A TESTEMUNHA FIEL, REINO E SACERDOTES
Extraído do blog Aproximação ao Apocalipse.
“4 João, às sete
igrejas que estão na Ásia: Graça e paz a vós, da parte do que é, e que era, e
que há de vir, e dos sete espíritos que estão diante de seu trono; 5 e de Jesus
Cristo a testemunha fiel, o primogênito dos mortos, e o soberano dos reis da
terra.
Ao que nos amou, e
nos lavou de nossos pecados com seu sangue, 6 e nos fez reis e sacerdotes para
Deus, seu Pai; a ele seja glória e império pelos séculos dos séculos. amém. 7
Eis que vem com as nuvens, e todo olho lhe verá, e os que lhe transpassaram; e
todas as tribos da terra farão lamentação por ele. Sim, amém. 8 Eu sou o Alfa e Ômega, diz o Senhor Deus, aquele
que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso” (Apocalipse 1:4-8).
SAUDAÇÃO
DA TRINDADE
Vamos ao Livro do
Apocalipse, no primeiro capítulo; estamos somente na introdução. No primeiro
capítulo vimos a respeito da alta crítica, a respeito deste livro do
Apocalipse, vendo como seu autor foi efetivamente o apóstolo João. No segundo
capítulo vimos o relativo à baixa crítica, a transmissão do texto desde os
primeiros séculos, os manuscritos que nos trazem o texto do Apocalipse, o que é
muito necessário, porque através da consideração dos manuscritos mais antigos
têm acesso ao texto mais puro e podemos avaliar as diferentes versões e
traduções que existem.
aconselho aos irmãos
que estejamos abertos a considerar várias traduções, e no que for possível, ir
aos idiomas originais, especialmente os documentos mais antigos. No terceiro
capítulo vimos o relativo à hermenêutica deste livro; como deve ser encarado
este livro que é uma profecia. No quarto capítulo vimos o relativo ao título do
livro; e no quinto capítulo, na vez passada, começamos com a saudação do livro.
Hoje vamos continuar com a saudação; o tema de hoje é a continuação da
saudação. A saudação está no capítulo 1 do verso 4 ao verso 8. Na vez
passada estivemos vendo os textos gregos para que pudéssemos ver esta saudação
da maneira mais pura, como nos é conservada pelos textos antigos, e nos
detivemos depois de ver o aspecto textual na exegese do versículo 4; mas a
saudação vai do 4 até o 8.
Então devemos agora
nos centrar um pouco na exegese do versículo 5 em diante, porque no verso 4 João
faz a saudação da maneira como os apóstolos faziam as saudações: a graça e a
paz de Deus. Paulo dizia: de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo; e João
diz: “4 Graça e paz a vós, da parte daquele que é e que era e que há de vir
(que é o Pai), e dos sete espíritos diante de seu trono; 5 e de Jesus Cristo a
testemunha fiel, o primogênito dos mortos, e o soberano dos reis da terra”.
Vamos primeiro a nos deter ali, no ponto; vou parar porque ali começa uma
exultação, exaltação também ao Senhor; mas no ponto termina a parte da saudação
da parte do Pai, do Filho e do Espírito Santo, mas nesta ordem como João o
apresenta: o Pai, o Espírito e o Filho. “De Jesus Cristo a testemunha fiel”; a
graça e a paz de Deus são também de Jesus Cristo; nada nos vem do Pai senão
pelo Filho; e até o que nos vem do Espírito Santo é no nome do Filho; é por
meio do Filho que Deus e o homem se unem, encontram-se; na pessoa do Filho
temos o Filho de Deus como que Verbo divino e o Filho do Homem porque se fez
homem e assumiu natureza humana.
Agora aparece chamado aqui como a testemunha
fiel. Que precioso! Esta testemunha é testemunha de Deus, testemunha do Pai; como
é formosa essa expressão “testemunha fiel”; ou seja que em Jesus Cristo, o
Filho de Deus, podemos conhecer Deus o Pai sem distorção, sem equívoco.
QUE
IMAGEM DE DEUS APRESENTAMOS?
Muitos seres humanos te
falado de Deus e falamos de Deus; eu também estou aqui falando de Deus; muitos
de nós, seres humanos, conversamos e apresentamos coisas a respeito de Deus. Se
vocês recordarem, por exemplo, o livro de Jó, no livro de Jó, Jó conversa com
seus amigos; e depois essa conversação se volta mais ou menos a uma discussão,
e o tema é Deus; Jó fala de Deus, os amigos falam de Deus, e Deus escuta o que
eles falam Dele mesmo; às vezes, se a gente não puser atenção ao último
capítulo, quando Deus mesmo dá sua avaliação das conversações deles,
pensaríamos que sua doutrina é muito boa; às vezes nós poderíamos até emoldurar
um dos versículos da dissertação de Bildade suíta ou do Elifaz temanita ou de
Zofar naamatita, ou de Eliú; mas fixem-se no que Deus, depois de que lhes
deixou falar trinta e tantos capítulos e ele guardava silêncio, ao fim falou o
próprio Deus; e quando falou Deus mesmo aí se calaram todos; aí Jó deixou de
responder argumentos e se prostrou e disse: Eu falava o que não entendia,
coisas muito maravilhosas para mim que eu não compreendia; portanto me aborreço
em pó e cinza; eu te perguntarei e Tu me ensinarás. Mas logo vêm as palavras
que diz Deus aos amigos de Jó, os que estavam defendendo a Deus.
Deus lhes diz:
Vós não falastes de mim o reto como meu servo Jó, portanto peçam a ele que ore
por vocês para que eu não os trate afrontosamente; como quem diz: para que não
lhes corrija pelo que falastes mal de mim; me interpretastes mal diante de Jó; vocês
apresentaram uma imagem minha que não é; ou seja que eles, embora trataram de
defender a Deus, não foram testemunhas fiéis de Deus, e isso que suas palavras
estão registradas na Bíblia. A quem Deus considerou que falou bem? À Jó;
dele considerou Deus que falou bem; mas, o que foi o que ele falou? depois de
ter falado muitas coisas disse: Eu falava o que não entendia; ou seja,
reconheceu que o que falava, falava sem entendimento e que se arrependia, e que
se aborrecia; isso foi o que Deus considerou correto, deixar que seja Deus o
que responde, não ficar alguém a tratar de ponderar e a dar definições finais
de Deus.
Nós, às vezes, que
ensinamos a respeito de Deus, não apresentamos uma imagem correta. Quando
o diabo disse a Eva: É assim que Deus disse: não comam de toda árvore do
Jardim? a primeira coisa que quis fazer foi apresentar uma idéia falsa de Deus,
distorcer a Deus, lhe atribuir despropósitos às intenções de Deus.
Então, a partir da
queda, Deus ficou desconhecido do homem; os homens ficaram abandonados a seus
próprios sentidos por um tempo; não abandonados da parte de Deus, mas sim Deus,
para mostrar a necessidade de Sua revelação permitiu aos homens, como diz Paulo
aos atenienses, segundo Lucas em Atos 17, diz-lhes que apalpassem, a ver se
apalpando podiam conhecer um pouco de Deus, mas que na sabedoria de Deus, o
homem não conheceu Deus mediante a sabedoria; então foi necessária a pregação
do evangelho; ou seja, o mais distorcido é Deus, não Ele em si mesmo, a não ser
a imagem Dele que é a que nós mesmos representamos equivocadamente,
desequilibradamente; mas fixem-se em que precioso o que se pode dizer do Senhor
Jesus, que Ele sim é a testemunha fiel de Deus.
SÓ O SENHOR JESUS DÁ A CONHECER O PAI
Jesus diz: farão isto,
inclusive perseguindo os que são de Deus, porque não conhecem o Pai nem a
mim. Fazem coisas, diz que para defender a Deus, que Deus aborrece. Chega
a hora em que qualquer que vos mate, disse Jesus, pensará que rende serviço a
Deus. Quantos dos torturadores da época da inquisição que estavam aplicando
torturas terríveis a muitos que não eram seguidores do Papa ou não eram
marianistas, pensavam estar prestando um serviço a Deus; mas Deus não é assim.
Jesus disse: “Se me conhecessem, também a meu Pai conheceriam; e a partir de
agora vocês o conhecem e lhe viram” (João 14:7); ou seja, que o Pai é conhecido
através do Filho, para que não tenhamos uma visão desequilibrada, vendo algum
aspecto e negando outro, ou ignorando outro; quem realmente nos revela o
caráter de Deus, como é Deus, em Sua misericórdia e ao mesmo tempo em Sua
justiça, em Sua santidade, também em Sua vida e entretanto também Sua
paciência, etc., é o Senhor Jesus; é pelo Senhor Jesus, e só por Ele, que se
pode conhecer a Deus. Por isso Jesus disse: que quem não honra ao Filho, não
honra ao Pai; e também está escrito que o que não recebe ao Filho, não recebe
ao Pai e o que não tem o Filho não tem ao Pai.
Muitas pessoas
aceitam a existência de um Deus; hoje na oração se mencionou, por exemplo, aos
muçulmanos; mas a imagem que têm os muçulmanos de Deus, não é uma imagem fiel;
alguns são capazes de se colocar bombas e ir usar em um terrorismo porque
pensam que vão a um paraíso onde vão ter virgens que os sirvam; estão enganados
porque não receberam ao Filho; quem não recebe ao Filho não recebe tampouco ao
Pai, o Pai só é conhecido pelo Filho.
Então esta expressão
aqui: “Jesus Cristo a testemunha fiel”, é muito importante, por meio de Jesus
conhecemos ao Pai. “Pai, dei-lhes a conhecer seu nome e o darei a conhecer
ainda”; ou seja, continuarei dando a conhecer; a Deus só conhecemos por meio de
Jesus.
Jesus é uma
testemunha fiel. Essa palavra, “testemunha fiel”, pode-se contrastar com
outra palavra terrível que é: “falsa testemunha”. Uma testemunha fiel é o
que dá o testemunho de Deus como é, sem lhe acrescentar e sem lhe tirar; uma
falsa testemunha é o que mente a respeito do que viu; uma pessoa que fala de
Deus sem falar de Cristo e não em Cristo, é uma falsa Testemunha. Isto é
delicado; o Senhor quer que sejamos suas testemunhas e para poder ser suas
testemunhas temos que conhecer a Ele e procurar depender Dele e estar Nele; de
outra maneira não encontraremos a Deus. Jesus é a testemunha fiel; muito
preciosa essa palavra e muito profunda. O Pai pode dizer: “Este é meu Filho
amado, em quem tenho complacência; a ele ouçam” (Mateus 17:5); como quem diz, e
como Ele o disse: toda alma que não ouvir a esse profeta...
Claro que esse
profeta era o próprio Filho de Deus, o Verbo divino feito homem, mas a profecia
dizia que esse Filho de Deus feito homem seria também, entre outras coisas, um
profeta como Moisés.
“Profeta como eu,
levantará o Senhor”, disse Moisés; então disse Deus: toda alma que não ouvir
aquele profeta, será desarraigada do povo; ou seja, o testemunho fidedigno de
Deus, só podemos receber por seu Filho Jesus Cristo, a testemunha fiel.
A TESTEMUNHA FIEL
Outra coisa
importante que se diz do Senhor Jesus aqui e que se diz a seguir, vocês se dão
conta de que aqui há uma seqüência; primeiro diz: a testemunha fiel; então,
claro, como demonstrou Deus que o testemunho de Jesus foi fiel? Ressuscitando-o
dos mortos; essa foi a maneira de dizer: o que Ele dizia, sim, era
verdadeiro. Maomé está podre ainda, Buda está ainda podre, irmãos; até os
apóstolos estão ainda podres; mas claro, aos apóstolos ressuscitará o Senhor na
primeira ressurreição, mas por estarem em Cristo Jesus; mas Deus demonstrou
quem é o Senhor Jesus ressuscitando-o dos mortos. A seqüência diz primeiro: a
testemunha fiel; então como conseqüência disso: primogênito; graças a Deus que
não é o único, mas o primeiro, porque Ele conduziu a muitos em Seu testemunho;
“primogênito dos mortos”, então ressuscitado, glorificado, sentado à destra do
Pai. A seguinte conseqüência é: “soberano dos reis da terra”. Fixem-se na
ordem: primeiro “testemunha fiel”; isso foi da encarnação e Seu viver humano e
Sua morte, porque foi testemunha até a morte, porque a palavra “testemunha” no
idioma grego é “mártir”; ou seja que para Deus “testemunha” e “mártir”, é a
mesma coisa; ou seja, quem não estiver disposto a pôr sua vida até à morte pela
honra de Deus, não é uma verdadeira testemunha; por isso a palavra testemunha e
mártir para Deus é a mesma palavra; no grego é a mesma palavra; onde diz: o
mártir fiel, é a testemunha fiel.
PRIMOGÊNITO DOS MORTOS
Agora sim vem “o
primogênito dos mortos”. Preciosa esta palavra; isto quer dizer: o primeiro que
ressuscitou da morte em incorrupção para nunca mais morrer. Certamente que
antes do Senhor Jesus houve outras pessoas que ressuscitaram dos mortos, mas
ainda em um corpo adâmico, ainda em um corpo corruptível que voltaria a morrer.
As pessoas que Elias ou Eliseu ressuscitaram, não é verdade? Inclusive aqueles
que o Senhor Jesus ressuscitou aqui na
terra, voltaram a morrer, mas o Senhor Jesus foi o primeiro em ressuscitar em
incorrupção para nunca mais morrer e por isso ele é o primogênito. Mas que
precioso que diga que é primogênito! Isso implica que não é o único; por isso
diz: “primogênito dos mortos”; ou seja, que graças a Ele, e sendo Ele nosso
precursor, haverá outros que por meio Dele e por estarem nele ressuscitarão com
Ele, amém? E por isso se chama “primogênito dos mortos”; como João resume
nestas três palavras a identidade do Senhor Jesus: “testemunha fiel”, aí está,
Deus encarnado, Deus sendo conhecido através de humanidade e então, tendo
morrido, ressuscitado dos mortos e feito Senhor, autoridade total nos céus e na
terra, sendo o soberano dos reis da terra, Senhor de senhores e Rei dos
reis. Ele tem agora toda potestade; pode ser que alguns e muitos reis da
terra não saibam que Ele é seu soberano; muitos não sabem que Ele é Senhor e
que vão dar lhes prestar conta da oportunidade que Ele lhes deu; Ele é o que os
põe e Ele é o que os tira e tudo Ele faz para levar adiante Seu propósito.
Sempre devemos ver a mão de Deus detrás de todos os acontecimentos, porque nada
escapa da mão de Deus; Ele é o primogênito dos mortos, o primeiro ressuscitado
para nunca mais morrer e o soberano dos reis da terra.
Isto nos recorda
aquele Salmo 2, precioso Salmo onde o Pai diz ao Filho: Filho, “8 pede-me, e eu
te darei por herança as nações”; e logo diz aos reis: Reis, “12 honrai ao
Filho, para que não se zangue, e pereçam no caminho”; ou seja que o Senhor
Jesus tem toda potestade nos céus e na terra. Que coisa importante de João!
Imaginem uma coisa:
eles estavam nada menos que no tempo de Domiciano, que foi considerado como um
segundo Nero, ou um Nero revivido ou ressurgido como se diz; e estavam
morrendo, e Domiciano estava mandando ao povo que adorasse o imperador e oferecesse
incenso à sua estátua, como figura do que tem que acontecer com a imagem da
besta nos tempos do fim; e nesse tempo, que tudo parecia tão difícil, João diz:
“soberano dos reis da terra”. Irmãos, isto devemos levar em conta nos tempos
piores, estando acontecendo o pior, devemos recordar que Ele é o soberano dos
reis da terra, Ele tem absoluto domínio; Não permite sequer um milímetro a mais
a Satanás do que o permite. Quando Lhe disse: Não tocará a vida de Jó,
Satanás não pôde fazer nada. Satanás fez muitas coisas muito poderosas,
mas não pôde tocar a vida de Jó. Depois sim lhe disse: Tocará sua pele, mas até
a pele, não sua vida; ou seja que o diabo não pode escapar um centímetro; há um
soberano absoluto que está sempre no trono. Então, irmãos, não importa o
que estejamos vendo no mundo, o Senhor é soberano dos reis da terra, e eles
darão conta ao Senhor.
FEZ-NOS REINO E SACERDOTES
Depois vem o ponto, e
depois de mencioná-lo, ao invés de falar, porque ele vai começar a contar as
coisas que aconteceram com ele, do versículo 9, no verso 9 diz: “Eu João, seu
irmão, e co-participante”; mas antes de começar a contar ele acaba de mencionar
ao Pai, ao Espírito e ao Filho; então tem que glorificar; por isso diz: “Ao que
nos amou, e nos livrou”, já na vez passada fizemos a comparação textual entre
as traduções e vimos que a palavra “livrou” é um pouco mais próxima ao original
que “lavou”; ou seja, lavou está incluído em “livrou”, mas livrou é mais que
lavar. “5 Ao que nos amou, e nos livrou de nossos pecados com seu sangue, 6 e
nos fez reino e sacerdotes para Deus, seu Pai; a ele seja glória e império
pelos séculos dos séculos. Amém”. Irmãos, com esta exultação de João, realmente
estamos vendo que este livro é o Apocalipse; o Apocalipse é o final, é a consumação,
e aqui da maneira como João exalta ao Senhor, está apresentando ao Senhor de
uma maneira global e de uma maneira completa. Primeiro disse: Ele é a
testemunha fiel, o primogênito dos mortos, o soberano dos reis da terra; aí
está uma cristologia resumida onde está tudo o que é Jesus Cristo quanto à Sua
pessoa; mas agora deve resumir Sua obra, “amou-nos, e nos livrou de nossos
pecados com seu sangue e nos fez reino (diz o original) e sacerdotes para o
Deus seu Pai”; então fixem-se nessas poucas palavras; assim como antes tinha
sintetizado a pessoa excelsa do Senhor, agora sintetiza a obra do Senhor desde
o começo até o fim; porque olhem o que diz: “amou-nos”; ou seja, da eternidade,
“com amor eterno te amei”, aí esta a eternidade, “amou-nos”.
Por amor foi que se
despojou, encarnou, viveu, foi provado, morreu, ressuscitou, ascendeu,
intercede, reina, envia ao Espírito, controla tudo; amém? Tudo isso é por amor;
e diz: “e nos livrou de nossos pecados com seu sangue”. A palavra “livrou”, que
é uma palavra mais ajustada ao original grego, a diferença está só em uma ou
menos; pronunciam-se igual, mas não se escreve igual ou; então soa “livrou”; esta palavra é mais
profunda que a outra, porque lavar é perdoar, mas não livrar; uma pessoa pode
ser uma vez perdoada e outra vez perdoada, e outra vez perdoada, mas seguir
fazendo o mesmo, porque não foi livrada, só perdoada ou lavada; mas ser livrado
é mais profundo que ser lavado, porque ser livrado implica ter sido lavado,
perdoado, mas ter sido ajudado para que já não seja mais o pecador que era; ou
seja, ser tirado dos pecados é mais profundo que ser lavado. Ser lavado sim é
ser limpo do pecado, da mancha do pecado, mas ser livrado é mais profundo.
Por exemplo, na
epístola aos Romanos, nota-se muito essa diferença. Em Romanos, capítulo 4 por
exemplo, vocês vêem que Paulo já vai um pouco mais profundo. Em 4:7, ele diz:
“7Bem-aventurados aqueles cujas iniqüidades são perdoadas, e cujos pecados são
cobertos. 8 Bem-aventurado o varão a quem o Senhor não culpa de pecado”. Isto
aqui está se referindo ao perdão dos pecados ou ao lavar; mas logo você pode
ver um pouquinho mais adiante, já não no capítulo 4, a não ser no capítulo 6,
verso 17: “17 Mas graças a Deus, que embora fosseis escravos do pecado,
obedecestes de coração àquela forma de doutrina a qual foram entregues; 18 e
libertados do pecado, viestes a ser servos da justiça”. Aqui não usa a
palavra “perdoado”, a não ser “libertados do pecado, viestes a ser servos da
justiça”; agora as pessoas praticam a justiça e não praticam mais o pecado;
pelo menos, praticam-no menos que quando tinham sido perdoados e libertados.
Então, irmãos, o
Senhor Jesus é o que constitui sacerdotes a Seu povo como vai dizer aqui a
seguir: “por meio de Sua obra na cruz”. João está sintetizando aqui o que com
muitas palavras no Antigo Testamento estava tipificado. Vocês vêem que
aqui em Apocalipse 1:5 diz: “amou-nos”, então a conseqüência, lavou-nos, mas o
original mais exato é “livrou de nossos pecados com seu sangue, e nos fez...”
aqui diz a palavra “reis”, mas o original grego diz “reino”; “e nos fez reino e
sacerdotes para Deus, seu Pai”; então como nos amou da eternidade, fez o que
fez e logo o fez em nós, “livrou-nos”; e o que mais fez quando nos livrou?
“fez-nos reino”; por isso aqui está mostrando tudo desde o começo, na
eternidade passada até a eternidade futura. João, aqui estão todo os
terminais da Bíblia; estas expressões que aparecem aqui em João, são as que Deus
introduziu.
UM REINO DE SACERDOTES
Vamos a Êxodo 19,
quando pela primeira vez, de maneira explícita, porque já se via o sacerdócio tipologicamente
na criação do homem, mas em forma tipológica, mas de maneira explícita aparece
em Êxodo 19. Vejam como Apocalipse, ali onde lemos, é como um terminal
conectado com esta passagem para cá. Êxodo 19 diz o seguinte; vamos ler do
versículo 4: “Vós”, está falando Deus a todo o povo de Israel; ouçam, nesta
passagem, notem bem, não fala só com os levita, nem só aos sacerdotes de Arão;
fala com o povo inteiro Dele: “4 Vós outros viram o que fiz aos egípcios, e
como tomei sobre asas de águias, e vos trouxe para mim.” Notem, é quase o
mesmo: que nos amou, Ele foi o Cordeiro da páscoa, livrou-nos de nossos
pecados, traz-nos para Ele, para ser o que? “Trouxe-lhes para mim. 5 Agora, pois,
se deres ouvido à minha voz, e guardarem meu pacto, vós sereis meu especial
tesouro sobre todos os povos; porque minha é toda a terra. 6 E vós me sereis um
reino de sacerdotes, e povo Santo”. Por isso era que o apóstolo Pedro dizia
também: “Vós sois linhagem escolhida, real sacerdócio, nação Santa, povo
adquirido Por Deus, para que anuncieis as virtudes daquele que lhes chamou das
trevas a sua luz admirável” (1 Pedro 2:9); ou seja, que desde o começo, o
objetivo da redenção é um reino de sacerdotes; não é somente ser perdoados, não
é somente não ir ao inferno. O Senhor nos perdoa, livra-nos e nos
constitui sacerdotes, e esses sacerdotes juntos formamos um reino.
Um reino é toda uma
economia divina administrada por Deus, por Cristo o ungido e seus Co-reis,
co-herdeiros com Ele, que reinarão junto com Ele, se junto com Ele padecerem;
porque este assunto do reino está relacionado com o sofrimento, com Cristo.
Aqui João está sintetizando de eternidade a eternidade; amou-nos, livrou-nos de
nossos pecados com Seu sangue, e nos fez um reino. A palavra mais exata é um
reino; na vez passada mencionamos rapidamente esse detalhe. Ser reis é ainda
muito individual; é que a palavra reino e reis é muito parecida, só se
diferenciam em umas letras finais no grego, e por isso alguns dos manuscritos
posteriores se equivocaram nesses detalhezinhos; mas os mais antigos mantêm
essa palavra, “reino”, e que concorda com o que diz aqui em Êxodo 19, com o que
diz Pedro; o conceito de um reino, é um reino, não é reis cada um com seu
reino.... João é inspirado; mas nem todos os tradutores são inspirados; graças
damos a Deus pelos tradutores, mas nos importa comparar traduções. Espero que
isso não escandalize aos irmãos, porque não estamos querendo ser infiéis à
Palavra, e sim ser fiéis, porque a Palavra é a que escreveu João e o mais
próximo são os manuscritos antigos.
ORDENAÇÃO DOS SACERDOTES
Irmãos, voltemos ali
para Apocalipse1:6: “Fez-nos reino e sacerdotes”. Agora fixem-se nisto:
“fez-nos primeiro reino diz: “amou-nos, e nos livrou de nossos pecados com seu
sangue, e nos fez reino e sacerdotes”. Vamos de novo a Êxodo, mas desta vez ao
capítulo 29, onde vocês vão encontrar a consagração dos sacerdotes; ou seja,
como era; porque o Antigo Testamento é uma tipologia; como era que se faziam
sacerdotes, e aí com este capítulo 29 como transfundo daquela frase de João:
“ao que nos amou e nos livrou de nossos pecados com seu sangue, e nos fez reino
e sacerdotes”, essa frase: que nos amou e com seu sangue nos livrou e nos fez,
este capítulo 29 é a tipologia; ou seja, o que está em João é um resumo de tudo
o que aqui nesta tipologia está ricamente expresso. vamos fazer uma leitura um
pouco rápida, para que nos demos conta de como todos estes detalhes refletem
distintos aspectos da obra de Cristo. Êxodo 29 do 1: “1 Isto é o que fará para
consagrá-los, para que sejam meus sacerdotes”. Aqui nos está dizendo a
tipologia como é que se fazem os sacerdotes, porque diz que Ele nos fez
sacerdotes. Agora, como nós, irmãos, já não teoricamente, como nós chegamos a
ser de fato sacerdotes e praticamos o sacerdócio? Porque a gente pode dizer:
sou sacerdote, mas não experimentar e nem exercer o sacerdócio; mas Ele nos
amou, livrou-nos de nossos pecados com Seu sangue e nos fez reino e sacerdotes.
Aqui esta nos dizendo a tipologia como é que se fazem os sacerdotes; como você,
uma pessoa que vivia no mundo, que não vivia na comunhão de Deus, como de
repente é livrado do mundo, é tirado das trevas, introduzido em sua luz
admirável para lhe conhecer e para lhe anunciar; ou seja, para sair representando
ao Senhor; esse é um sacerdote na prática, uma pessoa que sai da escuridão,
entra no Lugar Santíssimo por Seu sangue e logo sai em Seu nome e lhe
representa fielmente. Como pode ser feito isso? Porque a frase assim tão
rápida, lida às pressas, “fez-nos sacerdotes...”, mas você o que sente? Você
sente que te aconteceu algo? Ou não entra na presença? Ou entra e não só entra,
mas também vive e sai, não da presença, senão no nome da Presença? é uma
frase profunda: “fez-nos”; e aqui em Êxodo 29 diz:: “Isto é o que fará para
consagrá-los”; ou seja, o que lá está no terminal resumido, aqui está o
conteúdo que está escondido naquela frase que diz:
“para que sejam meus
sacerdotes: toma um novilho, e dois carneiros sem defeito,
2 e pães asmos, e bolos asmos, amassados com
azeite, e obréias asmas untadas com azeite; de flor de farinha de trigo os
farás, 3 e os porás num cesto, e no
cesto os trarás; trarás também o novilho e os dois carneiros.4 Então, farás que Arão e seus filhos se cheguem
à porta da tenda da congregação e os lavarás com água; 5 depois, tomarás as vestes, e vestirás Arão da
túnica, da sobrepeliz, da estola sacerdotal e do peitoral, e o cingirás com o
cinto de obra esmerada da estola sacerdotal;6
pôr-lhe-ás a mitra na cabeça e sobre a mitra, a coroa sagrada. 7 Então, tomarás o óleo da unção e lho
derramarás sobre a cabeça; assim o ungirás. 8
Farás, depois, que se cheguem os filhos de Arão, e os vestirás de
túnicas, 9 e os cingirás com o cinto,
Arão e seus filhos, e lhes atarás as tiaras, para que tenham o sacerdócio por
estatuto perpétuo, e consagrarás Arão e seus filhos.”.
Tudo isto que está
aqui é a tipologia da realidade espiritual; aqui se apresenta a Cristo; sim,
que nos amou e nos livrou de nossos pecados com seu sangue, e nos fez reino e
sacerdotes; aí vais entender por que não dizia somente nos lavou, a não ser nos
livrou; quer dizer que a obra de Cristo para nos fazer sacerdotes é muito
profunda; não é somente o perdão o que nos faz sacerdotes.
A LIMPEZA E A LIBERAÇÃO
Muitos são perdoados
de seus pecados e voltam a andar no mesmo. Notem que quando foi simbolizada a
feitura dos sacerdotes, a consagração dos sacerdotes, Cristo é tipificado de
uma maneira múltipla; uma coisa: o bezerro; mas por que não disse só o bezerro?
porque o bezerro representa uma coisa que está mais adiante; mas diz: “e dois
carneiros sem defeito”. Ah! os dois carneiros também representam a Cristo, mas
outro aspecto da obra de Cristo. O bezerro é para nos limpar, mas os carneiros
são para nos livrar, e os pães sem levedura são para nos constituir; diferentes
aspectos da obra de Cristo: Ser limpos é uma coisa, ser livrados é outra mais
profunda, e ser constituídos é outra mais profunda; e por isso é que tudo isto
tinha que ser posto em um cesto, e esse cesto estava nas mãos dos sacerdotes;
esse cesto somos nós; esse bezerro, esses carneiros, essas ervas, esses bolos
têm que ser postas no cesto; quer dizer, em nós; isso é o que nos dá para nos
apresentar como sacerdotes.
Se não temos o
que fez o cordeiro que é o perdão, o que fizeram os carneiros que é a
liberação, o que fazem os pães sem levedura e os bolos que é a constituição,
não podemos nos apresentar ao Senhor, mas estamos com as mãos vazias. Mas
Ele nos amou, ele nos livrou e ele nos fez ou nos constituiu; tudo isso está
representado nestas coisas.
Os irmãos que
quiserem se aprofundar mais nisto, porque não temos o tempo de fazê-lo com
detalhe, porque isso já se fez em outra ocasião com a igreja em Usaquén, podem
ler: O Sacerdócio Neotestámentario, que já está publicado, e ouvir as gravações
da continuação que são “a consagração sacerdotal”, que são várias fitas
cassetes que estão gravadas, onde isto se estuda em detalhe; aqui logo que
estamos fazendo uma recontagem e não podemos tomar todo esse tempo porque isso
já está tratado, e os irmãos podem ir a esse material para se aprofundarem. De
todas maneiras vemos que tudo isto representa aspectos de Cristo: o bezerro, os
carneiros, os pães sem levedura, os bolos sem levedura amassados com azeite e
folhados sem levedura untadas com azeite; a farás de flor de farinha de
trigo.
Note, tudo isso é o
que Cristo é. Cristo é aquele grão de trigo que foi moído por nossos pecados
para que nós também, unidos com Ele, sejamos feitos também um pão; esse pão sem
levedura, os doze bolos que representavam ao povo de Israel, no Novo Testamento
representam a igreja, pois, se nós sendo muitos, somos um só pão, aí é quando
Cristo nos faz reino; a farinha, os grãos individuais, nosso egoísmo, nosso individualismo
é quebrado, é moído, é amassado, é misturado com azeite, é passado pelo forno;
então aí sim resulta o pão, a Igreja: o corpo de Cristo; o que Cristo nos fez é
um reino que é o corpo de Cristo, sacerdotes constituídos por Sua própria vida,
alimentados por Ele; tudo isto que aqui se diz em forma simbólica é rico e é
profundo.
A OFERTA PELO PECADO
Agora vamos ver o que
representam os bezerros e essas coisas, e se dão conta de que há palavras
chaves da obra de Cristo associados com cada um destes bichinhos. Vamos lendo,
porque tudo isto é o que está escondido detrás daquela frase de Apocalipse.
Êxodo 29:10:
“Farás chegar o
novilho diante da tenda da congregação, e Arão e seus filhos porão as mãos
sobre a cabeça dele. (isso é como os pecados deles ao ser postos sobre aquele
bezerro que representa a Cristo). 11 Imolarás o novilho perante o SENHOR,
à porta da tenda da congregação. (por isso Cristo foi sacrificado ao lado de
Jerusalém, fora do acampamento, no Gólgota). 12 Depois, tomarás do sangue
do novilho e o porás com o teu dedo sobre os chifres do altar; o restante do
sangue derramá-lo-ás à base do altar.
13
Também tomarás toda a gordura que cobre as entranhas,
o redenho do fígado, os dois rins e a gordura que está neles e queimá-los-ás
sobre o altar;
14 mas a carne do novilho,
a pele e os excrementos, queimá-los-ás fora do arraial; é sacrifício pelo
pecado.”.
Todo este aspecto de
Cristo representado neste bezerro para consagrar ao sacerdote, representa a
oferenda pelo pecado; mas agora vamos ver o que representam aqueles carneiros.
A OFERTA QUEIMADA
Verso 15: “15 Depois, tomarás um carneiro,”. Fixem-se em que
agora são dois, porque com Cristo há coisas que Ele fez por nós, é um sozinho;
mas há coisas que Ele fez por nós e nos faz com Ele; então são dois. Por
exemplo, Cristo morreu por nós, esse é um; logo nós morremos também, esse é o
outro; então diz assim:
“15 Depois, tomarás
um carneiro, e Arão e seus filhos porão as mãos sobre a cabeça dele. 16 Imolarás o carneiro, e tomarás o seu sangue,
e o jogarás sobre o altar ao redor;
17 partirás o
carneiro em seus pedaços e, lavadas as entranhas e as pernas, pô-las-ás sobre
os pedaços e sobre a cabeça.18 Assim,
queimarás todo o carneiro sobre o altar; é holocausto para o SENHOR, de aroma
agradável, oferta queimada ao SENHOR.”.
dão-se conta que é
outro aspecto? Um aspecto era oferta pelo pecado; este outro aspecto é
holocausto. O que quer dizer holocausto? Holocausto é algo que se queimava
totalmente para Deus; ou seja, terá que livrar-nos do pecado, sim, mas terá que
honrar e vindicar a justiça de Deus. Do holocausto não comia o sacerdote, do
holocausto não comiam os filhos dos sacerdotes, do holocausto não comia o povo,
o holocausto se queimava totalmente para Deus; ou seja que como a santidade de
Deus foi ofendida, Sua justiça foi ofendida, Sua glória foi ofendida, deve ser
vindicada. A morte de Cristo não foi somente para nós, a não ser para vindicar
a santidade de Seu Pai, vindicar a justiça de Seu Pai e vindicar a glória de
Seu Pai que tinham sido ofendidas; era algo totalmente para Deus; nós não
comemos desse carneiro, por que? porque era algo do qual só Deus tinha que
receber. Claro que a morte de Cristo satisfaz a Deus, mas também nos salva ,
por isso são distintos aspectos da obra de Cristo. Se você for em Levítico poderá
encontrar. Algum dia Deus nos conceda fazer uma série minuciosa disto, que está
em meu coração faz tempo também e senti também de Deus um impulso, oxalá
possamos ver cada aspecto.
Cada sacrifício do
Antigo Testamento representa um aspecto da obra única de Cristo feita uma vez
para sempre; mas nós às vezes só vemos o perdão dos pecados, porém mais coisas
foram feitas na cruz.
O SACRIFÍCIO NA ORDENAÇÃO
Seguimos lendo o
capítulo 29: “19 Tomarás logo o outro carneiro, e Aarão e seus filhos porão
suas mãos sobre a cabeça do carneiro. 20 E matará o carneiro, e tirará de seu
sangue e a porá sobre o lóbulo da orelha direita de Aarão”. Agora sim vem a
aplicação; um aspecto era totalmente para Deus, totalmente queimado, holocausto,
oferta a Jeová; essa é a parte que é para Deus; por isso é que tinham que ser
dois; um para representar o que é para Deus. E o outro o que nos faz ? Agora
sim o outro aspecto da obra de Cristo é para nossa orelha, porque é que às
vezes ouvimos outras vozes e não só a do Senhor, e assim ninguém pode ser
sacerdote; que não ouça a não ser a voz do Senhor Jesus, mas o que ouvir outras
vozes não pode ser sacerdote. Por isso é que o sangue tem que ser posto
em nossa orelha, porque ouvimos muitas vozes; mas Deus disse: “Este é meu Filho
amado, em quem tenho complacência; a ele ouçam” (Mateus 17:5). Sabem
quando Ele disse? Quando Pedro, que foi depois chamado Papa, estava vendo a
Moisés e a Elias que foram servos de Deus. Moisés e Elias, os maiores dos
profetas. Senhor, que bom que estejamos aqui; vamos fazer três tendas; e os pôs
no mesmo nível como se fossem: Pai, Filho e Espírito Santo. Moisés,
Jesus e Elias; não, como que Moisés, Jesus e Elias, não, não, não três tendas.
Quando estava falando Pedro, Deus não o deixou terminar de falar, mas sim
enquanto falava Pedro o Senhor corrigiu-lhe; falou dizendo: Este, não estes;
este, Jesus, este é meu Filho amado, no qual tenho contentamento, a Ele
ouvis. Então, irmãos, primeiro a justiça, a santidade e a glória de Deus
deviam ser vindicadas pelo Cordeiro; ou se não, quem podia entrar na presença
de Deus? quem podia ser sacerdote se a santidade de Deus está ofendida, se a
glória de Deus está ofendida, se a justiça de Deus está ofendida? Ninguém
pode ser sacerdote, ninguém pode entrar com Ele no Lugar Santíssimo sem que
primeiro Ele nos tenha feito desta maneira com Sua morte, sacerdotes, e com Sua
vida, nos alimentando Dele e nos fazendo um corpo e muitas igrejas locais.
Seguimos lendo em
Êxodo 29: “20 Imolarás o carneiro, e tomarás do seu sangue, e o porás sobre a
ponta da orelha direita de Arão e sobre a ponta da orelha direita de seus
filhos (isso se refere para ouvir; não terá que ouvir a não ser uma voz; quando
ouvimos outras vozes temos outro governo, não somos reino dele, nem sacerdotes
para Ele; somos daqueles a quem ouvimos; quando ouvimos qualquer outra voz
antes que a do Senhor não podemos estar atuando como sacerdotes. Para ser
feitos sacerdotes o Senhor tinha que nos limpar de todas as outras vozes que ouvimos),
como também sobre o polegar da sua mão direita (significa o trabalho, a ação, a
obra, porque têm que ser desencardidas com o sangue do Senhor, as mãos, a mão
direita, porque também não só ouvimos outras vozes, mas também fazemos outras
coisas que não são para Ele; as mãos são para trabalhar; mas nem sempre
trabalhos para Ele; nem sempre nosso trabalho é para Deus; mas Ele nos fez
reino para Deus o Pai, sacerdotes para Deus o Pai; portanto, tudo o que não
fazemos para Ele é perdido, deve ser desencardido; por isso o dedo de nossa mão
direita, o dedo com o qual se cobrem todos outros dedos para poder fazer algo.
Recordam esse rei que tinha uns quantos reis lá em baixo? Sabem que para lhes
impedir de se defenderem cortou o dedo polegar, porque sem o dedo polegar você
não pode agarrar bem as coisas só com quatro; o polegar é o que complementa;
por isso é que ali ficava também o sangue), e sobre o polegar do seu pé direito
(significa nosso andar), e o restante do sangue jogarás sobre o altar ao
redor.”. Então esse sangue estava sobre a orelha, a que ouvimos; a mão, o
que fazemos, e o pé, por onde andamos, e no altar, ou seja, consagração. nos
consagrar para ouvir só a Ele, a trabalhar só para Ele e a andar só nele; assim
nos faz sacerdotes. Quando com Seu sangue nos livrou, livra-nos de outras
vozes, de outras obras, obras mortas, obras das trevas e nos livra de outros
andares.
Agora diz assim: “21
Tomarás, então, do sangue sobre o altar e do óleo da unção e os aspergirás
sobre Arão e suas vestes e sobre seus filhos e as vestes de seus filhos com
ele; para que ele seja santificado, e as suas vestes, e também seus filhos e as
vestes de seus filhos com ele.”. Significa que as vestimentas do
sacerdócio representam o novo homem em Cristo. O velho homem é as velhas vestimentas,
o novo homem é as novas vestimentas; quando somos purificados do resto, agora
nossas vestimentas são o novo homem; se não, estamos no velho homem, na carne.
ASPECTOS DA OBRA DE CRISTO
Logo diz: “22 Depois,
tomarás do carneiro a gordura, a cauda gorda, a gordura que cobre as entranhas,
o redenho do fígado, os dois rins, a gordura que está neles e a coxa direita,
porque é carneiro da consagração”. O outro carneiro era de holocausto e
este é de consagração; a palavra chave aqui é consagração. Fixem-se, num
aspecto da obra de Cristo: oferenda pelo pecado; outro aspecto: holocausto para
Jeová; outro aspecto: consagração, a nós. Livrou-nos de nossos pecados com Seu
sangue e nos fez reino e sacerdotes: consagração. Ele morreu, e se um
morreu por todos, logo todos morreram; Ele morreu para o Pai por nós: bezerro e
um carneiro; e nós morremos com Ele, por virtude Dele, Ele nos fez, o outro
carneiro; este se chama de consagração; essas são as palavras chaves: oferta de
pecado, holocausto oferta a Jeová e consagração. Notem: acaba de falar
dessa consagração. é a consagração para cada um dos sacerdotes. Para onde
nos leva o Senhor? À vida corporativa; não só à consagração individual; e
agora adiciona:
“23 e também um pão,
um bolo de pão azeitado e uma obreia do cesto dos pães asmos que estão diante
do SENHOR. 24 Todas estas coisas porás
nas mãos de Arão e nas de seus filhos e, movendo-as de um lado para outro, as
oferecerás como ofertas movidas perante o SENHOR.”.
Esta é outra classe
de oferta: oferta movida. Primeiro era oferta Dele por nossos pecados,
holocausto para Deus; agora nos consagra; mas agora que estamos consagrados
temos que apresentar oferta movida. Mas qual é a oferta movida que temos
que apresentar? Um pão grande que representa o corpo de Cristo no sentido
universal e outro pão pequeno de azeite que é a igreja em sua localidade, e a
vida do serviço da igreja que são as obréias no cesto, que é nossa vida,
servindo ao Senhor como sacerdotes. No folheto do sacerdócio do Novo Testamento,
vocês vêem ali as funções do sacerdócio, os diferentes sacrifícios espirituais
do sacerdócio; isso está representado aqui nestes pães, nestas obréias, nesse
cesto, porque esses pães eram dos mesmos pães da proposição, com muitos grãos
que somos nós, moíam-se, nosso ego se destrói, amassa-se com azeite que é o
Espírito Santo, nos faz uma só massa, Igreja; não é consagração individual, e
sim aqui estamos como um pão; o pão somos nós e se mete no forno que é a prova
e logo agora sim se pode apresentar ao Senhor como oferta a Jeová; é oferta
movida, são distintos aspectos do que Ele nos faz; faz-nos reino e
sacerdotes. Quando a igreja está unida, esse é o pão e esse é o reino, no
universal, o pão grande; e no local, o outro pequenino; e as obréias o serviço
da igreja; e depois, como nos fez reino e sacerdotes:
“25 Depois, as
tomarás das suas mãos e as queimarás sobre o altar; é holocausto para o SENHOR (agora
sim; antes Cristo era o único que se oferecia; agora diz: não, sobre o
holocausto vais pôr toda essa oferta da igreja; vais pôr sobre o holocausto;
isso é o que Ele conseguiu; Ele o fez para o Pai, mas Ele nos conduziu a que
nós também agrademos ao Pai como Ele o agradou), de agradável aroma, oferta
queimada ao SENHOR.”. Outra classe de oferta; a oferta queimada é o
serviço que fica sobre o holocausto. O holocausto é o que só o Senhor fez
para satisfazer ao Pai, mas agora como Ele satisfez ao Pai, Ele quer que nós
também, mas só podemos fazer sobre o holocausto, ou seja, em Cristo.
“26 Tomarás o peito
do carneiro da consagração (porque um era o do holocausto e o outro era de
consagração), movendo-o de um lado para outro, o oferecerás como oferta movida
perante o SENHOR; e isto será a tua porção”. Isso é para nós, a outra era
para Deus; por isso era totalmente queimado, mas este é para que coma o
sacerdote, ou seja para que nos alimentemos de Cristo; não só o Pai, mas também
nós e diz: “27 Consagrarás o peito da oferta movida e a coxa da porção
que foi movida, a qual se tirou do carneiro da consagração, que é de Arão e de
seus filhos. 28 Isto será a obrigação
perpétua dos filhos de Israel, devida a Arão e seus filhos, por ser a porção do
sacerdote, oferecida, da parte dos filhos de Israel, dos sacrifícios pacíficos;
é a sua oferta ao SENHOR. (O peito e a coxa,
que maravilha, é nossa parte.) 29 As vestes santas de Arão passarão a
seus filhos depois dele, para serem ungidos nelas e consagrados nelas”. O
azeite não unge o velho homem a não ser o novo; terá que estar nas vestimentas
novas para ser ungidos nelas.
“30 Sete dias as
vestirá o filho que for sacerdote em seu lugar, quando entrar na tenda da
congregação para ministrar no santuário.”.
Sete é o número de
completação, de plenitude. O Senhor Jesus intercedendo como sacerdote durante
as sete eras da igreja e a igreja servindo durante esses sete períodos ao
Senhor, em Cristo.
“31 Tomarás o
carneiro da consagração e cozerás a sua carne no lugar santo”. Isso é para
comer. “32 e Arão e seus filhos comerão a carne deste carneiro e o pão que
está no cesto à porta da tenda da congregação”. É a igreja. Por isso nos
reunimos aqui, a comer do Senhor e a mover diante dele.
“33 e comerão das
coisas com que for feita a expiação, para consagrá-los e para santificá-los;
(dão-se conta? Ao que nos amou, livrou-nos de nossos pecados e nos fez reino,
com a expiação encherá nossas mãos para nos consagrar) o estranho (que não vinha
em Cristo) não comerá delas, porque são santas. 34 Se sobrar alguma coisa da carne das
consagrações ou do pão, até pela manhã, queimarás o que restar; não se comerá,
porque é santo.”. Isso nos diz que temos que comer de Cristo todos os dias; o
de ontem era para ontem, e o de hoje tem que ser para hoje.
“35 Assim, pois,
farás a Arão e a seus filhos, conforme tudo o que te hei ordenado; por sete
dias (as sete eras da igreja) os consagrarás. 36 Também cada dia
prepararás um novilho como oferta pelo pecado para as expiações; e purificarás
o altar, fazendo expiação por ele mediante oferta pelo pecado; e o ungirás para
consagrá-lo.37 Sete dias farás expiação
pelo altar e o consagrarás; e o altar será santíssimo; tudo o que o tocar será
santo.”.
Isso é quando
realmente vem em união com Cristo e consagra a Ele, aí é santificado.
Irmãos, agora voltemos ali para Apocalipse 1:5: “5 Ao que nos amou, (da
eternidade) e nos livrou (ou seja, não só nos perdoou mas também nos consagrou)
de nossos pecados com seu sangue, 6 e nos fez reino (aí está o pão grande, o
pequeno, as obréias, todos em um cesto) e sacerdotes (consagrou-nos) para Deus,
seu Pai; (então) a ele seja glória e império pelos séculos dos séculos.
Amém.” ?
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