O assunto destas linhas trata da maneira como o Senhor restaura o seu povo quando ele se desvia. É abordado de forma compreensiva e é baseado na maneira como o Senhor restaurou a Pedro segundo o registro do evangelho de João 21.
Um estudo cuidadoso de João 21.1-19 nos capacitará a traçar três tipos distintos de restauração, a saber:
Restauração de consciência, Restauração de coração e Restauração de posição.
RESTAURAÇÃO DE CONSCIÊNCIA
Não podemos estimar suficientemente o valor de uma consciência sã, clara e não reprovada. É muito óbvio que Pedro a possuía na tocante cena “junto ao mar de Tiberíades”. E contudo ele havia caído a pouco tempo antes – caído vergonhosa e gravemente. Ele havia negado o seu Senhor, praguejando e jurando. Todavia ele foi restaurado. Uma olhada de Jesus havia liberado as profundas fontes de seu coração e suscitado um fluxo de lágrimas de amargura. Contudo, não foram as suas lágrimas que fizeram isso, mas o amor que as provocou, o qual veio a ser a base de sua completa restauração de consciência. Foi o imutável e eterno amor do coração de Jesus, a eficácia divina do sangue de Jesus e o preponderante poder da advocacia de Jesus que conferiu à consciência de Pedro a intrepidez e a liberdade tão admiravelmente apresentada na memorável ocasião que está diante de nós.
Neste capítulo final do Evangelho de João, o Salvador ressuscitado é visto cuidando de Seus pobres, fracos e errantes discípulos. Ele valeu-Se das necessidades básicas deles para Se tornar conhecido aos seus corações em perfeita graça. Havia uma lágrima a ser enxugada, uma dificuldade a ser resolvida, um temor a ser aquietado, um coração despojado a ser contentado, uma mente descrente a ser corrigida? Jesus estava presente em toda a plenitude e multiplicidade de Sua graça para atender todas essas coisas. Quando eles tinham saído para passar uma noite em infrutífera labuta, o Senhor Jesus tinha os Seus olhos fixos neles. Sim esse mesmíssimo Jesus que tinha morrido na cruz para salvá-los de seus pecados, agora “estava na praia” para restaurá-los de seu desgarramento, reuni-los em volta de Si mesmo e satisfazer todas as suas necessidades.
Mas observemos minuciosamente as evidências de uma consciência completamente restaurada, como apresentada por Simão Pedro. Ele não pôde esperar pelo barco ou pelos seus companheiros-discípulos para estar aos pés de Jesus. Ele atirou-se ao mar, o que equivale a dizer: “Eu preciso ser o primeiro a estar com o meu Salvador ressuscitado”. Ninguém tem tal pretexto a não ser o pobre, vacilante e fracassado Pedro.
A confiança de Pedro era irrestrita, e isto veio a ser gozo para o coração de Jesus. O amor aprecia demonstrações de confiança; gosta de ser confiado. Que ninguém pense estar honrando Jesus ao ficar hesitando, permanecendo à distância, alegando ser indigno. Contudo é muito difícil para alguém que tem se desviado recobrar a sua confiança no amor de Cristo. Tal pessoa – pode ver claramente que um pecador é bem vindo a Jesus, não importando quão grande são ou quantos tenham sido os seus pecados. Mas a dúvida se interpõe por pensar que no caso de um cristão desviado a coisa é completamente diferente. Contudo, a Palavra de Deus diz: “Voltai, ó filhos rebeldes, eu curarei as vossas rebeliões” (Jeremias 3.22). O amor do coração de Jesus não sofre variação. Indubitavelmente é triste cair, errar, desviar-se, porém, é ainda mais triste quando, tendo sucumbido, duvidamos do amor de Jesus ou de Sua graciosa prontidão para nos restaurar novamente.
Amado leitor, você tem caído? Você tem errado? Você tem perdido o doce senso do favor divino? Se a sua resposta for afirmativa, o que você deve fazer? Simplesmente isto: “Volte!”. Esta é a palavra que Deus tem para o desviado. Volte em plena confissão, em auto-juízo e na mais plena confiança no infinito, imutável amor do coração de Cristo. Não meça o coração de Jesus com os seus próprios pensamentos. Satanás lhe manteria a uma distância de desalento desse precioso Salvador que lhe ama com um amor eterno. Mas você só tem de fixar o seu olhar no sangue, na advocacia e no coração de Jesus para dar uma resposta triunfante a todas as terríveis sugestões do inimigo e a toda inquietação de seu próprio coração. Lembre-se sempre que o Senhor Jesus ama ser confiado.
RESTAURAÇÃO DE CORAÇÃO
O coração tem de ser restaurado assim como a consciência. O que muitas vezes ocorre é que, embora a consciência seja perfeitamente limpa quanto a certos atos, as raízes de onde esses atos brotam não foram alcançadas ainda. Os atos são vistos no exterior da vida diária, mas as raízes são ocultadas bem no fundo do coração. Elas podem ser desconhecidas para nós mesmos e para outras pessoas, mas estão totalmente desveladas aos olhos dAquele com quem temos de prestar contas.
Essas raízes devem ser alcançadas, expostas e julgadas; isso é necessário antes que o coração se encontre numa condição reta aos olhos de Deus. Observem o modo extremamente gracioso em que o nosso bendito Senhor age para alcançar as raízes no coração de Pedro, Seu querido e honrado servo: “Depois de terem comido” (João 21.15). Não antes. Não havia alusão ao passado, nada que pudesse causar um abatimento no coração ou trazer uma nuvem sobre o espírito, e isto enquanto uma consciência restaurada estava se deleitando na companhia de um amor que não sofre variação. Esta é uma excelente característica moral. Isso caracteriza o procedimento de Deus com todos os Seus santos. A consciência é colocada em descanso na presença de um amor infinito e eterno.
Mas é necessário que ocorra uma atuação mais profunda para alcançar a raiz das coisas no coração. Quando Simão Pedro, na plena confidência de uma consciência restaurada, lançou-se aos pés de seu Senhor ressurreto, ele recebeu aquele gracioso convite: “Vinde, comei”. Mas, “depois de terem comido”, Jesus toma Pedro à parte a fim de partilhar à sua alma a luz da verdade; o intento desse gesto é que ele pudesse discernir a raiz de onde todo o seu fracasso emanou. Essa raiz era a auto-confiança. Ela o levou a se colocar acima dos outros discípulos e dizer: “Ainda que venhas a ser um tropeço para todos, nunca o serás para mim” (Mateus 26.33-35).
Essa raiz tinha que ser exposta. Por isso, depois de terem comido, o Senhor disse a Pedro: “Simão, filho de Jonas, amas-me mais do que estes outros?” (João 21.15). Esta era uma pergunta oportuna e ela foi bater no fundo do coração de Pedro. Três vezes ele havia negado o Seu Senhor e agora por três vezes o Senhor desafia o seu coração – porque a raiz precisa ser alcançada, caso se tenha em vista algum resultado bom e permanente.
Não adianta simplesmente ter a consciência purificada dos efeitos produzidos na vida prática. É necessário que também se faça o julgamento moral daquilo que os produziu. Isto não é suficientemente compreendido e tomado em consideração, e é por isso que as raízes estão sempre brotando novamente, dando os seus frutos com crescente poder. Isto nos dá a mais amarga e penosa obra, que poderia ser toda evitada se as raízes das coisas fossem julgadas e mantidas sob julgamento.
Conhecemos nossas raízes? Sem dúvida que é difícil, muito difícil conhecê-las. Elas são profundas e numerosas: orgulho, vaidade pessoal, cobiça, irritabilidade, ambição. Essas são algumas das raízes do caráter, a origem da motivação das ações sobre as quais uma censura apropriada deve ser praticada. Devemos deixar a natureza saber que o olho do auto-juízo está continuamente sobre ela. Temos de continuar com a luta sem interrupção. Talvez ocasionalmente tenhamos de lamentar algum fracasso, mas precisamos manter a luta, porque a luta é um sinal de vida. Precisamos recordar a realidade dos fatos: nenhuma coisa boa habita na carne. Que Deus o Espírito Santo nos fortaleça para esta vigilância contra a carne.
RESTAURAÇÃO DE POSIÇÃO
Quando a consciência tem sido completamente purificada e o coração, com suas muitas raízes julgadas, há uma preparação moral para o nosso perfeito caminho. O perfeito amor de Jesus tinha afugentado todo temor da consciência de Pedro. As Suas três perguntas tinham revelado as raízes no coração de Pedro. Agora Ele lhe diz: “Quando eras mais moço tu te cingias a ti mesmo e andavas por onde querias; quando, porém, fores velho, estenderás as mãos e outro te cingirá e te levará para onde não queres. Disse isto para significar com que gênero de morte Pedro havia de glorificar a Deus. Depois de assim falar, acrescentou-lhe: Segue-me.”(João 21.18-19)
Foi com estas mesmas palavras que o Senhor havia começado com Pedro como Seu discípulo. Naquela ocasião ele também havia dito: “Segue-me” (Mateus 4.19). Eis aqui em duas palavras a senda do servo de Cristo: “ Segue-me”. O Senhor acabara de dar a Pedro a mais doce garantia de Seu amor e confiança. Ele havia, não obstante todos os fracassos passados de Pedro, confiado aos seus cuidados tudo aquilo que neste mundo era querido ao Seu coração de amor: os cordeiros e as ovelhas de Seu rebanho. Na prática, Ele lhe havia dito: “Se você tem afeto por Mim, apascenta os Meus cordeiros, pastoreia as Minhas ovelhas”. Agora, numa breve mas compreensível expressão vocal, Ele revela a Pedro o seu perfeito caminho: “Segue-me”.
RESTAURAÇÃO DE CAMINHO
Isto é suficiente e abrange tudo o mais. Se queremos seguir a Jesus, devemos manter continuamente os nossos olhos n’Ele. Devemos observar as Suas pegadas e andar nelas. Quando tentado à semelhança de Pedro a “voltar-se” para ver o que este ou aquele está fazendo, ou como o faz, precisamos ouvir as palavras de correção do Senhor: “Quanto a ti, segue-me” (João 21.20a e 22b). Este deve ser o nosso principal e todo envolvedor negócio, aconteça o que acontecer. Milhares de coisas podem surgir para perturbar e atrapalhar. O diabo nos tentará a olhar aqui e ali, a olhar para esta ou para aquela pessoa, a imaginar que podemos fazer melhor noutro lugar, ou a imitar o labor de algum companheiro de jornada. Tudo isto é rebatido por tais marcantes palavras: “Segue-me”.
O que para isso nos é necessário é a vontade subjugada – o verdadeiro espírito de um servo que espera no Mestre para conhecer a Sua mente. É mais fácil estar ocupado do que estar quieto. Quando Pedro era “mais moço” ele andava por onde queria; mas quando tornou-se mais “velho” ia para onde não queria. Que contraste entre o jovem, inquieto, ardente e vigoroso Pedro indo para onde bem queria e o velho, amadurecido, dominado e experiente Pedro indo para onde não queria (pois agora estava sujeito ao Senhor). Que misericórdia ter a vontade subjugada – ser capaz de dizer do fundo do coração: “Contudo, não se faça a minha vontade, e, sim, a tua” (Lucas 22.42)
Para a Edificação do Corpo de Cristo!! Mateus 5:9 Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos maduros de Deus.
sábado, 14 de fevereiro de 2009
A Restauração de Pedro - C.H. Mackintosh
Liberação e andar no Espírito- W Gschwind
Extraído do site http://www.creced.ch/index.html , Traduzido pelos irmãos da cidade de Alegrete
COMO POSSO SER LIBERTO DO PODER DO PECADO?
Os jovens crentes na fé experimentam com freqüência muito gozo em seu novo caminho, mas também tentações e dúvidas. Este texto tem por meta ajudar, por meio da Palavra de Deus, àqueles que começam o caminho para seguir a Cristo e encontram o seguinte problema: «Compreendi que meus pecados foram perdoados pelo nome de Jesus; mas como posso ser liberto agora do poder do pecado?»
Sou ainda pior que antes de minha conversão!
Imagina-se que um homem enterrado sob um desmoronamento Esteja morto. Sobre seu peito há toda classe de pedras, pequenas e grandes. Ele não se da conta disto; não lhe pesam, está morto. Mas se seu coração se pusesse a bater de novo e voltasse à vida, então veria e sentiria as pedras. Viria a ser um peso insuportável para ele.Sucede ao crente mais ou menos o mesmo. Antes de sua conversão você estava morto em seus "delitos e pecados" (Efésios 2:1). Então, de nenhum modo podia discernir o mal: você era "trevas" (5:8). Havia perdido toda sensibilidade moral, era alheio à vida de Deus (4:18-19).Agora já não é assim. Pela fé em Jesus, o Filho de Deus, tens a vida em você (João 5:24). Verdadeiramente se da conta de seu estado diante de Deus, estado no qual havia vivido até agora. E se pergunta espantado:
Como posso sair deste estado?
Pelo sangue de Jesus fostes lavado de teus pecados. Mas há sempre novos pecados. Você quer se libertar do desmoronamento do qual falamos antes, e não pode. Dá um passo a diante e imediatamente retrocede um passo. Desde que quis seguir a seu Salvador e ser semelhante a Ele, lhe parece que o pecado recobrou vida em você. Vê a lei do pecado em seus membros, e tem que fazer o que aborrece. Não me estranharia que exclame: "Miserável de mim! quem me livrará deste corpo de morte?" (Romanos 7:9, 15, 23, 24).
É impossível melhorar o "velho homem"
Sua luta sob o desmoronamento era necessária. Todos devemos aprender a reconhecer que nossa velha natureza, o "velho homem", está irremediavelmente corrompido. Temos que perder toda confiança em nossas próprias forças. Por natureza, todos viemos a ser "inúteis" (Romanos 3:12) como os detritos da lixeira: um cântaro quebrado, a ninguém pode ser útil; um guarda-chuvas rasgado, ninguém o quer reparar.Deus não espera absolutamente nenhum esforço por melhorar de nossa parte. É Ele quem, de maneira divinamente perfeita, nos tirou de nosso miserável estado.
Por Jesus Cristo, Deus nos livrou de nosso "velho homem"!
Cristo não foi à cruz só a causa de nossos pecados. Não sofreu somente pelo que fizemos, senão também pelo que somos. Se você vê à cruz pode dizer: «Na pessoa de meu Substituto, encontrei o fim de meu velho homem». Enquanto a isto você pode descansar plenamente nas claras afirmações da Palavra de Deus: "Nosso velho homem foi crucificado juntamente com ele, para que o corpo do pecado seja destruído, a fim de que não sirvamos mais ao pecado". "Porque somos sepultados juntamente com Ele (Cristo) para morte pelo batismo" (Romanos 6:6, 4). Que liberação!Este ato divinamente grande não cobra valor somente quando você começa a senti-lo, senão desde o momento que crer que é também por você que o Senhor Jesus cumpriu sua obra de redenção na cruz. Isto lhe faz exclamar: "Graças dou a Deus, por Jesus Cristo Senhor nosso" (7:25).
Deus lhe deu uma nova natureza
Você é "nascido de novo". Isto é devido a sua obediência à Palavra de Deus e pela ação do Espírito Santo ou, segundo a expressão do Senhor Jesus, é nascido "da água e do Espírito" (Jo 3:5). Agora tem uma nova natureza. Cristo é sua vida, e ao mesmo tempo o modelo sobre o qual esta vida em você vai a se desenvolver.O Espírito tomou a direção de sua vidaAgora o Espírito de Deus habita em você. Tomou a direção de sua nova vida, da qual Jesus é o centro, o objeto e o alvo. O Espírito deseja dirigir-lhe de noite e de dia, em seu trabalho e em seu tempo livre, entre seus semelhantes e na solidão. Sua meta é despertar e aprofundar nossos afetos ao Pai e a seu Filho Jesus Cristo.
Um governo oposto
A Escritura chama nossa atenção sobre o fato de que temos a "carne" em nós. Esta palavra não se refere a uma parte de seu corpo, pelo contrário a um poder oposto que habita em nós. A lista aparece em Gálatas 5:19-21: fornicação, imundícia, orgias, zelos, e muitas outras coisas mais.Esta carne quer dominar sobre seu espírito, tomar sua alma e fazer de seu corpo um servo dócil. Se o conseguir, então tudo o que produzirá sua vida será pecado.O fato de que a "carne" esteja em você não deve pesar sobre sua consciência. Isto não é um pecado. Entretanto, esta carne corrompida não deve influenciar mais em absoluto em nós. E como impedir a ação nefasta dessa oposição? A única solução eficaz é seguir o conselho de Deus: "Andai no Espírito, e não satisfaçais os desejos da carne" (Gálatas 5:16).
O ANDAR NO ESPÍRITO
Qual é a natureza do Espírito Santo que habita em mim?
Não nos é difícil compreender que o Espírito Santo, pessoa divina que habita em nós, é perfeito. É o Espírito de Deus, e, por isso, possui todas as suas características: "É luz e não há nenhuma treva nEle " (1 Jo 1:5). "É amor" (4:8). É o "Espírito da vida" (Romanos 8:2), da verdade (Jo 15:26; 1 Jo 5:6, 8), "de sabedoria" (Efésios 1:17), "de poder, de amor e de domínio próprio" (2 Timoteo 1:7). O fruto que produz nossa vida corresponde igualmente a sua natureza: "amor, gozo, paz, paciência, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança" (Gálatas 5:22).
A "carne", que estará em mim todo o tempo que viva na terra, é totalmente oposta ao "Espírito", e seu caráter não mudará jamais
O compreendemos facilmente. Já faz muito tempo suspiramos a causa da corrupção de nossa «velha natureza» e não nos estranhamos de que na Palavra, a "carne" seja totalmente condenada, como tampouco de que suas obras mencionadas ali sejam somente coisas negativas e condenáveis. São as que já temos enumerado antes: "adultério, fornicação, imundícia, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizades, pleitos, zelos, iras, contendas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedeiras, orgias, e coisas semelhantes a estas" (Gálatas 5:19-21).
Posso andar só "pelo Espírito" ou só "segundo a carne"
«É justamente o que não entendo», me dirá talvez. «Entre os domínios destes dos inimigos irreconciliáveis que buscam governar-me, não há uma zona neutra onde eu possa seguir minha vida em paz?» A resposta é simples: ou faço a vontade de Deus, boa, agradável e perfeita, ou faço minha própria vontade. Entre a obediência e a desobediência não há um meio termo.Como Saul, posso oferecer holocaustos e sacrifícios a Deus. Mas se não os faço como a Palavra de Deus me manda, esses sacrifícios são ante Deus um pecado de desobediência e de vontade própria (1 Samuel 13 y 15).Como Rúben, posso ficar "entre os redis, para ouvir os balidos dos rebanhos" (Juízes 5:16), pensando que não há mal nele. Entretanto, se sei que o inimigo está no país, e que ameaça a muitos com a morte, e até com a morte eterna, então minha inatividade vem a ser uma desobediência culpável.Posso também ir a enterrar a meu pai. Mas se os cuidados com minha família tomam a prioridade sobre Jesus em minha vida, então este exercício, mesmo que seja motivado por amor, não resulta do "Espírito" senão da carne" (Mateus 8:21-22).Não existe nenhuma zona neutra entre o âmbito onde "o Espírito" atua em minha vida e o lugar onde a "carne" se põe em evidencia. Se continuo na busca desta zona neutra, isto prova que não entreguei completamente minha vida ao Senhor.Você sabe como funciona um carro. Avança ou retrocede. Não pode fazer outro movimento. O apóstolo Paulo andava "pelo Espírito" em toda fidelidade. Por isto prosseguia "à meta, ao prêmio do supremo chamamento de Deus em Cristo Jesus" (Filipenses 3:14). Demais, pelo contrário, havia marchado um tempo com o apóstolo, logo se deteve e, pior ainda, retrocedeu, "amando este mundo (Filemom24; 2 Timoteo 4:10). Você pode imaginar quão rapidamente aumentava o afastamento de um a respeito do outro. Que tristeza!«Os que temos morrido pro pecado, como viveremos ainda nele?» (Romanos 6:2), pergunta o apóstolo. Só o Espírito Santo deve orientar as decisões de meu coração e dirigir minha marcha.
Como posso fazer diferença entre o que é "do Espírito" e o que é da “carne"? Não é sempre fácil!
"Porque, quanto ao SENHOR, seus olhos passam por toda a terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é totalmente dele; nisto procedeste loucamente; por isso, desde agora, haverá guerras contra ti" (2 Crônicas 16:9).
"34 São os teus olhos a lâmpada do teu corpo; se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; mas, se forem maus, o teu corpo ficará em trevas.35 Repara, pois, que a luz que há em ti não sejam trevas.36 Se, portanto, todo o teu corpo for luminoso, sem ter qualquer parte em trevas, será todo resplandecente como a candeia quando te ilumina em plena luz." (Lucas 11:34-36).
Deus deu a Abraão uma direção muito simples: "Anda diante de mim e sê perfeito" (Gênesis 17:1). Freqüentemente coisas simples como estas nos ajudam a ver claramente: «Isto me aproxima do Senhor Jesus, ou me afasta Dele? É-me útil tal coisa em seu serviço?»
Qual deve ser minha meta? Semeio "para o Espírito" ou "para a carne"? (Romanos 13:14; Gálatas 6:8).
Mais de um crente, e sobre tudo entre os jovens, tem freqüentemente a impressão de que têm realizado um grande esforço para vencer o desejo da carne e dizer «não» ao mundo e ao pecado.Mas a pergunta mais apropriada é: Semeio "para o Espírito" ou "para a carne"? Tanto o bem como o mal implicam uma preparação. E temos que ser vigilantes a respeito ao que preparamos. Podem semear más sementes em lugar de flores, por fertilizantes nas plantas más ao invés de fazê-lo às boas. Quais então vão crescer e se fortificar?A Palavra de Deus é a boa semente (Lucas 8:11). Propago-a ricamente em meu coração por meio de uma leitura constante, acompanhada por oração? Medito e vivo desta Palavra? (Salmo 119:148; Mateus 4:4) Deixo que a Palavra de Cristo more em abundancia em mim? (Colossenses 3:16) Sou um praticante da Palavra ou um ouvinte ? (Tiago 1:22-25).O mundo entra tão facilmente nas famílias dos filhos de Deus -mesmo naqueles que estão longe de lugares de prazeres carnais e de pecado- sob a forma de livros ou de escritos de toda classe. Muitas coisas que vem desta maneira são como um «fertilizante» para nossa carne, e a faz crescer e se desenvolver. Os desejos resultantes se mostram muito pronto fortes e exigentes. Quão difícil é vencer ao mundo quando se o ha deixado encher o coraçãoComo sucedeu a queda de Davi? Ao cair a tarde, estava recostado fora sem fazer nada! Joabe, todos os servos de Davi, assim como todo Israel, estavam no fogo da batalha contra o inimigo; mas o rei, recostado à sombra, não fazia nada! Necessitamos então estranhar-nos dos maus pensamentos que cativaram seu coração e o conduziram a um horrível pecado? (2 Samuel 11:1-17). Nenhum meio é mais propício para o desenvolver da "carne" que a ociosidade (Provérbios 6:10-11; 1 Timoteo 5:13). Por isso os crentes da ilha de Creta, expostos especialmente a esse perigo, deviam procurar "ocupar-se em boas obras" (Tito 1:12; 3:8). Escutemos, nós também, esta exortação, e sejamos zelosos em "boas obras, as quais Deus preparou de antemão" para cada um de nós (Efésios 2:10).1) Nota do E.: Ave que habita especialmente na Europa. Põe seus ovos nos ninhos de outros pássaros.
Irmãos em Cristo Jesus.

Mt 5:14 "Vós sois a luz do mundo"