sábado, 16 de fevereiro de 2008

TODA ARMADURA DE DEUS-1ª PARTE-Vincent Cheung

1. O PODER DE DEUS

Na carta de Paulo aos Efésios, ele discute vários assuntos tais como soberania divina na eleição, poder divino na redenção, nosso lugar de privilégio em Cristo, a unidade dos cristãos em Cristo, maturidade espiritual, conduta santa, pais e filhos, casamento, a igreja, e assim por diante. Ele conclui a carta dizendo aos seus leitores “vistam toda a armadura de Deus”, e começa a listar as partes que constituem esta armadura. A toda armadura de Deus é deveras completa, incluindo tudo o que os cristãos necessitam para “ficar firmes contra as ciladas do Diabo”.
Começaremos nossa exposição desta passagem bíblica sobre a armadura de Deus a partir de Efésios 6:10, onde Paulo escreve, “Finalmente, fortaleçam-se no Senhor e no seu forte poder”. O apóstolo admoesta o leitor a se “fortalecer”, mas ele diz para fazer isto “no Senhor”. Os cristãos derivam sua força de Deus –– somos fortes somente pelo Seu “forte poder”. Logo no início da carta, Paulo indica que o mesmo poder que Deus exercitou na ressurreição de Cristo está sendo exercido em benefício daqueles que estão em Cristo:
“Oro também para que os olhos do coração de vocês sejam iluminados, a fim de que vocês conheçam a esperança para a qual ele os chamou, as riquezas da gloriosa herança dele nos santos e a incomparável grandeza do seu poder para conosco, os que cremos. Esse poder é conforme a atuação da sua poderosa força, que ele exerceu em Cristo, quando o ressuscitou dos mortos e o fez assentar-se à sua direita, nas regiões celestiais” (Efésios 1:18-20).
Deus já está aplicando este grande poder em nós, assim, não precisamos pedir para que o mesmo se torne disponível; antes, Seu poder será manifesto em nossas vidas quando nossas mentes forem “iluminadas”, de forma que possamos conhecer “a incomparável grandeza do seu poder para conosco, os que cremos...que ele exerceu em Cristo” em Sua ressurreição e entronização. É por este entendimento teológico que devemos estudar e orar.
O poder que Deus fez disponível para nós é mais do que suficiente. De fato, é através do “seu poder que atua em nós” que Ele fará “infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos” (Efésios 3:20). Podemos ter confiança para enfrentar a pressão e as circunstâncias adversas, sabendo que Deus colocou em nossas vidas um poder tão forte que ressuscitou Jesus dos mortos. Este poder está disponível a toda pessoa que está em Cristo. Esta informação pode surpreender alguns cristãos, especialmente aqueles cujas vidas são caracterizadas por derrota e aridez. Embora o poder de Deus esteja disponível a todo cristão, ele permanece dormente em alguns deles por causa da falta de conhecimento e entendimento. O apóstolo procura remediar isto orando para que Deus ilumine as mentes dos seus leitores, de forma que eles possam perceber o que já foi feito disponível a eles em Cristo.
Assim, quando Paulo diz “fortaleçam-se no Senhor e no seu forte poder”, ele não está sugerindo que nós faremos isto pedindo poder adicional de Deus, mas entendendo que Ele já nos deu, em Cristo. Quando um cristão percebe que o poder de Deus tem sido aplicado a ele através de Cristo, ele cessa de temer as outras pessoas e as circunstâncias negativas. Ele se lembra que a Escritura diz, “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Romanos 8:31).
Paulo diz que Deus escolheu “fazer conhecido entre os gentios a gloriosa riqueza deste mistério, que é Cristo em vocês, a esperança de glória” (Colossenses 1:27). João explica, “Se alguém confessa publicamente que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele, e ele em Deus” (1 João 4:15). A Bíblia nos diz que somos “santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em [nós]” (1 Coríntios 3:16). João diz em 1 João 4:4, “Filhinhos, vocês são de Deus e os venceram”. Por “os”, ele está se referindo aos espíritos que inspiram “falsos profetas”, até mesmo o “espírito do anticristo” (v. 3). Nós os vencemos porque “aquele que está em vocês é maior do que aquele que está no mundo” (v. 4). Nós podemos vencer o mundo quando cremos e dependemos do poder de Deus. Os escolhidos de Deus são destinados à vitória (Romanos 8:37). Afinal de contas, “Quem é que vence o mundo? Somente aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus” (1 João 5:5). 2. O ENGANO DE SATANÁS
O próximo verso em nossa passagem diz, “Vistam toda a armadura de Deus, para poderem ficar firmes contra as ciladas do diabo” (v. 11). A palavra traduzida por “ciladas” aqui (grego: methodeia) refere-se à trapaça ou engano –– engano é o “método” pelo qual Satanás procura derrotar o crente. É vestindo “toda a armadura de Deus” que seremos capazes de “ficar firmes contra” o diabo.
Pedro adverte que o diabo deseja nos atacar: “Estejam alertas e vigiem. O diabo, o inimigo de vocês, anda ao redor como leão, rugindo e procurando a quem possa devorar. Resistam-lhe, permanecendo firmes na fé, sabendo que os irmãos que vocês têm em todo o mundo estão passando pelos mesmos sofrimentos” (1 Pedro 5:8-9). Ele está nos dizendo para ficarmos acordados –– “estejam alertas e vigiem”. Há um inimigo que deseja nos destruir, e ele é o diabo. Embora ele esteja “rugindo e procurando a quem possa devorar”, nós podemos “resisti-lo” e permanecer inamovíveis em nossa posição de fé. O apóstolo João nos assegura, “Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não está no pecado; aquele que nasceu de Deus o protege, e o Maligno não o atinge” (1 João 5:18).
Deus nos instrui a estarmos preparados. O engano é a arma de Satanás. Ele mentirá para nós, e tentará nos bombardear com pensamentos e argumentos anti-bíblicos, e aqueles que falham em “escapar da armadilha do diabo” são “aprisionados para fazerem a sua vontade” (2 Timóteo 2:26). Por outro lado, Jesus diz, “Se vocês permanecerem firmes na minha palavra, verdadeiramente serão meus discípulos. E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará” (João 8:31-32).
Somente os cristãos são verdadeiramente livres. O resto do mundo “está sob o controle do Maligno” (1 João 5:19). Este é o porquê somente os cristãos possuem e concordam com a verdade, e através das lentes da Escritura, eles são capazes de ver realmente como ela é. Com respeito aos não-cristãos, Paulo diz, “O deus desta era cegou o entendimento dos descrentes, para que não vejam a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus” (2 Coríntios 4:4). Todos os não-cristãos estão cegos em suas mentes, e dessa forma, negam a realidade. A mente é onde a batalha é travada. Mesmo após você se tornar um cristão, o diabo continuará a atacar a sua mente com mentiras, e a tentar minar sua fé em Cristo.
Jesus nos providencia alguns discernimentos valiosos sobre a natureza do diabo quando Ele diz aos fariseus, “Vocês pertencem ao pai de vocês, o diabo, e querem realizar o desejo dele. Ele foi homicida desde o princípio e não se apegou à verdade, pois não há verdade nele. Quando ele mente, fala a sua própria língua, pois é mentiroso e pai da mentira” (João 8:44). Quando o diabo diz uma mentira, ele está fazendo algo que é próprio de sua natureza. Mentir é natural ao diabo. Assim, ele ataca o povo de Deus espalhando mentiras que afastam as pessoas de Deus.
Isto significa que a natureza do nosso conflito espiritual contra o diabo é intelectual. Como Paulo diz: “As armas com as quais lutamos não são armas do mundo; ao contrário, elas têm poder divino para destruir fortalezas. Destruímos argumentos e toda pretensão que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levamos cativo todo pensamento, para torná-lo obediente a Cristo” (2 Coríntios 10:4-5). As armas que Deus nos deu “têm poder divino para destruir fortalezas ”, as quais são, na realidade, “argumentos” que são “contra o conhecimento de Deus”. Assim, lutamos para “levarmos cativo todo pensamento, para torná-lo obediente a Cristo”. É assim que a batalha espiritual é feita, e é para este propósito que Deus nos deu “toda a armadura de Deus”.
Continuando em Efésios 6:12, Paulo escreve, “Pois a nossa luta não é contra carne e sangue, mas contra governos e autoridades, contra os poderes deste mundo de trevas e contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais”. A nossa luta não é natural, mas espiritual, e como estamos envolvidos numa batalha espiritual significa que nosso conflito tem a ver com intelecto, com idéias e argumentos.
Dizer que nossa luta é uma luta espiritual não faz dela uma luta mística –– uma que consiste de espadas invisíveis, escudos e setas. Ao dizer que temos armas com “poder divino”, Paulo se refere à capacidade dada por Deus para “destruímos argumentos e toda pretensão que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levarmos cativo todo pensamento, para torná-lo obediente a Cristo”. Não pensemos, como alguns tendem a fazer, que por “espiritual” nos referimos a algo místico ao invés de intelectual, pois é a mente e o intelecto que trata com coisas espirituais.
Utilizando o poder de Deus através de um entendimento intelectual da verdade teológica, podemos ficar confiantes do resultado. Mencionamos no capítulo anterior que Deus está aplicando a você o mesmo poder que ressuscitou Jesus dos mortos. É este mesmo poder que energiza nosso trabalho cristão: “Nós o proclamamos, advertindo e ensinando a cada um com toda a sabedoria, para que apresentemos todo homem perfeito em Cristo. Para isso eu me esforço, lutando conforme toda a sua força, que atua poderosamente em mim” (Colossenses 1:28-29). Satanás não pode resistir a este poder. Este é o porquê quando “vestimos toda a armadura de Deus”, seremos capazes de “ficar firmes contra as ciladas do diabo”. Este é o porquê também o apóstolo Tiago pôde assegurar aos seus leitores, dizendo, “Portanto, submetam-se a Deus. Resistam ao diabo, e ele fugirá de vocês” (Tiago 4:7).
Certamente, ao discutir a obra do diabo, devemos guardar em mente que mesmo o diabo está debaixo do controle soberano de Deus, e que ele não pode fazer nada que não tenha sido ativamente decretado por Deus. Assim, até mesmo o diabo é um meio pelo qual Deus pode realizar os Seus próprios propósitos. A qualquer momento, Deus pode aniquilá-lo; contudo, Deus ordenou que deveríamos resistir ao diabo pelo conhecimento da Escritura e pela energia do Espírito –– para a glória de Deus e para a nossa santificação.
3. A FIRMEZA DA FÉ
O verso 11 nos instrui a “vestirmos toda a armadura de Deus”, de forma que devemos tomar cada peça da armadura que Deus nos deu, e não negligenciar nenhuma. Tendo feito isto, devemos estar preparados para “ficarmos firmes contra as ciladas do diabo”. Então, o verso 12 diz, “a nossa luta não é contra carne e sangue”, mas “ contra as forças espirituais do mal”. Devemos reconhecer a realidade dos poderes demoníacos, que os espíritos do mal são reais. Debaixo da vontade soberana de Deus, estes seres exercem poderes enganadores para cegar as pessoas da verdade da palavra de Deus. É através da graça soberana de Deus que somos iluminados com respeito à verdade e capacitados a assentir a ela. Paulo explica, “Ninguém pode dizer: 'Jesus é Senhor', a não ser pelo Espírito Santo” (1 Corinthians 12:3). Deus remove nossa cegueira espiritual e transmite suas verdades às nossas mentes através da Escritura.
Jesus ora, “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (João 17:17). Não somente nossa iluminação inicial com respeito às coisas de Deus vem da Escritura, mas todo o nosso crescimento espiritual subseqüente vem também através da Escritura, e esta é a base de nossa santificação progressiva. Em conexão com isto, Paulo escreve, “transformem-se pela renovação da sua mente” (Romanos 12:2). Nós somos “renovados em conhecimento” (Colossenses 3:10) –– não por experiências místicas, nem mesmo primordialmente pela oração. É somente quando entendemos e retemos as verdades bíblicas em nossas mentes que vivemos nossas vidas em obediência a Deus para resistir com sucesso ao diabo, quando ele vem contra nós.
Paulo continua no verso 13, “Portanto, vistam toda a armadura de Deus, para que possam resistir quando o dia do mau chegar e permanecer firmes, depois de terem feito tudo”. Não somente a armadura de Deus nos protege das “ciladas do diabo”, mas também nos capacita a ficarmos firmes “quando o dia do mau chegar”. Isto é, quando cada peça da armadura que Deus nos providenciou está intacta, então podemos enfrentar o inimigo no combate corpo-a-corpo com confiança.
A Bíblia diz que alguns “foram cortados devido à incredulidade”, mas nós “permanecemos pela fé” (Romanos 11:20). É “pela fé” que somos capazes de “permanecermos firmes” (2 Coríntios 1:24). O caminho do cristão, desde o início, é um caminho de fé. Nós somos “justificados pela fé”, e, portanto, “temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo, por meio de quem obtivemos acesso pela fé a esta graça na qual agora estamos firmes” (Romanos 5:1-2). Nós fomos justificados por Deus pela fé. Mas nossa fé não termina aqui, e Paulo diz que seríamos tolos em pensar de outra maneira: “Será que vocês são tão insensatos que, tendo começado pelo Espírito, querem agora se aperfeiçoar pelo esforço próprio?...Aquele que lhes dá o seu Espírito e opera milagres entre vocês realiza essas coisas pela prática da Lei ou pela fé com a qual receberam a palavra?” (Gálatas 3:3,5). Não somente fomos justificados pela fé, mas através da fé –– uma fé que Deus soberanamente nos deu –– o poder de Deus continua a operar em nossas vidas.4. O CINTO DA VERDADE
Sumarizemos o que temos discutido até aqui. Paulo diz em Efésios 6:10, “Finalmente, fortaleçam-se no Senhor e no seu forte poder”. Deus está aplicando a nós o Seu divino poder, e devemos buscar adquirir um entendimento intelectual deste fato, de forma que este poder possa se tornar eficaz em nossas vidas. Paulo então nos diz para “vestirmos toda a armadura de Deus”, através da qual seremos capazes de “ ficar firmes contra as ciladas do diabo” (v. 11). Embora o diabo seja hábil no engano, Deus nos deus armas com “poder divino” (2 Coríntios 10:4), de forma que podemos destruir os argumentos e pensamentos anti-cristãos que Satanás usa para nos atacar. Nossa luta “não é contra carne e sangue”, mas “contra as forças espirituais do mal” (v. 12). Assim, deveríamos apontar o ataque para a causa fundamental dos problemas que enfrentamos, e não tentarmos superar somente os sintomas. Tendo “vestido toda a armadura de Deus”, estamos preparados para permanecer firmes “quando o dia do mau chegar” (v. 13).
Paulo assemelha a armadura que Deus nos deu à armadura usada pelos soldados romanos naquele tempo. Certamente, a diferença é que nossas armas não são físicas, mas espirituais. Contudo, elas não são espirituais no sentido de serem místicas; antes, cada arma representa uma série de verdades bíblicas que protegem uma área da nossa caminhada cristã.
Por exemplo, é possível que, quando Paulo escreve que a salvação é como um capacete, ele queria dizer que as verdades bíblicas sobre a salvação pretendem proteger nossa “cabeça”, ou nossa mente. Ou, quando a justiça é comparada a uma couraça, talvez ele queria dizer que nosso entendimento da justiça de Cristo e nossa justificação servem para guardar nossa consciência contra acusações.
Em todo caso, visto que Paulo de fato nomeia as doutrinas, podemos confiar que cada arma corresponde a uma doutrina bíblica que devemos aprender, a fim de que travemos a guerra com sucesso contra o inimigo. Visto que compreendemos a verdade doutrinária com a mente, na medida em que ela é iluminada pelo Espírito Santo, é inegável que todas estas armas espirituais sejam intelectuais, em sua natureza.
A relevância é que, quando “vestimos” toda a armadura de Deus, não o fazemos imaginando nós mesmos vestidos numa armadura mística, com uma aparência semelhante àquela de um soldado romano, nem exercemos o poder destas armas através de movimentos físicos. Antes, nossas armas têm “poder divino” para “destruímos argumentos...e levarmos cativo todo pensamento, para torná-lo obediente a Cristo” (2 Coríntios 10:4-5). Na batalha espiritual, tratamos com argumentos e pensamentos, com a mente ou o intelecto. Tal é a natureza da batalha e das armas.
Assim, interpretaremos a identificação de Paulo, de cada arma espiritual a uma peça correspondente da armadura do soldado romano, como significativo, no sentido de que é um capacete por uma razão –– a saber, para proteger a mente como um capacete físico protege a cabeça. Desta perspectiva, comparar a verdade com a função do cinto na armadura do soldado romano é também apropriado. Mesmo que isto leve a analogia de Paulo longe de mais, enquanto guardarmos em mente que estas são armas intelectuais nos dadas para lutarmos com argumentos intelectuais do diabo, estaremos trabalhando dentro dos limites do texto.
Paulo menciona duas peças da armadura no verso 14: “Assim, mantenham-se firmes, cingindo-se com o cinto da verdade, com a couraça da justiça no lugar”. Iremos discutir o “cinto da verdade” neste capítulo, e reservar a “couraça da justiça” para o próximo.
Paulo diz que a verdade é como um cinto, e na armadura do soldado romano, é o cinto que sustenta o resto dos itens no lugar. Da mesma forma, a verdade sustenta tudo em nossa caminhada cristã, e, portanto, ela é suprema. Sem a verdade revelada a nós por Deus, na Escritura, não haveria justiça, paz, fé e salvação para nós “vestirmos”. Sem a verdade nos revelada por Deus, na Escritura, a espada do Espírito, que é a palavra de Deus, não existiria.
Agora, o que entendemos por verdade? Jesus diz, “Se vocês permanecerem firmes no meu ensino, verdadeiramente serão meus discípulos. E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará” (João 8:31-32). Você conhecerá a verdade somente se “permanecer firme” ao ensino (grego logos = palavra, raciocínio, doutrina) de Jesus. Contrário à opinião de muitas pessoas, a força de um cristão não reside na experiência, oração, ou comunhão, mas na verdade –– isto é, nos princípios e doutrinas bíblicas ensinadas pela Escritura. Sem verdade, não podemos nem mesmo definir –– e dessa forma, não podemos “vestir” –– as outras peças da nossa armadura, tais como justiça, fé e salvação. Como um cristão, sua prioridade deve ser adquirir conhecimento da verdade. Visto que Deus nos revela a verdade através das palavras da Escritura, você deve buscar estudos bíblicos e teológicos para construir o fundamento de sua vida espiritual.
Jesus diz que o conhecimento da verdade libertará você. À medida que crescemos em nosso conhecimento e compromisso com a verdade, nos tornamos progressivamente protegidos do engano. 1 Coríntios 2:12 explica, “Nós, porém, não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito procedente de Deus, para que entendamos as coisas que Deus nos tem dado gratuitamente”. Enquanto o diabo mente para nós e tenta nos enganar –– mas, todavia, debaixo do decreto soberano de Deus –– Deus enviou o Espírito Santo aos nossos corações para que “entendamos as coisas que Deus nos tem dado gratuitamente”.
Como Pedro diz, “Seu divino poder nos deu tudo de que necessitamos para a vida e para a piedade, por meio do nosso conhecimento daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude” (2 Pedro 1:3). Deus já nos deu “tudo de que necessitamos para a vida”, mas é “por meio do nosso conhecimento [dele]” que Suas provisões são aplicadas a nós. Tal conhecimento é encontrado somente na Escritura, e é o Espírito Santo quem soberanamente nos concede compreensão e assentimento a tal conhecimento.
Muitos cristãos professos crêem na mentira de que o espiritual é irracional e que o intelectual é não-espiritual –– que espiritualidade e racionalidade são mutuamente exclusivos. Mas, visto que armas poderosas em Deus nos foram dadas para “destruir argumentos” e para “levarmos cativo todo pensamento”, você não se tornará mais espiritual ignorando a natureza intelectual essencial da fé bíblica e da vida. Antes, ignorar o intelectual é parar completamente de resistir ao diabo e aos seus enganos, e, assim, descartando tudo das suas armas poderosas em Deus, você se tornará completamente não-espiritual de acordo com os padrões bíblicos.
5. A COURAÇA DA JUSTIÇA
Na batalha espiritual, devemos confiar no poder de Deus e não no nosso (Efésios 6:10), e quando vestimos toda a armadura de Deus, seremos capazes de ficar firmes contra os ataques de Satanás (v. 11). Isto é crucial, visto que nossa luta não é principalmente contra coisas ou seres naturais, mas contra “as forças espirituais do mal”, que são a causa fundamental de muitos dos problemas e idéias anti-cristãs que enfrentamos (v. 12). Portanto, devemos vestir toda a armadura de Deus, de forma que possamos permanecer firmes “quando o dia do mau chegar” (v. 13).
Começamos segurando o cinto da verdade (v. 14), que mantém as outras armas juntas na armadura cristã. A palavra de Deus é a verdade; portanto, para termos a verdade firmemente no lugar em nossas vidas, devemos aprender a verdade a partir da Bíblia.
Paulo então menciona a couraça da justiça: “Assim, mantenham-se firmes, cingindo-se com o cinto da verdade, com a couraça da justiça no lugar” (Efésios 6:14). Todos nós somos pecadores antes da conversão, e embora Deus tenha soberanamente mudado nossas disposições básicas na regeneração, ainda não alcançamos a perfeição, mesmo como cristãos, e continuamos a cometer pecados. Essas transgressões, contudo, ameaçam nossa confiança quando nos aproximamos de Deus.
João escreve, “Amados, se o nosso coração não nos condenar, temos confiança diante de Deus e recebemos dele tudo o que pedimos, porque obedecemos aos seus mandamentos e fazemos o que lhe agrada” (1 João 3:21-22). Ter um caminho para verdadeiramente tratar com o pecado, que leve à libertação da condenação, é essencial para permanecer confiante na presença de Deus, e isto vem de uma compreensão da justiça que Deus providenciou para nós através de Cristo. Esta justiça, então, funciona como uma “couraça” na nossa batalha espiritual, guardando nosso coração e consciência.
Precisamos saber que nunca podemos alcançar a verdadeira justiça pelas nossas boas obras; antes, ela deve ser imputada a nós por Deus. Paulo declara que a justiça é um dom (Romanos 5:17) que Deus concede aos Seus eleitos através da fé: “Deus tornou pecado por nós aquele que não tinha pecado, para que nele nos tornássemos justiça de Deus” (2 Coríntios 5:21). A Bíblia ensina que “o homem é justificado pela fé, independente da obediência à lei” (Romanos 3:28). Jesus não cometeu nenhum pecado, mas “o SENHOR fez cair sobre ele a iniqüidade de todos nós” (Isaías 53:6), de forma que “todo o que nele crer não perecerá, mas tem a vida eterna” (João 3:16). Contudo, se Deus não lhe concedeu fé para confiar em Jesus Cristo para salvação, então, você não é justo: “Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, por não crer no nome do Filho Unigênito de Deus” (João 3:18).
A Escritura nos convida a “aproximarmo-nos de Deus com um coração sincero e com plena convicção de fé, tendo os corações aspergidos para nos purificar de uma consciência culpada” (Hebreus 10:22). O cristão é uma pessoa justa, não por causa das suas boas obras, mas porque ele foi justificado por Deus, através da fé na obra de Jesus Cristo. Este entendimento nos dá a base pela qual podemos resistir tudo o que procura minar nossa confiança em nos aproximarmos de Deus, em adoração e oração.
Os cristãos continuam a cometer pecados freqüentemente, mas Deus providenciou uma solução para os pecados cometidos após a conversão, de forma que nossa comunhão com Ele possa permanecer intacta. Embora o pecado seja inescusável, Deus sabe “sabe do que somos formados” e “lembra-se de que somos pó” (Salmos 103:14), tem misericórdia de nós e tem nos dado um Advogado, de forma que “se alguém pecar, temos um intercessor junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo” (1 João 2:1). Isto é, “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 João 1:9).
Certamente, um cristão genuíno não abusará da graça de Deus, pecando o quanto ele quiser e pensando que tudo o que ele precisa é confessar os seus pecados depois. Alguém que faz isto não é um cristão de forma alguma, visto que um cristão foi soberanamente transformado por Deus: “Todo aquele que é nascido de Deus não continua a pecar, porque a semente de Deus permanece nele; ele não pode continuar pecando, porque é nascido de Deus” (1 João 3:9). Como Paulo disse, “Que diremos então? Continuaremos pecando para que a graça aumente? De maneira nenhuma! Nós, os que morremos para o pecado, como podemos continuar vivendo nele?” (Romanos 6:1-2). Aqueles que amam a Deus obedecerão a Sua Palavra: “Porque nisto consiste o amor a Deus: em obedecer aos seus mandamentos. E os seus mandamentos não são pesados” (1 João 5:3).
6. O EVANGELHO DA PAZ
Após a couraça da justiça, Paulo diz que, ao vestirmos toda a armadura de Deus, devemos ter os nossos “pés calçados com a prontidão que vem do evangelho da paz” (Efésios 6:15). A Escritura algumas vezes usa a linguagem figurada de uma caminhada para representar nossa conduta diária, tal como quando Paulo diz, “Andamos por fé, e não por vista” (2 Coríntios 5:7).
Portanto, quando Paulo diz que o “evangelho da paz” (ou “a prontidão que vem” dele) é como calçado para o nosso caminhar cristão, ele está nos dizendo que o conteúdo intelectual do evangelho deve, não somente ser um tópico de discussão durante certos períodos de tempo e durante certas atividades, mas que ele deve ser uma parte integral e penetrante de nossa conduta diária. No contexto de batalha espiritual, o evangelho é o meio pelo qual avançaremos o reino de Deus e estenderemos suas fronteiras.
Programas, caridade, música, e nem mesmo oração, não são, no final das coisas, os meios decisivos pelos quais conquistaremos o território do inimigo. Antes, é pela publicação do conteúdo intelectual do evangelho –– tais como deidade, nascimento, morte e ressurreição de Jesus Cristo e suas implicações –– que destruiremos as fortalezas que têm sido construídas na mente dos incrédulos.
Nosso evangelho é um evangelho de paz, mas esta paz não tem nada a ver com os inimigos de Deus, tais como demônios e incrédulos –– Deus estabeleceu Seu povo contra aqueles que não do Seu povo, imediatamente após a queda do homem (Gênesis 3:15). Não é possível ter verdadeira paz com alguém que pertence ao reino das trevas. Antes, esta paz tem a ver somente com Deus e os cristãos. Como João diz, “Nós lhes proclamamos o que vimos e ouvimos para que vocês também tenham comunhão conosco. Nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo” (1 João 1:3). Somente quando conquistamos o território inimigo com este evangelho, que os outros serão capazes de se unir a nós, nesta comunhão. Paulo diz em Romanos 16:20, “Em breve o Deus da paz esmagará Satanás debaixo dos pés de vocês”. Paulo diz que devemos ter a prontidão que vem do evangelho da paz, de forma que, não devemos apenas conhecer o conteúdo do evangelho para nós mesmos, mas devemos estar preparados para articular e defendê-lo aos outros. Pedro também nos instrui a fazer isto, e escreve, “Estejam sempre preparados para responder a qualquer pessoa que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês” (1 Pedro 3:15).
Estejam sempre prontos a usar o evangelho para destruir a fortaleza intelectual anti-cristã que tem sido instalada nas mentes dos outros. Nunca seja pego sem um argumento para a cosmovisão cristã, ou sem uma refutação contra o pensamento não-cristão. Você deve estar preparado para responder a qualquer pessoa que lhe fizer perguntas sobre a fé cristã. Você deve ter um entendimento preciso e compreensivo das doutrinas bíblicas, e ser capaz de conclusivamente defendê-las contra todas as objeções. Esta é a responsabilidade de todo cristão; portanto, cada cristão deve se afundar no estudo da teologia e apologética.
O mandato bíblico para o cristão é que ele deve “ir pelo mundo todo e pregar as boas novas a toda criatura” (Marcos 16:15). Esta não é uma opção. Jesus ordenou Seus discípulos a pregarem o evangelho ao “mundo todo”. Isto é como destruiremos as obras de Satanás.
Paulo diz que ele “não se envergonhava do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Romanos 1:16). O evangelho é o “poder de Deus”, por meio do qual Deus realizará os Seus propósitos na terra. Deus nos fez Seus representantes, de forma que podemos publicar Seus mandamentos às nações: “No passado Deus não levou em conta essa ignorância, mas agora ordena que todos, em todo lugar, se arrependam” (Atos 17:30).
Uma vez que tenha se estabelecido em nossas mentes que o evangelho é “o poder de Deus”, não nos “envergonharemos do evangelho”, nem ficaremos constrangidos pelas suas reivindicações e demandas. Quando começarmos a perceber e afirmar que o Cristianismo é superior a todas as outras formas de sistemas de crença, que é o único que realmente representa a Deus, e que ele é a única fonte de verdade e conhecimento, cessaremos de ser tímidos sobre a apresentação de suas reivindicações e demandas ao mundo. Uma vez que estejamos convencidos disto e tivermos aprendido a como articular e defendê-lo aos outros, alcançaremos “a prontidão que vem do evangelho da paz”.
O evangelho é deveras boas novas aos eleitos de Deus, e traz o crente a um lugar de paz com Deus e com o Seu povo. Ele é a “fragrância de vida” para aqueles que o aceitam, mas, assim como é uma arma contra o inimigo, ele carrega o “cheiro de morte” para aqueles que rejeitam suas reivindicações e demandas (2 Coríntios 2:16). Assim, aquele que prega o evangelho traz o poder de Deus para chamar e salvar aqueles a quem Deus escolheu para crer, e ao mesmo tempo, traz destruição e condenação àqueles a quem Deus designou como réprobos. Aquele que prega o evangelho é um mensageiro de Deus, liberando Seu poder para salvar e destruir, para justificar e condenar.
Contudo, contrário a muitas pessoas, eu discordo que o que é comumente chamado de “evangelismo” seja a prioridade mais alta da igreja. Antes, a Escritura indica que o ministério de ensino –– isto é, o treinamento teológico de crentes –– toma precedência ao evangelismo, e que o evangelismo não é um fim em si mesmo, mas somente o meio pelo qual os eleitos são trazidos à igreja, para que possam ser ensinados.
Isto pode soar estranho àqueles que estão acostumados a ouvir que evangelismo é a prioridade máxima da igreja. Esta visão anti-bíblica tem feito muitas pessoas negligenciar o investimento e participação no treinamento teológico dos crentes. Como resultado, muitos cristãos professos são fracos em intelecto, ignorantes de doutrinas bíblicas, e incompetentes em defender a fé. Afinal de contas, sem treinamento extensivo pela igreja e outras instituições (tais como família), como muitos cristãos irão alcançar a “prontidão” descrita acima? E como pode alguém pregar o evangelho apropriadamente sem ter uma compreensão das doutrinas bíblicas? Mas, visto que Deus nos ordenou proclamar e defender a fé, isto significa que sem treinamento bíblico e teológico, é impossível para um cristão obedecer a Deus.
Nenhum cristão duvidará do zelo evangelístico de Paulo, mas ele descreve seu próprio ministério dessa forma:
A ele quis Deus dar a conhecer entre os gentios a gloriosa riqueza deste mistério, que é Cristo em vocês, a esperança da glória. Nós o proclamamos, advertindo e ensinando a cada um com toda a sabedoria, para que apresentemos todo homem perfeito em Cristo. Para este fim eu me esforço, lutando conforme a sua força, que atua poderosamente em mim. (Colossenses 1:27-29).
Ele diz que está “advertindo e ensinando a cada um com toda a sabedoria, para que apresentemos todo homem perfeito em Cristo” (Colossenses 1:28). Ele diz que está fazendo a obra do ministério com a força de Deus, que atua poderosamente em nele (v. 29), de forma que ele pode, não trazer outros à conversão, mas, acima de tudo, “apresentar todo homem perfeito em Cristo”. Ele diz que é “para este fim” (v. 29) que ele se esforça.
A maturidade é o objetivo do ministério cristão, não a conversão. De fato, a conversão é somente um passo preliminar do eleito em direção à maturidade e perfeição em Cristo. Tanto o evangelismo como o ensino serve a finalidade última de produzir cristãos maduros, para serem apresentados a Cristo. Esta deveria ser a prioridade da igreja. Contudo, embora evangelismo termine uma vez que Deus soberanamente concede a uma pessoa arrependimento e fé, um crente requer ensino bíblico e teológico durante toda a sua vida. Evangelismo é um meio de período curto para um processo (ensino) de longo prazo, que, por sua vez, leva a uma finalidade ultima (maturidade). Assim, ver evangelismo como a maior tarefa da igreja é distorcer a natureza do ministério bíblico, e, como é freqüentemente o caso hoje em dia, o real objetivo da maturidade espiritual nunca é alcançado, ou sequer considerado.
De qualquer forma, visto que a tarefa principal da igreja é ensinar os crentes, a maioria do tempo e dinheiro das igrejas deveriam ser devotadaà educação bíblica e teológica dos cristãos, seja em forma de sermões, palestras, livros, fitas, programas de rádio e outros meios. Colocar o evangelismo em primeiro lugar resulta em acumulação de crentes fracos e conversos falsos, e faz da igreja um pobre testemunho ao mundo. Isto, por sua vez, mina o próprio evangelismo. Assim, colocar o evangelismo em primeiro lugar é anti-bíblico e auto-destrutivo.
No que é comumente chamado de a “Grande Comissão”, uma passagem freqüentemente usada para encorajar o evangelismo, Jesus diz:
“Foi-me dada toda a autoridade nos céus e na terra. Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos” (Mateus 28:18-20)
Se Jesus pretendesse ordenar somente o evangelismo, por que este mandato inclui “ensinar” as pessoas? Se Jesus pretendesse ordenar o que as pessoas hoje chamam de evangelismo, então, seria desnecessário ensinar os não-cristãos a “obedecer a tudo” que o Senhor ordenou. Eu duvido que muitas pessoas recitem todos os mandamentos da Escritura, quando eles realizam o que eles chamam de evangelismo. Mas, esta passagem faz perfeito sentido quando percebemos que Jesus tem o ministério de ensino em mente –– Ele diz que “ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei” é uma parte essencial da Grande Comissão. Mesmo se entendermos as palavras, “Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”, como se referindo somente ao evangelismo, devemos admitir que a última parte, “ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei”, como se referindo ao ministério de ensino, com o primeiro (evangelismo) conduzindo ao último (ensino). Evangelismo é somente um meio de produzir conversos, de forma que possamos ensiná-los a obedecer todos os mandamentos de Cristo. Aqueles que exaltam o evangelismo à custa do ministério de ensino, desprezam o próprio mandamento de Cristo, o qual eles reivindicam estar realizando.
Para resumir, a Bíblia diz que o propósito do ministério é produzir cristãos maduros. Como Paulo escreve em Efésios 4:12-14, os ministros cristão são escolhidos por Deus “com o fim de preparar os santos para a obra do ministério, para que o corpo de Cristo seja edificado, até que todos...cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo. O propósito é que não sejamos mais como crianças, levados de um lado para outro pelas ondas, nem jogados para cá e para lá por todo vento de doutrina...”. Certamente, para tornar-se maduro em Cristo, uma pessoa deve primeiro estar em Cristo, e, assim, eis a razão para o evangelismo. Isto significa também que o evangelismo não é o objetivo último do ministério cristão, mas o meio pelo qual podemos chamar os eleitos de Deus à união com Cristo, e através do processo de santificação, tornarem-se maduros nEle.
Portanto, evangelismo não é um ministério ou responsabilidade maior do que o ministério de ensino, mas ele serve somente como um modo de trazer pessoas ao ministério de ensino. Até mesmo o evangelismo é dependente de prévias instruções doutrinárias, recebidas por quem realiza o evangelismo. Porque a Escritura define todas as crenças cristãs, a doutrina necessariamente precede todas as atividades cristãs.
Assim, “a prontidão que vem do evangelho da paz” deve significar mais do que ter apenas compreensão suficiente do evangelho, para dizer a outra pessoa como afirmar a Cristo, mas ela refere-se a um conhecimento preciso e compreensivo das doutrinas bíblicas. De outra forma, todos os cristãos já deveriam estar suficientemente preparados, visto que todos eles já aprenderam o suficiente para afirmar a Cristo, e ninguém necessitaria obter tal “prontidão”, como Paulo diz para fazer. Contudo, o próprio fato de que Paulo diz para calçarmos a “prontidão” do evangelho, implica que ela não é automática, de forma que alguns cristãos podem não estar preparados com o evangelho. Somente o ministério de ensino pode remediar esta falta de preparação, e qualquer ministério assim chamado “evangelístico” que não forneça um ensino preciso e compreensivo da teologia cristã, é incompleto e anti-bíblico.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

O Mistério do Cristo c- Stephen Kaung

O Mistério do Cristo c

Stephen Kaung – 28/03/l999 - Céu Azul



Epístola de Paulo a Timóteo
1 Tm cap. 3:16 (Evidentemente, grande é o mistério da piedade (da semelhança com Deus) : Aquele que foi manifestado na carne foi justificado em Espírito, contemplado por anjos, pregado entre os gentios, crido no mundo, recebido na glória.) Cap. 4: 8 a 10 (8 Pois o exercício físico para pouco é proveitoso, mas a piedade ( a semelhança com Deus) para tudo é proveitosa, porque tem a promessa da vida que agora é e da que há de ser. 9 Fiel é esta palavra e digna de inteira aceitação. 10 Ora, é para esse fim que labutamos e nos esforçamos sobremodo, porquanto temos posto a nossa esperança no Deus vivo, Salvador de todos os homens, especialmente dos fiéis.)
Colossenses cap 1: 26 e 27(26 o mistério que estivera oculto dos séculos e das gerações; agora, todavia, se manifestou aos seus santos; 27 aos quais Deus quis dar a conhecer qual seja a riqueza da glória deste mistério entre os gentios, isto é, Cristo em vós, a esperança da glória;)
Vamos ter uma palavra de oração:
Amado Senhor, nós queremos Te agradecer por ter nos convidado a participar da tua mesa, como nós Te adoramos e Te louvamos porque tu tens amado tanto, ao ponto de se dar tão plenamente a nós. Nós Te agradecemos pelo sangue precioso, que foi derramado para remissão dos nossos pecados. Nós Te agradecemos pelo corpo que foi partido, para que nós pudéssemos ser unidos a Ti. Nós Te agradecemos porque tu tens se tornado a nossa própria vida. Nós vivemos hoje por causa de Ti. Senhor Tu nos tem amado de tal modo, que como podemos nos impedir de amar o Senhor. O Nosso desejo é que possamos conhecê-Lo, que Tu sejas tudo para nós. Queremos que Tu sejas glorificado em nós. Pedimos a sua benção para o nosso tempo esta manhã, que o Senhor possa partir a tua palavra para nós, para que nós possamos ser transformados e conformados a tua imagem, para o louvor da glória da tua graça, nós pedimos isto em nome do Nosso Senhor Jesus. Amém.
O Nosso Deus tem grandes segredos. Ele tinha esses segredos propositadamente colocado em seu coração, antes mesmo da fundação do mundo. E Ele guardou estes segredos através das eras e através das gerações. A razão pela qual Ele tem guardado estes segredos por tanto tempo é porque estes segredos são tão gloriosos, que eles precisaram de tempo para serem preparados. Através das eras e gerações Deus tinha algo em seu coração, e Ele então usou o tempo para preparar a revelação dos seus segredos E hoje, finalmente, nós sabemos que estes segredos foram revelados. Estes não são mais segredos ocultos. Eles são agora segredos abertos, revelados. Isto quer dizer que estes segredos estão abertos para todos aqueles que estão com o coração aberto para Deus. Porque os mistérios de Deus são dados a conhecer àqueles que o amam. Mas no tocante ao mundo estes segredos ainda são ocultos.. Então, que segredos são estes?
Em primeiro lugar, encontramos o segredo de Deus. O mistério de Deus é Cristo. Se você olhar lá dentro do coração de Deus, você só pode ver uma pessoa. O coração do nosso Deus está totalmente envolvido com apenas uma pessoa. E esta é o seu Filho unigênito. Tudo está centralizado sobre o seu filho. Toda a criação foi criada para o seu Filho. A humanidade foi criada para o seu Filho. Deus deseja que o seu Filho possa reunir todas as coisas. As coisas que estão no céu e as coisas que estão na terra. Isto quer dizer que todas as coisas, tudo que está no céu ou que está sobre a terra, incluindo os anjos, os seres humanos, incluindo até mesmo os pássaros e os peixes, tudo o que há neste universo, vão manifestar o seu Filho, vão falar do seu Filho, vão exaltar o seu Filho, vão revelar o seu Filho. Deus deseja que seu Filho seja tudo. Este é o segredo de Deus. Graças a Deus que Ele tem revelado este segredo agora para mim e para você. Conhecer este segredo traz consigo uma grande responsabilidade. Esta é a vontade de Deus, e esta também tem de ser a nossa vontade. Se Deus deseja que seu Filho seja tudo, então também nós, devemos permitir que Cristo seja tudo em nós. Uma pergunta que devemos fazer a cada dia: Cristo é tudo para mim? Será que eu tenho algum outro tesouro que não seja Cristo? Será que eu amo alguma coisa a mais do que a Cristo? Será que Cristo é tudo para mim ?
Irmãos e irmãs. Isso é algo que nós precisamos perguntar a cada dia. Nós precisamos abrir o nosso coração diante de Deus, e pedir que Ele possa nos examinar, e ver se há algum caminho mal em nós. No Velho Testamento, o caminho mal significa o caminho de idolatria. O que significa isto? Significa que, se no nosso coração houver qualquer coisa além de Cristo, isto é idolatria. Isso é mal aos olhos de Deus. Deus deseja nos limpar. Deus deseja nos libertar de todas as coisas que não seja Cristo. Quer seja uma coisa, quer seja uma pessoa, quer seja o seu próprio eu, Deus deseja nos limpar , nos purificar de todas as coisas, para que Cristo seja tudo para nós. É um aprendizado para toda a vida. Conhecer a Cristo não tem fim.
Quando estamos sobre esta terra, nós temos de aprender Cristo. Cada manhã, quando me levanto, costumo agradecer a Deus por Ele ter me dado mais um dia. Aqui Ele me deu mais um dia para que eu possa conhecer, aprender mais dEle. Vamos aprender Cristo durante toda a nossa vida. Há sempre algo a mais, e na realidade, até mesmo na eternidade, nós vamos continuar a conhecer a Cristo, e eu creio que na eternidade, a velocidade em que nós vamos apreender Cristo, será muito maior do que a que nós temos hoje. Mesmo assim nós nunca chegaremos ao fim, porque Cristo é infinito. Sempre há mais nEle. A Plenitude da divindade habita nEle corporalmente e nós somos completos nEle e isso quer dizer, que nós não devemos buscar qualquer coisa fora dEle. Ele basta para nós. Ele é mais do que suficiente para nós. Será que isso é verdadeiro para todos nós? Ou será que há momentos em que nós achamos que Cristo não seja suficiente e tenhamos que buscar outra coisa além de Cristo para nos satisfazer? Que o Senhor venha nos libertar disso. O segredo de Deus é Cristo. Ele compartilhou este segredo conosco e nós precisamos honrar este segredo. Fora deste segredo, Ele tem um outro segredo e Ele colocou em Cristo Jesus. Este segundo segredo, se é que nós podemos chamar assim, é a Igreja. Nós já mencionamos, se você olhar no coração de Deus, você verá apenas Cristo. Mas se você olhar no coração de Cristo você verá a Igreja. Ele amou a Igreja e a Si mesmo se entregou por ela. O que é a Igreja? A Igreja é O Cristo. A Igreja é Cristo incorporado em todos nós. A Igreja é o Cristo Corporativo. É a extensão de Cristo. A Igreja deve manifestar Cristo. Deve conter as riquezas de Cristo e manifestar a sua glória. Quando Deus revela este segredo para nós, recebemos com isso uma grande responsabilidade pois nós somos chamados para dentro deste segredo. Somos chamados para fazermos parte deste segredo e devemos caminhar de modo digno dessa nossa vocação. Devemos diligentemente procurar manter a unidade do espírito. Devemos ser santos. Devemos ser de toda forma novos. Devemos crescer em direção à maturidade. E devemos ser aquele guerreiro espiritual, para podermos lutar a boa luta, a batalha do Senhor. Nós realmente damos graças ao Senhor, porque até mesmo antes da batalha começar ela já está ganha. Na cruz do Calvário, o Nosso Senhor Jesus ganhou aquela batalha decisiva, e levou cativo todos os principados e potestades e triunfou sobre eles publicamente através da cruz. Hoje vivemos nas benesses daquela grande vitória e nós lutamos de vitória em vitória. Este é o segundo segredo que nós compartilhamos juntos.
Na Bíblia encontramos um outro segredo. Na realidade todos estes segredos são unidos juntos. A Bíblia usa o termo "o mistério de Deus", mistério, no singular. Algumas vezes podemos falar no plural, porque o mistério de Deus é tão grande, tão compreensivo que inclui diversos mistérios, mas reunidos juntos, eles compõem o mistério de Deus. São todos um. Nesta manhã, nós gostaríamos de compartilhar o terceiro mistério.
O apóstolo Paulo ao escrever a Timóteo, em 1 Tm cap 3:16, ele disse que grande é o mistério da piedade ou da semelhança com Deus. Eu sei que em português, vocês não tem a palavra certa para semelhança com Deus. E a palavra utilizada aqui é piedade. É claro que em diversas versões, em inglês, utilizam a palavra piedade. Pessoalmente eu gosto muito desta palavra semelhança com Deus, porque quando você pensa em piedade, hoje, de alguma forma você tem o conceito errado de piedade. Muitos anos atrás estive nas Filipinas e certo dia visitei certa colina e ali havia um prédio, de Igreja, e quando entrei naquele prédio, eu vi ali na frente, diante do altar, algumas estátuas brancas. Eram estátuas de pessoas se ajoelhando. Quando olhei cuidadosamente, verifiquei que não eram estátuas e sim irmãs. Estavam ali orando. Não havia qualquer movimento. Eram tão piedosas, e imediatamente aquele pensamento veio a mim: "Oh! Como elas são piedosas!" Isso é piedade. Em outras palavras, no nosso pensamento, piedade é alguma coisa externa. Externamente você vê que alguma coisa é muito piedosa. Se você vê alguém andando na rua, mas seus olhos estão colocados sobre a terra e ele anda curvado, e a gente fala que ela é tão piedosa, humilde. Quando éramos jovens, nós tentávamos sermos humildes, e a única forma que nos sabíamos de ser humildes era curvando as nossas costas. A gente achava que isto era humildade, e quando nós dobrávamos as nossas costas, nós estávamos dizendo para as pessoas, o quão humilde nós éramos. Nós somos muito orgulhosos da nossa humildade. Isto é externo, não é real. É por isso que eu não gosto de utilizar esta palavra piedade. Talvez, no original, essa possa ser uma boa palavra. Mas te dá o conceito errado. Aquilo que a Bíblia está falando não é de uma aparência externa. O homem olha para o exterior, mas Deus olha o coração. Aquilo que Deus está realmente buscando está dentro, é aquilo que é interno, é aquilo que vem da vida. Tem de vir lá de dentro. É por isso que a palavra tem de ser semelhança com Deus. Significa, como Deus, semelhança com Deus. Qualquer um que queira ser igual a Deus, Deus é invisível, você tenta ser igual a Deus em sua aparência externa. Com quem então você se parece, se Deus é invisível? Então quando a Bíblia fala em ser semelhante a Deus, ela não está falando em aparência externa. Fala é da qualidade interior, de possuir o caráter de Deus em nós, o seu caráter formado em nós, o seu caráter ser manifesto, ser exteriorizado em nós. Isso é ser semelhante a Deus. Grande é o mistério dessa semelhança com Deus. Isso quer dizer: sermos semelhantes a Deus é um grande segredo. É um segredo que não é conhecido ao mundo. Em muitas religiões, eles tentam ser como Deus, mas não há revelações, e eles estão procurando fazer estas coisas exteriores. Acham que por guardar esta lei ou esta regra, ou evitando de comer isto ou aquilo, ou fazer algumas coisas, eles podem ser semelhantes a Deus. Eles nunca vão poder porque eles não tem revelação. Mas graças a Deus, pela Graça de Deus, hoje o mistério da semelhança com Deus foi revelado. Nós sabemos qual que é o segredo.

Quando as pessoas lêem 1 Tm. 3:16 eles tem um problema. Muitas pessoas que lêem este versículo, não sabem a que este versículo se refere, porque se você lê este versículo "evidentemente grande é o mistério da semelhança com Deus. Deus foi manifestado na carne, foi justificado em espírito, contemplado e apareceu aos anjos, pregado entre as nações, crido pelo mundo e recebido no alto na glória" Então quando você lê estas citações a quem elas se referem? Qual é a sua primeira impressão quando você lê estes versículos. Deus foi manifestado na carne, foi justificado em espírito, foi visto pelos anjos pregado às nações, crido pelo mundo, e recebido na glória. E quando você lê isto, a quem estas palavras se referem. É claro que é Cristo, pois Cristo foi manifestado na carne, justificado em espírito, visto pelos anjos, pregado às nações, crido no mundo e recebido na Glória. É Cristo. Mas, se você ler o contexto do versículo que antecede, Paulo disse: 1 Tm 3:15 "para que, se eu tardar, fiques ciente de como se deve proceder na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, coluna e baluarte da verdade." Evidentemente grande é o mistério desta semelhança com Deus. No versículo 15 é falado da Igreja. É a Igreja do Deus vivo, a coluna e o baluarte da verdade. É isso que é a Igreja. E aí , no versículo 16 diz o seguinte: 1 Tm 3:16 "Evidentemente, grande é o mistério da piedade: Aquele que foi manifestado na carne foi justificado em espírito, contemplado por anjos, pregado entre os gentios, crido no mundo, recebido na glória."
Ao ler o contexto, o verso 16 deve se referir à igreja, mas como a Igreja pode ser todas estas coisas, no versículo 16. Este aqui é um grande problema para os comentaristas. Eles discutem entre si, sobre a quê este versículo se refere. Se refere a Cristo? ou se refere a Igreja? De fato, a palavra semelhança com Deus, nunca é utilizada para Deus. É apenas utilizada para o homem. Deus é Deus. Ele não precisa ser semelhante a Deus. Ë por isso que esta palavra semelhança com Deus, nunca é utilizada para Deus. É utilizada para o homem, porque o homem é que tem que ser semelhante a Deus. Nós não somos Deus, mas devemos ser semelhantes a Deus. Semelhança com Deus, é uma expressão utilizada para o homem e não para Deus. Se este for o caso, o verso 16 não pode se referir a Deus. Tem de se referir ao homem. E você encontra também no versículo 16, que Deus foi manifestado na carne, no original, aquele que foi manifestado na carne, em muitos manuscritos, não tem a palavra Deus ali, e sim um pronome, "Ele" ou "quem", aquele que foi manifestado na carne. Através destas coisas nós começamos a descobrir, que aqui está o grande segredo e este segredo é algo que tem a ver conosco. Como posso explicar isso? Certa vez quando estava lendo as escrituras, de repente um pensamento veio até mim: Eu acho que a chave de Timóteo 3:16 deve estar lá em Colossenses 1:26-27, onde diz que : 26 o mistério que estivera oculto dos séculos e das gerações; agora, todavia, se manifestou aos seus santos;
27 aos quais Deus quis dar a conhecer qual seja a riqueza da glória deste mistério entre os gentios, isto é, Cristo em vós, a esperança da glória; Qual é portanto, o segredo desta semelhança com Deus? Como nós podemos ser semelhantes da Deus? Será que nós podemos fazer o máximo para sermos semelhantes a Deus? Freqüentemente ouvimos esta expressão de imitar a Cristo. Existe um livro, que é clássico, que se chama "Imitação de Cristo" e é lido ao redor do mundo, e após nós termos crido no Senhor Jesus, se nós amamos o Senhor Jesus, nós queremos ser como Ele foi, nós queremos imitá-lo. Nós queremos tentar o melhor possível para sermos como Ele foi. Então nós tentamos duramente. Eu creio que todo cristão, que ama o Senhor, deve ter tentado isso duramente. Quando nós lemos o Sermão do Monte, nós queremos ser exatamente daquele jeito. E nós tentamos duramente tentar guardar o Sermão do Monte. Fazer aquilo que o Sermão do Monte tem nos falado. Mas quanto mais nós tentamos, mais nós descobrimos que não conseguimos. Quanto mais nós procuramos mais aquilo, mais nós descobrimos que estamos nos distanciando cada vez mais de Cristo. Porque Cristo está além de nós. Somente aqueles que não procuram ser iguais a Cristo, acham que são semelhantes a Cristo. Mas aqueles que tentam ser semelhantes a Cristo, todos confessam que simplesmente não conseguem. Ele está além de nós. Então, onde está o segredo? O segredo é Cristo em vós, a Esperança da Glória. Você mesmo, eu mesmo, nunca poderemos ser semelhante a Cristo. Não importa o tanto que você vá tentar. Você pode se bater, até morrer. Você sabe que não só na antigüidade, mas mesmo hoje, algumas pessoas tentam ser como Cristo. Eles procuram se esbofetear, eles tentam só beber água e comer pão de centeio, pão preto, e tentam dormir naquela cama de pregos. Eles tentam de todo jeito serem iguais a Cristo. Mas, eles não são bem sucedidos. Não há qualquer maneira de sermos iguais a Cristo. Mas aonde, então, está o segredo? Deus diz que nós podemos ser semelhantes a Ele. Ele deseja que nós sejamos semelhantes a Ele. Mas como poderemos ser? Aonde está o segredo? Cristo em vós: a esperança da glória.

Você sabe que Cristo está em você? Você sabe que quando nós pensamos na salvação, na realidade nós pensamos na salvação como alguma coisa além de Cristo, alguma coisa que simplesmente sai de Cristo. Cristo morreu na cruz pelos nossos pecados e Ele alcançou aquela Obra da redenção e quando eu tenho a convicção dos meus pecados e eu tento, o mais duro que eu posso, vencer os meus pecados, e eu tento ao máximo possível purificar a mim mesmo, mas ainda assim ainda sou impuro. Certa vez eu me arrependi e disse que era impossível continuar tentando, eu tenho que crer em Cristo e depender da sua obra consumada, e quando eu creio nele, Ele me perdoa. Ele perdoa os meus pecados. Ele me dá um pacote. Ele fala: "Toma isso e todos os seus pecados são perdoados" Então eu tomo aquele pacote e meus pecados são perdoados. Então eu digo: eu preciso de vida. Ele diz: "Tudo bem. Eu te dou vida eterna, neste outro pacote e você vai para casa". O que eu faço então com a minha vida eterna? Você guarda ali naquela cofre, esperando para aquele dia em que você morrer. E então aquela apólice de seguro vai ter o seu valor. Então com aquela vida eterna você vai poder ir para o céu. Estes são os nossos conceitos. Nós não sabemos quando Deus nos salva. O que é que Ele nos dá? Ele não nos dá apenas o perdão dos nossos pecados, ele não nos dá a vida a eterna apenas como um pacote. Ele nos deu o seu Filho. Aquele que crê no seu Filho tem a vida eterna. Aquele que tem o Filho tem a vida. Aquele que não tem o Filho não tem a vida. Quando Deus dá a nós, Ele dá o melhor para nós. Ele dá o seu tudo para nós. Seu tudo no seu Filho. Ele dá o seu Filho a nós. O que nós temos é o Filho. Não ache que tudo que você tem é o perdão dos seus pecados. Simplesmente ir para o céu, é bom para nós, mas isso não é bom o suficiente para Deus. Deus disse: "Eu quero te dar o meu Filho. Quando você tem o meu Filho você tem tudo".
Você sabe que havia uma história: Certa vez havia uma pessoa muito rica, que tinha muito gado, muitas ovelhas, muitos campos, muitos servos, escravos, mas tinha apenas um filho. Ele enviou o seu filho para o exterior para estudar, mas quando o seu filho estava naquele pais estrangeiro estudando, este homem adoeceu muito. Estava morrendo. E chamou um advogado e pediu ao advogado que redigisse um testamento. Então quando aquele filho voltou correndo para casa, o seu pai já havia falecido. Após o sepultamento, aquele advogado reuniu a família parar ler então o testamento daquele que havia falecido. O que continha aquele testamento? Ali dizia : eu dou todas as monhas propriedades para o meu mordomo, mas eu permito ao meu filho que escolha uma das propriedades que estou dando. Aquele foi um testamento muito estranho. Quando o filho leu, ele achou que algo havia acontecido com o seu pai, que algo estava errado com a mente dele. Como é que ele pode dar tudo para o seu mordomo e permitir que eu escolha apenas uma coisa? Se eu escolher o gado eu perco a casa. Se eu escolher o campo eu perco os escravos. Meu pai devia estar louco. Então o advogado sussurrou no ouvido ele. E o filho disse que honraria o testamento do pai dele. Iria escolher apenas uma coisa. Iria escolher o mordomo. O pai tinha tanto. Ele não podia listar tudo. Ele tinha medo de esquecer alguma coisa. Ele queria que seu filho tivesse tudo. E foi isso que aconteceu. Você sabe que nosso Deus é assim. Ele nos ama tanto. Ele não quer que nós percamos nada. Então ele colocou tudo no seu Filho. E Ele falou: "Escolha o meu Filho. Se você tiver o meu Filho você tem tudo" .
As bençãos espirituais, nos lugares celestiais, estão em Cristo Jesus. Você sabe que quando você crê no Senhor, você recebe o Filho. Uma pessoa viva está agora em você. Cristo está em você, o Filho de Deus. Ele está em você. Ele é real. Ele está habitando aí. Você sabia disto. Em 2 Co. cap 13, Paulo desafia os cristãos em Corintios. Ele fala: "Examine-se a si mesmo. Veja se Cristo está em você". Se Cristo não estiver em vós, vocês são réprobos. Você não é um cristão. Você não é salvo. Você não é do Senhor. Mas se você souber que Cristo está em vós, então você pertence ao Senhor. Muitos cristãos hoje não sabem disto. Eles acham que Cristo está lá no céu e você está sobre a terra. Há uma distância aqui. Sim. Ele está no céu, mas também está em você. É Cristo em vós, a esperança da glória. Então, o que é glória? Glória é muito difícil de ser definida. De fato a Bíblia não nos dá esta definição, porque quando você define alguma coisa você está restringindo esta coisa. A Bíblia apenas descreve alguma coisa, mas nunca define. Então, o quê é glória? Glória é a coisa mais difícil de definir. Mas há uma maneira de pensar em glória. Toda vez que Deus se manifesta, aí há glória. Ou, em outras palavras, Deus é glória. Toda vez que Deus não estiver ali, não há glória. Cristo em vós, a esperança da glória. Se Cristo está em você, então Deus vai ser manifestado, e isto é então, a semelhança com Deus. Isto é semelhante a Deus. Você vai ser transformado segundo a sua imagem, de glória em glória pelo espírito de Deus. Nós devemos ser conformados a imagem de Cristo. Cristo tem que ser formado em nós. Isso é semelhança com Deus. O segredo é Cristo em vós. Em 2 Pe cap 1:3 e 4:3 Visto como, pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade (à semelhança), pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude, 4 pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vos torneis co-participantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo. Como nós podemos ser semelhantes da Deus? Individualmente e juntos. Aonde está a chave para este segredo? Você descobre que é vida e semelhança com Deus. Deus tem nos dado vida. Cristo é nossa vida. Cristo não é apenas o nosso salvador. É como se fosse alguém de fora, nos tirando de um afogamento, e Cristo vem e nos tira dali. Ele é o nosso Salvador. Mas Ele é mais do que isto. Ele está em mim. Ele não está apenas ao meu lado. Ele está em mim. Ele é minha própria vida. Ele tem de ser a minha vida. Ele está em mim para viver. O apóstolo Paulo disse: "Eu fui crucificado com Cristo. Não mais vivo eu, mas é Cristo que vive em mim. E agora a vida que eu vivo na carne, eu vivo pela Fé, a Fé do Filho de Deus, que me amou e deu-se a si mesmo por mim" Se nós vivermos pela nossa antiga vida, se nós tentarmos sermos semelhantes a Cristo pela nossa velha vida, nós nunca teremos sucesso. Nós sempre estaremos em condenação.
Mas a Bíblia diz: Nós fomos crucificados com Cristo, quando Cristo morreu na cruz. Nosso velho homem foi crucificado com Ele . Nós morremos nEle. Não mais vivo eu, disse Paulo. Então quem está vivendo em você? Cristo em vós. Ele é a sua vida. Se você viver pela sua vida você vai descobrir, que Ele só consegue viver aquilo que Ele é. Você não consegue fazer com que Cristo viva alguma coisa que Ele não é. Ele vai viver da mesma maneira como Ele viveu há 2000 anos atrás, quando estava na carne. Não pode haver outra forma. Cristo em vós, a esperança da glória. Então, irmãos e irmãs, quais são as boas novas, o Evangelho, para os cristãos, e para os não cristãos.? Para os não cristãos nós falamos que vocês não precisam ter medo da morte, porque Cristo morreu por você. Todas as pessoas do mundo tem medo de morrer. Satanás utiliza a morte para poder controlar o homem, mas nós cremos no Senhor Jesus, não há temor da morte, porque Cristo morreu por nós, e nós nunca vamos morrer. Se Cristo demorar a voltar, nós talvez vamos dormir, mas não morreremos. Mas também há um Evangelho para os cristãos. Você não precisa viver, porque Cristo vive por você. Você está cansado de viver? Você está cansado de procurar viver a vida cristã? Está cansado de tentar ser semelhante a Cristo? A Bíblia simplesmente fala: Você não precisa viver porque Cristo vive por você. Porque você quer viver? Deixa Cristo viver em você. Se você permitir que Cristo viva em você, aí é a glória. Aí irão ocorrer transformações, e irão haver semelhanças com Deus. Isto é o Evangelho. O Evangelho É Cristo em vós. A Esperança da Glória. Nós cristãos somos as pessoas que têm mais esperança, e a nossa esperança é a glória de sermos semelhantes a Deus. E termos o caráter de Deus manifestado em nós. É porque Cristo está em nós. Em 1 Tm cap 4: 8 a 10 (8 Pois o exercício físico para pouco é proveitoso, mas a piedade para tudo é proveitosa, porque tem a promessa da vida que agora é e da que há de ser. 9 Fiel é esta palavra e digna de inteira aceitação. 10 Ora, é para esse fim que labutamos e nos esforçamos sobremodo, porquanto temos posto a nossa esperança no Deus vivo, Salvador de todos os homens, especialmente dos fiéis.) Aqui, o Apóstolo Paulo, diz: Exercita-te a ti mesmo na semelhança com Deus. Nós dissemos que o segredo da semelhança com Deus, é Cristo em vós, em outras palavras, não é feitura sua. É Cristo. É o Espírito Santo. O Espírito Santo vai incorporar Cristo em sua vida. O Espírito Santo vai utilizar a vida de Cristo e fazer com que ela cresça . O Espírito Santo vai remover todas as coisas que realmente se interpõem ao caminho do Senhor Jesus, e Ele vai te transformar de glória em glória, segundo a imagem do Filho amado de Deus. É obra do Espírito Santo. Não é sua obra. Mas Paulo disse: Exercita-te a ti mesmo na semelhança com Deus. Há uma contradição aqui? Falamos que semelhança com Deus, é Deus quem faz. É sua vida. É o Espírito Santo. Nós não fazemos nada. Nós não podemos fazer nada. Se nós tentarmos ajudar nós vamos fazer uma grande bagunça, mas ainda assim Paulo fala : Exercita-te a ti mesmo na semelhança com Deus, quer dizer que você mesmo tem de fazer, você mesmo. O quê significa isto? Você sabe que a palavra exercitar, é a mesma palavra que nós temos de ginásio, e naquela época, especialmente os gregos, eles tinham muito cuidado com os seus corpos. Eles queriam ter a beleza do corpo. Então eles iam ao ginásio para se exercitarem. Vamos supor que você vá para um ginásio, para uma academia e vai haver um instrutor ali, e ele vai estudar o seu corpo e vai perceber qual é a parte do seu corpo que está fraca, não está bem equilibrada, faltando beleza, e ele então vai sugerir alguns tipos diferentes de exercícios e te fazer passar por aqueles diferentes exercícios, para fortalecer os seus músculos, do braço, da perna, do estômago, das costas e tentar desenvolver os seu corpo de forma que ele seja perfeito. Era isso que os gregos buscavam. Mas Paulo diz aqui que o exercício físico para pouco é proveitoso. Em outras palavras, se você exercitar o seu corpo, ele vai te fazer algum bem. Você se torna mais saudável, vai ficar mais lindo, mais balanceado, equilibrado, mas o ganho é muito pequeno. E esse pequeno ainda é por pouco tempo, isto é, apenas enquanto você estiver vivendo sobre esta terra. Mas exercitar semelhança com Deus, grande é o ganho, não apenas nesta era, mas na era vindoura. Isto é exercício espiritual. O quê é que quer dizer isto? O que significa isto? Você sabe que o mundo é um ginásio. As vezes eu penso, que depois de ter sido salvo, o Senhor não me leva para o céu? Seria maravilhoso. Porque que ele me deixa ficar aqui na terra e passar por todos estes problemas? Ele me ama, porque ele não me leva logo depois de ter sido salvo. Eu seria poupado de todos estes problemas. Mas Ele me deixa neste mundo horrível, passando por todas estas aflições e atribulações, todo sofrimento. Porque? É porque o mundo é um ginásio, uma academia, onde há todo tipo de equipamento, onde alguns destes equipamentos são coisas e outras são pessoas, e você vai descobrir que são equipamentos, e você entra na academia, e você tem a vida em você. Isto se você tiver vida em você, porque se você não tiver a vida em você, a academia não vai ter qualquer utilidade. Você não consegue que um morto faça exercícios. Você faz porque tem vida em você. As pessoas que vivem no mundo, os seus dias são perdidos. Todas as tribulações são perdidas, porque são pessoas mortas, não aprendem nada. Mas nós temos vida. Temos a vida de Cristo em nós, e esta vida tem de ser desenvolvida. Então nós vamos para este mundo e o Espírito Santo é o nosso instrutor e ele sabe exatamente do que precisamos. Ele sabe onde está nossa fraqueza, o nosso desequilíbrio, aonde não há beleza, e Ele então vai nos fazer passar pelos exercícios. O Espírito Santo vai preparar as circunstâncias para nós. A gente as vezes vai perguntar, o porque o Senhor nos colocou em determinada família. Porque o Senhor nos colocou no meio deste povo. O Espírito Santo preparou isto, para nos exercitar, para exercitar aquela vida que está dentro de nós. Você sabe que quando passamos pelo exercício, os músculos doem, é difícil, queremos desistir, mas tentamos, esticamo-nos, e só depois de passar por isto tudo, o nosso músculo vai se fortalecer. Isto é exercício espiritual. O Espírito Santo prepara as nossas circunstâncias. Ele nos exercita. Nós precisamos de cooperar, mas se nós não quisermos cooperar, o Senhor Jesus diz : "Negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, diariamente e siga-me" E aí reclamamos que a cruz é dura demais. Quero cair fora da cruz. Podemos cair fora, mas o nosso músculo será fraco. Talvez você nunca seja equilibrado, não haverá beleza, não vai haver glória ali. Tudo o que precisamos fazer, é que não façamos nada. Mas nos rendamos ao Espírito Santo. Obedeçamos ao Espírito Santo. Façamos o que ele deseja o que nós façamos. Se ele falar para nos livrarmos de alguma coisa, que nos livremos dela. Ainda que seja doloroso. Exercita isto. Muito bem. Passaremos por aquela exercício. O resultado é: Glória. Cristo vai ser revelado. Nós seremos conformados à imagem do Filho amado de Deus. Esta é a vontade de Deus. Em Rom cap 8, qual é vontade de Deus? A vontade de Deus é que nós sejamos conformados à imagem do seu Filho amado. Ele nos predestinou, para que fossemos conformados à imagem do seu Filho amado. Quando você é conformado à imagem do seu Filho amado, isso é semelhança com Deus. Aqueles a quem Ele predestinou, Ele chamou. Aqueles a quem Ele chamou Ele justificou. Àqueles a quem Ele justificou, Ele também glorificou. Esta é a vontade de Deus. Deus deseja que nós sejamos glorificados. Deus deseja que Cristo seja formado em nós. O Espírito santo está cuidando disto e, para que isto aconteça, nós temos que passar pelos exercícios. Ali haverá a glória manifestada, e o ganho não é apenas para esta era. Enquanto estivermos vivendo agora, o ganho é muito grande, porque Cristo está amadurecendo em nós, está sendo glorificado em nós e também na era vindoura quando Cristo voltar, nós vamos entrar na sua glória. Ele vai conduzir muitos filhos à glória. Este é o mistério da semelhança com Deus.

Eu não tenho tempo de passar por todos os itens. Como isto se aplica a Cristo e se aplica a nós. Deus manifestado na carne, justificado em espírito. E assim por diante. Você vai descobri que é Cristo, mas é Cristo em nós. Isto é glória. Que o Senhor venha nos ajudar.

Irmãos e irmãs. Esta é a vontade de Deus. A nossa responsabilidade é de cooperarmos. Nós não podemos fazer nada, pois Ele faz tudo, mas Ele precisa da nossa cooperação. Ele nunca vai fazer nada contra a nossa vontade, tanto quanto nos desejarmos. Ele está disposto. Está pronto para te transformar de um vermezinho horroroso, para uma borboleta maravilhosa. Daquela coisa que rasteja, para aquela borboleta que voa para todo lugar. Ele vai fazer isto. Ele pode fazer isto e está pronto para fazer isto em você. Mas você está desejoso de se entregar a Ele, e permitir que Ele faça esta obra em você? Que a sua vida possa ser manifestada, tanto da forma individual, como corporativamente. Juntos nós seremos conformados com a sua imagem. Em Ef cap 5 – é uma igreja gloriosa, sem mancha alguma, santa e sem mácula, ataviada para ser a sua noiva. Isso não é glorioso? Que o Senhor possa nos ajudar. Vamos orar.
Amado Senhor. Nós Te agradecemos pelo seu propósito glorioso. Tu desejas que nós compartilhemos na sua glória e Tu mesmo, que és glorioso, habita em nós. Amado Senhor. Possa o seu Santo Espírito operar em cada um de nós para produzir em nós a vida de Cristo. Que a sua beleza possa ser manifesta em e através de nós para que Tu sejas glorificado. Em nome do Nosso Senhor Jesus. Amém

Irmãos em Cristo Jesus.

Irmãos em Cristo Jesus.
Mt 5:14 "Vós sois a luz do mundo"