sexta-feira, 18 de junho de 2010

Você Sabia? - Irmãos

Jesus não foi o fundador daquilo que chamamos de cristianismo.

O que hoje chamamos de “igreja” é fruto de uma metamorfose que reflete o processo inverso daquele em que a larva se transforma em uma borboleta

Você sabia que foi apenas no ano 190 d.C. que a palavra grega ekklesia, que traduzimos como igreja, foi pela primeira vez utilizada para se referir a um lugar de reuniões dos cristãos?

Você sabia também que esse lugar de reuniões era uma casa, e não um templo, já que os templos cristãos surgiram apenas no século IV, após a conversão de Constantino?

Você sabia que os cristãos não chamavam seus lugares de reuniões de templos até pelo menos o século V?
Você sabia que o primeiro templo cristão começou a ser construído por Constantino, sob influência de sua mãe Helena, em 327 d.C., às custas de recursos públicos, e sua arquitetura seguia o modelo das basílicas, as sedes governamentais da Grécia e, posteriormente, de Roma, e dos templos pagãos da Síria?
Você sabia que as basílicas cristãs foram construídas com uma plataforma elevada acima do nível da congregação e que no centro da plataforma figurava o altar, e à sua frente a cadeira do Bispo, que era chamada de cátedra?
Você sabia que o termo ex cathedra significa “desde o trono”, numa alusão ao trono do juiz romano, e, por conseguinte, era o lugar mais privilegiado e honroso do templo?
Você sabia que o Bispo pregava sentado, ex cathedra, numa posição em que o sol resplandecia em sua face enquanto ele falava à congregação, pois Constantino, mesmo após a sua conversão ao Cristianismo, jamais deixou de ser um adorador do deus sol?
Você sabia que o atual modelo hierárquico do Cristianismo, que distingue clero e laicato, teve origem e ou foi profundamente afetado pela arquitetura original dos templos do período Constantino?
Você sabia que Jesus não fundou o Cristianismo, e que o que chamamos hoje de Cristianismo é uma construção religiosa humana, feita pelos seguidores de Jesus ao longo de mais de dois mil anos de história?
Você sabia que o que chamamos hoje de Cristianismo está profundamente afetado por pelo menos três grandes eras: a era de Constantino, a era da Reforma Protestante e a era dos Avivamentos na Inglaterra e nos Estados Unidos?
Você sabia que é praticamente impossível saber a distância que existe entre o que Jesus tinha em mente quando declarou que edificaria a sua ekklesia e o que temos hoje como Cristianismo Católico Romano, Protestante, Ortodoxo, Pentecostal, Neopentecostal e Pseudopentecostal?
Você sabia que os primeiros cristãos se preocuparam em relatar as intenções originais de Jesus com vistas a estender seu movimento até os confins da terra?
Você sabia que este relato está registrado no Novo Testamento, mais precisamente nos Evangelhos e no livro de Atos dos Apóstolos?1
Você sabia que o terceiro evangelho, Evangelho Segundo Lucas, e o livro dos Atos deveriam formar no princípio uma só obra, que hoje chamaríamos de “História das origens cristãs”?
Você sabia que os livros foram separados quando os cristãos desejaram possuir os quatro evangelhos num mesmo códice, e que isso aconteceu por volta de 150 d.C.?
Você sabia que o título “Atos dos Apóstolos” surgiu nessa época, segundo costume da literatura helenística, que já possuía entre outros os “Atos de Anibal” e os “Atos de Alexandre”?
Nesse emaranhado de coisas que eu não sabia, três coisas eu sei.
A primeira é que a crítica que o mundo secular faz ao Cristianismo institucional tem sérios fundamentos, ou como podemos dizer: “Os inimigos estão parcialmente certos”.
A segunda coisa que sei é que nesta Babel que vem se tornando o movimento evangélico brasileiro, está cada vez mais difícil identificar a essência do Evangelho de Jesus Cristo, nosso Senhor.
A terceira coisa que sei é que vale a pena perguntar aos primeiros cristãos o que eles entenderam a respeito de Jesus, sua mensagem, sua proposta de vida e suas intenções originais. Vale a pena voltar à Bíblia. Não há outra fonte segura de informação e formação espiritual, senão a Bíblia Sagrada, a Palavra de Deus especialmente o Novo Testamento.
Fonte: Irmãos.

As Sete Igrejas e o Testemunho do Senhor- Romeu Bornelli

Romeu Bornelli
15 03 2009 (Arapongas – PR)
Parte 1

Vamos abrir em Apocalipse cap. 1, a partir do versículo 9. Vamos ler com bastante atenção. Apocalipse 1:9 Eu, João, irmão vosso e companheiro na tribulação, no reino e na perseverança, em Jesus, achei-me na ilha chamada Patmos, por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus. 10 Achei-me em espírito, no dia do Senhor, e ouvi, por detrás de mim, grande voz, como de trombeta, 11 dizendo: O que vês escreve em livro e manda às sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia. 12 Voltei-me para ver quem falava comigo e, voltado, vi sete candeeiros de ouro. Vamos prestar atenção aqui novamente nesse versículo 12: Voltei-me para ver quem falava comigo e, voltado, vi sete candeeiros de ouro 13 e, no meio dos candeeiros, um semelhante a filho de homem, com vestes talares e cingido, à altura do peito, com uma cinta de ouro. Verso 17 Quando o vi, caí a seus pés como morto. Porém ele pôs sobre mim a mão direita, dizendo: Não temas; eu sou o primeiro e o último 18 e aquele que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos e tenho as chaves da morte e do inferno. 19 Escreve, pois, as coisas que viste, e as que são, e as que hão de acontecer depois destas. 20 Quanto ao mistério das sete estrelas que viste na minha mão direita e aos sete candeeiros de ouro, as sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete candeeiros são as sete igrejas.
Irmãos, eu queria colocar de forma bem focada e enfática um encargo específico do meu coração para essa manhã. Assim como temos entendido que o Senhor deseja recuperar todos os assuntos relacionados à sua presença, glória e vida na igreja, e a tudo o que Ele estabeleceu para a igreja, tanto para a sua vida, para o seu viver, quanto até mesmo para as suas práticas, como por exemplo a Mesa do Senhor, que acabamos de experimentar de uma forma tão preciosa, tão rica, nós confiamos no Espírito Santo para nos ajudar, e o que o Espírito Santo fez foi nos ajudar e gerar no nosso coração respostas de adoração e de apreciação ao nosso amado Senhor. Da mesma maneira quando nós olhamos para a realidade que a igreja tem vivido de modo geral, quanto terreno nós vemos para o Senhor recuperar na sua restauração!! A Carta às sete igrejas do Apocalipse, refletem itens, verdades, realidades, muito específicas que o nosso Senhor deseja recuperar nas suas igrejas e eu creio que uma das grandes preocupações que nós precisamos ter, especialmente nos nosso dias - por favor, julguem o que eu estou dizendo e pensem por vocês mesmos, - mas uma das grandes preocupações que tenho tido no meu coração é o perigo de acharmos que transplantando moldes, nós poderemos transplantar realidades. Nunca poderemos transplantar realidade transplantando moldes.
Os irmãos sabem que quando o Senhor levou o povo para o deserto, há uma figura como eu vejo ali muito interessante, a nos ensinar pela maneira como o povo fez o bezerro de ouro, e pela forma como o Senhor ordenou que fosse feito o Candeeiro. Qual o assunto aqui em Apocalipse 2 e 3? Os Sete Candeeiros de ouro. Então quando nós vemos a forma como Candeeiros foram feitos e a forma como o bezerro de ouro foi feito, nós sabemos qual a diferença entre a realidade da vida da igreja e a imitação do diabo.
É muito interessante o texto que fala do bezerro de ouro. Vou só comentar alguma coisa para ganharmos tempo, mas se você ler lá em Êxodo 32 sobre o bezerro de ouro, você vai ver que Arão disse a Moisés quando este descia do monte, depois de ter passado aqueles dias lá, e o povo meio desesperado no deserto perguntando onde Moisés, o líder, havia ido, e pediam um deus que os levasse de volta para o Egito, e quando então Moisés desce e encontra Arão como aquele gerente da festa, porque eles conseguiram convencer a Arão que realmente isso deveria ser feito. Agora Arão pediu então as argolas de ouro, os anéis, e vamos usar esse material para fazer o bezerro. É óbvio, e a palavra diz, que eles fizeram o bezerro fundido. Claro, pois eles tinham que fundir aquelas argolas, aqueles anéis para fazer um bezerro. Obviamente, como que eles poderiam produzir um bezerro com ouro fundido? Como? Teria necessidade de ter um molde, pois o ouro escorria. Então havia a necessidade de ter um molde, e então aquele ouro entrou no molde. Quando aquele molde foi tirado ou não, não sabemos, aquele bezerro pôde ser visto. Interessante que Arão disse assim, quando ele vai justificar o que aconteceu, pois Moisés fica indignado com aquela situação e ele diz assim: “eu peguei esse ouro, lancei no fogo e saiu esse bezerro”.( Êxodo 32:24 Então, eu lhes disse: quem tem ouro, tire-o. Deram-mo; e eu o lancei no fogo, e saiu este bezerro.) Muito interessante Arão, o que ele disse. O primeiro bezerro instantâneo da história da humanidade. O primeiro e único. Bezerro em pó: lancei no fogo e saiu esse bezerro. Passe de mágica. Não foi assim que o bezerro foi feito, nós sabemos pela narrativa. Agora, quando nós sabemos que esse bezerro de ouro, embora tenha ouro e sabe o que ouro na Bíblia fala na tipologia do Velho Testamento? Ouro fala da vida, natureza e glória de Deus, essas três coisas. A vida, a natureza e a glória de Deus, foram colocados lá na tipologia, claro, dentro daquele molde que constituiu aquela ofensa contra o Senhor. Agora como que o Senhor ordenou que o Candeeiro fosse feito? Irmãos veja detalhes e você vai encontrar instruções a partir de Êxodo 25, quando o Senhor ordena construir o Tabernáculo, que era o lugar onde Ele iria depositar a sua presença. Êxodo 25:8, diz assim: Eles me farão - me farão, é para mim, diz o Senhor - me farão um Santuário. Não era para eles. Eles teriam o privilégio de entrar lá, ter comunhão com o Senhor, experimentar algo da sua vida, natureza e glória. Até mesmo a Shekina não estaria naquele tabernáculo? Ela não estaria lá sobre o propiciatório? Então eles teriam o privilégio de tocar a vida, a natureza e a glória de Deus. Não é um privilégio pequeno, mas Êxodo 25:8 diz que eles farão para Mim, eles vão se beneficiar, mas é Meu, Eu que quero, farão para mim um Santuário para que Eu - veja onde começa - começa nesse santo Eu - para que Eu, diz o Senhor, possa habitar no meio deles. E a partir dali Ele começa a dar instruções. Primeiro a Arca, depois o propiciatório, depois a Mesa e assim vai, a partir de Êxodo 25. Então irmãos, quando nós chegamos no Candeeiro, como que ele foi construído? Você lembra qual que era a ordem do Senhor? Em primeiro lugar, veja a beleza disso: tomarão um talento de ouro. Um talento, por que? Porque o candeeiro deveria expressar unidade, porque o Senhor iria depositar a sua glória, a sua vida, a sua presença em uma expressão de unidade. Lembra Jesus orando em João 17? João 17:21 a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste. Para que o mundo creia, porque este seria o testemunho. Não o ecumenismo, não o sincretismo, mas unidade em torno da verdade, em torno do próprio Senhor, para que eles sejam um, como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, para que o mundo creia. Esse é o testemunho: para que o mundo creia que tu me enviaste. E tens os amado como também amaste a mim. Então, em primeiro lugar, o Candeeiro é feito de um talento de ouro. Então, quando você pesa um talento de ouro, você tem que fazer com ele Candeeiro, espevitadeiras, para podar os pavios que ficavam fumegando e tem que fazer também apagadores. Todas essas peças deveriam ser feitas de um talento de ouro. Interessante, porque o Senhor ligou dentro dessa unidade - um talento - não apenas para o candeeiro, mas para as espevitadeiras e para os apagadores. Vocês sabem o que isso quer dizer? Que o Senhor colocou juntos para que a luz, a glória, a beleza da luz do candeeiro fosse mantida, havia necessidade desses outros instrumentos que iam cooperar para esse trabalho ser feito. Qual trabalho? Manter o candeeiro em uma plena atividade. O candeeiro é um objeto de decoração? Eu sei que a gente entra em algumas casas hoje e vê um candeeiro como objeto de decoração, não deixa de ser bonito, mas irmão, candeeiro dentro do lugar santo não é objeto de decoração, porque se o candeeiro dentro do lugar santo não tiver óleo, pavio e fogo sobre ele - lâmpada - ele não serve para nada, porque o Santo lugar é um lugar fechado. Ele não é exposto à luz do sol, como é o átrio. Lembra do Tabernáculo? O átrio exterior é um pátio aberto ao sol onde você tem o altar de bronze e a pia de bronze. Quando você entra em um quarto fechado, totalmente sem janelas, completamente escuro, a única luz no ambiente era o candeeiro de ouro. Se não tivesse luz, o sacerdote não poderia fazer o seu serviço. Ele não poderia trabalhar na mesa de pães que estava de frente para o candeeiro, um do lado esquerdo e outro do direito, e o altar de incenso que estava lá na frente, onde tinha um outro véu que dava para o Santo dos Santos, onde estava a Arca da Aliança. Então nenhuma luz haveria ali se não fosse proveniente do candeeiro. Para que a luz do candeeiro fosse mantida era necessário o trabalho, primeiro dos sacerdotes; segundo das espevitadeiras e terceiro dos apagadores, para que aquele pavio fosse espevitado, a parte queimada fosse tirada. Você vê quando uma vela está acesa? Quando você tem metade do pavio branco e a outra metade escura, a luz não provém da metade escura do pavio. Provém da metade branca do pavio, porque é a metade branca que está embebida com álcool, óleo ou seja o que for. Não a parte preta. A parte preta atrapalha a luz. Ela é queimada. Não absorve mais o combustível. Não é assim que funciona? Então o sacerdote entrava lá para fazer aquele trabalho: espevitar para que a luz fosse mantida plena. Mantinha o óleo, porque sem óleo não haveria combustível e quando necessário então ele apagava aqueles candeeiros, porque o candeeiro precisava ser transportado pelo deserto. O fogo era transportado em outro lugar e quando eles paravam em uma próxima estação, tomavam aquele fogo e acendiam de novo as lâmpadas do candeeiro. Compreendeu isso? Sabe o que é que nós vemos em Apocalipse 2 e 3? Exatamente isso. Em primeiro lugar o Senhor está caminhando entre os sete candeeiros de ouro. Sabe o que é que Ele está fazendo no meio desses sete candeeiros de ouro? Ele está cuidando desses candeeiros, para que aquilo que toca a sua vida, natureza e glória tipificado pelo ouro, possam ser preservados, possam ser mantidos. Então eu queria extrair para os irmãos, uma palavra para cada uma das sete igrejas com a finalidade de que nós vejamos através dessas sete palavras, quais são as realidades, ou a realidade espiritual, que o Senhor deseja manter na sua igreja. Então coloque as sete juntas, os sete candeeiros juntos, porque foi o que Ele fez no cap. 1. Ela passeia no meio dos sete candeeiros de ouro. O Senhor explicou esse mistério aí no versículo 20. As sete estrelas são os anjos das sete igrejas. E os candeeiros são as sete igrejas e o Senhor então passeava, andava no meio dos sete candeeiros de ouro. Para quê? Para manter plena a luz do candeeiro, para que aquilo que toca a vida a natureza e glória de Deus, pudessem ser mantidas plenas e claras, na vida das suas igrejas que não são objetos de ornamentos, mas são objetos de testemunho. A igreja não é objeto de ornamento, é objeto de testemunho. Então, em primeiro lugar, nós precisamos diferenciar essa obra do candeeiro e essa obra do bezerro de ouro. Nós não podemos tomar os moldes nem mesmos bíblicos. Você não pode tomar o molde do Livro de Atos como um molde e dizer assim: “se nós nos reunirmos com essa maneira, se nós praticarmos isso daquela outra maneira, nós temos garantida a realidade da presença do Senhor, porque essa é a maneira simples de fazer, a maneira do Espírito de fazer”. Cuidado com maneiras, maneiras, porque na verdade o Espírito Santo não tem maneiras de fazer as coisas. Tem algo em coisas importantes que Ele estabeleceu. Isso não são maneiras, são estabelecimentos, mas além desses estabelecimentos, Ele não tem maneira de fazer as coisas. Ele é tão diverso no que Ele faz irmão. Se você já parou para pensar que aqueles irmãos primitivos, eles primeiro começaram a viver e depois receber ensino? Já parou para pensar? Primeiro eles viveram e depois eles foram ensinados, porque o Espírito Santo estava apenas descendo naquele dia de Pentecostes. Então os apóstolos tinham muito trabalho para fazer em termos de doutrinar aqueles irmãos, de falar a doutrina de Cristo agora na luz do Espírito Santo, coisa que antes eles não tinham quando o Senhor estava na carne e agora eles iam perseverar na doutrina dos apóstolos, na comunhão, no partir do pão, nas orações. Primeiro a realidade deles começou com vida, uma vida tão transbordante. Vida que os levou a ser um naquele início, um talento de ouro. Você vai encontrar em Atos 2, 3 e 4 aquelas expressões: Atos 4:32 Da multidão dos que creram era um o coração e a alma. Ninguém considerava exclusivamente sua nem uma das coisas que possuía; tudo, porém, lhes era comum. Está vendo “um” aí de novo. Tudo lhes era comum. Eles viviam com um coração, uma mente e uma alma. Quem produziu isso? O Espírito Santo, o Espírito de unidade. Agora irmãos, quando o Senhor anda por essas sete igrejas, o que é que Ele deseja recuperar? Forma? Moldes? Eu disse ontem para os irmãos, que tem sido preocupante, de muitas maneiras, nós vermos no nosso país, muitos livros e alguns já são best selers, e eles são escritos para tentar nos levar a ver qual é o molde, o que é que nós temos que praticar, o que é que nós temos que fazer, que maneira que nós temos que nos reunir para que seja garantida realidade espiritual no nosso meio. Não se engane com isso, porque o Senhor não tem uma maneira e uma prática que garanta a realidade espiritual, pois o que garante a realidade espiritual, é a nossa visão do nosso grande Sumo Sacerdote.
Sabe que no livro de Apocalipse quando você vê esse Sacerdote descrito aí, diz que Ele estava cingido à altura do peito com uma cinta de ouro. Não eram os sacerdotes que se cingiam com essa cinta. Eles tinham apenas aquela túnica. Quem se cingia com cinta de ouro à altura do peito era apenas o Sumo Sacerdote. Só você consultar o Livro de Levítico, cap. 8 que você vai ver, porque a cinta de ouro seguraria o peitoral do juízo, as duas obreiras de pedras de ônix com seis nomes de cada tribo de cada lado, e aquilo então era pesado. Era ouro engastado naquelas pedras de ônix, aquela estola sacerdotal, o peitoral do juízo com doze pedras preciosas. Aquilo era pesado, e a cinta de ouro era para manter todo esse ornamento no lugar. Só o Sumo Sacerdote vestia. Como então o Senhor é apresentado em Apocalipse? Como sacerdote? Não. Na linguagem de Hebreus, como grande Sumo Sacerdote que penetrou os céus e que então anda no meio dos sete candeeiros de ouro buscando o quê? Buscando o seu testemunho. O que é que o Senhor busca na suas igrejas? Como é que você responderia isso? O que Ele busca na sua igreja? Ele busca Ele mesmo. Lembra quando o Senhor tirou do lado de Adão aquela parte da sua carne? A palavra diz “transformou-a”. Foi um trabalho de Deus, não foi um passe de mágica. A palavra no original hebraico é edificou. A nossa versão é engraçada pois fala em “transformou”. Parece também um passe de mágica, na nossa versão no português. Mas, na verdade, a palavra hebraica é construiu uma mulher – vê a beleza disso? - assim como Ele está edificando a sua igreja, e Eva é uma figura da igreja, nós sabemos por Romanos 5 que Adão prefigurava Cristo. Então Ele trabalhou aquela parte de Adão, construiu uma mulher e apresentou a ele. E o que é que ele disse? Esta, afinal, - o que é que ele viu nela? – ele mesmo. Esta afinal é osso dos meus ossos. Osso, interior. Ele está dizendo: ela tem a minha realidade, meu conteúdo. Ela pode ter comunhão comigo, porque Adão não era um orangotango vestido de homem. Ele não tinha natureza de orangotango. Ele tinha natureza de homem. Então, quando ele olhou para aquela mulher ele viu que ela tinha a mesma natureza e por isso ele falou osso. Osso dos meus ossos. Ele também viu que tinha a mesma expressão externa. Então ele disse: é carne da minha carne. Você vê que beleza isso? Então é a realidade interior e a expressão exterior. Então quando Adão viu si mesmo nela ele diz: esta é afinal. É isso que o Senhor busca na sua igreja irmão. Ele não busca nada. Ele não busca ninguém; Ele não busca coisa alguma de nós. Ele busca na igreja a Si próprio, a Si mesmo. E tudo o que Ele está fazendo em nós, é para formar-se, a Si mesmo em nós. Será que nós já recebemos um veredicto de Deus com relação a isso? Aquele veredicto que diz assim: o que é nascido da carne é carne. A carne para nada aproveita. O espírito é que vivifica. João 6:63. A carne para nada. Será que nós já recebemos esse veredicto? Para nada aproveita. Sabe o que nós podemos fazer na nossa relação com o Senhor? Nada, senão oferecer a Ele Cristo, o mesmo Cristo que tem sido dado a nós, o Cristo que tem sido conhecido por nós. Ele vem e Ele volta para Deus em adoração, em ações de graça. É isso que o Senhor quer produzir na sua igreja. (João 6:63 O espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida.) É impossível edificar a igreja com qualquer coisa que haja em nós, porque não há material originário, em nós, que possa ser agradável ao Senhor ou que Ele use para a edificação da igreja. Percebe o quanto isso é importante irmão? Percebe porque é tão importante conhecer a Cristo? Aquelas palavras de Paulo em Filipenses, lembra? A sublimidade do conhecimento Dele. Quero ser achado Nele, não tendo justiça própria. Lembra aquelas palavras? Para O conhecer. Conhecer o poder da sua ressurreição. Você vê que tudo fala de Cristo? Paulo não fala assim: “eu era um homem espetacular”. Ele era um homem espetacular. Não era? Muito provavelmente Paulo fosse um homem muito além da média, em termos de inteligência natural. Ele falava três línguas fluentemente. Ele era um homem profundamente educado naquela escola de Gamaliel, uma escola ortodoxa, escola de sábios, naturalmente falando. Ele olha para isso depois de conhecer o Senhor e diz: tudo isso considero como esterco, como lixo inútil, para ganhar a Cristo e ser achado Nele. Filipenses 3:8. Será que Paulo está exagerando? Paulo compreendeu que o único material para edificar a igreja é Cristo mesmo e Cristo tem que ser formado em nós, Cristo tem que ser conhecido por nós. Por isso que ele disse em Filipenses 3 que considero tudo um lixo para o conhecer. E nós podíamos perguntar para ele: mas Paulo, você já está até preso por causa desse Senhor que você conhece!! Por que agora você diz que ora para conhecer a Ele? Você já não conhece bem a Ele? Já não conhece o suficiente Dele? O que é que ele escreveu nos Efésios? Que as riquezas de Cristo são insondáveis. Efésios 3:8 A mim, o menor de todos os santos, me foi dada esta graça de pregar aos gentios o evangelho das insondáveis riquezas de Cristo. Inescrutáveis. Então ele diz que é sublime o seu conhecimento. Ele viu que assim a igreja era edificada. Então primeiro, considere essa diferença entre o bezerro de ouro, feito em molde é ouro. Ah sim. É ouro. Tem uma aparência de sabedoria ali, tem algo que pode imitar a vida, a glória e a natureza de Deus ali, mas é bezerro de ouro. Foi feito em molde. O molde foi transplantado, mas o candeeiro, como é que o candeeiro era feito irmão? Era feito com golpes de martelo e cinzel. O que é que isso fala? O trabalho da cruz. A igreja não pode ser formada, a não ser que nós enfiemos o nosso pescoço no jugo de Cristo - Mateus 11, tomai o meu jugo, aprendei de mim, porque Eu Sou, Ele diz, nós não somos, Eu sou manso e humilde de coração e achareis descanso para as vossas almas. É claro que esse aprendizado é voluntário. Ninguém vai enfiar o seu pescoço lá. Você tem que colocá-lo, porque conhece esse Senhor que está do outro lado. Então, sem trabalho do martelo e do cinzel, o candeeiro não pode ser formado. Sabe como Cristo edifica a sua igreja? Através do trabalho do martelo e do cinzel. Sua vida tem sido assim trabalhada pelo martelo e pelo cinzel? Pedro quando olha para isso ele diz: 1 Pedro 4:12 Amados, não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos, como se alguma coisa extraordinária vos estivesse acontecendo; Pedro quis dizer: vocês estão com a mente errada. Isso não é extraordinário. Isso é ordinário, porque faz parte da vida cristã - não é? - então considere esse custo. Não estranheis o fogo ardente. Pelo contrário, alegrai-vos porque à medida em que sois participantes do quê? Dos sofrimentos de Cristo para que também na revelação da sua glória, vos alegreis exultando. Então os irmãos estão vendo que o entendimento a respeito da trabalho da cruz era tão essencial, era tão central para esses irmãos? É tão central na palavra de Deus?

As Sete Igrejas e o Testemunho do Senhor - Romeu Bornelli


As Sete Igrejas e o Testemunho do Senhor
Continuação.
15 03 2009 (Arapongas – PR)
Parte 2
Irmãos, não é por motivo qualquer que nós temos esse ensino espúrio no meio da cristandade, chamado teologia da prosperidade. Esse é o instrumento do diabo no meio da cristandade, sabe por que? Porque o diabo quer tentar através dos mestres e profetas da prosperidade nos dizer que todo o sofrimento provém do diabo e que Deus é um Pai tão amoroso que para nós, aqui na nossa história terrena, tudo o que Ele quer para nós, são caminhos de delícia, caminhos de paz, caminhos sem tribulação, caminhos de rosas. Toda aflição é do diabo. Alguns chegam a dizer que ganhar salário mínimo é do diabo também, que Deus, sendo um pai rico, Ele quer que todos os seus filhos sejam ricos e prósperos. Não é assim? Isso é contrário à palavra de Deus e imagino que Pedro se ele pudesse ouvir essas coisas, ele iria rolar no túmulo, porque quando ele escreve as suas epístolas, ele diz exatamente isso. Ele fala forte a favor do sofrimento dizendo que é o caminho do sofrimento que vai produzir glória. No primeiro capítulo da epístola dele ele diz que é como um ouro. Vocês são ouro, mas são ouro impuro. O ouro está sendo refinado e o valor da vossa fé, mais refinado do que ouro depurado, (1 Pedro 1:7) ele vai redundar em louvor honra e glória na revelação de Jesus Cristo. Lembra o primeiro capítulo? A quem vocês não vêem mas amam, porque embora não vendo exultam com alegria indizível (1 Pedro 1:8) e cheia de glória. Então Pedro procurou nortear os irmãos no caminho do sofrimento que ele conhecia muito bem. Então, quando ele conclui a epístola, sabe o que é que ele fala no cap. 5? 1 Pedro 5:12 Por meio de Silvano, que para vós outros é fiel irmão, como também o considero, vos escrevo resumidamente, exortando e testificando, de novo, que esta é a genuína graça de Deus; nela estai firmes. Já pensou nas palavras? Pedro falou de sofrimento a epístola inteira e fala assim: esta é a genuína graça. “Oh Pedro. Você está sendo tão duro!” É assim que a graça se manifesta. Essa é a genuína graça de Deus. E o que mais que fala nesse verso? Nela estai firmes. 1 Pedro 5:12 ...... exortando e testificando, de novo, que esta é a genuína graça de Deus; nela estai firmes. Nela estai firmados, porque o Deus de toda graça, que em Cristo vos chamou para a sua eterna glória, graça e glória são termos que Pedro coloca junto nesse epístola - o Deus de toda graça que em Cristo vos chamou para a eterna glória, - glória é manifestação - depois de terdes sofrido por um pouco, Ele mesmo vos há de aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar. A Ele seja a glória pelos séculos dos séculos. É assim que ele termina a sua epístola.
Você vê irmão, então o que é que o Senhor, como Sumo Sacerdote, está fazendo no meio desses candeeiros? Espevitando e colocando óleo. Um trabalho digamos, com um lado negativo, o que precisa ser removido de nós e o outro lado o próprio trabalho positivo: enchei-vos do Espírito. Esse é o óleo. Nada disponhais para a carne no tocante às suas concupiscência. Essa é a finalidade do trabalho da espevitadeira que faz o trabalho da cruz, que faz o trabalho da palavra de Deus, penetrando em nós, e dividindo o que é de nós e o que é do espírito, alma e espírito, juntas e medulas. Esse é o trabalho da palavra. E o Senhor faz isso, o trabalho da cruz, não apenas pela palavra. Também faz pelas circunstâncias, providência. Então cuidado quando você nega o trabalho providencial de Deus na sua vida, porque é como dar coice em aguilhões. Você vai se ferir e não vai entender a vontade do Senhor. Vai atrasar o que Ele quer para a sua vida, ou você acha que não pode atrasar? Alguns acham que não. Nada do que pode estar no plano de Deus pode ser atrasado. Pode sim. Ele está esperando a sua igreja há dois mil anos. Pedro quando conclui a sua segunda epístola ele diz que nós não devemos apenas não esperar, mas devemos apressar a vinda do Dia de Deus. Lembra? Como que nós podemos apressar a vinda do Dia de Deus? Como? Respondendo àquilo que o Espírito Santo tem nos falado. Essa é a tônica da carta às sete igrejas: quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. E Hebreus 3? Hoje se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração.
Irmãos, a palavra de Deus diz que a jornada de Sinai até a fronteira do Jordão é uma jornada de onze dias. Acho que seria muito difícil para um povo com talvez uns três milhões de pessoas fazer essa jornada em onze dias. Mas digamos então que esse trabalho inicial tenha sido a intenção do Senhor de levar aquele povo estação após estação, até Cades-Barnéia. Eles chegaram lá sabe com quanto tempo? Um ano e meio. Exatamente. Quando eles chegaram em Cades-Barnéia, os espias foram enviados e os irmãos sabem o que é que aconteceu. Tiveram que voltar para o deserto e andar mais quanto? Trinta e oito anos. Isso estava no propósito original de Deus? Esse era o desejo de Deus para aquele povo? Sim? Está claro que não irmão. O desejo era que eles se apossassem da palavra do Senhor e entrassem na terra, com um ano e meio de jornada, mas então o Senhor na sua bondade, Ele não afastou a sua arca do meio deles. Eles foram na sua obstinação, mas o Senhor foi na sua tolerância. O Senhor foi na sua longanimidade, tratando com aquele povo, mas não confundamos os desejos de Deus com as permissões de Deus. Elas são muito diferentes. Então nós podemos apressar o dia da vinda de Deus, respondendo ao que Ele tem nos falado.
Então o que é que nós vemos aí em Apocalipse, vou colocar esses sete termos para nós meditarmos um pouco. O que é que o Senhor busca nas suas igrejas? Nós não vamos ler nada a respeito de nenhuma delas. Se você mantiver a sua Bíblia aberta, enquanto compartilhamos você pode detectar aí, onde estão os versos. Primeira carta o Senhor escreve a Éfeso. Sabe o que é que o Senhor busca em Éfeso? Se você dar uma palavra para Éfeso, qual palavra você daria? Amor. Desejável é o significado da palavra Éfeso. Mas o que é que o Senhor buscava em Éfeso? Amor. Tenho porém contra ti que abandonaste o teu primeiro amor. Essa palavra primeiro, “protos”, não significa primeiro em termos de tempo. Significa em termo de qualidade. Na verdade significa ambas as coisas. Então não é que o Senhor queria que a igreja olhasse para trás com aquela visão saudosista: “Ah! Quando eu conheci o Senhor; Ah aquelas obras lá do tempo de trás”. Não é tempo no sentido de quantidade. Tempo no sentido de qualidade. Pronton. Uma tradução melhor aí seria primazia. Tenho porém contra ti que abandonaste a primazia do teu amor. De alguma maneira eles trocaram; o amor deles para com o Senhor foi ofuscado por outras coisas que nós não sabemos quais. Outras coisas, porém, foram mantidas e o Senhor não deixou de nominá-las. Elas eram importantes. Labor, perseverança, boas obras, ortodoxia, provaram falsos apóstolos e acharam que alguns eram mentirosos - não é? - tudo isso tem o seu lugar de importância. O Senhor colocou isso aí na carta, mas são tão secundários diante deste foco, como compartilhamos ontem lá em Londrina, “O Caminho do Amor”. Você vê? O caminho do amor foi a primeira coisa que o Senhor buscou na primeira igreja. Tenho porém contra ti, abandonaste a primazia do teu amor por mim, primeiro amor. Então o que é que o Senhor busca como luz de candeeiro. O que é que reflete sua vida, natureza e glória em primeiro lugar e que ele quer na sua igreja? Amor. Que nós amemos a ele e que nós nos amemos uns aos outros, como compartilhamos ontem.
A segunda igreja, a igreja em Esmirna. Qual seria a palavra que nós daríamos a essa igreja? Eu acho que está bem claro no versículo 10, parte final, quando o Senhor exorta o que é que Ele está buscando dela: ser fiel. Então o que mais na nossa vida como igreja reflete a vida, a natureza e glória de Deus? Fidelidade. Percebe que fidelidade é um pouco diferente de fé? Fé é aquilo que você crê. Fidelidade é você manter na prática, na experiência, na confissão, na conduta, aquilo que você crê. Você é fiel a. Fidelidade. Então isso é mais uma coisa que o Senhor busca na sua igreja. Ele quer que nós sejamos fiéis, não negociemos, não abandonemos, não retrocedamos: problema dos hebreus, retrocesso, em tudo aquilo que Ele nos tem já revelado, confiado. Irmão, é um depósito. Ele tem confiado depósitos à sua igreja. Se nós não somos fiéis, nós não podemos brilhar com a luz do candeeiro. Nós perdemos o que o Senhor deposita. Observe a importância disso. Você vê? Então fidelidade é a segunda expressão. Não perca de vista que tudo isso toca o testemunho do Senhor entre nós. Nós vamos colocar sete palavras. Se você ajuntar as setes, vai ver que são necessidades essenciais de que a igreja mantenha para que a vida, a natureza e glória do testemunho do Senhor seja mantido entre nós. Primeiro lugar acima de tudo: amor. Nisso conhecerão todos que sois os meus discípulos. Nisso. Qual é esse “isso”? Se tiverdes amor uns com os outros. Então amor ....fidelidade. Fiéis ao depósito, à quantidade de luz que o Senhor nos tem dado. Não retrocedermos, não negociarmos, não abandonarmos.
Terceiro ponto, igreja em Pérgamo. Nós sabemos que Pérgamo significa união, ou casamento. Muito interessante. Quando o Senhor se apresenta a essa igreja, não é a toa que ele se apresenta como aquele que tem a espada afiada de dois gumes, porque Pérgamo significa que algo foi casado, algo foi unido e aqui no caso significa união entre a igreja e o mundo. A igreja mundanizada e o Senhor se apresenta a ela como tendo uma espada afiada de dois gumes. Lembra o que Hebreus fala dessa espada? A palavra de Deus, viva e eficaz, mais afiada do que qualquer espada de dois gumes e penetra até o ponto de dividir alma de espírito, juntas de medula. Então o Senhor apresenta a essa igreja dizendo que a minha palavra é uma espada afiada de dois gumes que vai dividir, separar no meio de vocês, o que tem de ser separado. O que é que tinha que ser separado em Pérgamo? Igreja e o mundo.
Irmãos, nós temos sofrido muito com esse assunto. Nós como igreja temos importado conceitos do mundo. Quer um exemplo? Psicologia. Métodos psicológicos. Isso é o mundo que tem sido trazido para dentro da vida da igreja. Pastores e mais pastores no nosso país, tem recebido convites para fazer treinamento com psicólogos, treinamentos de laboratório, de eloqüência, de métodos de manipulação de massa e coisas desse tipo. E não é um mundo para o mundo. É o mundo para aqueles, pelo menos, que professam ser servos do Senhor, os representantes do Senhor no nosso país. O Senhor deseja separar o mundo da igreja em todos os aspectos. Quer outro exemplo? Música. Muito da nossa música tem sido importada do mundo. Quando nós vemos alguma forma de reunir e não estamos aqui de forma nenhuma criticando irmãos, irmãos são irmãos, nós devemos amar e servir os irmãos, independente de quem eles são e onde eles estão - nós não estamos falando de irmãos, estamos falando de formas - então muitas vezes você vê aqueles palcos, plataformas mais altas, montados na frente com a banda toda lá na frente, porque é um show que vai ser dado. É show mais reunião, é show mais palavra de Deus. Então irmãos, isso não é do agrado do Senhor. Essa não é a maneira da igreja se reunir, na simplicidade e na pureza de Cristo que foca Cristo, que tem Cristo como centro, mas essas coisas estão acontecendo não no mundo, mas dentro do cristianismo professo. Então às vezes nós temos facilidade de olhar para isso e condenar, mas nós não temos visto desse conceito tem penetrado em nós, no nosso meio. Psicologia é um exemplo e música é outro exemplo. Maneira de vestir é outro exemplo. Modas. De alguma maneira nós achamos que preservando o nosso estilo de vida, o mais próximo possível do mundo, nós iremos ganhar o mundo. Se nós formos muito diferentes do mundo, nos vamos assustar o mundo. Nós precisamos atrair o mundo que nem um anzol com a isca. Não é esse o propósito de Deus.
Irmão, quando o Senhor foi lidar com Sodoma e Gomorra, Ló, que inicialmente que havia saído com Abraão, Ló estava lá dentro de Sodoma e Gomorra - olhe onde Ló foi cair. Será que era intenção de Deus que Ló fosse para lá? Não. Quando Abraão falou com ele para que escolhesse para onde ele queria ir, pois nós temos muito gado, muitos pastores e nós estamos brigando. Escolhe o teu caminho. Se você for para a direita, irei para a esquerda. Palavra diz em Gênesis 13 que Ló levantou os olhos e viu as campinas do Jordão. O que é que ele pensou? “Eu tenho muito gado. São as pastagens mais férteis. É para lá que eu quero levar o meu gado”. Ló então escolheu segundo o ponto de vista natural. E lá diz a palavra que ele foi armando as suas tendas até Sodoma, onde ele foi cair, a cidade mais ímpia daquele tempo. Ló estava misturado com aquela coisa toda, embora ele no seu coração ele se afligisse, que é o que Pedro nos diz. Aflito mas lá dentro. E quando o Senhor foi falar dos seus planos, na sua mente, no seu coração, com relação a Sodoma, por que é que Ele não falou com Ló que estava lá dentro? Por que? O Senhor foi falar sobre o que Ele ia fazer com Sodoma, lá na tenda afastada de Abraão, lá nas montanhas. Ele passou pela tenda de Abraão, aqueles anjos passaram por lá, e um Anjo com “A” maiúsculo, que é a própria manifestação pré-encarnada do Senhor Jesus, teve comunhão com Abraão dizendo que iria julgar aquela cidade. Quanto mais nós nos mantemos afastados do mundo para o Senhor, mais o Senhor vai nos usar como benção para o mundo. Não é quanto mais nós formos parecidos com ele(mundo). É quanto mais diferentes nós formos dele, quanto mais separados para Cristo. Eu considero essa questão de Abraão e de Ló, através disso eu penso que nós vemos o que o Senhor queria fazer em Pérgamo, com essa espada afiada de dois gumes. Não tenha medo de oferecer ao Senhor tudo aquilo que você tem tido um senso interior que está ferindo a Ele na sua vida. Às vezes ir a um clube está ferindo a Ele na sua vida. Às vezes tem um tipo de lazer, em certo dia, em certo tempo, de certa forma que está ferindo a Ele. Sabe o que vai acontecer se você não render isso a Ele? Você vai atracar o seu barco e deixar de prosseguir no pleno conhecimento de Cristo, porque você tem dado mais valor a coisas que não são, que são secundárias. Você acha que isso é muito forte? Não. Eu acho que isso é muito fraco, porque quando você olha o que o Senhor fez no passado, por exemplo, entre os irmãos que foram chamados de puritanos. Sabe por que eles foram chamados de puritanos? O título é pejorativo, porque o mundo olhava para eles e falava que aquele povo é louco. “Como é que pode viver daquela maneira? Como é que pode viver sem beber, como é que pode viver sem as tabernas, como pode viver sem isso e sem aquilo. Esse povo é louco. São os puritanos”. Foi o nome que deram a eles, porque o estilo de vida daquele povo era tão diferente daquele mundo. Você sabe irmão, que o movimento puritano, se é que podemos chamar assim, foi um dos passos que o Espírito Santo deu para manter verdades que se não fossem mantidas, hoje nós não estaríamos aqui. Percebe isso? É como o Espírito Santo caminhando. Ele dá um passo na reforma, dá outros passos antes da reforma, dá passos no movimento puritano, dá passos no avivamento do século 18, vai dando passos. Dá passos com aqueles irmãos na China e hoje nós estamos aqui, nos ombros desses homens e mulheres de Deus, porque eles se mantiveram separados para Deus e hoje nós achamos difícil considerar um tipo de ambiente, de amizade ou de lazer que nós temos ... Sabe o que isso reflete? Que o nosso Senhor tem um valor muito pequeno para nós, muito pequeno. Então que o Senhor nos ajude a considerar o que Ele falou para Pérgamo. Nós precisamos ser uma igreja murada, assim como Ele usou Neemias para restaurar aqueles muros em torno de Jerusalém e sabe para que que o muro serve? Para manter de fora o que tem que ficar de fora e manter guardado o que tem que ficar de dentro. Muro não tem outra finalidade. Então o Senhor nos ajude a recuperar isso irmão.
Mais um passo, lá em Apocalipse, a igreja em Tiatira. Se você olhar para essa próxima igreja. Vamos colocar então uma palavra para Pérgamo. A palavra para Pérgamo então é clara. Separação, santidade, porque santidade nada mais significa do que separação. Então separação é a palavra para Pérgamo. Qual a palavra para Tiatira? O que vai incorporar essa vida, natureza e glória de Deus, o que Ele busca nos seus candeeiros conforme vemos no candeeiro chamado Tiatira? O que é que Ele busca no candeeiro Tiatira? Busca submissão. O que é que estava acontecendo em Tiatira? Em Tiatira eles tinham aquele ensino da mulher que então levava muitos à corrupção. Percebe na Bíblia o que é que significa ensino da mulher? Vamos pensar um pouco sobre isso. O homem na palavra de Deus, sempre tipifica na tipologia bíblica, a verdade e a mulher significa a experiência. Pense sobre isso. Nós precisamos só da verdade? Não. Se nós não temos experiência da verdade, o que vale a verdade? Mas nós podemos ter só experiência? Experiência sobre o quê? Experiência baseada na verdade. Homem e mulher tipificam verdade e experiência. O Senhor criou os dois porque são complementos. Ele quer que conheçamos a verdade e experimentemos a verdade. João 8:32 e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. Conhecimento e experiência. Então irmãos usando a mesma figura, na palavra de Deus, Cristo é o sol. A igreja é a lua. Ela não tem luz própria. O que é que acontece na terra quando a lua se coloca na frente do sol? Trevas. Eclipse. Todas as vezes que a nossa pregação é a igreja, o que nós recebemos é a cruz. Todas as vezes que a nossa pregação é a cruz, nós temos é a igreja. Percebe? Então nós não somos pregadores da igreja. “Vem para a nossa igreja; quando eu conheci a igreja a minha vida foi transformada; a igreja é isso; a igreja é aquilo”. Nós não pregamos igreja. Nós pregamos Cristo. Então o ensino da mulher é aquele ensino que chama atenção para si mesmo. Então o Senhor olhou para Tiatira, repreendeu aquela mulher Jezabel, especificamente lá, e buscou nessa igreja submissão. Lembra 1ª Coríntios 11? Cristo é o cabeça de todo homem e o homem é o cabeça da mulher e Deus é o cabeça de Cristo. Então é isso que Ele busca na vida da igreja. Submissão. A igreja não tem ensino. A igreja não tem práticas que sejam dela mesma. A igreja persevera na doutrina de Cristo. Ela não tem a sua própria doutrina. Então submissão é a palavra para Tiatira.
A próxima igreja. Sardes. O que é que o Senhor busca em Sardes? Se você for ver, olhe o versículo 2. Apocalipse 3:2 Sê vigilante e consolida o resto que estava para morrer, porque não tenho achado íntegras as tuas obras na presença do meu Deus. Olhe o verso 1, parte final. 1 ..... Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto. Sê vigilante e consolida o resto que estava para morrer. Interessante essa exortação, não é? O Senhor busca na sua igreja vida. Essa é a palavra para Sardes. Eu sei que há uma forma de você abordar essas sete igrejas - eu estou abordando no sentido literal - você pode abordá-la como vemos alguns irmãos fazendo no aspecto profético que é essas sete igrejas cobrindo a história do tempo, a história da igreja. Quem conhece por exemplo o trabalho do irmão Watchman Nee, “A ortodoxia da igreja”, sabe o que é que ele comenta lá. Ele mostra através das sete igrejas a igreja histórica. Mas não é essa a ênfase que eu estou colocando. As igrejas, em primeiro lugar são literais, havia uma igreja em cada uma dessas cidades, e a carta foi escrita para elas, para advertir a elas, porque elas tinham problemas específicos. O aspecto profético é um aspecto acessório. O aspecto literal é o aspecto primário. As igrejas são literais. Então, o que é que o Senhor estava buscando em Sardes? Vida. Porque tens nome de que vives, mas estas morto. Vida. Você vê a importância disso? Vida. Nós conhecermos e andarmos no Senhor como nossa vida. Habitai em Mim, porque Eu habitarei em vós, porque sem Mim, nada podeis fazer (João 15:5). Isso é vida.
A próxima igreja, Filadélfia. O que é que o Senhor busca em Filadélfia? Perseverança é a palavra para Filadélfia. Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação. Sem perseverança - de novo o Livro de Hebreus - nós não podemos avançar no nosso testemunho ao Senhor. Hebreus 10:39 Nós, porém, não somos dos que retrocedem para a perdição; somos, entretanto, da fé, para a conservação da alma. Hebreus 12:1 ..... corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para Jesus. Como o nosso irmão Hernie compartilhou lá em Londrina. Então perseverança é a palavra para Filadélfia. Lembra do Senhor dizendo assim para os discípulos? Lucas 21:19 É na vossa perseverança que ganhareis a vossa alma. Olhe que lindo esses versos. Perseverança. Ganhareis as vossas almas.
Laodicéia. Qual a última palavra para essa? Tudo dizes. Estou rico, estou abastado, já tenho de tudo. Não preciso de coisa alguma. Nem ao menos sabes que és miserável e pobre e cego e nu. Então aconselho que de mim compres, porque há um preço, para experimentarmos a realidade espiritual. Se você tem tido um ensino da graça desequilibrado, cuidado, porque a graça inclui os fatos de que nós fomos chamados por ela sem mérito para sermos introduzidos no governo. Nunca coloque graça contra governo, porque a graça visa nos introduzir - primeiro - e nos capacitar para experimentarmos o governo de Deus. Pense sobre isso irmão. A graça não tem finalidade nela mesma. A graça visa nos introduzir, porque quem éramos nós? Mendigos. Miseráveis, perdidos. Então nós tínhamos que ser introduzidos pela graça. Não havia outra maneira. A graça vai nos introduzir, número um e no ponto número dois, vai nos habilitar, vai nos dar suporte, pela graça. A graça não é apenas introdução, não é apenas porta: é caminho. Vai nos dar suporte, para quê? Para vivermos debaixo do governo do Senhor. O povo de Israel foi tirado do Egito pela graça: o sangue do cordeiro passado nas portas. Eles não tinham capacidade nenhuma de sair de lá, e foram introduzidos no deserto, no governo de Deus. Eles não murmuraram quando o sangue do cordeiro foi passado na porta. Eles agradeceram pelo sangue. Eles murmuraram quando o governo veio sobre eles no deserto. Nenhum de nós murmura pela graça. Nós murmuramos pelo governo. Mas o Senhor precisa nos introduzir em caminhos de governos, mais profundos: 1 Pedro 3:15 antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração - e não como Salvador - como Senhor, nos vossos corações. 15....estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós. Então a graça visa nos introduzir e nos capacitar para experimentarmos o governo de Deus sobre nossas vidas, porque sem o Seu governo não haverá expressão do Seu testemunho. Então a palavra para Laodicéia é realidade espiritual. Eles estavam fazendo tudo o que deveria ser feito, mas você se lembra muito bem que o Senhor, aquele que é a realidade espiritual - Eu sou o caminho e a realidade e a vida, o verbo se fez carne e habitou entre nós cheio de graça e realidade como diz João. E onde estava essa realidade em Laodicéia? Do lado de fora da porta. A realidade estava batendo na porta. Lá é que estava a realidade. O que é que eles tinham dentro? Irrealidade. Tudo estava sendo feito mas sem realidade espiritual. Eles podiam inclusive partindo o pão, mas sem realidade espiritual. Eles poderiam estar se batizando, mas sem realidade espiritual. Então realidade espiritual era o que Laodicéia não tinha e ela estava de fora, batendo na porta.
Tão amado o nosso Senhor, não é? O Senhor não cruzou o braço e desistiu daquela igreja, mas ele ficou lá fora fazendo assim, batendo na porta. A realidade batendo na porta. Eis que estou à porta e bato. Apocalipse 3:20 Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo. Mas Ele diz: se alguém ouvir a minha voz, a realidade entrará. Eu entrarei e cearei com ele, e ele comigo. Sabe irmão, a minha maneira de ver esse cear, não é ocasional nessa carta. Eu creio que esse cear em primeiro lugar fala dessa mesa, porque acima de tudo, através da realidade espiritual da mesa do Senhor, é que nós podemos provar de um modo tão diferenciado, tão sublime, quem é o nosso Senhor Jesus, em expressão de adoração, em expressão de ações de graça, como nós fizemos clamando ao Espírito Santo que venha sobre nós e que nos traga a realidade espiritual da mesa. Então Ele diz: Eu entrarei e cearei com ele, e ele, comigo. Você vê que tem um preço. Compra de mim colírio (Apocalipse 3:18) ou seja, ora por espírito de sabedoria e de revelação, pois é isso significa comprar colírio. Ore por espírito de sabedoria e de revelação – é isso que significa comparar colírio - para que as escamas dos seus olhos caiam e você veja a sua nudez, sua necessidade. Colírio para ungir os olhos para ver a sua nudez. Depois Ele diz: compre vestes brancas porque isso fala de santidade, testemunho. Veste branca fala disso. Eles achavam que tinham, mas não tinham, porque a realidade é o ponto básico para santidade. Se eles não tinham realidade eles não tinham santidade. Então comprem de mim vestes brancas para vestir e por último Ele diz: compre ouro refinado pelo fogo, ou seja, eles deveriam pagar aquele preço diante do Senhor para experimentar a realidade espiritual.
Irmão, quero concluir então. Quem somos nós esses dias e qual é a nossa posição. Nós queremos ser um povo que na nossa geração expresse o testemunho do Senhor? Ou nós queremos fazer um bezerro diferente? Qual é a nossa intenção? Queremos então quem sabe, fazer um bezerro de seis patas? Qual é a nossa intenção? Que o Senhor nos chame, e nós respondamos a Ele, nos chame de uma forma mais profunda, a busca de realidade espiritual, a respeito de quem Ele é, a respeito do que a igreja é - quem nós somos - e a respeito de tudo o que Ele estabeleceu na igreja. Isso é realidade espiritual. Que busquemos de todo o nosso coração essa realidade. Ela está do lado de fora da porta e deseja entrar no meio de nós. Nós chamemos o Senhor para dentro e saibamos que iremos pagar um preço para isso. Qual o preço? Tudo. Tudo o que você é e tudo o que você tem. Sabe qual o prêmio? Tudo. Tudo o que você jamais imaginou que teria, ou que pudesse alcançar. O prêmio é Ele mesmo dando-se a nós, porque o Senhor se coloca no exato lugar de tudo aquilo que Ele leva à morte nas nossas vidas. Tudo o que Ele leva à morte, Ele se põe no lugar. É assim que Ele nos priva. E que maneira maravilhosa de ser privado, não é? Ele tira aquilo que parece ser tão doce para nós e se põe no lugar daquilo, para que nós vejamos e experimentemos quem Ele é. Que o Senhor nos ajude nisso irmão. Amém.

Disciplinados para a Santidade- Levi Candido

“DISCIPLINADOS PARA A SANTIDADE”

Ora, na vossa luta contra o pecado, ainda não tendes resistido até ao sangue e estais esquecidos da exortação que, como a filhos, discorre convosco: Filho meu, não menosprezes a correção que vem do Senhor, nem desmaies quando por ele és reprovado; porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe. É para disciplina que perseverais (Deus vos trata como filhos); pois que filho há que o pai não corrige? Mas, se estais sem correção, de que todos se têm tornado participantes, logo, sois bastardos e não filhos. Além disso, tínhamos os nossos pais segundo a carne, que nos corrigiam, e os respeitávamos; não havemos de estar em muito maior submissão ao Pai espiritual e, então, viveremos? Pois eles nos corrigiam por pouco tempo, segundo melhor lhes parecia; Deus, porém, nos disciplina para aproveitamento, a fim de sermos participantes da sua santidade. Toda disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto, produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados, fruto de justiça. Por isso, restabelecei as mãos descaídas e os joelhos trôpegos; e fazei caminhos retos para os pés, para que não se extravie o que é manco; antes, seja curado. Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor,” (Hb 12:4-14)

O texto supracitado nos mostra claramente que quando o Pai nos recebeu como seus filhos fomos imediatamente inseridos em Seu plano disciplinador. Todo cristão autêntico, sem exceção, logo após o seu novo nascimento é matriculado, necessariamente, na escola disciplinadora do Aba, rumo à soberana vocação.
Neste aspecto está em vista o supremo propósito de Deus em Cristo Jesus. Por sermos tão amantes de nós mesmos (ver Jo 12:25), tão apegados às coisas desta terra, tão propensos às trevas, o Senhor por sua indescritível misericórdia e graça providencia circunstâncias diversas a fim de nos desarraigar de tudo o que é contrário à Sua vontade, para assim, formar em nós o caráter de Seu Filho. “Deus não esfregaria de maneira tão forte, se não fosse para eliminar a imundície e as manchas que há em Seu povo”, ponderou Thomas Brooks. Qual o significado que atribuímos aos acontecimentos que nos sobrevêm? Será que julgamos tudo pela perda que sofremos, pelas dores que passamos, ou sujeitemo-nos “Aquele que é sábio demais para errar e demais amoroso para ser cruel”? Henry Law expressou-se sugestivamente: “Crente, não pense em um repouso sem perturbações, enquanto você não se livrar da carne. Há um ciclo incessante de tristeza e tentação nesta vida. Mas nunca despreze os açoites. Eles têm a voz da instrução. São aplicados pela mão de um Pai amoroso”.
Irmãos e irmãs, este é o trilhar pelo caminho da cruz. Como disse Paul Holdcraft, a cruz é um programa de vida e não apenas o centro da Teologia. A filiação inclui a provação. Toda disciplina da parte do Pai tem como objetivo nos santificar, nos tornar conformados à imagem de Cristo. Necessitamos atentar para algo sumamente importante neste aspecto: Não é para o nosso bem estar que somos disciplinados, nem para nossa satisfação pessoal, tampouco para que sejamos melhores a fim de que deixemos certos vícios de lado, ou para investir em algumas áreas de nossa vida pela qual temos falhado muitíssimas vezes; mas para sermos participantes da santidade de Deus. E sabemos que a santificação de Deus é Cristo Jesus. “Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção,” (I Co 1:30) Disto decorre que o propósito da disciplina dos santos é que Cristo cresça e nós diminuamos. Em vista disto, a santidade que o Senhor requer é nosso completo esvaziamento de nós mesmos para o completo enchimento da vida de Cristo em nós. “Cristo é a suficiência de Deus para nossa completa deficiência”. Leiamos Romanos 8:28-30. “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou.” Aqui podemos ver algo mui glorioso: O Senhor nos chamou para este propósito soberano; sermos semelhantes a Cristo. Não somente revelar o Seu Filho em nós, não somente que tivéssemos a sua vida, porém, para que Cristo seja formado em nós. Aleluia! Deus deu o Seu Filho para tê-Lo de volta em cada um de seus remidos. Irmãos amados, o Senhor não deseja investir em nós no que tange à nossa melhoria, antes, deseja que Seu Filho ocupe o lugar de primazia em nós. O irmão Stephen Kaung deixou algo muito precioso dentro deste contexto. Disse ele: “Se pudéssemos olhar dentro do coração de Deus enxergaríamos apenas a Cristo. Se pudéssemos contemplar dentro do coração de Cristo teríamos apenas uma única visão: A Igreja”. Também foi dito por certo irmão: “A glória da Igreja não procede de si mesma, mas daquele que a comprou com seu próprio sangue. A Igreja não tem glória própria. Se tirarmos os olhos do Cabeça e olharmos para o corpo, estaremos criando uma confusão para nós. Nós estaremos criando nuvens de trevas para nós mesmos, para nossa experiência. O que deve aparecer na Igreja é tão somente o Cabeça:Cristo Jesus. Este é o objetivo da Igreja: expressar a Cristo Jesus”. Irmãos e irmãs, o que é a Igreja? É o corpo de Cristo. É a assembléia dos santos reunidos em torno do precioso nome do Senhor Jesus Cristo para a vida de comunhão com o Pai e com seu Filho. (cf. Mt 18:20 , I Jo 1:3) A Igreja é a expressão de Cristo. “no qual não pode haver grego nem judeu, circuncisão nem incircuncisão, bárbaro, cita, escravo, livre; porém Cristo é tudo em todos.” (Cl 3:11) “Quando Cristo é tudo em todos, as divisões desaparecem, as mais apreciadas qualidades aparecem, a compreensão e o perdão têm êxito, o amor une a todos, a paz e a gratidão dominam o coração, a vida se torna exemplar aos outros e Deus é plenamente glorificado”.1 E isto só será possível através da disciplina amorosa do Pai celestial para com os Seus. Alguém já disse: “Algumas pessoas vivem se queixando de que as rosas têm espinhos; eu prefiro ser grato pelos espinhos terem as rosas”. Dizem que o sândalo (uma árvore originária da Índia e outras partes da Ásia) perfuma quem a fere. Oxalá, irmãos, ao invés de entristecermos e murmurarmos, diante das circunstâncias que nos sobrevêm, sejamos os recipientes através dos quais o bom perfume de Cristo possa ser exalado. “Graças, porém, a Deus, que, em Cristo, sempre nos conduz em triunfo e, por meio de nós, manifesta em todo lugar a fragrância do seu conhecimento. Porque nós somos para com Deus o bom perfume de Cristo, tanto nos que são salvos como nos que se perdem. Para com estes, cheiro de morte para morte; para com aqueles, aroma de vida para vida. Quem, porém, é suficiente para estas coisas? (II Co 2:14-16) Permitam-me repetir irmãos: Qual o significado que temos atribuído às circunstâncias que nos cercam? Como temos reagido diante das crises que nos assaltam? John Newton nos ensina uma preciosa lição por sua própria experiência: “Valeu a pena ter ficado um pouco no fogo, por causa da oportunidade de experimentar e demonstrar o poder e a fidelidade das promessas de Deus”. Irmãos e irmãs, que possamos ver além das circunstâncias: Que possamos olhar “firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus.” (Hb 12:2) Deus teve apenas um Filho sem corrupção; mas nenhum sem provação. Amados, é porque o Pai nos ama que Ele nos corrige. É porque o Pai nos quer completamente para Si mesmo, que Ele nos disciplina para sermos participantes de Sua santidade. Disse C.H.Spurgeon: “A espada da justiça não nos ameaça mais, mas a vara da correção paternal ainda está em uso”. Nenhum filho de Deus poderá comparecer diante do Senhor sem a santificação. “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor,” (Hb 12:14) Que possamos bendizer ao nosso Senhor quando estivermos passando pela vara de sua correção. “A dolorosa tesoura de podar está em mãos seguras”, dizia John Stott. O que a nós nos concerne, o Senhor levará a bom termo e aos Seus propósitos Ele não renunciará. “Ora, o Deus de toda a graça, que em Cristo vos chamou à sua eterna glória, depois de terdes sofrido por um pouco, ele mesmo vos há de aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar”. (I Pe 5:10) “Se nada mais separar-me de meus pecados, Senhor, envia-me chaga tão cruel e calamidade tão grande que me despertem do sono mundano”, orava Robert Murray M'Cheyne. Ó amados, a despeito de vossas aflições e adversidades da vida, “deixa que Deus ordene os teus caminhos e espera nele, o que quer que aconteça; nele terás nos duros e maus dias tua suficiente Força e direção. Quem no perene amor de Deus confia sobre a Rocha Inabalável edifica”. Amém.


1. Comentário Bíblico Vida Nova

Irmãos em Cristo Jesus.

Irmãos em Cristo Jesus.
Mt 5:14 "Vós sois a luz do mundo"