domingo, 19 de abril de 2015

OS DOIS LAÇOS- A vida eterna e a comunhão pessoal - C. H. Mackintosh

OS DOIS LAÇOS
A vida eterna e a comunhão pessoal

C. H. Mackintosh

Traduzido do Espanhol para o Português pelos irmãos da Cidade de Cascavel-PR


No cristianismo há dois laços muito importantes que trataremos de distinguir. Um deles é o laço da vida eterna, e o outro é o laço da comunhão pessoal. Ambos são diferentes e nunca devem confundir-se; e, posto que estão intimamente relacionados, não devem separar-se jamais. O primeiro constitui o fundamento de nossa segurança; o segundo, a fonte secreta de nosso gozo e de toda nossa fecundidade. O primeiro não pode ser quebrado jamais; o segundo, pode-o ser por milhares de coisas.

Dada a imensa importância destes laços, examinemo-los com reverência e com oração, à luz da divina inspiração.

Em primeiro lugar, com respeito ao precioso laço da vida eterna, não podemos menos que citar algumas passagens que mostram sua origem, o que é e quando e como se forma.

Acima de tudo devemos ter claramente presente que o homem em seu estado natural não tem nenhum conhecimento deste laço: “O que é nascido da carne, carne é” (João 3:6). Pode ser que haja muito do que é realmente amável, grande nobreza de caráter, grande generosidade, estrita integridade; mas não vida eterna. O primeiro laço é desconhecido. Não importa quão cultivada e elevada seja a natureza: você não pode de maneira nenhuma formar o grande laço da vida eterna. Pode fazer esta natureza moral, instruída, religiosa, mas em tanto ela seja simplesmente natureza, não tem a vida eterna. podem-se escolher as mais belas virtudes morais, e as concentrar em um indivíduo, sem que este indivíduo haja jamais sentido uma simples pulsação da vida eterna. Não estamos dizendo que estas virtudes e qualidades não sejam boas e desejáveis em si mesmos. Ninguém em seu são julgamento poria isto em dúvida. Na natureza, tudo o que é bom, deve ser estimado em seu justo valor. Ninguém pensaria nem por um momento em pôr um homem sóbrio, industrioso, amável e de princípios, ao nível de um bêbado, de um ocioso, um perverso ou um pródigo. Do ponto de vista moral e social, existe evidentemente uma diferença enorme e muito importante. Mas, entenda-se claramente, e tenha-se bem presente, que, mediante as mais belas virtudes e as mais nobres qualidades da velha criação, jamais poderemos adquirir um lugar na nova. Não podemos, pelas excelências do primeiro Adão, por mais que se concentrem em um só indivíduo, estabelecer um direito a ser membros do segundo Adão, que é Cristo. Os dois são totalmente distintos. O velho e o novo, o primeiro e o Segundo. “O que é nascido da carne, carne é; e o que é nascido do Espírito, espírito é”. “De modo que se alguém estiver em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram; eis que todas as coisas são feitas novas” (Jo 3:6; 2ª Coríntios 5:17).

Nada pode ser mais explícito, mais concludente que a última citação de 2ª Coríntios 5: “As coisas velhas” —qualquer que seja sua natureza— “passaram”. Sua existência não é reconhecida na nova criação, onde “tudo provém de Deus” (V. 18). O antigo fundamento foi completamente removido e, na Redenção, jogaram-se novos alicerces. Não há uma só partícula do velho material, empregado no novo. “Todas as coisas são feitas novas”: “tudo provém de Deus”. Os copos da antiga criação foram postos de lado e, em seu lugar, foram postos os da Redenção. A vestimenta da antiga criação foi desprezada, e a nova, a impecável roupa da Redenção, substituiu-a. A mão do homem jamais teceu um só fio nem pôs um só ponto nesta bela roupa. Como sabemos? Como podemos falar com semelhante confiança e autoridade? Dizemo-lo, pela autoridade divina e a voz concludente da Santa Escritura, que declara que na nova criação “tudo provém de Deus”. Louvado seja o Senhor de que assim seja! Esta verdade que faz que tudo seja tão seguro, põe todas as coisas em uma posição que está inteiramente fora do alcance do poder do inimigo. O adversário não pode tocar nada nem em ninguém na nova criação.

A morte é o limite do domínio de Satanás. Seus domínios não se estendem além da tumba; mas a nova criação começa do outro lado da morte. Descobrimo-la quando dirigimos nosso olhar desde aquela tumba onde o Príncipe da vida foi sepultado, para o céu. Ela pulveriza sobre nós os brilhantes raios de sua glória em meio de uma cena onde a morte não pode entrar jamais, onde o pecado e a aflição são desconhecidos, onde o assobio da serpente jamais pode ser ouvido e seus odiosos rastros visto. “Tudo provém de Deus”.

Agora bem, se este aspecto da nova criação fosse compreendido claramente, resolveria muitas de dificuldades, acalmaria as perplexidades do coração e simplificaria as coisas de maneira notável. Se olharmos ao nosso redor, ao que se chama o mundo religioso, ou a Igreja institucionalizada, o que vemos? Uma grande quantidade de esforços para melhorar ao homem em sua condição adâmica, natural ou da velha criação. A filantropia, a ciência, a filosofia, a religião ficam em jogo. Todo tipo de alavanca moral fica em ação com o propósito de elevar ao homem sobre a escala da existência. O que querem dizer os homens quando falam de «elevar às massas»? Quão longe podem chegar em suas ações? Até que grau poderiam-nas elevar? Poderiam convocá-las na nova criação? Certamente que não, sabendo que nesta criação “tudo provém de Deus”.                             

Mas então, o que são estas «massas» que os homens procuram elevar? São eles nascidos da carne ou do Espírito? Da carne certamente! Mas, então “o que é nascido da carne, carne é.” Você pode elevar a carne tão alto à seu bel-prazer. Pode aplicar a mais poderosa alavanca e fazê-la subir ao ponto mais elevado ao que se possa chegar. Pode educá-la, cultivá-la e refiná-la tudo o que quizer. Que a ciência, a filosofia, a religião (assim chamada) e a filantropia ponham ao seu dispor todos os seus recursos; com tudo isso, o que se consegue obter? Não se pode fazer da carne espírito. Não se pode introduzi-la na nova criação. Não se pode formar o primeiro grande vínculo da vida eterna. Você não terá feito absolutamente nada pelo homem, até o melhor; não terá feito nada por seu interesse espiritual e eterno. O terá deixado em seu antigo estado adâmico, nas circunstâncias da velha criação. O Terá deixado em seus perigos, sua responsabilidade, seus pecados, sua culpabilidade; o terá deixado exposto à justa ira de um Deus que aborrece o pecado. Pode ser que seja mais cultivado em seu estado de pecado, mas é de todas maneiras culpado. A cultura não pode tirar a culpa; a educação não pode apagar os pecados; a civilização não pode dissipar do horizonte do homem as sombras e as pesadas nuvens da morte e do julgamento.

Que não nos interpretem mal. Não é nossa intenção menosprezar a educação nem a civilização, a filantropia nem a verdadeira filosofia. O que queremos, e  afirmamos com total clareza, é que se tenham estas coisas pelo que realmente merecem, que sejam estimadas em seu justo valor. Estamos dispostos a deixar a margem mais ampla que se requeira para incluir todas as vantagens possíveis da educação em todos os seus ramos. Concedido isto, retomemos com renovadas forças nossa tese, Ou seja: que na educação das «massas» se eleva precisamente o que não tem nenhuma existência diante de Deus, nenhum lugar na nova criação. Pois bem, repetimo-lo com ênfase e insistimos com energia neste ponto: que até que não seja feito entrar a alma na nova criação, nada absolutamente será feito por ela no que diz respeito à eternidade, ao céu e a Deus. É certo que se pode aplainar o caminho do homem neste mundo; que se podem polir do grande caminho da vida humana algumas asperezas; que se pode alimentar a carne no seio enganoso do luxo e as comodidades; que se pode fazer tudo isto e muito mais; que se pode coroar a cabeça do homem com os mais apreciados louros que o homem possa ganhar, nas distintas arenas, competindo em sua luta pela fama. Você pode adornar seu nome com todos os títulos que jamais tenha recebido um mortal, e, depois de tudo isto, deixá-lo em seus pecados, exposto à morte e à condenação eterna. Se o primeiro grande laço não se formar, a alma é como uma embarcação solta de suas amarras e impelida pelos ventos tempestuosos em meio ao mar agitado, sem leme nem bússola.

Queremos chamar seriamente a atenção do leitor sobre este ponto, pois sentimos profundamente sua imensa importância prática. Acreditam que é difícil achar uma verdade a qual o inimigo faça uma oposição mais ardente e mais constante que a da nova criação. Ele conhece perfeitamente sua poderosa influência moral, o poder que tem sobre a alma para a desprender das coisas presente, para produzir a renuncia ao mundo, para elevar de maneira prática e habitual, por cima das coisas presente e sensíveis. Daí que seu esforço se concentre em manter as pessoas sempre ocupadas na desventurada tarefa de tratar de elevar a natureza e melhorar o mundo. Não tem nenhuma objeção contra a moralidade, ou a religião, como tais, em todas as suas formas. Irá se servir do próprio cristianismo como meio para melhorar a velha natureza. Sua obra professa é, sem dúvida, costurar como uma «nova peça» a religião cristã, sobre o «velho vestido» da natureza caída. Você pode fazer o que quiser sempre desde  que deixe o homem na antiga criação; porque Satanás sabe muito bem que todo o tempo que você o deixar ali, permanecerá em suas garras. Tudo o que for da antiga criação se acha nas garras de Satanás e dentro do alcance de suas armas. Tudo o que pertence a nova criação escapa de seu poder. “Aquele que nasceu de Deus o guarda, e o Maligno não lhe toca” (1 João 5:18, Versão Moderna). Não diz que o crente se guarda a si mesmo, e o maligno não lhe toca. O crente é um ser complexo que se compõe de duas naturezas: a velha e a nova, a carne e o espírito, e se ele não vigia, “o maligno” imediatamente o tocará e o transtornará. Mas a natureza divina, a nova criação, não pode ser tocada, e enquanto isso partamos na energia desta natureza divina, e respiremos a atmosfera desta nova criação, estaremos perfeitamente resguardados de todos os assaltos do inimigo.

Examinemos agora como alguém entra na nova criação —e de que maneira devemos ser possuidores da natureza divina—, como se forma este laço da vida eterna. Uma citação ou duas da Palavra bastarão para nos fazer compreender este ponto. “Porque de tal maneira amou Deus ao mundo, que deu seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crer, não se perca, mas tenha vida eterna” (Jo 3:16). Leitor, note estas palavras, e observe a relação: “nele crer” e “tenha vida eterna”. Eis aqui o laço: a simples fé. Desta maneira passamos da antiga criação e de tudo o que lhe pertence, à nova criação com tudo o que lhe pertence. Este é o precioso segredo do novo nascimento: a fé que opera na alma pela graça de Deus, pelo Espírito Santo; a fé que nos leva a crer em Deus, em sua Palavra, que dá por certo com seu selo que Deus é verdadeiro. A fé que enlaça à alma com um Cristo ressuscitado: a Cabeça e o princípio da nova criação.

Passemos a outra citação: “​Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida.” (João 5:24). Aqui encontramos de novo o laço: “ouve a minha palavra e crê”, “tem vida eterna”. Nada pode ser mais simples. Pelo nascimento natural, entramos nos limites da antiga criação, e devemos ser herdeiros de tudo o que pertence ao primeiro Adão. Pelo nascimento espiritual, entramos nos limites da nova criação e devemos ser herdeiros de tudo o que pertence ao segundo Adão. E caso se pergunte: Qual é o segredo do grande mistério do nascimento espiritual? A resposta é: a fé. “quem crê em mim”, diz o Senhor. Em conseqüência, se o leitor acreditar em Jesus, ele está na nova criação, segundo a linguagem das passagens citadas; é possuidor da natureza divina; está unido a Cristo por um laço que é absolutamente indissolúvel. Essa pessoa não perecerá jamais. Nenhum poder da terra ou do inferno, dos homens ou dos demônios, é capaz de romper esse laço da vida eterna que põe em relação a todos os membros de Cristo com sua Cabeça na glória, e uns com os outros.

Que o leitor queira examinar particularmente esta verdade, quanto ao laço da vida eterna e sua formação; devemos tomar os pensamentos de Deus em lugar dos nossos; devemos ser exclusivamente governados pela Palavra de Deus, e não por nossos vãos raciocínios, nossos sonhos insensatos e nossos sentimentos sempre tão inconstantes. Além disso, devemos ser cuidadosos de não confundir o laço da vida eterna com o da comunhão pessoal, os quais, embora intimamente unidos, são perfeitamente distintos. Não devemos deslocá-los, mas deixá-los em sua ordem divina. O primeiro não depende do segundo, mas o segundo emana do primeiro. O segundo é um laço tanto como é o primeiro, mas é o segundo e não o primeiro. Todo o poder e a malícia de Satanás são incapazes de romper o primeiro laço; o peso de uma pluma pode romper o segundo. O primeiro laço é eterno, o segundo pode ser quebrado em um segundo. O primeiro deve sua permanência à obra de Cristo por nós, a que foi cumprida na cruz, e à Palavra de Deus para nós, que foi estabelecida para sempre no céu. O segundo depende da ação do Espírito Santo em nós, e pode ser —e infelizmente é— impedido por milhares de coisas cada dia. O primeiro está baseado na vitória de Cristo a favor de nós; o segundo, pela vitória do Espírito Santo em nós.

Pois bem, nossa firme convicção é que milhares de cristãos são sacudidos com respeito à realidade e a perpetuidade do primeiro laço,o da vida eterna, por causa de seus fracassos na manutenção do segundo, o da comunhão pessoal. Algo sobrevém para romper o segundo, e eles começam a pôr em dúvida a existência do primeiro. Isto é um engano, mas serve para mostrar a imensa importância de uma Santa vigilância em nosso andar jornal a fim de que o laço da comunhão pessoal não seja quebrado pelo pecado, em pensamentos, palavras ou ações; e, se for quebrado, a fim de restaurá-lo imediatamente mediante o julgamento de si mesmo e a confissão, fundados na morte e a intercessão de Cristo. É um fato inegável, confirmado pela penosa experiência de milhares de Santos, que quando o segundo laço é quebrado, é quase impossível ver a realidade do primeiro. Mas a interrupção da comunhão em si, por mais que para nós seja algo de vital importância, em realidade não é mais que um pouco de valor secundário, e inclusive insignificante, quando a compara com a desonra feita a Cristo e com a tristeza causada ao Espírito Santo por aquilo que ocasionou a perda da comunhão, isto é, pelo pecado não julgado.

Que o Espírito Santo trabalhe em nós poderosamente, para produzir vigilância, piedade, seriedade, zelo, a fim de que nada interrompa nossa comunhão, e que os dois laços sejam compreendidos e os desfrutemos em seu devido lugar e em sua ordem conveniente, para a glória de Deus por nós, para a estabilidade de nossa paz nele, e a integridade e a pureza de nosso andar diante dele!

A fim de desenvolver mais plenamente o tema dos dois laços», queremos dirigir um momento a atenção do leitor a uma importante passagem de 1ª Coríntios 5: “Porque nossa páscoa, que é Cristo, já foi sacrificada por nós. Assim celebremos a festa…”. Esta breve citação nos mostra o alcance da verdade apresentada. Em primeiro lugar, temos o grande feito estabelecido: “Cristo, nossa páscoa, já foi sacrificada”, e, em segundo lugar, um sério chamado: “Celebremos a festa”. No primeiro caso temos o fundamento de nossa segurança; no último, o segredo de nossa santidade pessoal.

Achamos aqui, em sua distinção característica e sua devida ordem, novamente os dois laços. Temos um sacrifício e uma festa, duas coisas totalmente distintas e, entretanto, em íntima relação uma com a outra. O sacrifício é perfeito, mas a festa deve ser celebrada. Tal é a ordem divina. A perfeição do sacrifício assegura os direitos do crente, e a celebração da festa inclui toda sua vida prática.

Devemos tomar cuidado de não confundir estas coisas. A festa dos pães sem levedura, fundada na morte do cordeiro pascal, era o tipo da santidade prática que devia caracterizar toda a vida do crente. “Cristo foi sacrificado”: esta verdade nos assegura um título perfeito. “Verei o sangue e passarei de vós” (Êxodo 12:13). Pelo sangue do cordeiro, Deus, como Juiz, foi apaziguado e plenamente satisfeito. O anjo destruidor devia atravessar a terra do Egito à meia-noite, com a espada do julgamento em sua mão, e o único meio para escapar era a aspersão do sangue, mas para Deus este sangue era suficiente. Deus havia dito: “Verei o sangue e passarei de vós.” A salvação de Israel descansava na estimativa que Deus tinha do sangue do cordeiro. A alma não poderia descansar em uma verdade mais preciosa. A salvação do homem descansa na satisfação que Deus achou na obra de seu Filho. Louvado seja Deus! “Cristo, nossa páscoa, foi sacrificada por nós.” Notemos as palavras: “foi sacrificada” e “por nós”. Isto resolve tudo o que concerne à tão importante questão da salvação do julgamento e da ira. Assim se forma o precioso laço da salvação, o qual jamais pode ser quebrado. Não há nenhuma diferença entre o laço da vida eterna e o laço da salvação. O Senhor Jesus Cristo, O Salvador vivente, a Cabeça ressuscitada, mantém, e manterá sempre, este laço em uma inquebrável integridade, como ele mesmo o diz: “Porque eu vivo, vós também vivereis.” “Porque se sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estando reconciliados, seremos salvos por sua vida.” “Vivendo sempre para interceder por eles” (João 14:19; Romanos 5:10; Hebreus 7:25).

Ainda uma ou duas palavras sobre a exortação do apóstolo: “Assim celebremos a festa”. Cristo nos guarda, mas nós devemos guardar a festa. Ele foi sacrificado para que nós tenhamos uma festa que celebrar, e esta festa é uma vida de santidade pessoal, uma separação prática de todo mal. A comida dos israelitas se compunha de três coisas: um cordeiro assado, ervas amargas e pães sem levedura. Preciosos ingredientes! Mostram em uma linguagem típica, primeiro, a Cristo tendo suportado a ira de Deus por nós; em segundo lugar, os profundos exercícios espirituais do coração que fluem de nossa contemplação da cruz; e, em terceiro lugar, a santidade pessoal ou a separação prática do mal. Tal era a festa dos redimidos de Deus, e tal é a nossa hoje. OH, que possamos celebrá-la em sua devida ordem! Tenhamos os lombos rodeados, os pés calçados e nosso bastão de peregrinos na mão!

Recordemos que a festa não é celebrada para obter um sacrifício, mas sim o sacrifício devotado proveu a festa. Não devemos inverter esta ordem. Somos propensos a fazê-lo porque estamos dispostos a considerar Deus como um cobrador, em lugar de considerá-lo como um doador; dispostos a fazer do dever a base da salvação, em lugar de fazer da salvação a base do dever. Um israelita não rechaçava a levedura para ser salvo da espada do destruidor, mas sim porque era salvo. Em outras palavras, estava, primeiro, o sangue sendo derramado, e, seguidamente, os pães sem levedura. Estas coisas não devem confundirem-se, nem devem se separar. Não somos salvos da ira pelos pães sem levedura, e sim pelo sangue; mas não gozaremos desta última verdade a menos que mantenhamos com zelo e diligência a primeira. Os dois laços devem manterem-se sempre em sua ordem divina, e em sua íntima relação. O próprio Cristo mantém infalivelmente o primeiro; e nós, pelo poder do Espírito Santo, devemos manter o segundo. Que Ele nos faça capazes de fazê-lo!


 extraído do site verdades preciosas.ar

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