sábado, 31 de maio de 2008

Um Entendimento Bíblico do Inferno -Matt Perman

Um Entendimento Bíblico do Inferno
Matt Perman

Extraído do Site www.celebrandodeus.com


“Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado...” (João 3:17-18). A Bíblia ensina que toda pessoa é culpada de pecado. Pecado é escolher antes o nosso próprio caminho do que o de Deus; é rebelião contra Deus; e num sentido real é um ataque contra a santidade de Deus. Porque Deus é justo e reto, bem como amoroso, Ele não pode meramente fazer vistas grossas para o nosso pecado. Poderia Deus ser realmente justo se Ele não fizesse nada sobre os ataques contra Sua santidade?A Bíblia ensina que nossos pecados merecem a penalidade de morte. Visto que todos pecaram, isto significa que todos são merecedores do julgamento de Deus no inferno. Por causa do Seu amor, Deus enviou Seu Filho Jesus para nos salvar deste julgamento. Ele morreu na cruz em nosso lugar para pagar a penalidade de nossos pecados. Sendo julgado em nosso lugar, Jesus satisfez a justiça de Deus e fez possível para nós o receber o perdão [NT: isto é, Deus não poderia perdoar sem uma satisfação da Sua justiça]. Deus fez tudo que era necessário para nos resgatar da penalidade de nossos pecados. Nós temos a responsabilidade de responder à livre oferta de perdão de Deus voltando-nos de nossos pecados e confiando em Jesus para nos perdoar e nos dar a vida eterna. A penalidade para os nossos pecados deve ser paga. Aqueles que não aceitam a Jesus e Sua obra sobre a cruz devem pagar, eles mesmos, esta penalidade no inferno por toda eternidade.O assunto do inferno é deveras muito difícil e aterrorizador. Todavia, ele é um claro ensino da Bíblia e necessita ser entendido; não podemos ignorar os fatos sobre algo que Deus revelou simplesmente porque ele é desconfortável. Este artigo foi escrito para encorajar nosso entendimento e para esclarecer muita confusão sobre este importante assunto.

O Inferno é Real

Jesus repetidamente advertiu sobre o inferno. Por exemplo, veja Mateus 5:21-22, 27-30; 23:15,33. Negar a existência do inferno é, portanto, rejeitar a autoridade de Jesus. Seria estranhamente inconsistente aceitar Jesus como Senhor, mas rejeitar um aspecto de Seu ensino. Além do mais, isto seria colocar uma gigantesca falha moral no caráter de Cristo, se Ele ensinasse sobre a realidade do inferno quando na verdade ele não fosse um perigo para ninguém. Deve ser entendido, contudo, que Jesus não quer que as pessoas vão para o inferno – Ele veio para que pudéssemos ser resgatados através da fé nEle. O inferno é a conseqüência necessária de não aceitar o convite de Cristo para salvação – se alguém recusar estar com Ele no céu, a única alternativa restante é estar separado dEle no inferno.

O Inferno é um Lugar

O inferno é sempre referido como sendo um lugar. A palavra grega usada para inferno nos Evangelhos é gehenna, uma transliteração da expressão hebraica, “Vale de Hinon”. Neste vale (que estava localizado fora de Jerusalém), sacrifícios humanos foram oferecidos aos falsos deuses em vários pontos na história de Israel (2 Reis 16:3; 21:6; 2 Crônicas 28:3; Jeremias 32:35). Mais tarde ele se tornou um “depósito de lixo” de Jerusalém, com um fogo que continuamente queimava consumindo seu entulho. Quando Jesus usou gehenna para se referir ao inferno, isto chamou a atenção dos seus ouvintes para este vale, e eles entenderam o terrível sofrimento que os ímpios experimentariam.

O Inferno é um Lugar de Castigo

Na conclusão de uma parábola, Jesus falou do servo fiel como sendo recompensado, mas disse que o infiel como sendo “cortado pelo meio e separado num lugar com os hipócritas, onde haverá choro e ranger de dentes” (Mateus 24:51). Ambos os Testamentos falam de “cortar pelo meio” como um castigo severo (Deuteronômio 32:41; Hebreus 11:37). Jesus provavelmente não quis dizer que os perdidos serão literalmente “cortados pelo meio”, mas estava usando a expressão para dizer que eles seriam castigados. Algumas passagens adicionais sobre o terrível castigo do inferno são Hebreus 10:29; 2 Tessalonicenses 1:8,9; Apocalipse 19:20; 20:10. Neste ponto, deveria também ser observado que as imagens de fogo no inferno não devem ser tomadas com um literalismo grosseiro, mas são descrições de terror e sofrimento do inferno com uma linguagem do presente mundo.Há dois aspectos do castigo no inferno – a dor de perda e a dor de sentir. A dor de perda é a ausência de tudo que é bom; mais significativamente é a separação de Deus. Isto não quer dizer que Deus não está no inferno; significa que aqueles no inferno não terão comunhão com Deus e não experimentarão nada de Seu amor, graça ou benção. Em outras palavras, eles serão isolados de qualquer gozo de Sua glória espetacular. Este é o significado da imagem de trevas usada para descrever o destino dos perdidos. Aqueles no inferno experimentarão a ira e a justiça de Deus. A dor de sentir é o sofrimento do tormento no corpo e na alma – a adição de castigo indesejado. Ambos destes aspectos do inferno são transmitidos por Jesus em Mateus 25:41, quando Ele diz aos perdidos “Apartai-vos de mim [a punição de perda], malditos, para o fogo eterno [a punição de sentir – tormento] preparado para o diabo e seus anjos”. Resumindo, o castigo do perdido é a subtração de benção e a punição de sentir é a adição de tormento físico e espiritual. Nesta seção, investigaremos a punição de sentir. Depois, discutiremos a punição da separação.

Castigo envolve exposição à ira de Deus: Hebreus 10:27,31; Romanos 2:5; João 3:36.

Castigo no inferno será um resultado de exposição à ira de Deus. Embora Deus não esteja no inferno em graça e benção, Ele está lá em santidade de ira. João 3:36 diz “Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece”. Apocalipse 14:9-11 diz que “Se alguém adorar a besta, e a sua imagem, e receber o sinal na sua testa, ou na sua mão. Também este beberá do vinho da ira de Deus, que se deitou, não misturado, no cálice da sua ira; e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro. E a fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre; e não têm repouso nem de dia nem de noite os que adoram a besta e a sua imagem, e aquele que receber o sinal do seu nome”.A ira de Deus é a justa afirmação de Sua santidade contra tudo que é impuro; ela resulta no castigo retributivo. Beber a “taça da ira de Deus” significa que o perdido sofrerá diretamente esta ira no inferno. Exatamente como a ira de Deus será experimentada, eu não sei (Romanos 1:18-32 e Judas 7 talvez dêem alguma visão parcial disto). O que é visto claramente é que aqueles no inferno serão atormentados por causa da ira de Deus. Uso de João das palavras “ira” e “sem mistura” mostram o terror de se cair nas mãos do Deus vivo. Devemos notar que Deus tolera pecado somente até quando Ele responde em ira.

Castigo envolve terrível dor:

Mateus 13:30, 40-43, 49-50; 18:6-9; 24:51. Em Mateus 13:42 Jesus diz “E lançá-los-ão [os incrédulos] na fornalha de fogo; ali haverá choro e ranger de dentes”. Alguns sustentam que a imagem de fogo significa aniquilação do ímpio. Mas Jesus não associa fogo com aniquilação, mas com dor “ranger de dentes”. Cinco vezes em Mateus Jesus descreve aqueles no inferno como pranteando e rangendo os dentes; as pessoas estão “rangendo os dentes” por causa da terrível dor (veja Mateus 8:12; 13:42,50; 22:13; 24:51). Jesus fala do fogo causando dor, não consumação (veja também Mateus 13:49-50).

Castigo envolve consciente tormento:

Apocalipse 14:10,11; 20:10; Lucas 16:23, 28.Temos visto muitas passagens das Escrituras indicando a terrível dor e tormento do castigo no inferno, que resulta da exposição à ira de Deus. Quase não se precisa dizer que isto tudo será experimentado conscientemente pela pessoa (de outra forma não seria castigo), e isto é confirmado pela famosa parábola de Jesus do homem rico e Lázaro em Lucas 16:19-31. O homem rico, que tinha sido ganancioso e nunca tinha se arrependido de seu pecado, foi para o Hades e experimentou tormento após a morte. Este homem estava ciente e consciente do tormento, a ponto de dizer “Estou atormentado nesta chama”. Craig Blomberg, um especialista no estudo de parábolas, diz que devemos derivar um ponto a partir de cada personagem principal numa parábola. Tomando os princípios de interpretação de Blomberg, podemos traçar muitos ensinos significativos desta parábola. Primeiro, como Lázaro, haverá vida com Deus para o povo de Deus. Segundo, o impenitente experimentará julgamento irreversível como o homem rico. Note que Jesus deixa claro que não há segunda chance após a morte, mas em vez disso, haverá um abismo intransponível entre céu e inferno (16:26). Terceiro, Deus adequadamente Se revela através das Escrituras de forma que ninguém que negligencia esta revelação pode legitimamente protestar contra o seu destino. Robert Stein, outro erudito em parábolas, ensina “a regra da tensão final”. Isto significa que Jesus guarda a idéia principal da parábola para o final, a fim de deixar a parte mais significativa nas mentes de Seus ouvintes. O ponto final nesta parábola é que a palavra de Deus é necessária e suficiente para salvação – negligenciá-la é cometer “suicídio espiritual”. A parábola termina com a declaração, “Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos” (16:31). O interesse principal de Jesus parece ser trazer a atenção à severidade de se ignorar a mensagem da Bíblia.

O Inferno é um Lugar de Separação

Tendo examinado o castigo de sentir no inferno, examinaremos o segundo aspecto do horror do inferno – exclusão de Deus e dos outros.
De Deus: Efésios 2:12; 5:8; Romanos 6:23; Mateus 7:23; 8:12; 2 Tessalonicenses 1:8, 9; Judas 13
Em Mateus 7:23 expressa uma das palavras mais chocantes da Bíblia. Tendo advertido dos falsos profetas que parecem bons exteriormente, mas cujos pecados no final das contas os separará, Jesus se volta para o assunto dos falsos discípulos: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi claramente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade”. Quão terrível será que estas pessoas esperando ganhar entrada no céu no dia do julgamento, somente descobrirão que elas nunca estiveram realmente em comunhão com Jesus. Isto deveria ser um chamado para seriamente examinarmos a nós mesmos e “ver se estamos na fé” (2 Coríntios 13:5).Mateus 25:30 diz que os perdidos serão “lançados nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes”. Ser lançado nas trevas exteriores simboliza ser excluído da gloriosa luz da presença de Deus, ou seja, é uma ausência de todo bem. O ranger de dentes simboliza o extremo sofrimento e remorso. 2 Tessalonicenses 1:7-9 diz, "Quando do céu se manifestar o Senhor Jesus com os anjos do seu poder em chama de fogo, e tomar vingança dos que não conhecem a Deus e dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus; os quais sofrerão, como castigo, a perdição eterna, banidos da face do senhor e da glória do seu poder”. Aqueles que não conhecem a Deus serão excluídos de Sua presença para sempre quando Cristo voltar. Novamente, é importante notar que quando falamos daqueles no inferno como estando “separados” de Deus, isto não significa que Deus não está no inferno. Significa que os perdidos serão separados da comunhão com Ele – eles não experimentarão Sua gloriosa presença e amor, mas antes a Sua ira e desprazer.De outros: Mateus 8:12; 22:13; 25:30; Judas 13; Apocalipse 22:14 Em Mateus 8:11-12 Jesus novamente declara que os incrédulos “serão lançados nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes”. Isto está em contraste aos muitos que “virão do oriente e do ocidente, e reclinar-se-ão à mesa de Abraão, Isaque e Jacó, no reino dos céus”. Os perdidos serão lançados nas “trevas exteriores”, indicando isolamento e separação de tudo que é bom. E como mostrado pela exclusão do banquete, os incrédulos serão excluídos dos gozos do céu e da presença de outras pessoas. Mateus 22:13 e versos seguintes listam descrevem ainda mais o inferno como um lugar de trevas e separação.

O Inferno é um Lugar de Profundo Lamento

Sete vezes é dito que “haverá pranto e ranger de dentes” (Mateus 8:12; 13:42, 50; 22:13; 24:51; 25:30; e Lucas 13:28). O pranto significa um grito profundo numa dor terrível, que resulta num profundo lamento.

O Inferno tem Graus de Sofrimento

Todos que estão no inferno não recebem o mesmo castigo. Embora todas pessoas estarão igualmente separadas de Deus (que é o castigo de perda), ninguém experimentará o mesmo castigo de sentir. Os graus de castigo são baseados sobre a quantia de luz recebida e sobre as obras da pessoa.
De acordo com a luz recebida Um conhecimento maior de Deus traz consigo uma maior responsabilidade. Isto significa que quanto maior a quantidade de luz rejeitada, maior o julgamento. Isto é evidente em Mateus 11:21-24: “Ai de ti, Corazin! ai de ti, Betsaida! porque, se em Tiro e em Sidom, se tivessem operado os milagres que em vós se operaram, há muito elas se teriam arrependido em cilício e em cinza. Contudo, eu vos digo que para Tiro e Sidom haverá menos rigor, no dia do juízo, do que para vós. E tu, Cafarnaum, porventura serás elevada até o céu? até o hades descerás; porque, se em Sodoma se tivessem operado os milagres que em ti se operaram, teria ela permanecido até hoje. Contudo, eu vos digo que no dia do juízo haverá menos rigor para a terra de Sodoma do que para ti”. Aqueles de Cafarnaum teriam um julgamento mais severo porque tiveram mais luz. Este é talvez um conceito preocupante para aqueles de nós nos Estados Unidos, onde há pelo menos três vezes mais Bíblias do que pessoas. Em Lucas 12:42-48 Jesus é também claro que haverá graus de castigo no inferno. No final de Sua parábola, Jesus distingue os castigos de “muitos açoites” e “poucos açoites” baseado sobre a quantia de conhecimento que os servos infiéis (que representam os perdidos) tiveram da vontade de seus senhores. Ele diz “O servo que soube a vontade do seu senhor, e não se aprontou, nem fez conforme a sua vontade, será castigado com muitos açoites; mas o que não a soube, e fez coisas que mereciam castigo, com poucos açoites será castigado” (Lucas 12:47-48). O princípio básico é que “a quem muito é dado, muito se lhe requererá; e a quem muito é confiado, mais ainda se lhe pedirá” (v. 48).

De acordo com as obrasPaulo diz em Romanos 2:5 que os incrédulos estão “entesourando ira para si mesmos”. A palavra usada para ira nesta passagem é a mesma palavra usada quando Jesus encoraja os crentes para “ajuntar tesouros no céu” (Mateus 6:20). Assim como algumas pessoas têm mais tesouro “ajuntado no céu” por causa de sua obediência à Deus, assim também algumas pessoas têm mais ira “entesourada” para eles mesmos por causa de sua expressa desobediência e rejeição de Deus. Julgamento de acordo com as obras garante que o castigo “conforme o crime” e que o perdido será castigado em proporção com os seus pecados.

Satanás não Governa no Inferno

Um mal-entendido comum é que Satanás governa no inferno. De acordo com a Bíblia, isto não pode ser verdade porque o próprio Satanás será eterna e terrivelmente atormentado no Lago de Fogo. Ele não será capaz de atormentar ninguém mais lá, muito menos governar, por causa do terrível destino que ele estará experimentando.

O Inferno é Eterno

No julgamento, Jesus dirá para os incrédulos: “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eteno preparado para o diabo e seus anjos” (Mateus 25:41). Este verso mostra que o inferno não foi originalmente criado para os seres humanos, mas para Satanás e seus demônios. Por causa da rejeição da humanidade de Deus, aqueles que recusam vir a Cristo participarão do destino do diabo. Apocalipse 20:10 elabora ainda mais sobre o destino do diabo: “O Diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde estão a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados pelos séculos dos séculos”. Visto que os incrédulos compartilharão o destino do diabo, e o diabo sofrerá o tormento no inferno para sempre, os incrédulos também sofrerão o tormento eterno. Também observe que Jesus disse que o fogo é eterno, o que não poderia ser dito se o inferno fosse somente temporário.Mateus 25:46 é o mais claro testemunho de que as pessoas que estão no inferno sofrerão eternamente: “E irão eles [os ímpios] para o castigo eterno, mas os justos para a vida eterna”. Jesus está traçando um paralelo entre os destinos dos ímpios e dos justos. Visto que ambos destinos são ditos ser eternos, “segue-se necessariamente que ambos devem ser tomados ou com um lugar de longa duração mais finito, ou ambos como um lugar sem fim e perpétuo. As frases ‘castigo eterno’ e ‘vida eterna’ são paralelas e seria um absurdo usá-las numa e mesma sentença para significar: ‘Vida eterna será infinita, enquanto castigo eterno terá um fim’. Por conseguinte, porque a vida eterna dos santos será sem fim, o castigo eterno também...” Jesus assevera que no inferno “o fogo não se apaga” (Marcos 9:48). Quando o fogo consome seu combustível, ele desaparece. O fogo do inferno nunca desaparecerá porque o seu trabalho nunca é consumado. Portanto, o fogo nunca desaparece porque o ímpio sofre eterno tormento no inferno, não extinção eventual. A declaração do apóstolo João em Apocalipse 14:9-11 que os ímpios serão atormentados “com fogo e enxofre” refuta a reivindicação aniquilacionista de que o propósito do foto no julgamento é de dar fim à existência de alguém (O aniquilacionismo ensina que os perdidos serão um dia aniquilados no inferno e cessarão de existir). João é claro aqui que o propósito do enxofre é atormentar, não aniquilar.Que a “fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre” (Apocalipse 14:11) também significa que os sofrimentos do inferno não terão fim. O aniquilacionismo ensina que João pretendia fazer uma distinção entre o fogo e a fumaça quando ele escreveu isso, e, portanto, ele não está dizendo que o castigo será eterno. É dito que embora a fumaça será para todo o sempre, o fogo não durará para sempre (mas somente até os ímpios serem extinguidos e cessarem de existir). Esta é uma séria distorção do texto. A fumaça não pode subir eternamente se não houve fogo para isso. Além do mais, não há indicação que João pretendesse distinguir entre a fumaça levantando para sempre, mas o fogo não durando para sempre.Apocalipse 20:10 é claro que o Diabo, a Besta e o Falso Profeta perecerão eternamente em tormento: “Eles serão atormentados dia e noite para todo o sempre”. Visto que Jesus ensinou que os incrédulos compartilharão o destino do diabo e de seus anjos (Mateus 25:41), os incrédulos também serão atormentados para sempre. Apocalipse 20:15 também é claro que os incrédulos serão lançados no Lago de Fogo assim como o Diabo será.Judas 7 diz, “Assim como Sodoma e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se prostituído como aqueles anjos, e ido após outra carne, foram postas como exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno”. Primeiro, note que o fogo é um castigo. Depois, observe que ele é eterno. Visto que o fogo denota castigo, e ele é eterno, então, o castigo deve ser eterno. Para aqueles que sustentam que o fogo indica que o ímpio será destruído, devemos notar que Judas claramente define o fogo como sendo um castigo para o ímpio, não um agente para extinguir a existência deles. Uma pessoa precisa existir para ser castigada.
O historiador eclesiástico inglês Richard J. Bauckham acrescenta sobre o uso de Judas de Sodoma e Gomorra como um exemplo terreno e temporal do destino daqueles no inferno: “A idéia é que o lugar das cidades...um cenário de devastação sulfúrica, provê uma evidência já presente da realidade do divino julgamento...De acordo com Philo [um escritor judeu do primeiro século] até estes dias os sinais visíveis do desastre indescritível são observados Síria – ruínas, cinzas, exofre, fumaça e chamas sombrias que continuam a se levantar do chão como se um fogo ainda queimasse lentamente embaixo’...Judas quis dizer que o lugar ainda em chamas é uma imagem de advertência do fogo eterno do inferno”. [2]Judas 13 diz “Estes [falsos mestres] são ondas furiosas do mar, espumando as suas próprias torpezas, estrelas errantes, para as quais tem sido reservado para sempre o negrume das trevas”. O negrume, denotando completa separação e isolamento, é “reservado para sempre”; assim, ele não terá fim. Esta declaração é muito clara.Jesus expele os iníquos para “o fogo eterno preparado para o diabo e seus anjos” (Mateus 25:41). João diz que isto envolve ser atormentado dia e noite para sempre e sempre (Apocalipse 20:10). A Bíblia é clara – o inferno é eterno.

Os Estados Intermediário e Final

A última coisa que deve ser observada é que a Bíblia distingue entre o estado intermediário e o estado final. O estado intermediário é a separação do corpo e da alma de uma pessoa depois da morte, mas antes da ressurreição do seu corpo (a Bíblia ensina que tanto crentes como incrédulos experimentarão uma ressurreição do corpo). Este “estado intermediário” não é o purgatório, mas é a existência ou no céu com Deus (para os crentes) ou no Inferno excluído de Deus (para os incrédulos). O estado final é a existência dos crentes no novo céu na nova terra após a ressurreição, e para os descrentes a existência no Lago de Fogo (Inferno) depois de sua ressurreição.A principal diferença entre o estado intermediário e o final é que durante o estado intermediário a pessoa não terá ainda o seu corpo ressuscitado, e no estado final todos terão seus corpos ressuscitados. O estado intermediário para os perdidos não é tecnicamente o inferno. O inferno é o Lago de Fogo após o retorno de Cristo e o Último julgamento. Contudo, os aspectos do inferno que previamente discutimos são verdadeiros tanto com relação ao estado intermediário como em relação ao estado final dos perdidos. Sofrimento consciente (para os incrédulos) e benção (para os crentes) no estado intermediário é ensinado na parábola de Jesus do homem rico e Lázaro em Lucas 16:19-31. 2 Pedro 2:9 também ensina a existência consciente após a morte, mas antes do julgamento final e da ressurreição: “O Senhor sabe livrar da tentação os piedosos, e reservar para o dia do juízo os injustos, que já estão sendo castigados”.

Conclusão

Robert Peterson resume o assunto quando ele diz que as imagens do inferno “chocam nossas sensibilidades. Elas apresentam um destino envolvendo absoluta ruína e perda (morte e destruição), eterna ira de Deus (castigo), indizível aflição e dor (pranto e ranger de dentes), terrível sofrimento (fogo), e rejeição por Deus e exclusão de Sua bendita presença (trevas e separação)”. Jesus morreu para nos salvar do inferno e nos trazer para o gozo eterno de Sua glória. Tudo o que precisamos fazer é nos voltar para Ele em arrependimento e fé, e Ele nos dará a vida eterna. Não há questão de maior importância nesta vida do que onde passaremos a eternidade.Notas
NOTAS:
1. Augustine, The City of God, 1001-2 (21.23). Citado em Robert Peterson, Hell on Trial: The Case for Eternal Punishment.
2. Richard J. Bauckham, Jude, 2 Peter, Word Biblical Commentary (Waco, TX: Word, 1983), p. 55. Citado em Peterson.
3. Robert A. Peterson, Hell on Trial: The Case for Eternal Punishment (Philipsburg, New Jersey: PR Press), p. 195. O livro de Peterson foi uma fonte primária para este artigo. É um excelente livro, saturado com as Escrituras, e escrito de uma maneira muito clara.

domingo, 25 de maio de 2008

L A BIBLIA, Su suficiencia y supremacía- C.H Mackintosh



L A BIBLIA
Su suficiencia y supremacía

C. H. Mackintosh



Sabemos de algunas personas que querrían persuadirnos con vehemencia de que las cosas están tan completamente cambiadas desde que la Biblia fue escrita, que sería necesaria para nosotros otra guía distinta de la que nos proporcionan sus preciosas páginas. Esas personas nos dicen que la sociedad no es la misma ahora que la de entonces; que la Humanidad ha realizado progresos; que ha habido tal desarrollo de los poderes de la naturaleza, de los recursos de la ciencia y de las aplicaciones de la filosofía que sostener la suficiencia y supremacía de la Biblia en una época como la actual, sólo puede ser tildado de bagatela, ignorancia o tontería.

Ahora bien, aquellos que nos dicen estas cosas pueden ser personas muy inteligentes e instruidas, pero no tenemos ningún reparo en decirles que, a este respecto, yerran “ignorando las Escrituras y el poder de Dios” (Mateo 22:29). Por cierto que deseamos rendir el debido respeto al saber, al genio y al talento siempre que se encuentren en su justo lugar y en su debida labor; pero, cuando hallamos a tales individuos ensalzando sus arrogantes cabezas por encima de la Palabra de Dios, cuando les hallamos sentados como jueces, mancillando y desprestigiando aquella incomparable revelación, sentimos que no les debemos el menor respeto y les tratamos ciertamente como a tantos agentes del diablo que se esfuerzan por sacudir aquellos eternos pilares sobre los cuales ha descansado siempre la fe del pueblo de Dios. No podemos oír ni por un momento a hombres —por profundos que sean sus discursos y pensamientos— que osan tratar al Libro de Dios como si fuera un libro humano y hablar de esas páginas que fueron compuestas por el Dios todosabio, todopoderoso y eterno, como si fueran producto de un mero mortal, débil y ciego.

Es importante que el lector vea claramente que los hombres o bien deben negar que la Biblia es la Palabra de Dios, o bien deben admitir su suficiencia y supremacía en todas las épocas y en todos los países, en todos los períodos y en todas las condiciones del género humano. Dios ha escrito un libro para la guía del hombre, y nosotros sostenemos que ese libro es ampliamente suficiente para ese fin, sin importar cuándo, dónde o cómo encontremos a su destinatario. “Toda la Escritura es inspirada por Dios... a fin de que el hombre de Dios sea perfecto (griego: a[rtiov")[1], enteramente preparado para toda buena obra” (2.ª Timoteo 3:16-17). Esto seguramente es suficiente. Ser perfecto y estar enteramente preparado debe necesariamente implicar la independencia del hombre de todos los argumentos humanos de la Filosofía y de la pretendida Ciencia.

Sabemos muy bien que al escribir así nos exponemos a la burla del instruido racionalista y del culto e ilustre filósofo. Pero no somos lo suficientemente susceptibles a sus críticas.

Admiramos en gran manera cómo una mujer piadosa —aunque, sin duda, muy ignorante— contestó a un hombre erudito que estaba intentando hacerle ver que el escritor inspirado había cometido un error al afirmar que Jonás estuvo en el vientre de una ballena[2]. Él le aseguraba que tal cosa no podría ser posible, ya que la historia natural de la ballena demuestra que ella no podría tragar algo tan grande. «Bueno —dijo la mujer— yo no conozco demasiado acerca de Historia Natural, pero sé esto: si la Biblia me dijera que Jonás se tragó el gran pez, yo le creería.» Ahora bien, es posible que muchos piensen que esta pobre mujer se hallaba bajo la influencia de la ignorancia y de la ciega credulidad; pero, por nuestra parte, preferiríamos ser la mujer ignorante que confiaba en la Palabra de Dios antes que el instruido racionalista que trataba de menoscabar la autoridad de esta última. No tenemos la menor duda en cuanto a quién se hallaba en la posición correcta.

Pero no vaya a suponerse que preferimos la ignorancia al saber. Ninguno se imagine que menospreciamos los descubrimientos de la Ciencia o que tratamos con desdén los logros de la sana Filosofía. Lejos de ello. Les brindamos el mayor respeto en su propia esfera. No podríamos expresar cuánto apreciamos la labor de aquellos hombres versados que dedicaron sus energías al trabajo de desbrozar el texto sagrado de los diversos errores y alteraciones que, a través de los siglos, se habían deslizado en él, a causa del descuido y la flaqueza de los copistas, de lo cual el astuto y maligno enemigo supo sacar provecho. Todo esfuerzo realizado con miras a preservar, desarrollar, ilustrar y dar vigor a las preciosas verdades de la Escritura lo estimamos en muy alto grado; pero, por otro lado, cuando hallamos a hombres que hacen uso de su sabiduría, de su ciencia y de su filosofía con el objeto de socavar el sagrado edificio de la revelación divina, creemos que es nuestro deber alzar nuestras voces de la manera más fuerte y clara contra ellos y advertir al lector, muy solemnemente, contra la funesta influencia de tales individuos.

Creemos que la Biblia, tal como está escrita en las lenguas originales —hebreo y griego—, es la Palabra misma del sabio y único Dios verdadero, para quien un día es como mil años y mil años como un día, quien vio el fin desde el principio, y no sólo el fin, sino todos los períodos del camino. Sería, pues, una positiva blasfemia afirmar que «hemos llegado a una etapa de nuestra carrera en la cual la Biblia ya no es suficiente», o que «estamos obligados a seguir un rumbo fuera de sus límites para hallar una guía e instrucción amplias para el tiempo actual y para cada momento de nuestro peregrinaje terrenal». La Biblia es un mapa perfecto en el cual cada exigencia del navegante cristiano ha sido prevista. Cada roca, cada banco de arena, cada escollo, cada cabo, cada isla, han sido cuidadosamente asentados. Todas las necesidades de la Iglesia de Dios para todos aquellos que la conforman, han sido plenamente provistas. ¿Cómo podría ser de otro modo si admitimos que la Biblia es la Palabra de Dios? ¿Podría la mente de Dios haber proyectado o su dedo haber trazado un mapa imperfecto? ¡Imposible! O bien debemos negar la divinidad, o bien admitir la suficiencia del «Libro». Nos aferramos tenazmente a la segunda opción. No existe término medio entre estas dos posibilidades. Si el libro es incompleto, no puede ser de Dios; si es de Dios, debe ser perfecto. Pero si nos vemos obligados a recurrir a otras fuentes para guía e instrucción referente a la Iglesia de Dios y a aquellos que la conforman —cualesquiera sean sus lugares— entonces la Biblia es incompleta y, por ende, no puede ser de Dios en modo alguno.


La tradición


Querido lector, ¿qué debemos hacer entonces? ¿Adónde debemos recurrir? Si la Biblia no es el manual divino y, por tanto, no es plenamente suficiente, ¿qué queda? Algunos nos sugerirán que recurramos a la tradición. ¡Ay, qué guía miserable! Tan pronto como nos hayamos internado en el amplio campo de la tradición, nuestros oídos se verán sobresaltados por causa de diez mil extraños y discordantes sonidos. Puede ser que nos encontremos con una tradición que parezca muy auténtica, muy venerable, digna de todo respeto y confianza y nos encomendemos así a su guía; pero, no bien lo hagamos, otra tradición se cruzará por nuestro camino reclamando con fuerza nuestra atención y conduciéndonos en una dirección totalmente opuesta. Así sucede con la tradición. La mente se aturde y uno se acuerda del alboroto en Éfeso, respecto del cual leemos que “unos, pues, gritaban una cosa, y otros otra; porque la concurrencia estaba confusa” (Hechos 19:32). El caso es que necesitamos una norma perfecta, y esto sólo puede hallarse en una revelación divina, la cual, como lo creemos, debe ser hallada en las páginas de nuestra tan preciosa Biblia. ¡Qué tesoro! ¡Cómo debemos bendecir a Dios por este don! ¡Cómo debemos alabar su nombre por su gran misericordia, la que no dejó a su Iglesia pendiente de la voluble tradición humana, sino de la segura luz divina! No necesitamos que la tradición asista la revelación, sino más bien utilizamos esta última para poner a prueba a aquélla. Darle lugar a la tradición humana para que acuda en auxilio de la revelación divina, es lo mismo que si prendiéramos una débil vela con el objeto de ayudar a los potentes rayos solares del mediodía.


La conveniencia

Pero existe aún otro muy engañoso y peligroso recurso presentado por el enemigo de la Biblia y, lamentablemente, aceptado por miles de integrantes del pueblo de Dios. Se trata de la conveniencia o del muy atractivo argumento de hacer todo el bien que podamos, sin prestar la debida atención a la manera en que hacemos tal bien. El árbol de la conveniencia es un árbol muy extendido, el cual produce los más atractivos frutos. Pero, ¡ah, querido lector, recuerde que esos frutos se sentirán amargos como el ajenjo al final! Sin duda, hacer todo el bien que podamos es algo bueno, pero reparemos con cuidado de qué manera lo hacemos. No nos engañemos a nosotros mismos por la vana ilusión de que Dios aceptará alguna vez servicios basados en una positiva desobediencia a su palabra. “Mi ofrenda a Dios”, decían los antiguos, a la vez que pasaban por alto descaradamente el claro mandamiento de Dios, como si Él fuese a sentir agrado en una ofrenda presentada de acuerdo con tal principio. Hay una íntima relación entre el viejo “Corbán” y la moderna «conveniencia», pues “nada hay nuevo debajo del sol” (Eclesiastés 1:9). La solemne responsabilidad de obedecer la Palabra de Dios era evadida mediante el plausible pretexto de “es Corbán”, o “mi ofrenda a Dios” (Marcos 7:7-13).

Así sucedió antiguamente. El “Corbán” de los antiguos justificó —o procuró justificar— un sinnúmero de transgresiones a la ley de Dios; y la «conveniencia» de nuestros tiempos seduce a otros tantos para que traspasen el límite trazado por revelación divina.

Ahora bien, reconocemos totalmente que la conveniencia ofrece los atractivos más codiciables. Parece algo muy placentero hacer mucho bien, lograr los fines de una benevolencia totalmente desinteresada, lograr resultados tangibles. No sería asunto fácil, por cierto, estimar debidamente las atrapantes influencias de tales cosas o la inmensa dificultad de arrojarlas por la borda. ¿Nunca nos hemos visto tentados, mientras nos manteníamos sobre la estrecha senda de la obediencia, a contemplar fuera de ella los brillantes campos de la conveniencia, a uno y otro lado, y exclamar: «¡Ay, estoy sacrificando mi utilidad por una idea!»? Sin duda; pero entonces, ¿qué ocurriría si tuviésemos un fundamento para esa «idea», así como lo tenemos para las doctrinas fundamentales de la salvación? La pregunta es: ¿Cuál es la idea? ¿Está ella basada sobre “así ha dicho el Señor”? (Amós 5:16). Si es así, entonces aferrémonos a ella tenazmente aunque diez mil partidarios de la conveniencia estuvieren profiriendo contra nosotros el penoso cargo de ciego fanatismo. Hay un inmenso poder en la respuesta breve pero tajante dada a Saúl: “¿Se complace Jehová tanto en los holocaustos y víctimas, como en que se obedezca a las palabras de Jehová? Ciertamente el obedecer es mejor que los sacrificios, y el prestar atención que la grosura de los carneros” (1.º Samuel 15:22). La palabra de Saúl fue sacrificios, en cambio la de Samuel fue obediencia. Sin duda el balido de las ovejas y el bramido de los bueyes eran apasionantes y llamativos. Ellos serían considerados como pruebas sustanciales de que algo estaba siendo hecho; mientras que, por otro lado, la senda de la obediencia parecía estrecha, silenciosa, solitaria e infructuosa. Pero, ¡qué penetrantes aquellas palabras de Samuel: “El obedecer es mejor que los sacrificios”! ¡Qué victoriosa respuesta a los más elocuentes defensores de la conveniencia! Palabras concluyentes, de lo más convincentes, las cuales nos enseñan que es mejor mantenerse firme como una estatua de mármol sobre la senda de la obediencia que lograr los fines más deseables mediante la transgresión de un claro precepto de la Palabra de Dios.

Pero nadie vaya a suponer que uno debe ser como una estatua en aquella senda de la obediencia. Lejos de ello. Hay servicios preciosos y extraordinarios para ser realizados por los obedientes, servicios que sólo pueden ser desempeñados por hombres así y que deben toda su preciosidad al hecho de ser fruto de la simple obediencia[3]. Ciertamente, esos servicios bien pueden no hallar lugar en el registro público de la ocupada y agitada actividad del hombre; pero ellos están registrados en lo alto y serán publicados a su debido tiempo. Como nos decía a menudo un querido amigo: «El cielo será el lugar más seguro y feliz para oír acerca de nuestra obra aquí abajo.» No perdamos esto de vista, y prosigamos nuestro camino con toda sencillez, acudiendo a Cristo, el Señor, para toda guía, poder y bendición. Que Su bendita aprobación sea suficiente para nosotros. Que no se nos halle mirando de reojo con la intención de conseguir la aprobación de un pobre mortal, cuyo aliento está en sus narices, ni anhelando hallar nuestros nombres en medio del reluciente registro de los grandes hombres de la época. El siervo de Cristo debe poner su mirada lejos de todas estas cosas. Su gran ocupación es obedecer. Su objetivo no debe ser hacer todo lo posible, sino simplemente hacer lo que se le ordena. Esto hace que todo sea claro y, además, hará de la Biblia algo precioso como la depositaria de la voluntad del Maestro, a la cual él debe acudir continuamente para saber lo que tiene que hacer y cómo lo debe hacer. Ni la tradición, ni la conveniencia, serán de utilidad para el siervo de Cristo. La pregunta vital es: “¿Qué dice la Escritura?” (Romanos 4:3).
Esto lo resuelve todo. No debe haber ninguna apelación respecto de una decisión de la Palabra de Dios. Cuando Dios habla, al hombre le corresponde la sumisión. De ninguna manera es esto una cuestión de obstinada adhesión a las ideas propias del hombre. Es justamente todo lo contrario. Es una adhesión reverente a la Palabra de Dios. Que el lector advierta esto claramente. Con frecuencia sucede que, cuando uno está decidido, a través de la gracia, a obrar de acuerdo con la Escritura, será declarado dogmático, intolerante e impetuoso; y, sin duda, uno tiene que velar por su temperamento, espíritu y estilo, aun cuando procure obrar de conformidad con la Palabra de Dios. Pero téngase muy presente que la obediencia a los mandamientos de Cristo es justo lo contrario de la arrogancia, del dogmatismo y de la intolerancia. No es de extrañar que, cuando un hombre consiente dócilmente en confiar su conciencia al cuidado de sus semejantes y en sujetar su inteligencia a las opiniones de los hombres, se lo considere como persona apacible, modesta y liberal; pero, no bien se someta con reverencia a la autoridad de la Santa Escritura, será tenido como alguien confiado en sí mismo, dogmático y de mentalidad estrecha. Que así sea. Viene rápidamente el tiempo en el cual la obediencia será llamada por su verdadero nombre y halle su reconocimiento y recompensa. El creyente fiel debe sentirse contento de esperar ese momento y, mientras lo aguarda, debe sentirse satisfecho de permitir que los hombres lo llamen como les plazca. “Jehová conoce los pensamientos de los hombres, que son vanidad” (Salmo 94:11).


El racionalismo

Pero debemos finalizar nuestro tema, por lo cual añadiremos solamente, a modo de conclusión, que existe una tercera influencia hostil contra la cual el amante de la Biblia tendrá que estar en guardia. Se trata del racionalismo o la supremacía de la razón humana. El fiel discípulo de la Palabra de Dios deberá resistir a este audaz intruso con la más firme entereza. Éste tiene la presunción de colocarse como juez de la Palabra de Dios y resolver en qué parte es digna de Dios y en qué parte no, prescribiendo límites a la inspiración. En vez de someterse con humildad a la autoridad de la Escritura, la cual se remonta de continuo a una región a la cual la pobre y ciega razón jamás la puede seguir, el racionalismo, con todo orgullo, procura hacer descender a la Escritura por debajo de Su verdadero nivel y acomodarla al de él. Si la Biblia declara algo que no concuerde aun en lo más mínimo con las conclusiones del racionalismo, entonces —se alega— tiene que tener alguna falla. Si Dios dice algo que la pobre, ciega y pervertida razón no puede conciliar con sus propias conclusiones —las cuales, nótese, las más de las veces son los absurdos más groseros— Él es excluido de su propio libro.

Y esto no lo es todo. El racionalismo nos priva de la única norma perfecta de verdad y nos conduce hacia una región en la cual prevalece la más tenebrosa incertidumbre. Procura socavar la autoridad de un libro del cual podemos creer todo y conducirnos hacia un campo de especulación en el cual no podemos estar seguros de nada. Bajo el dominio del racionalismo, el alma es como una embarcación desprendida de sus amarras de seguridad en el puerto de la revelación divina y que se verá bamboleada como un corcho sobre la turbulenta y devastadora corriente del escepticismo universal.

Ahora bien, no esperamos convencer a un consumado racionalista, aun cuando el mismo condescendiera a examinar nuestras modestas páginas, lo cual es algo muy improbable. Ni podríamos esperar ganar para nuestro modo de pensar al decidido defensor de la conveniencia, o al ardiente admirador de la tradición. Ni tenemos la competencia, ni el tiempo libre, ni el espacio para entrar en tal línea de argumento como sería necesario si fuésemos a procurar tales fines. Pero estamos deseosos de que el lector cristiano perciba, a partir de la lectura cuidadosa de este artículo, de un modo más profundo la preciosidad de su Biblia. Deseamos fervientemente que las palabras LA BIBLIA: Su suficiencia y supremacía, se graben, en amplios y profundos caracteres, en la tabla del corazón del lector (véase Proverbios 7:3).

Sentimos que tenemos un solemne deber que cumplir, en un tiempo como el presente, en el cual la superstición, la conveniencia y el racionalismo están todos en plena actividad, como tantos otros agentes del diablo, en sus esfuerzos por socavar los fundamentos de nuestra santísima fe. Ésta la debemos a aquel bendito volumen inspirado del cual hemos bebido corrientes de vida y paz para dar nuestro débil testimonio a la divinidad de cada una de sus páginas, para dar expresión, de esta forma permanente, a nuestra profunda reverencia a su autoridad y a nuestra convicción por su suficiencia divina para todas las necesidades, ya sea del creyente individualmente o de la Iglesia colectivamente.

Instamos seriamente a nuestros lectores a valorar las Santas Escrituras más que nunca, y también, en los más acuciantes términos, a que se guarden de toda influencia —sea de la tradición, de la conveniencia o del racionalismo— que tienda a debilitar su confianza en aquellos oráculos celestiales. El espíritu y los principios que hoy prevalecen hacen que sea imperioso asirnos tenazmente a la Escritura, atesorarla en nuestros corazones y sujetarnos a su santa autoridad.

¡Quiera Dios Espíritu, el autor de la Biblia, producir en el escritor y en el lector de estas líneas un amor más ardiente por esa Biblia! Quiera Él acrecentar nuestro conocimiento práctico con su contenido y conducirnos a una sumisión más completa a sus enseñanzas en todas las cosas, para que Dios sea glorificado aún más en nosotros a través de Jesucristo nuestro Señor.

Autor: C. H. Mackintosh

Traducción del inglés: Flavio H. Arrué




NOTAS


[1] N. del A.— El lector debe saber que la palabra vertida «perfecto» aparece únicamente aquí en todo el Nuevo Testamento. Esta palabra (griego: a[rtio") significa «dispuesto», «completo», «bien ajustado», como un instrumento con todas sus cuerdas; una máquina con todas sus partes; un cuerpo con todos sus miembros, coyunturas, músculos y nervios. El término corriente para «perfecto» es, en griego, tevlio", el cual significa «el alcance del fin moral», en cualquier cosa particular. (C. H. M., The man of God — El hombre de Dios, pág. 2).

[2] N. del T.— Nótese que la Biblia no habla de una ballena —como alegaba este hombre— sino de “un gran pez”.

[3] N. del A.— ¡Qué modelo tenemos de esto en nuestro bendito Señor! Durante treinta años él vivió aquí abajo veladamente, siendo conocido por los hombres sólo como “el carpintero” (Marcos 6:3), pero conocido por el Padre —y ello para Su complacencia— como el Unigénito de Dios, la ofrenda de Levítico 6:19-33 enteramente quemada sobre el altar.

Irmãos em Cristo Jesus.

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Mt 5:14 "Vós sois a luz do mundo"