sexta-feira, 16 de maio de 2008

O CAMINHO DE CAIM- David W Dyer

O CAMINHO DE CAIM
Enviado pelo irmão Samuel Espindola

Há muito tempo atrás, no Jardim do Éden, o primeiro homem, Adão e a sua esposa, Eva, caíram. E les haviam pecado contra o Altíssimo, fazendo a única coisa que Ele havia ordenado que não fizessem. Agindo assim, estas duas primeiras pessoas, deterioraram seu relacionamento com Deus e tiveram ciência de sua própria nudez. Embora tivessem tentado se cobrir juntando folhas de figueira, quando ouviram a voz do Senhor que passeava pelo jardim na virada do dia, eles se esconderam e estavam assustados. O homem, que havia sido criado por Deus e gozado de doce comunhão com Ele, agora estava se escondendo de Deus, nu e envergonhado. Conforme nós sabemos agora, isto não foi uma surpresa para o Senhor. Ele sabia de antemão que o homem que criara iria desobedecer a seu mandamento e cair em pecado. Já que Deus não é limitado pelo tempo e compreende simultaneamente tanto o princípio como o final de todas as coisas, Ele já havia preparado o caminho da salvação. Neste exemplo, por causa deste primeiro homem, Deus deve ter matado algum tipo de animal, porque somos ensinados que Ele fez roupas de pele para o casal. Foi tirando a vida de uma outra criatura que Deus providenciou uma cobertura que Adão e Eva tão desesperadamente necessitavam. Eu agora sugiro a vocês que o animal morto por Deus era um cordeiro. Embora isto não possa ser provado, sinto que existe uma grande possibilidade. Harmoniza lindamente com o resto da Escritura e com o supremo plano de redenção de Deus. Esta atitude, sem dúvida, estava apontando para o tempo em que Ele permitiria que Seu Único Filho, o Cordeiro de Deus, fosse morto como cobertura para os nossos pecados – escondendo nossa nudez e rebelião contra Deus. Também mais adiante, no livro de Gênesis, temos uma insinuação de que talvez fosse mesmo um cordeiro que foi morto por causa de Adão e Eva. Quando examinamos rigorosamente as Escrituras, surge um quadro. Aprendemos que Abel era um pastor, enquanto Caim era um lavrador do chão, um agricultor. Já que Deus não havia permitido ao homem que comesse carne antes do dilúvio e, de fato, os próprios animais não se comiam uns aos outros, mas eram herbívoros (Veja Gen 1:29,30 e 9:2,3), podemos indagar porque Abel estava zelando por um cordeiro. Porque ele gastou seu tempo cuidando de animais que não tinham valor algum para ele? A resposta é, muito provavelmente, encontrada na idéia de que estes animais eram usados para fornecer vestimentas. Estas ovelhas devem ter sido criadas por causa de sua lã ou por causa de sua pele, que eram usadas como cobertura, assim dando suporte à idéia que fora Deus quem havia dado o exemplo a eles. Tanto Caim quanto Abel, provavelmente, tinham conhecimento do que havia ocorrido com seus pais no Jardim do Éden. Estou certo que, como pais fiéis, os dois compartilharam com seus filhos tudo o que ocorrera e tentaram instruí-los na maneira correta de caminhar com Deus. Quando eu lia no livro de Gênesis que Deus rejeitou a oferta de Caim, eu me preocupava porque esta rejeição parecia arbitrária. Eu não conseguia compreender como Ele podia julgar entre esses dois homens se ambos estavam agindo puramente por instinto. Entretanto, agora eu sinto que Caim sabia tanto quanto Abel o tipo de sacrifício que Deus requeria. Ele sabia, pelo testemunho de seus pais, que eles haviam sido cobertos pela morte de um cordeiro e que Deus exigira o derramar do sangue para a expiação do pecado. Todavia, Caim escolheu seguir seu próprio caminho, embora sabendo da justa exigência de Deus. Ele deliberadamente o desobedeceu, ignorando o que havia sido evidentemente providenciado. Em vez disso, ofereceu algo de sua própria invenção, algo de sua própria imaginação, algo que ele mesmo podia produzir. Ele pode ter pensado: “Porque eu devo oferecer um cordeiro? Os vegetais que eu plantei são ótimos, não há nada de errado com eles. De fato, eles são os melhores vegetais das redondezas. Por que não posso oferecer a Deus o que tenho de melhor? Não é bom o bastante? Não há dúvida que ele vai reconhecer isto e recebê-lo.” Mas, como lemos em Gen cap 4 vers 5, Deus rejeitou a oferta de Caim. Não importa quão boa ela era, não importa o quão maravilhosa parecia ser, ainda que Caim houvesse trazido o seu melhor, Deus não estava satisfeito. Ele já havia ordenado qual era o sacrifício necessário . Ele já havia estipulado o formato para que os verdadeiros adoradores o seguissem e era apenas através da obediência que o Seu prazer e favor poderiam ser ganhos. UMA MENSAGEM PARA HOJE O que esta história tão antiga nos fala hoje? Como é que nós, crentes, podemos aprender da experiência destes primeiros homens e evitar o caminho de Caim? No Novo Testamento, assim como no Velho, Deus determinou a todos os crentes o modo adequado de adoração. Vemos no livro de João cap 4 vers 23 e 24 a seguinte declaração: “Jesus diz – é chegada a hora e a hora vem, quando os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque são estes que o Pai procura para seus adoradores. Deus é espírito e importa que seus adoradores DEVEM adorá-lo em espírito e em verdade.” Por favor, notem aqui a tradução da palavra “DEVEM”. As Escrituras não dizem que “PODEM” ou mesmo “TALVEZ DEVESSEM”, mas afirma especificamente que aqueles que adoram a Deus “DEVEM” fazê-lo no espírito. Tal adoração não é opcional. Qualquer coisa menos que isto não atinge o objetivo do claro mandamento de Deus. Você vê, tanto no Novo como no Velho Testamento, um cordeiro foi morto para a cobertura de pecados. Deus tinha providenciado um cordeiro! E este cordeiro deve ser a nossa oferta. Nada mais é adequado. Não importa quão bom possa parecer, não importa quão correto segundo as Escrituras possa aparentar, não importa quão reverente, adornado, musicalmente excelente possa ser, nenhuma outra coisa será satisfatória. Somente o Cordeiro irá fazê-lo. Este fato tem uma importante aplicação para nós, como cristãos. Quando nos reunimos para adorar o Pai, precisamos adorá-lo em espírito. Quando estamos juntos, é essencial que entremos no espírito de Jesus Cristo para que nossa adoração e nosso louvor e, na verdade tudo o que fazemos, se origine Nele. Ele é quem deve estar dirigindo nossas reuniões na Igreja. Além disso, é este Cordeiro que deve ser a essência deles. Mas, o que significa “estar no espírito” ? Significa que estamos em um certo estado de ânimo? Será que ele indica que entramos na emoção de uma determinada situação? Não. Significa que nós realmente entramos na presença de Deus através do Santo Espírito. Significa que estamos “ plenos” do Espírito de Jesus Cristo e sendo dirigidos por Ele. Vemos nos Evangelhos que, “quando dois ou mais se reunirem em Seu nome, Ele ali estará no meio deles.” Jesus não vem às nossas reuniões como um espectador. Ele não vem para nos ouvir em nossas cerimônias ou “serviços”. Cristo tem aparecido como nosso Sumo Sacerdote, para nos dirigir em louvor e adoração ao nosso Deus. Quando Jesus vem para o nosso meio, vem como Aquele que vai dar origem a todas as coisas. É Ele quem deve estar escolhendo as músicas e é Ele mesmo quem deve se derramar em nossas orações e através delas. É o Espírito de Jesus quem deve emanar da ministração da Palavra. Deus se satisfaz apenas com a oferta de Seu Filho e é somente quando nos reunimos e oferecemos a Ele tudo o que flui de Jesus Cristo, que o Pai se agrada. Qualquer coisa menos que isto é apenas “vegetal”. Talvez alguns acreditem que o objetivo em nossos encontros deve ser que os mesmos sejam de acordo com a Bíblia. Imaginam que, se simplesmente imitarmos aquilo que achamos que os crentes do Novo Testamento faziam, Deus se sentirá satisfeito. Isto leva tantos encontros cristãos a “fazer adoração” ou a “ter ministério” almejando, de qualquer forma, encontrar as bênçãos de Deus. Isto é um verdadeiro golpe ou um erro de alvo. Quando as coisas não correm muito bem, é comum os líderes culparem os que se assentam nos bancos pela falta de entusiasmo ou consagração. Mas o problema com este alvo é o seguinte: Quais das milhares de coisas das Escrituras Jesus deseja que façamos hoje? A Igreja primitiva fazia muitas coisas. A Bíblia está repleta de coisas que Deus deseja que digamos ou façamos em uma determinada situação. Mas, como Ele está nos liderando agora? Para saber isto, precisamos estar no Espírito. Precisamos ter um relacionamento real e íntimo com Ele. Deste modo, podemos sentir Sua liderança, segui-lo naquilo que Ele está fazendo e, assim, alcançar a satisfação da verdadeira adoração espiritual. Quão freqüentemente nós, povo de Deus, temos ido pelo caminho de Caim! (Judas 11) Quantas vezes nos reunimos e oferecemos a Deus o que se origina exclusivamente em nossos próprios corações! Nossas próprias idéias, invenções dos homens – coisas que têm uma mera qualidade da alma – têm sido colocadas no lugar de Cristo, como substitutas. Temos erradamente suposto que, se o que fazemos é bom, se é suficientemente bíblico, se é o bastante elaborado, se é suficientemente melodioso, Deus estará satisfeito. Não há dúvida que nós, como seres humanos, oferecemos a Deus o que temos de melhor. Tudo o que faze-mos tem as melhores intenções, humanamente falando. Entretanto, mesmo com todas estas coisas, Deus não se satisfaz. Ele não pode se satisfazer. Ele mesmo nos ensinou o Caminho e nós temos que andar nele. MUITAS OBRAS MARAVILHOSAS Oh, as catedrais que têm sido construídas, as liturgias que têm sido formuladas, os arranjos musicais que têm sido criados, as mensagens que têm sido pregadas, tudo em nome da adoração! Entretanto, Deus não deseja nenhuma destas coisas. Elas e muitos outros itens desta natureza, são realizações tremendamente humanas. Não estou tentando diminuir a excelência de nenhuma delas. Ainda assim, o seu valor é nulo se comparado com a beleza e a glória do que Deus providenciou. Muitas destas coisas são apenas as obras humanas, as melhores que podemos fazer, ainda assim elas não podem atingir o alvo, a exigência de Deus. Os homens apreciam tais coisas com sua alma, seus sentidos e freqüentemente confundem esta apreciação com alguma bênção espiritual. Entretanto, Lucas 16:15 afirma que “aquilo que é tido em alta estima pelos homens, é abominação aos olhos de Deus” . Coisas meramente externas não têm absolutamente valor espiritual. Elas nada fazem para intensificar nossa adoração ou para atrair a presença de Deus. A razão pela qual Deus rejeita tais coisas é que elas são uma substituição humana para a verdadeira oferta que Ele providenciou. Conseqüentemente, o espírito do homem é deixado sem ministração quando estas coisas predominam em nossas reuniões cristãs. Quantas vezes você saiu de um culto insatisfeito? Quantas vezes você ouve muitas mensagens em muitos encontros, conseguindo apenas umas migalhas da mesa do Senhor? Quantas vezes nossa adoração a Deus é formal, afetada e espiritualmente morta? Tudo isto somente serve para provar que temos seguido o caminho de Caim. Nenhuma de nossas idéias ou invenções, não importa quão boas ou “corretas” elas possam ser, poderá satisfazer a Deus e quando Deus não está satisfeito, nós também não poderemos estar espiritualmente satisfeitos. Oh, mas que diferença há no Filho! Quando o povo de Deus se reúne e se abre para Ele, permitindo que o Seu Espírito se mova em Seu meio, permitindo que o Sumo Sacerdote de nossa confissão dirija a adoração, o louvor e o ministério, quão satisfatórios estes encontros podem se tornar! Como serão cheios do Espírito e de Verdade! Como estes encontros serão ungidos e agradáveis! O homem se satisfaz porque Deus está satisfeito, tendo visto e aceito a oferta de Seu Filho. FOGO ESTRANHO No Velho Testamento temos um outro exemplo da vã religião humana. Nadabe e Abiu eram filhos do Sumo Sacerdote. Eram os filhos mais velhos de Arão e foram consagrados a Deus juntamente com ele para o sacerdócio junto ao Senhor. Os dois tinham bastante experiência em adorar ao Senhor e até chegaram a ver fogo cair do céu sobre os sacrifícios que ofereciam (Lv 9:24). Então começaram a achar que tinham um bom domínio no negócio da religião. Pensavam que já eram capazes de inventar algo para adorar a Deus. Tiveram a idéia de colocar um pouco de incenso em seus incensórios e foram para o santo Templo. O resultado foi desastroso. Veio fogo do céu e os consumiu. Esta foi a reação de Deus às suas inovações (Lv 10:1,3). Talvez estas coisas signifiquem algo para nós hoje. Como homens, temos uma profusão de idéias para contribuir com as reuniões das Igrejas – apresentações dramáticas, danças, adoração planejada anteriormente, performances musicais, práticas tradicionais, muitos dos adereços e formatos que achamos tão normais hoje na religião cristã – todas estas coisas podem ser apenas fogo estranho oferecido ao Senhor. Nós, povo de Deus, deveríamos chegar diante Dele com temor reverente. Deveríamos tomar cuidado para não seguirmos o caminho de Caim! É essencial que nossa adoração seja algo verdadeiramente espiritual, que venha do próprio Deus jorrando dentro de nós e derra-mando através de nós! Não é suficiente que, quando estamos juntos, sejamos simplesmente informados, emocionalmente estimulados ou entretidos. Ele, tão somente Ele, é a fonte de genuína oferta espiritual. Deus pode tolerar nossos exercícios religiosos hoje em dia. Hoje Ele não manda fogo do céu para destruir estas coisas que muitos de nós estão fazendo. Entretanto, somos ensinados que um dia nossas obras passarão pelo teste do fogo e, se estivemos construindo com madeira, feno e palha, em vez de ouro, prata e pedras preciosas, nossa obra será consumida. Lemos que o Senhor virá repentinamente ao Seu Templo e irá purificar os filhos de Levi de modo que sua oferta seja feita em justiça (Ml 3:1-3). Por favor, não me entendam mal. Não há dúvida que Deus pode nos conduzir em nossa adoração enquanto cantamos, dançamos ou fazemos muitas outras coisas. O Rei Davi dançou diante do Senhor com toda a sua força (2a Sm 6:14). Débora, Moisés e muitos outros, compuseram canções de louvor. Entretanto, fizeram estas coisas porque estavam transbordando de unção do Espírito Santo. Não fizeram isto por achar “apropriado”, “sagrado” ou “inspirado”. Aquilo que se origina em Deus e as invenções dos homens podem parecer iguais. Podem até mesmo ter a mesma forma aparente. Entretanto, há um universo de diferença! A questão não é realmente sobre a forma, mas sobre a fonte destas coisas. Se a fonte não é Deus, não importa o quão maravilhoso possa parecer, não importa que a doutrina possa estar correta, não importa que seja bom de se ver, isto é rejeitado por Ele. Por outro lado, tudo o que é inspirado pelo Espírito Santo, é importante e deveria ser incluído em nossa adoração. Como nós, os filhos de Deus, precisamos aprender a discernir entre o sagrado e o profano, entre o limpo e o sujo (Ez 22:26)! É triste, mas é verdade que muitos cristãos não aprenderam a discernir entre a alma e o espírito (Hb 4:12). Muitos passaram tão pouco tempo na presença de Deus meditando sobre Sua Palavra que nunca experimentaram a Sua espada do Espírito separando o que é natural e humano daquilo que é espiritual. Freqüentemente não temos crescido em nosso discernimento para sabermos o que Deus está pedindo. E, agindo assim, temos falhado em atingir Seus objetivos – adoração em espírito e em verdade. Há uma tendência entre alguns homens, de apreciar coisas com as quais estão habituados ou que existem há muito tempo. Outros gostam de inovações em sua adoração. Entretanto, tudo deve ser levado ao controle do Espírito Santo e somente Ele deve ser soberano sobre tudo o que fazemos. Além disso, já que Jesus é uma pessoa viva, podemos presumir que a Sua liderança irá mudar continuamente. Assim como o nosso relacionamento com outras pessoas está em constante transformação, assim também Deus se renova a cada manhã (Lm 3:22,23). Portanto, devemos estar em constante comunhão com Ele de maneira que possamos sentir e seguir o que Ele está fazendo hoje. É possível que muitas pessoas não compreendam o que estou dizendo e se sintam ofendidas por minhas palavras. Se este é o seu caso, eu lhe peço que não protele, mas que se coloque diante de Deus e lhe peça que o encha com Seu Espírito. Leia a passagem em Lucas que declara o quanto o Pai do Céu deseja derramar de Seu Espírito sobre aquele que lhe pedir (Lc 11:11-13). Ele anseia que saibamos a diferença entre o que é espiritual e o que é natural, para que possamos ofertar coisas que são aceitáveis e agradáveis a Ele! Deus nos ama muito. Ele derramou sobre nós o Seu Espírito. Ele nos ofereceu o Seu único Filho. Deus não escondeu de nós nada que fosse necessário para uma verdadeira adoração e um puro relacionamento com Ele. Como nós, como homens, precisamos aproveitar tudo o que Deus nos tem dado! Oh, que tenhamos o discernimento para saber o que se origina na alma e o que vem do Espírito. É em nosso espírito que nos ligamos a Deus (1a Co 6:17). E é somente através do Espírito Santo que podemos oferecer um sacrifício que seja aceitável. Para conseguir encontros genuinamente espirituais nós, assim como nosso devoto predecessor Abel, precisamos estar trabalhando uma semana naquilo que Deus providenciou. Se chegamos de mãos vazias aos nossos encontros na Igreja, se não estivemos antesna presença do Senhor nos alimentando em Sua Palavra e não sentimos o Seu Espírito se movendo dentro de nós, não teremos nada para oferecer. Se não pudemos exaltar o Cordeiro durante a semana, como podemos trazê-lo como uma oferta? Nesta situação, muitos cristãos são tentados a oferecer vegetais. Talvez pela falta de experiências espirituais, talvez pela falta de um relacionamento íntimo com o próprio Deus, eles são deixados sem cordeiro e podem oferecer aquilo que cresce do solo – algo terreno, algo natural. Estas coisas são espiritualmente insatisfatórias. O fato que o Pai procura homens e mulheres que o adorem em Espírito deveria realmente nos impressionar. Agora mesmo Ele está procurando por adoradores! Seu coração hoje está ansiando por verdadeiros adoradores que ofereçam sacrifícios de louvor, o fruto de seus lábios, aqueles que irão revelar a Ele o que Deus forjou neles através de Jesus Cristo. Oh, como precisamos orar, como necessitamos procurar a Sua face para que possamos experimentar este tipo de adoração! Não pode ser difícil. Na verdade, não deveria ser , porque Cristo morreu para que fosse assim. Nada tem sido negado a nós. O sacrifício do próprio Deus está completamente à nossa disposição. Portanto, vamos chegar até Ele e nos encher com o Cordeiro de Deus de maneira que, quando estivermos reunidos e Ele estiver no meio de nós, possamos oferecer um doce aroma, santo e agradável a Deus. Que possamos ser, como Paulo diz, aqueles “da circuncisão, que adoram a Deus em espírito” (Fp 3:3). Irmãos e irmãs, eu oro sinceramente para que estas coisas se tornem a sua realidade.

David W. Dyer 25/04/2004
Tradução – Maria Regina Vidal Eliasquevici

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Servindo sem Suor- Rubén Chacón

"Eles entrarão no meu santuário, e se chegarão à minha mesa, para me servirem, e cumprirão as minhas prescrições. E será que, quando entrarem pelas portas do átrio interior, usarão vestes de linho; não se porá lã sobre eles, quando servirem nas portas do átrio interior, dentro do templo. Tiaras de linho lhes estarão sobre a cabeça, e calções de linho sobre as coxas; não se cingirão a ponto de lhes vir suor" (Ezequiel 44:16-18).

Este é uma ordenança para os sacerdotes do Senhor. No Novo Pacto, todos somos sacerdotes, todos podem entrar no santuário e ministrar a Deus. E esta ordenança do Senhor diz que os sacerdotes devem entrar vestidos de vestimentas de linho; não porão sobre eles coisas de lã. E a razão do porque não devem vestir-se de roupa de lã, segundo o versículo 18, é para que a roupa não os faça suar.
"Não se cingirão de coisa que os faça suar". Isto quer dizer que Deus não quer suor em sua casa. O que significa o suor? O suor é produzido quando fazemos um grande esforço. Portanto, o suor representa o esforço humano. Se Deus não quer suor em sua casa, quer dizer que Deus não quer esforço humano em sua casa. Interessante, não?
Vamos ler agora em Levítico 19:19. "Guardarás os meus estatutos; não permitirás que os teus animais se ajuntem com os de espécie diversa; no teu campo, não semearás semente de duas espécies; nem usarás roupa de dois fios misturados".
"O seu campo não semeará com mescla de sementes". Sublinhemos a palavra 'mescla'. "...e não porás vestidos com mescla de fios". Outra vez, sublinhemos a palavra 'mescla'. Deus não quer linho e lã misturados. Deus não quer uma mescla do divino com o humano. O esforço humano em sua casa atrapalha a obra de Deus.
Deus não quer que façamos 50 por cento e ele faça os outros 50 por cento, ou que nós façamos 10 por cento e ele faça 90 por cento. Ele quer fazer cem por cento. Custa-nos muito entender que o crescimento no Senhor é que nós diminuamos para que o Senhor cresça. O Senhor quer encontrar espaço em nós, para ele fazer cem por cento.
Vocês têm lido a carta aos Gálatas. Os Gálatas estavam caindo neste engano. Eles tinham sido justificados pela fé, tinham sido salvos pela fé; mas agora criam que a santificação era pelas obras. E vem Paulo para dizer-lhes: 'Não, a santificação também é pela fé'. Tudo é pela fé, tudo é obra de Deus.
A obra de Deus é cem por cento dele. Ele não necessita da nossa ajuda, não necessita da nossa intromissão. Necessitamos simplesmente nos dispor, nos abrir, permitir que o Senhor faça a sua obra completa. A obra de Deus é perfeita, a obra de Deus é absoluta; é uma obra terminada, é uma obra eterna. Louvado seja o Senhor! Que o Pai possa abrir os nossos olhos para ver que contemplamos uma obra que já está acabada.

O propósito de Deus

Por que Deus não quer o nosso esforço? Para conhecer a resposta, precisamos compreender como fomos criados e para que fomos criados. Em outras palavras, precisamos conhecer o propósito de Deus. E quando entramos no propósito de Deus, encontramos que você e eu fomos criados para conter a Cristo e para expressar a Cristo, para que a vida de Cristo fosse manifestada através de nós.
Portanto, desde o começo, Deus nunca planejou que nós tivéssemos que ajudar a Deus. Desde o começo, ele nos criou e nos planejou como um vaso para conter a vida de Cristo, e para que essa vida se manifestasse através de nós.
Porque caímos em pecado é que nós não podemos oferecer nada aceitável a Deus. Não é só o pecado - que manchou todas as nossas ações - que faz que todas as nossas ações sejam híbridas ou misturadas, mas sim há uma razão ainda mais profunda: Nunca fomos criados para ajudar a Deus, mas sim para deixar que ele se manifeste através de nós.
O plano de Deus era o seguinte: O homem foi criado tripartido, espírito, alma e corpo. Adão foi criado com vida humana. Como diz a Escritura, foi feito alma vivente. Não obstante, foi criado para a árvore da vida. Foi criado com um tipo de vida -a vida humana- mas foi criado para outro tipo de vida - a vida que estava na árvore da vida.
Por isso, quando criou Adão, pôs ele no jardim, e no meio do jardim, Deus plantou a árvore da vida e a árvore da ciência do bem e do mal. Adão saiu da mão criadora de Deus com vida humana, mas foi criado para tomar a vida que estava na árvore da vida.
Que vida era que estava na árvore da vida para Adão, se ele já tinha sido criado com vida humana? A vida da árvore da vida é a vida de Cristo. E o propósito de Deus é que Adão, criado com vontade, com intelecto e com emoções, tivesse voluntariamente comido da árvore da vida. Quando Adão fosse para o centro do jardim, embora ali estivesse a árvore da ciência do bem e do mal - do qual Adão não devia comer -, não obstante, estava também a árvore da vida.
Quando Adão fosse ao centro do jardim, deveria comer dessa árvore. Se Adão o tivesse feito, a vida de Deus, que é a vida de Cristo, teria entrado em seu espírito, e em seu espírito teria a vida de Cristo. Então, Adão poderia, a partir desse momento, expressar a vida do Senhor. A vida de Cristo poderia começar a manifestar-se através dele; a sua alma estaria em harmonia com o seu espírito, e a alma, qual uma esposa, seria a ajuda idônea do espírito. O espírito seria como o marido, e a alma como a esposa. E a alma, que não tinha pecado, seguiria ao espírito sem resistência e sem oposição. O homem seria então uma expressão de Cristo. O homem não se expressaria a si mesmo, mas a vida de Cristo nele.
Agora, todos nós sabemos que isto não ocorreu. Infelizmente, Adão desobedeceu. Quando foi ao centro do jardim, ele comeu da árvore da ciência do bem e do mal. E Deus disse: 'Que não estenda agora a sua mão e coma também da árvore da vida'. O seu espírito não recebeu a vida de Deus, e o drama foi o seguinte: a alma, então, prevaleceu sobre o espírito. Em lugar de ser serva, a alma se tornou rainha; em lugar de ser esposa, fez-se marido, e começou a viver por si mesma. Tornou-se auto-suficiente, autônoma, rebelde, super ativa. Fortaleceu as suas capacidades. A vontade se tornou uma vontade ferrenha. Uma mente que tudo intelectualiza. Os seus sentimentos se tornaram desequilibrados, que nos arrastam para um lado e para outro. A alma se desencaminhou, saiu do seu lugar, ficou em uma posição para a qual nunca foi criada.
Por isso, Deus não quer o nosso esforço em sua casa. Deus queria o plano original. O espírito do homem vivificado com a vida divina e expressando-se através de uma alma dócil, uma alma que é serva do espírito, uma alma que não resiste a Deus, que pode seguir na forma sensível o que a vida de Cristo quer expressar.
Mas desde o dia em que Adão caiu, o homem só expressa a si mesmo. O que sai de nós não é a expressão de Cristo; é a expressão de nós mesmos. O do homem é introduzido em Sua casa, e na casa de Deus tem mistura. Por um lado, está o de Cristo, que às vezes flui, que às vezes se manifesta; mas ainda há muito de nós na casa de Deus.

O ativismo da alma

Mas não temos apenas uma alma fora do lugar, em uma posição para a qual nunca foi criada, mas também esta super atividade que tem a alma, esta autonomia que exerce, esta força com que quer realizar, finalmente produz cansaço, produz suor, produz que tenhamos uma alma desgastada, que quando sua por agradar a Deus, por servir a Deus, não há alegria, não há repouso. Pelo contrário, o esforço humano traz consigo queixa, desânimo, frustração, depressão, insatisfação.
Quantos de nós que estamos aqui estamos cansados, quantos de nós que estamos aqui estamos esgotados, frustrados, desanimados! Deus não quer suor em sua casa. Deus quer que o seu serviço, o serviço para ele, seja feito com gozo, seja feito com paz, seja feito com repouso e com alegria. Necessitamos o descanso do Senhor, precisamos aquietar a nossa alma, e deixar que o Senhor opere através de nós.
Vamos ler em Isaías 57:10. "Na multidão dos teus caminhos te cansaste, mas não disseste: Não há remédio; achaste novo vigor em tua mão, portanto, não te desanimaste". Esta é a situação da nossa alma. Em muitos caminhos, procurando participar, procurando realizar-se, procurando colaborar, procurando ajudar a Deus.
Ou seja, os nossos caminhos nos cansam, mas não até o ponto de dizer: 'Já não há mais esperança'. A nossa alma volta a tomar vigor, volta a encher-se de esperança, e não desanima, e continua. E tornamos a nos cansar, e tornamos a nos frustrar, mas não até o ponto de dizer: 'Não há remédio', mas tomamos novamente energia, e deixamos de nos desanimar. Isso não é o que quer o Senhor. O Senhor quer que cheguemos ao ponto da rendição total.
Versículo 20: "Mas os ímpios são como o mar em tempestade, que não pode estar quieto". Assim é a alma do homem, como o mar em tempestade, que não pode aquietar-se. E o versículo 21 diz: "Não há paz, diz o meu Deus, para os ímpios".

Descanso para a alma

Jeremias 6:16. "Assim diz o Senhor: Parai-vos nos caminhos, e olhem, e perguntai pelas veredas antigas, qual seja o bom caminho, e andai por ele, e achareis descanso para a vossa alma". "Parai-vos nos caminhos...". A palavra caminhos está no plural. Isaías havia dito: "Na multidão dos teus caminhos te cansaste". Esse é o problema da alma: transita por uma multidão de caminhos. E o profeta Jeremias diz: "Parai-vos nos caminhos, e olhem, e perguntai pelas veredas antigas, qual seja o bom caminho...". No singular, o caminho é um só.
Não há muitos caminhos, só há um caminho, o bom caminho. E o profeta diz que quando o encontrarem ande por ele, "...e acharão descanso para a vossa alma". Quando olhamos no Novo Testamento o cumprimento disto, em Mateus 11:28-30, lemos: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve".
Há alguém aqui que está trabalhado e que está oprimido? "Vinde a mim", diz Cristo, "os que estão cansados e sobrecarregados, e eu vos farei descansar". Como o Senhor nos faz descansar? "Tomai sobre vós o meu jugo...". Quer dizer, que a nossa alma volte para a posição original, deixe de ser auto-suficiente, deixe de ser autônoma. A nossa alma volte a sujeitar-se ao espírito. O jugo de Cristo sobre nós é o seu espírito.
E diz o Senhor: "...e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para as vossas almas". Ele tomou o texto de Jeremias capítulo 6. Portanto, segundo o próprio Senhor, quem é o bom caminho? Ele mesmo era o bom caminho. Cristo é o bom caminho. E levando o seu jugo, achamos descanso para a nossa alma, porque o jugo de Cristo é suave, e a sua carga leve.
Achamos descanso e repouso, recuperamos o gozo e a alegria, desaparece o suor, quando tomamos o jugo com Cristo, quando aprendemos a caminhar com ele, quando deixamos que ele vá adiante de nós, quando permitimos que ele faça cem por cento, quando nós diminuímos para que ele possa crescer, para que ele possa encher tudo em sua casa, para que nós voltemos a ser seus servos, voltemos a ser dóceis ao seu Espírito.
E por último, 2ª Timóteo 2:1. "Tu, pois, meu filho, esforça-te na graça que está em Cristo Jesus". Aqui parece que há uma contradição. Paulo diz a Timóteo: "Esforça-te". Em que ficamos? Tem que esforçar-se ou não tem que esforçar-se? Se olharmos bem, Paulo diz a Timóteo: "Esforça-te na graça". E isto é uma paradoxo, porque a graça é o oposto das obras. Então, o verbo 'esforçar-se', parecesse que não tem relação com a graça. E Paulo diz a Timóteo: "Esforça-te...", mas "...na graça que está em Cristo Jesus".
Parafraseando este texto, seria mais ou menos assim: esforça-te em não fazer nada; esforça-te em que tudo seja feito por Deus". E, por que não fazer nada requer esforço? Porque a nossa alma sempre está disposta a fazer algo, a nossa alma sempre está disposta a tomar a iniciativa; a nossa alma não pode ficar quieta.
Qual é o nosso maior problema no momento de orar? Que temos uma alma que não pode estar quieta nem em silêncio. É assim. Quando queremos estar na presença de Deus, sentimos e experimentamos que a nossa alma está ativa, cheia de idéias, cheia de boas intenções. E quando queremos estar quietos, descobrimos que não podemos. Necessitamos um esforço para não fazer nada, porque a nossa tendência natural é sempre fazer algo.
Assim que este texto não contradiz o que temos dito, mas é um paradoxo. Esforça-te em não fazer nada; esforça-te para que Deus faça tudo. Deus é poderoso para fazer cem por cento, e quer fazê-lo através de ti, sem suor, sem cansaço, sem queixas, sem frustrações, sem desânimo, mas com gozo, com alegria, e no repouso do Senhor. Amém.

Síntese de uma mensagem ministrada em São Bento do Sul, Brasil

Irmãos em Cristo Jesus.

Irmãos em Cristo Jesus.
Mt 5:14 "Vós sois a luz do mundo"