), ao cerco de Viena (1683).

Com Ninrode começou e com Hannibal findou o drama do império mundial de Cão, e a brilhante vitória de Scipio selou definitivamente a obra de Ciro, o estabelecimento do governo mundial da raça Jafética. “Seja-lhe Canaã por servo” – é isso que permanece escrito, como que com letras de fogo, sobre o campo de batalha de Zama.

Assim, de modo singular, tem a história mundial justificado a profecia. Seu curso segue exatamente o plano determinado.
Todas as atividades contrárias do homem desmoronaram e Deus manteve Sua vontade. Noé foi Seu profeta com respeito aos povos. Os nomes de seus filhos se tornaram símbolos e provas para o futuro. Os descendentes de Cão (calor) habitaram as terras quentes; os filhos de Jafé (extensão) se espalharam pela terra, e as gerações de Canaã (o subjugado, compare com o verbo cognato em Juizes 4.23, curvar, submeter), tiveram que se submeter a Jafé e Sem.

Mas na linhagem de Sem (o Nome), o nome e a natureza do Redentor foi revelada, e em Jesus Cristo, o Senhor, que leva “o Nome que está sobre todo o nome” (Fl 2.9), o nome do Pai é agora glorificado para sempre (Jo 12.28; 17.4; Fl 2.9-11). Amém!

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Irmãos em Cristo Jesus.

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