A APOTEOSE DO CORDEIRO
“Então, vi, no meio do trono e dos quatro seres viventes e
entre os anciãos, de pé, um Cordeiro como tendo sido morto. Ele tinha sete
chifres, bem como sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados por
toda a terra”. Apocalipse 5:6.
COMO UM FILHO DO HOMEM, O REI DA GLÓRIA
Irmãos; vamos continuar com a ajuda do Senhor em sua
presença, a consideração deste livro que nos faz bem-aventurados.
Bem aventurado todo aquele que ouve as palavras deste livro do
Apocalipse, e as guarda. Hoje chegamos à consideração do capítulo 5. No
capítulo 4 vimos a descrição sumária do apóstolo João a respeito da cena
celestial; uma cena que era necessário apresentar para que os seguintes
capítulos da revelação tivessem um maior sentido. No capítulo 4 nos descreveu o
trono de Deus com seus vinte e quatro anciãos, os quatro seres viventes, a
adoração da criação à Deus por causa de Sua criação. No capítulo 5 também temos
adoração, já não somente a Deus, mas também ao Cordeiro, e já não somente pela
criação, mas também pela redenção. Este capítulo 5 é extremamente importante; e
para entendê-lo, devemos recordar aquelas passagens que na introdução desta
seção estivemos vendo; e quisera eu que comecemos primeiro, em Daniel 7, onde
em poucas palavras nos resume algo que aqui com muito mais detalhe nos
descreve. Há frases que de maneira sintética nos dizem o assunto central e logo
nos detalham em outros lugares como neste caso de Apocalipse. Em Daniel 7:13,
diz o profeta: “13 Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que
vinha com as nuvens do céu um como o Filho do Homem, e dirigiu-se ao Ancião de
Dias, e o fizeram chegar até ele. 14 Foi-lhe dado domínio, e glória, e o reino,
para que os povos, nações e homens de todas as línguas o servissem; o seu
domínio é domínio eterno, que não passará, e o seu reino jamais será
destruído”. Esta visão aparece no capítulo 7 de Daniel, onde Deus lhe mostra
outros reino, outros impérios que aconteceriam na história da humanidade, como
o da Babilônia, representado por aquele leão; como o do Medo-Pérsa representado
por aquele urso; como o da Grécia representado por aquele leopardo; como o de
Roma representado por essa besta, a qual no final saem dez chifres dela e dentre
os quais surge um chifre blasfemo referindo-se ao anticristo; ou seja, do que
foi o império romano surgiria a situação atual dos reino dentre os quais está
gerando um governo mundial. Mas logo aparece um reino estabelecido Por Deus, um
reino dos Santos do Altíssimo; e o curioso é que ao referir-se a esse reino,
Daniel não apresenta somente a segunda vinda, mas apresenta a ascensão e a
segunda vinda em conjunção. Por isso vos rogo que olhem comigo de novo ali o
verso 13: “Olhava eu na visão da noite, e eis aqui com as nuvens do céu vinha
um como um filho do homem, que veio (não diz até a terra, não diz até o monte
das oliveiras, a não ser) até o Ancião de dias, (ao Pai) e lhe fizeram
aproximar-se diante dele”. Quando o senhor Jesus depois de morto e ressuscitado
subiu aos céus, a vista de suas testemunhas, seus discípulos, uma nuvem lhe
cobriu e da nuvem Ele foi à mão direita do Pai. Então aqui quando aparece nas
nuvens do céu, Ele aparece vindo até o Ancião de dias. Claro que depois da mão
direita do Pai, Ele também virá nas nuvens e das nuvens recolherá a seus
escolhidos nas nuvens e virá também com todos os Santos à terra; mas esta vinda
nas nuvens que aparece aqui em Daniel 7:13, começa com a ascensão; o reino do
Senhor começa da ascensão. Já em sua vida pública já estava o rei, mas estava
em suas provas; já passou as provas, então ressuscitou e ascendeu, subiu às
nuvens e voltará nas nuvens a continuar estabelecendo seu reino aqui na terra;
mas Ele já subiu nas nuvens, já foi à mão direita do Pai e já se sentou, e como
disse o Senhor Jesus: “Toda potestade me é dada nos céus e na terra”
(Mt.28:18); Ele subiu para receber toda potestade. Como em uma das parábolas
Ele disse que se foi longe a receber o reino (Lc. 19:12); ou seja, Ele recebe o
reino à mão direita do Pai e ali já exerce o reino; como diz em Hebreus, já
vemos ele coroado de glória e majestade; seu corpo está sendo preparado para
segui-lo nesta posição e vencer como Ele venceu e assentar-se com Ele como Ele
se assentou com seu Pai tendo vencido.
Mas a questão chave é esta: Ele morreu, ressuscitou e
ascendeu e foi apresentado, diz o verso 13, e lhe fizeram aproximar-se diante
do Ancião de dias; o Filho diante do Pai. E o que aconteceu quando o Filho foi
recebido em glória? “7 Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó
portais eternos, para que entre o Rei da Glória. 10 Quem é esse Rei da Glória?
O SENHOR dos Exércitos, ele é o Rei da Glória” (Sl. 24:7,10). Ele recebeu do
Pai, glória e honra, para que todos honrem ao Filho como honram ao Pai. Neste
capítulo 5, vamos ver como aquela adoração que se dirigia a Deus assim que
divindade, agora é também dirigida ao Cordeiro assim que Verbo encarnado, como
homem, para que todos honrem ao Filho como honram ao Pai.
No capítulo 4 está como se honra ao Pai; no 5 está como se
honra ao Filho como ao Pai. Os versos 13 e 14 de Daniel 7 resume o
desenvolvimento dos selos e como os selos continuam com as trombetas e as
trombetas continuam com as taças. Diz Daniel: “14 E foi dado domínio, glória e
reino”; como disse Jesus: toda potestade me é dada nos céus e na terra; e como
disse São Pedro, e como disse São Paulo: foi feito Senhor e Cristo. Quando o
apóstolo Pedro, tendo curado a um coxo na porta Formosa, se reuniu muita gente
e ele pregou, entre as coisas que ele disse à multidão disse: é necessário que
o céu o receba, que o céu retenha o Filho do Homem, ao Senhor Jesus, até que
cheguem os tempos da restauração de todas as coisas (At. 3:21); ou seja, Ele
ascendeu e é necessário que se assente à mão direita do Pai, como diz o Salmo
110, até que todos os seus inimigos lhe sejam postos por estrado de seus pés.
Então, o que vamos ver no desenvolvimento de Apocalipse 5 e Apocalipse 6 onde
aparecem os selos, e logo em sua continuação as trombeta e as taças, é este
desenvolvimento que aparece aqui resumido: veio um como um Filho de homem, que
veio até o Ancião de dias, e foi dado reino, etc. e seu reino sem fim; ou como
diz: foi feito Senhor e Cristo; ou também: “Sente-se à minha direita até que
ponha seus inimigos por estrado de seus pés”. A maneira como Deus submete ao
Filho todas as coisas, é a que aparece no desenvolvimento dos selos com a
continuação das trombetas e as taças.
Vamos ler uma expressão de Paulo pelo Espírito Santo em 1
Coríntios 15:22: “22 Porque assim como em Adão todos morrem, também em Cristo
todos serão vivificados”. Vem falando da vitória sobre seus inimigos, onde o
último inimigo é a morte; em Adão todos morrem, em Cristo todos serão
vivificados; quer dizer, todos os inimigos e até o último serão vencidos em
Cristo. “23 Mas cada um em sua devida ordem: Cristo, as primícias; (Cristo é as
primícias da ressurreição, da vivificação; foi o primeiro em ressuscitar de
entre os mortos em incorrupção para nunca mais morrer, em glória) logo os que
são de Cristo, em sua vinda”. Aqui o apóstolo não faz divisões de sua vinda,
somente fala de sua vinda e que os que são de Cristo serão vivificados em sua
vinda; refere-se à segunda, claro. “24 Logo o fim, (aí se refere ao reino do
milênio e à Nova Jerusalém) quando entregar o reino ao Deus e Pai, (mas agora
fixem-se nas frases seguintes) quando tiver suprimido todo domínio, toda
autoridade e poder. 25 Porque preciso é que ele reine até que tenha posto a
todos seus inimigos debaixo de seus pés. 26 E o último inimigo que será
destruído é a morte”. Então nos damos conta de que Ele ascendeu. Filho,
sente-se à minha direita, até que ponha todos seus inimigos por estrado de seus
pés. Então, o Filho se sentou para que todos seus inimigos, e o último, a
morte, sejam-lhe submetidos. Por isso Ele diz: quando tiver suprimido todo
domínio, toda autoridade e poder. Por isso lemos em Daniel, que diz: tirou
poder e autoridade daquelas bestas; embora lhes permitiu vida por um pouco mais
de tempo, mas lhes tirou seu poder, sua autoridade.
Quando o Filho ascendeu, todo poder nos céus e na terra foi
dado, Ele já o tem. Ele já está em glória e majestade, Ele já está reinando, a
Ele já foi dado o reino, Ele já é o Senhor, o Rei dos reis, o Senhor dos
senhores, Ele é o que move todos os fios da história e Ele está movendo-os
neste sentido. Filho: sente-se à minha direita, até que ponha todos seus
inimigos por estrado de seus pés. O que o Senhor está fazendo é revelar,
mostrar, expor seus inimigos e derrotá-los. Toda a história da ascensão, até a
segunda vinda de Cristo, é uma exposição de seus inimigos para ser derrotados e
submetidos sob seus pés. Então, sente-se para isto. É necessário que Ele reine,
até que tenha submetido todos seus inimigos. Este "que Ele reine",
refere-se à ascensão. Ele ascendeu, veio nas nuvens, chegou até o Pai, porque
subiu e uma nuvem o recebeu, apresentou-se ante o Pai e foi dado todo poder,
toda autoridade. Isso que está em versículos resumidos tanto aqui em Daniel,
como em outras passagens que mencionamos, está detalhado em Apocalipse 5,
Apocalipse 6, continua com o 7, com o 8, desenvolvido com as trombetas e as
taças.
UM POUCO DE CRÍTICA TEXTUAL
Com esse pano de fundo, vamos ler Apocalipse 5. Primeiro,
façamos uma leitura corrida para aproveitar e fazer as correções de crítica
textual, tendo comparado os manuscritos mais antigos, porque vocês sabem que
Reina Valera se apóia no códice 1 que fez Erasmo, que é um códice tardio. Como
o Apocalipse é tão delicado que não se pode adicionar nem tirar nada, devemos
procurar ir aos códices mais antigos, mais confiáveis. Enquanto leio, pois, vou
fazer as cotações de crítica textual para ajustar esta tradução que é tardia, a
uma versão dos manuscritos mais antigos e logo voltar sobre nossos passos e
examinar o que temos lido: “1 E vi na mão direita do que estava sentado no
trono um livro escrito por dentro e por fora, selado com sete selos. 2 E vi um
anjo forte que apregoava à grande voz: Quem é digno de abrir o livro e desatar
seus selos? 3 E ninguém, nem no céu nem na terra nem debaixo da terra, podia
abrir o livro, nem mesmo olhá-lo. 4 E chorava muito”. A palavra “eu”, não
aparece nos manuscritos mais antigos, mas por subentender-se, alguns escribas
posteriores acrescentaram-na. “4 E chorava muito, porque não se achou a ninguém
digno de abrir o livro, nem de lê-lo, nem de olhá-lo. 5 E um dos anciãos me
disse: Não chore. Eis aqui o Leão da tribo de Judá, a raiz de David, venceu
para abrir o livro e desatar seus sete selos. 6 E olhei, e vi que no meio do
trono e dos quatro seres viventes, e em meio dos anciãos, estava em pé um
Cordeiro como imolado, que tinha sete chifres, e sete olhos, os quais são os
sete espíritos de Deus enviados por toda a terra”. Na expressão “os sete
espíritos”, a palavra [sete] colocam-na os críticos textuais entre parêntese
quadrados, posto que ao compará-los manuscritos mais antigos, uns dizem sete e
outros não o dizem; então não há maneira de saber qual dos dois textos é o
seguro; se o que disser: os sete espíritos ou o que diz os espíritos. Os manuscritos,
inclusive os mais antigos se dividem; uns dizem os sete espíritos, outros dizem
os espíritos, de maneira que os que têm que tratar estas questões com todo
cuidado puseram a palavra sete, mas a puseram entre parêntese quadrados para
explicar que alguns não o dizem e outros sim o dizem, e não se sabe qual dos
dois é o mais antigo. “7 E veio, e tomou o livro da mão direita do que estava assentado
no trono. 8 E quando tomou o livro, os quatro seres viventes e os vinte e
quatro anciãos se prostraram diante do Cordeiro, todos tinham cítaras, (a
palavra é kítaras, cítaras) e taças de ouro cheias de incenso, que são as
orações dos Santos”. Aqui no verso 9 e no verso 10 é onde devemos ter mais
atenção à tradução, segundo os mais antigos manuscritos: “10 E cantavam um novo
cântico dizendo: Digno é de tomar o livro e de abrir seus selos; porque você
foi imolado, e com seu sangue, os (com ele, a eles, a expressão é autou [αυτου]
em grego) redimiste para Deus, de toda linhagem, língua, e povo e nação; 10 e
os (com ele) fez para nosso Deus reino e sacerdotes, e reinarão sobre a terra.”
É o texto mais puro, repito: “porque tu fostes imolado e com seu sangue os
redimiste para Deus, de toda linhagem, língua e povo e nação, e os tem feito
para nosso Deus reino e sacerdotes, e reinarão sobre a terra.
11 E olhei, e ouvi a voz de muitos anjos ao redor do
trono, e dos seres viventes e dos anciãos e seu número era miríades de miríades
e quilíades de quilíades, (aqui o resumiram dizendo: milhões de milhões; no
grego diz: miríades de miríades e quilíades de quilíades) 12 que diziam a
grande voz: O Cordeiro que foi imolado é digno de tomar o poder, as riquezas, a
sabedoria, a fortaleza, a honra, a glória e o louvor. 13 E a tudo criado que
está no céu e sobre a terra, e debaixo da terra, e sobre o mar; (epi, sobre o
mar) e a todas as coisas que neles há, ouvi dizer: Ao que está sentado no
trono, e ao Cordeiro, seja o louvor, a honra, a glória e o poder, pelos séculos
dos séculos. 14 Os quatro seres viventes diziam: Amém; e os vinte e quatro anciãos
se prostraram sobre seus rostos e adoraram ao que vive pelos séculos dos
séculos”.
A ADORAÇÃO AO CRIADOR E AO REDENTOR
Como dizíamos no início, a adoração a Deus aqui já não é só
pela criação, mas pela redenção, e é uma adoração a Deus e ao Cordeiro, para
que todos honrem ao Filho assim como honram ao Pai.
Vocês podem ver a comparação, quando vemos, por exemplo, no
capítulo 4:8, onde aparecem os seres viventes, dizendo: “Santo, santo, santo é
o Senhor Deus Todo-poderoso, que era, que é, e o que há de vir”; e logo estes anciãos
dizem o que diziam no versículo 11: “Senhor, digno é de receber a glória e a
honra e o poder porque você criou todas as coisas, e por sua vontade existem e
foram criadas”. Vocês vêem que aqui a adoração é ao Criador; a honra, o poder,
porque por sua vontade existem; você criou todas as coisas e por sua vontade
existem e foram criadas; mas fixem-se em que no capítulo 5, a adoração aparece
do verso 9: “Digno és de tomar o livro, e de
abrir os seus selos; porque foste morto”; aqui é pela redenção. “e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda
tribo, e língua, e povo e nação; 10 e para o nosso Deus os
fizeste reino, e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra.”; e logo
todas aquelas multidões no verso 12, dizem: “Digno é o Cordeiro, que foi morto,
de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e
louvor”. Aqui agora é ao Cordeiro, ao Filho. Honrem ao Filho como se honra ao
Pai e honra-se-lhe pela redenção.
“13 Ouvi também a toda criatura que está no céu, e na terra,
e debaixo da terra, e no mar, e a todas as coisas que neles há, dizerem: Ao que
está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, (junto ao Pai e ao Filho, a Deus e
ao mediador Jesus Cristo homem; conjuntamente) seja o louvor, (igualmente, ao
que está sentado no trono e ao Cordeiro, o mesmo louvor, a mesma) e a honra, (a
mesma) e a glória e o (mesmo) e o domínio, pelos séculos dos séculos”.
Então, irmãos, vocês podem ver que os quatros seres viventes
diziam: Amém, ou seja, os mesmos seres celestiais estavam de acordo; todo o
céu, toda a criação representada nos seres viventes reconhecendo que ao Filho
terá que ser dado também a glória junto com o Pai. Isto foi uma revelação
absoluta, uma coisa impossível de sofrer para os judeus e os muçulmanos que não
conheceram ao senhor Jesus; mas, irmãos, aqui se vê a diferença entre o
capítulo 4 e o 5, e se vê como o Filho é entronizado.
Voltemos agora com mais minúcia, voltando nossos passos do
versículo 1 do capítulo 5. Primeiro no 4 havia descrito o trono, mas não tinha
mencionado nada de um livro; tinha mencionado ao que estava no trono, sua
semelhança, os outros anciãos, os seres viventes, a adoração, etc., mas não
havia dito nada de um livro; mas aí havia um livro; de repente a atenção do
João foi dirigida a um livro: “1 E vi na mão direita (na mão direita, ou seja
que significa o poder, a potência do Senhor como Todo-poderoso, onipotente, que
pode fazer o que Ele quiser) de que estava sentado no trono, um livro escrito
por dentro e por fora, selado com sete selos”. Esses livros eram em forma de
cilindro, não eram livros em forma de códice, pois isto foi uma modalidade que
os cristãos introduziram: o livro no formato de códice; o formato era de
cilindro; então esses cilindros se enrolavam e saía um selo que correspondia a
uma parte, seguia outro selo, seguia enrolando-se e outro selo, havia sete
selos; o livro estava escrito por dentro e por fora. É muito interessante que o
livro não está escrito só por dentro, mas sim também está escrito por fora,
como aquele cilindro que viu o profeta Ezequiel. Não sei se vocês recordam.
Podemos ir ali em Ezequiel capítulo 2. Vocês vão ver que ali também a Ezequiel
foi mostrado um livro dessa maneira.
Aí Deus está falando com profeta. Em Ezequiel 2: 8 lhe diz:
“8 Mas você, filho do homem, ouça o que eu te falo; não seja rebelde como a
casa rebelde; abre sua boca e come o que eu te dou. 9 E olhei, e eis aqui uma mão
estendida para mim, e nela havia um rolo de livro.
10 o estendeu diante
de mim, e estava escrito por diante e por detrás; (que é o que diz aqui por
dentro e por fora) e tinha escritas nele, lamentos e lamentações e ais. 1 Me
disse: Filho do homem, come o que achaste; come este rolo de livro, e vê e fala
à casa de Israel”. É o mesmo o que depois foi dito a João, que tinha que comer
o rolo de livro da profecia desse livro; o rolo de livro era escrito por diante
e por detrás, ou seja, por dentro e por fora. É muito interessante isso, porque
nos mostra como se fosse dois aspectos da revelação: uma primeira aparência é
por fora e um sentido místico interior, que é por dentro. O livro é escrito por
dentro e por fora; há algo que se vê à primeira vista e algo mais que se vê um
pouco depois que se aprofunda.
UM LIVRO SELADO ATÉ O TEMPO DO FIM
Vemos o livro em Apocalipse 5: “selado com sete selos”. Em
outras ocasiões Daniel não entendeu o que Deus lhe falou nas profecias;
inclusive nessas profecias que era toda uma história que lhe contava, a
culminação do plano de Deus; Daniel não entendeu, e lhe disseram: “Mas você,
Daniel, fecha as palavras e sela o livro até o tempo do fim” (Dn. 12:4). Quer
dizer que o que estava escrito neste rolo de livro de Apocalipse 5, era um
mistério; ninguém a não ser Deus, conhecia. Deus tinha em seu coração um
propósito, um programa. Quando Deus disse: “Façamos ao homem à nossa imagem,
conforme a nossa semelhança; e domine ele sobre os peixes do mar, as aves dos
céus, as bestas, em toda a terra, e em todo animal que se arrasta sobre a
terra” (Gn. 1:26), Deus revelou um propósito eterno que Ele tinha, mas o homem
caiu; esse reino que conteria e expressaria a glória de Deus ficou detido, e
qual seria a maneira para que esse reino pudesse dar-se e o propósito de Deus
pudesse cumprir-se? Então, Deus teve que adiantar aos poucos um plano de
salvação, lhes revelando de pouquinho: sacrificou um animal, cobriu com as
peles a Adão e a Eva, e logo foi prometendo que a semente da mulher esmagaria a
cabeça da serpente e logo resultou que a semente da mulher seria também semente
de Abraão, e seria também da tribo de Judá, e seria também um descendente de
Davi e que morreria na cruz, que ressuscitaria e que reinaria; ou seja, que
Deus foi adiantando pouco a pouco, abrindo pouco a pouco seu propósito; mas se
não tivesse sido por Cristo, ninguém teria sido salvo, ninguém saberia para que
existimos, ninguém poderia concluir com Deus o propósito que Ele tinha quando
nos criou. De maneira que não havia ninguém digno de entender o programa de
Deus.
Do que tratava este livro? Quando o vemos aqui selado com
sete selos, vamos responder o mesmo que respondeu João quando olhava a todas as
partes; ninguém era digno de abri-lo, nem de lê-lo, nem sequer de olhá-lo.
Quando nós vemos ali somente um livro selado com sete selos, ficamos com a
mesma incógnita, com a mesma desesperança com que ficou João. Graças a Deus que
Cristo trouxe para luz a vida e a imortalidade e deu a conhecer o programa de
Deus, o propósito de Deus, e revelou o que estava no livro; e quando nós vemos
o que estava nesses selos e vemos como se vão desenvolvendo e no que terminam,
quando todos esses selos são abertos, vemos que a culminação é a instauração do
reino de Deus e de seu Cristo; então o que esses selos continham era o programa
de Deus, ou como lhe chama no Novo Testamento, a economia de Deus, as etapas, o
que Deus faria, o que Cristo faria, o que o Pai faria nos céus e na terra para
que no final o reino de Deus fosse plenamente estabelecido.
Aqui neste livro O Senhor começa a nos mostrar como primeiro,
ninguém era digno de abrir o livro; logo o Cordeiro abriu o livro; logo vamos
ver como foi abrindo selo por selo e vamos vendo que nos mostram esses selos
abertos e ao final vemos no que termina tudo, para levar adiante seu propósito
eterno e à economia divina, o programa de Deus, para que no cumprimento dos
tempos se dê o reino de Deus como Ele o quis, com o homem corporativo e
glorificado, desde antes da fundação do mundo, e quando no princípio disse:
Façamos ao homem para isto, isso vai ter cumprimento quando os livros forem
abertos efetivamente pelo Cordeiro de Deus. Então, a abertura do livro trata do
plano de Deus, pelo que Deus faz. Quando Deus disse: Filho, sente-se à minha
direita e eu vou fazer algo, vou pôr debaixo de seus pés todos seus inimigos. É
necessário que você reine até que tenha suprimido toda potência, reino e nação
e até a morte, aqui vemos que o Cordeiro é o que recebe do Pai, o domínio, o
reino, a capacidade de abrir o livro e o programa de Deus começa a
desenvolver-se.
Quando lemos a história universal à luz destes sete selos
abertos pelo Cordeiro, entendemos que o Pai tem a seu Filho à mão direita, que
esteve trabalhando, que nada escapou de sua mão, que Ele dirige toda a política
da terra, todas as guerras, todos os acontecimentos, terremotos; não há nada
que lhe escape de seu controle e que Ele está utilizando todas as coisas para
submeter aos pés de Cristo todas as coisas para que logo seu Filho entregue o
reino ao Pai. Isso é a grandes traços o que significam estes selos; depois
temos que vê-los um por um. “2 E vi um anjo forte que apregoava a grande voz:
Quem é digno?” Aqui a pergunta é extremamente séria, a pergunta é por
dignidade. “Quem é digno de abrir o livro e desatar seus selos?”; ou seja, quem
é digno de cooperar, ver o propósito de Deus e levá-lo a cumprimento? Quem é
digno de desatar os selos do livro, quem é digno de fazer que o que está oculto
no plano de Deus tenha cumprimento e se desenvolva? Quem é digno? E houve um
tempo para que se apresentasse qualquer candidato e não sabemos quanto foi esse
tempo, mas o fato é que ninguém nem no céu, começa pelo céu; no céu não havia
nenhum digno, nem na terra, nem debaixo da terra. Também havia pessoas debaixo
da terra, porque a Bíblia fala de pessoas debaixo da terra; ninguém podia abrir
o livro, ou seja, trazer para luz a cumprimento do programa de Deus, para que o
propósito eterno de Deus se cumpra, a economia de Deus no cumprimento dos
tempos, seja estabelecida com Deus em seu reino. “4 E chorava muito”; claro,
este era João; e deve ter sido um bom tempo para tomar consciência da
indignidade; ninguém, nem anjos, nem sequer querubins, nem anciãos, ninguém era
digno de entender o que era o que Deus tinha em seu coração e como Deus vai
levar a cabo; ninguém era digno e Ele deu tempo à criação para pronunciar-se, e
João não chorou um pouquinho, chorou muito. “4 E chorava muito porque não se
achou ninguém digno (nem sequer ele, João) de abrir o livro, nem de lê-lo,
nem de olhá-lo”. Nem olhá-lo, Meu Deus! “5 E um destes ancião me disse: (aí se
prova que João não era destes anciãos, ele está em outro plano) Não chore”. Mas
o deixou chorar um tempo porque era necessário tomar consciência da indignidade
das criaturas para trazer adiante o plano de Deus; só um no céu e na terra, que
é seu Filho, seu Verbo, é o que pode cumprir o plano de Deus.
O ÚNICO DIGNO
“Eis aqui que o Leão da tribo de Judá, (usando a profecia de
Jacó a Judá, aqui fala do Leão da tribo de Judá) a raiz de Davi”.
Embora Cristo seja chamado de o Filho do Davi, aqui neste
caso não aparece como Filho de Davi, porque aqui é questão de dignidade.
Quando vai se falar de profecia, sim claro, no tempo
cronológico, Ele é o Filho de Davi, mas aqui se está falando da dignidade Dele,
a raiz de David; Ele é antes de Davi; era o Espírito de Cristo o que fez viver
a Davi no qual Davi viveu em vitória e profetizar o que profetizou; era Cristo
em Davi profetizando, por isso aqui lhe chamam a Raiz de Davi e não o Filho de Davi.
“A raiz de Davi, venceu”.
Para abrir o livro teria que ter vencido uma prova. Houve
uma prova nos céus e muitos anjos caíram, e houve uma prova na terra e todos os
homens caíram, exceto um homem, o Verbo de Deus que veio como um menino, fez-se
homem e se chamou Jesus, o Cristo do Presépio, o Nazareno. “venceu (que
interessante!) para abrir o livro e desatar seus sete selos”. Em outra parte
diz que morreu e ressuscitou para ser Senhor. Aqui diz que venceu para abrir o
livro e desatar seus sete selos; ou seja que há uma relação: abrir o livro e
desatar seus sete selos é assenhorear, é sentar-se à mão direita do Pai e
começar a exercer da mão direita do Pai uma autoridade nos céus e na terra para
submeter todas as coisas, derrubar todo domínio, toda potestade, toda outra
rivalidade, toda outra cabeça que se levante. Por isso, naquela parábola o
Senhor diz que quando aquele homem, aquele rei, foi receber seu reino, veio, e
quando voltou, chamou a seus servos, passou a seus servos pelo tribunal de Cristo,
deu-lhes seu respectivo galardão ou seu castigo, e disse: e os que não queriam
que eu reinasse decapite diante de mim (Lc. 19:11-27); ou seja que ficaram sem
cabeça os que queriam ser cabeça em lugar da única Cabeça legítima; a única
Cabeça legítima é o Senhor Jesus. Ele se sentou à mão direita e a história está
expondo a soberba do homem; pessoas que pretendem ser cabeça; aí o último vai
ser o anticristo, que vai ser o mais soberbo, e Deus está expondo para então
derrubá-lo; exatamente, derrubá-lo e até a morte, até o último inimigo. O que
está fazendo o Senhor à mão direita do Pai? Expondo e derrubando; sobe um
império e cai, sobe outro império e cai; todos falando contra Cristo,
apresentando outras idéias, apresentando outras propostas, e Deus lhes dá
permissão por um tempo, e sobem e caem; sobem e caem; todos os reinos vão
caindo. Sobe Babilônia, cai; sobe Média e Pérsia, cai; sobe a Grécia, cai; sobe
Roma, cai; sobe este mundo atual e cai; sobe a outra besta fazendo cair fogo do
céu sobre a terra e mandando às pessoas fazerem uma marca e também cai; sobe o
anticristo e também cai. O diabo tem permissão depois dos mil anos de reunir as
pessoas, e cai; todos caem. Então vem a ressurreição, primeiro a dos justos,
logo a de todos para ser julgados, e também todos caem; ou seja, Ele era o
único digno de levar a cumprimento o propósito de Deus, a economia divina.
Continua dizendo: “venceu”; não foi um presente, não, “venceu”; foi uma luta,
foi uma prova para abrir o livro; o que Deus queria por fim o obteve com
alguém, com seu próprio Filho, e agora pela graça de seu Filho Ele introduz
nessa graça aos que a recebam, deu-lhes poder também de serem feitos filhos de
Deus e entrar na prova do reino para reinar com Cristo.
“6 E olhei, e vi que no meio do trono (no meio do trono) e
dos quatro seres viventes e em meio dos anciãos, estava em pé um Cordeiro como
imolado, (a palavra no original grego, dá a idéia de ser recém imolado, porque
aqui Ele acabava de morrer, ressuscitar e ascender, e por isso não era somente
como imolado, a não ser recém imolado) que tinha sete chifres, e sete olhos, os
quais são os sete espíritos de Deus enviados por toda a terra”. Interessante
que aqui é o Cordeiro que foi imolado o que aparece com a plenitude do poder;
os sete chifres representam na Bíblia o poder. No mundo aparece a besta com dez
chifres; Alexandre Magno como um chifre que se quebrou e saíram outros quatro
chifres; os chifres significam autoridade, significam o poder; mas aquele a
quem Deus lhe dá a plenitude do poder, ou seja, que tem sete chifres, é o
Cordeiro.
Diz: porque lhe deu potestade sobre toda carne para que dê
vida eterna aos que lhe deu.
Cristo tem todo poder. Toda potestade me é dada no céu e na
terra: sete chifres. Também seu reino, que está representado pela Igreja,
apareceu em sete períodos representados em sete candeeiros, porque a igreja por
agora é o âmbito do reino de Deus, do reino dos céus; por agora é a Igreja. Daí
que apareça o Cordeiro com sete chifres. “E sete olhos, os quais são os sete espíritos
de Deus enviados por toda a terra”. Interessante que quando pela primeira vez
aparecem estes sete olhos são designados como os olhos de Jeová.
Leiamo-lo em Zacarias 4:10: “Os que menosprezaram o dia das
pequenas coisas se alegrarão, e verão o prumo na mão de Zorobabel. Estes sete
(porque recordem que foi mostrado um candeeiro com sete lâmpadas resumindo a
obra do Senhor) são os olhos de Jeová, que percorrem toda a terra”. Recordem
que no capítulo 3 tinha aparecido no versículo 9: “Eis aqui aquela pedra que
pus diante de Josué"; essa era uma figura, Josué sumo sacerdote, uma pedra
que ia ser esculpida, assim como a Igreja vai ser edificada e está diante de
Cristo; Ele é o Sumo Sacerdote real. O verdadeiro Josué é Cristo que edificará
a Igreja tipificada por esta pedra a ser esculpida diante de Josué. “9 Aquela
pedra que pus diante de Josué; sobre esta única pedra há sete olhos; eis aqui
eu gravarei sua escultura”. Deus está olhando o objetivo de Deus, que é
esculpir essa pedra. Deus tem um objetivo e toda sua atenção está centrada no
objetivo de esculpir essa pedra, que é edificar a casa de Deus, o corpo de
Cristo; “e tirarei o pecado da terra em um dia”. Quando a igreja for edificada,
então o pecado será tirado da terra em um dia, que para o Senhor é como mil
anos; no milênio será tirado o pecado da terra. “10 Naquele dia, diz Jeová dos
exércitos, (esse dia é o milênio) cada um de vós convidará a seu companheiro,
debaixo de sua videira e debaixo de sua figueira”.
Estes sete olhos que aparecem aqui como de Jeová, aqui em
Apocalipse aparecem no Cordeiro; como quem diz: o Cordeiro é o veículo e a
representação exata que não fica em nada pequeno ao próprio Deus. Jeová que é o
que realiza sua obra, é o que tem os sete olhos, é o que vê tudo, é o que entende
tudo, é o que está concentrado no que está fazendo, em seu propósito, e agora
aparece isso mesmo, mas no Cordeiro; o Cordeiro é o agente que representa
perfeitamente a Deus, que entende; por isso é o Superintendente universal; sete
olhos; e diz aqui que esses sete olhos são os sete espíritos de Deus enviados
por toda a terra; quer dizer, Deus vê, mas não somente para entender, a não ser
para dirigir, para infundir; às vezes com um só olhar entendemos o que terá que
fazer; os olhos não são somente para olhar, são para que entendamos o que temos
que fazer. Esses olhos são espíritos enviados por toda a terra, o Espírito de
Deus em sete, para realizar o propósito divino.
RECONHECIMENTO, EXALTAÇÃO E ADORAÇÃO AO CORDEIRO
Apocalipse 5:7: “E veio, (como dizia ali em Daniel, que
fizeram-lhe aproximar-se diante Dele, como quem diz: passa, é você o que merece
fazer isto) e tomou o livro da mão direita do que estava sentado no trono”.
Agora sim os céus e a terra saberão para que existe o universo, o que era que
Deus queria e como vai levar isto por meio deste Ungido, este Cristo, o único
Cristo, seu Filho, o Cordeiro recém imolado, mas ressuscitado, ascendido e
glorificado. “E tomou o livro da mão direita do que estava sentado no trono. 8 Logo que tomou o
livro, os quatro seres viventes (os que representam a criação) e os
vinte e quatro anciãos (aquele sacerdócio angélico) prostraram-se diante do
Cordeiro”. Até aqui durante todo o tempo de sua existência imemorial na
cronologia celestial, eles se tinham prostrado diante de Deus, que é, que era e
que há de vir. Como que diante de um homem? Mas aqui pela primeira vez se
prostram diante de um homem; já Deus o tinha adiantado quando na visão da
glória de Deus apareceu um como semelhante ao Filho do Homem, sentado em um
trono como de safira sobre os querubins.
Aqui aparece este Homem. “8 Logo que tomou o livro, (não
foi coisa pequena tomar o livro; isto é algo muito grande) os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos
prostraram-se diante do Cordeiro, tendo cada um deles uma harpa e taças de ouro
cheias de incenso, que são as orações dos santos”. Vêem aqui todas as
súplicas dos Santos pedindo do Senhor sua graça, pedindo ao Senhor sua ajuda,
que o Senhor os conduza a ser vencedores, que os conduza a poder cooperar com o
Senhor; agora tudo isso tem sentido; sem o Cordeiro todas as súplicas ficavam
sem resposta, mas agora estes anciãos que são anjos ministradores apresentam
essas taças de ouro cheias de incenso. Assim como tomamos um tempo para ver a
Arca do Pacto, outro tempo para a mesa dos pães da proposição, outro tempo para
o candeeiro, precisamos tomar um tempo para o altar de ouro e o incensário;
possivelmente em um acampamento se Deus permitir. Mas aqui aparecem, irmãos, as
orações como incenso.
Vocês sabem que o incenso está composto de várias coisas: de
incenso mesmo que é à parte, mas ao incenso puro era acrescentado estoraque,
que é uma espécie de mirra; unha aromática, que é uma espécie de casca de ovo
de um animal; também gálbano, que é uma resina, e todas não é que cheirem muito
bem, não cheiram muito bem, cheiram a morte, representam a morte de Cristo em
nossas orações; esses elementos que acrescentam ao incenso são elementos
sagrados. Nenhuma oração vem como incenso sozinho; o incenso traz as espécies; ou
seja, unidos em Cristo é que nós vamos à presença de Deus. Esses três
elementos: estoraque, unha aromática e gálbano que são as espécies que se põem
ao incenso, representam os três distintos aspectos da morte de Cristo; mas o
incenso representa a ressurreição de Cristo, e é porque Ele morreu e
ressuscitou que em seu nome podemos nos apresentar na presença de Deus e
receber de Deus resposta. Graças a Deus que o que Deus queria também foi pedido
pelos Santos e também foi pedido no nome único em que se podiam responder as
orações. “ tendo cada um deles uma harpa e taças de ouro cheias
de incenso, que são as orações dos santos. 9 E cantavam um cântico novo”;
este é novo; até aqui eles não tinham cantado isto; até aqui sabiam que Deus os
tinha criado, mas não sabiam o que tinha começado com esses homens perversos;
mas derrepente eles venceram, o único, o Cordeiro que os redimiu, e agora eles
se prostram ante o Cordeiro e cantam um cântico novo no céu; no céu se ouve um
cântico novo, um cântico de redenção; agora Deus é louvado e o Cordeiro pela
redenção. “ Digno
és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto”. Aí está,
sobre a base de seu sacrifício até a morte, porque se humilhou ao máximo, Deus
também o exaltou ao máximo e lhe deu um nome que é sobre todo nome para que no
nome de Jesus, o Senhor, se dobre todo joelho nos céus, na terra e debaixo da
terra; e aqui tudo isto se inicia; já João o vê culminado depois uns versos
mais adiante. “Digno é de tomar o livro e de abrir seus selos; porque você foi
imolado, e com seu sangue os redimiste para Deus”. Agora Deus pode ter o que
queria. Quando disse: Façamos ao homem, um homem corporativo, a nossa imagem,
que o leve a Ele, a nossa semelhança, e que reine, que assenhoreie, um rei;
agora é possível graças ao Cordeiro. “Redimiste-os para Deus, (não só redimidos
para salvar do inferno, mas também para Deus, para que vivam, já não vivam para
si, a não ser para aquele que morreu e ressuscitou por eles; que os sujeita ao
Pai) de toda linhagem (graças a Deus, toda linhagem; Deus não exclui a ninguém,
sempre haverá um remanescente, até nos povos mais terríveis) e língua e povo e
etnia; (a palavra “nação”, aqui é “etnia) 10 e os tem feito para nosso
Deus...”; já é considerado como um fato, “reino e sacerdotes”.
Por isso Jesus disse na cruz: “está consumado”; para Deus
não há mais necessidade de esperar que as coisas que já foram feitas no
espiritual, se concretizem no natural. “10 E os tem feito para nosso Deus,
reino (a palavra aqui não é “reis” em plural, mas “reino”, porque todos os reis
juntos formam um reino) e sacerdotes, e reinarão sobre a terra”. Por fim, o que
Deus havia dito: “Façamos ao homem a nossa imagem, conforme a nossa semelhança;
e assenhoreie nos peixes do mar, nas aves dos céus, nas bestas, em toda a
terra, e em todo animal que se arrasta sobre a terra”, ao fim, “reinarão sobre
a terra. 11 E olhei, e ouvi (o que vimos e ouvimos) a voz de muitos anjos ao
redor do trono, e dos seres viventes, e dos anciãos; e seu número era miríades
de miríades e quilíades de quilíades, 12 que diziam em grande voz: O Cordeiro
que foi imolado...”.
Que precioso! Todo o céu reconhecendo; o reconhecimento
começa no céu, mas termina também na terra. Pai, que se faça sua vontade aqui
na terra como se faz no céu (MT. 6:10).
Aqui começa no céu; até aqui só o céu, muitos anjos,
seres viventes, anciãos, “miríades de miríades, quilíades de quilíades, 12 que
diziam em grande voz: o Cordeiro que foi imolado é digno (isso é o que se
perguntou, quem é digno?) de tomar o poder, (outros têm o poder, o diabo o
roubou, desonraram ao Pai, mas agora há alguém que tomará; é digno de tomar;
então o que é o que vai fazer o Cordeiro quando começa a abrir os selos? Em
cada selo que abre acontece uma coisa; isso que acontece quando abre os selos,
é a maneira Dele tomar o poder) as riquezas, a sabedoria, a fortaleza, a honra,
a glória e o louvor”.
Tudo isso começou no céu, mas agora João viu o efeito porque
João está nos lugares celestiais, não está no tempo da cronologia natural, a não
ser na cronologia celestial. Primeiro viu os seres celestiais, mas agora ele
também viu a terminação de tudo isto, porque isto se desenvolve por etapas,
isto já foi conseguido aqui, e as etapas culminarão nisto que foi conseguido.
“13 Ouvi também a toda criatura (já não
somente os anjos) que está no céu, e na terra, e
debaixo da terra, e no mar, e a todas as coisas que neles há, dizerem
(João viu o cumprimento, o que poderíamos dizer na linguagem dos profetas e de
Pedro pregando em Atos, a restauração de todas as coisas, a todos, todas as
coisas que há nestas coisas criadas) Ao que está assentado no trono, e ao
Cordeiro, (ao Pai e ao Filho junto) seja o
louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos (os
eons dos eones). 14 Os quatro seres viventes (aqueles que tinham adorado
primeiro e ouviram logo às criaturas, a todas as criaturas na restauração de
todas as coisas, adorar ao Senhor) diziam: Amém; (eles concordaram) e os vinte
e quatro anciãos se prostraram sobre seus rostos e adoraram ao que vive pelos
séculos dos séculos.” João estava vendo o que Ele merece; até debaixo da terra
se confessará Seu nome, como o diz Filipenses 2: “10 Para que no nome do Jesus
se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra; 11
e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor”.
Irmãos, o 5 é um capítulo da apoteose do Cordeiro. A única
apoteose legítima, a única que é digna de permanecer eternamente; toda apoteose
dos homens ou dos demônios está destinada a ser decapitada, a ser destruída;
até que tenha suprimido toda autoridade, potência, todo outro nome que se
nomeia e estabelecer o único nome. Que todos honrem ao Filho como honram ao
Pai, porque o Pai ama ao Filho e lhe mostra todas as coisas que faz. Só Ele
sabia isso, o Pai assim que Deus, mas o Cordeiro venceu como homem; como Deus
Ele sabia tudo, mas como homem Ele cresceu, aprendeu e foi digno, e lhe revelou
a maneira como submeter todas as coisas. Agora o Cordeiro está à mão direita do
Pai; tudo o que está acontecendo é o desenvolvimento destes selos que vamos
ver, mediante Deus, na próxima ocasião; é a história. A história está resumida
nestes selos; a história, seus princípios básicos, da ascensão de Cristo está
resumida. Se os historiadores estudassem quais são os princípios da história?
Há grandes historiadores como Arnold Toynbé, um famoso historiador que escreveu
como sete volumes de estudos sobre a história, tratando de descobrir quais eram
as leis da história pelas quais se desenvolviam, cresciam e caíam as civilizações;
tratando de estudar a história e descobrir o fio condutor; isso não o puderam
fazer os historiadores, mas neste livro dos selos aparecem os princípios que
dirigem a história, quem é o que governa a história e para onde vai a história;
a submeter-se ao Filho, para que o Filho submeta ao Pai todas as coisas; essas
são as forças que se movem na história e cujos princípios aparecem aqui nestes
cavalos quanto à história deste mundo e no que acontece ao outro lado depois. Mediante
Deus depois vamos nos deter mais nisto, mas isto é já a continuação e o mesmo
marco da ascensão de Cristo, do reino de Cristo, do governo de Cristo sobre a
história, do sentido da história à luz do trono do Filho de Deus. Vamos orar
irmãos, agradecer ao Senhor que possamos entender a história de maneira cristã
à luz do trono de Deus e do Cordeiro?