segunda-feira, 30 de março de 2009

A Conversão não é o mesmo que o novo Nascimento- Bruce Anstey

Uma pessoa pode nascer de novo uma só vez, porem a Escritura indica que ela pode se converter muitas vezes.
A Escritura usa a palavra “convertido” para descrever um crente que tem se apartado do Senhor em sua alma e tem voltado, assim como a pessoa que pela primeira vez volta a Deus. Por exemplo, o Senhor disse a Pedro, o qual já havia convertido (João 1.40; Lucas 5.8-11; João 6.68), “Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo; mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, confirma teus irmãos” (Lucas 22.31; Tiago 5.19,20).


A REGENERAÇÃO NÃO É O MESMO QUE O NOVO NASCIMENTO

A regeneração vai mais além que o nascer de novo. Ela fala da saída da velha ordem de coisas na qual uma vez nós estivemos, para entrar na nova ordem que está sob Cristo (Mateus 19.28). Ela implica uma mudança de posição para um novo estado de coisas na nova criação (Tito 3.5,6).


A VIDA ETERNA É MAIS QUE SER NASCIDO DE NOVO

A vida recebida no novo nascimento e a vida eterna é a mesma vida, porem a vida eterna é a vida em abundância (João 10.10), vida em plena comunhão com o Pai e com Seu Filho Jesus Cristo (I João 1.3).
É possível que uma pessoa nasça de novo, porem não conheça as bênçãos da vida eterna.
A maioria dos cristãos pensa que o novo nascimento e a vida eterna são a mesma coisa; isto, entretanto não é correto. Isto pode trazer confusão porque a idéia de vida eterna na mente da maioria das pessoas é ter não mais que uma vida que dura para sempre.
É absolutamente verdade que quando uma pessoa recebe vida nova, é feita participante da vida do Deus eterno (II Pedro 1.4) e que essa vida, é claro, é eterna em sua duração.
Porem isso não é o que a Escritura define como vida eterna.
Quando a Escritura fala de vida eterna, se refere a muito mais que a perduração da vida. Não é somente imortalidade como alguns se referem a ela como se chamasse vida imortal.
Toda vida humana é eterna em certo sentido, pois o espírito e a alma nunca morrem; muitos existirão eternamente no lago de fogo baixo o juízo de Deus, porem a Escritura não fala deles como tendo vida eterna.
A confusão sobre este ponto se encontra em não entender o que vida eterna significa. Não é uma descrição da duração da vida divina, senão uma descrição do caráter da mesma.
O Senhor disse, “E vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (João 17.3). Isto mostra que vida eterna é algo muito maior que a mera possessão de uma nova vida que não tem fim, maravilhosa como é em si mesma, senão que, também inclui o conhecimento consciente das relações com o Pai e com o Filho.
Ter vida eterna é ter a vida nova no caráter mais elevado; é o mesmo caráter da vida que o Pai e o Filho desfrutaram desde a eternidade. Isto também nos mostra que é algo maior que o ser nascido outra vez.


OS SANTOS DO ANTIGO TESTAMENTO NÃO CONHECERAM VIDA ETERNA

A vida eterna não foi revelada até que Cristo veio ao mundo (João 10.10). Não dizemos que não existia antes, pois desfrutavam dela desde toda a eternidade o Pai e o Filho.
A vida eterna, antes de ter sido manifestada neste mundo pela vinda de Cristo, tinha sua morada com o Pai na eternidade. “Porque a vida foi manifestada e nós a vimos, e testificamos dela, e vos anunciamos a vida eterna, que estava com o Pai e nos foi manifestada” (I João 1.2).
Só tem sido trazida à luz pelo evangelho da graça. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, este o fez conhecer (João 1.18). A revelação do Pai e do Filho é a característica principal da vida eterna (João 17.3). Já que os santos do Antigo Testamento não conheceram a Deus como seu Pai, eles, portanto, não podiam ter conhecido
a vida eterna.
Porem agora que Cristo veio ao mundo e revelou o Pai, nós podemos ter vida em abundância, conhecendo o Pai e o Filho (João 10.10). Esta é a vida eterna.


A VIDA ETERNA NO ANTIGO TESTAMENTO E NOS EVANGELHOS SINÓPTICOS

Há somente duas referencias de vida eterna no Antigo Testamento - Salmos 133:3 e Daniel 12:3.
Em ambos lugares referem-se ao futuro reino milenar. Este é o sentido em que a vida eterna é apresentada também nos evangelhos sinópticos (Mateus, Marcos e Lucas), pois a sustância do ministério terrenal do Senhor era a apresentação do reino a Israel, como havia sido prometido nos profetas do Antigo Testamento.
Porém, isto é algo diferente ao sentido Cristão de vida eterna que temos tratado (como se nos apresenta no evangelho de João e nas Epístolas).
Os santos do Milênio terrenal irão desfrutar de vida, como vida eterna em relação com as bênçãos do reino (Mateus 25:46).

DOIS ASPECTOS DE VIDA ETERNA:
A POSSESSÃO ATUAL E AO FIM DO CAMINHO

Enquanto que João usualmente fala da vida eterna como uma possessão presente no crente (João 3:15, 16, 36; 5:24; 6:47, 54; 10:10, 28; 1 João 5:11-13; etc.) Paulo fala da vida eterna como estando no final do caminho, quando chegarmos ao céu (Romanos 2:7; 5:21; 6:22; 3:7; Gálatas 6:8; I Timóteo 1:16; etc) (João também ocasionalmente fala dela como estando ao final do caminho - João 4:36; 12:24-25).
Um se refere à vida eterna como o princípio de vida pelo qual o crente vive, o outro se refere a uma esfera de vida na qual o crente um dia viverá no estado glorificado.
É verdade que ele pode agora viver no desfrute dessa vida enquanto está, todavia, neste mundo, porém, naquele dia será realizado em plenitude.
Estas duas coisas podem ser vista no exemplo de um mergulhador.
Enquanto ele está trabalhando nas profundezas da água, ele permanece com vida graças a um tubo de ar que lhe traz ar da superfície e faz que ele respire a atmosfera que está acima enquanto ele está em uma esfera contrária a ela.
Assim é ter a vida eterna em nós. É a vida do céu onde Cristo está; porém a temos em nós enquanto caminhamos por este mundo aqui abaixo.
Quando o mergulhador termina seu trabalho, ele sobe e sai da água para a mesma esfera de coisas que é natural a ele. A vida eterna pertence ao céu (João 3:12; I João 1:2).
O crente deve lançar mão da vida eterna agora, por viver no desfrute prático das coisas celestiais (l Timóteo 6:12). Esta expressão se põe em contraste na Escritura, com o fútil intento de lançar mão das coisas temporárias desta vida na terra (l Timóteo 6:7-2).
Quando buscamos as coisas que são de cima, lançamos mão da vida eterna (l Timóteo 6:19).
Ao falar de que temos vida eterna em nós, não devemos pensar que a possuímos em nós mesmos, como se fosse algo independente de Deus.
Apesar de que a vida eterna está em nós, a Escritura sempre a conecta com o Filho de Deus. Deus nos tem dado vida eterna, e esta vida está em Seu Filho (I João 5.11).
Outra ilustração pode ajudar aqui. Uma folha em uma árvore tem nela todos os sinais de vida por sua frescura e verdor. Possui vida, porem não a possui em si mesma, em independência da árvore.
Se fosse assim, poderíamos arrancar a folha da árvore e ela permaneceria fresca e verde como quando estava na árvore. Isto certamente não é assim, porque a folha não tem vida independente.
A árvore, pelo contrário, a tem; e ela nos ilustra como Cristo tem vida em Si mesmo como a Fonte (João 1.4; 5.26).

Bruce Anstey
Ecos de Glória
Adequação: Bill WarrTradução: LDSC

Nosso Gozo está no Céu - J.N Darby

Extraído do site www.verdadesvivas.com.br
“E aconteceu que, quase oito dias depois destas palavras, tomou consigo a Pedro, a João e a Tiago, e subiu ao monte a orar. E, estando Ele orando, transfigurou-se a aparência do Seu rosto, e o Seu vestido ficou branco e mui resplandecente. E eis que estavam falando com Ele dois varões, que eram Moisés e Elias, os quais apareceram com glória e falavam da Sua morte, a qual havia de cumprir-se em Jerusalém. E Pedro e os que estavam com ele estavam carregados de sono; e, quando despertaram, viram a Sua glória e aqueles dois varões que estavam com Ele. E aconteceu que, quando aqueles se apartaram dEle, disse Pedro a Jesus: Mestre, bom é que nós estejamos aqui, e façamos três tendas, uma para Ti, uma para Moisés, e uma para Elias; não sabendo o que dizia. E, dizendo ele isto, veio uma nuvem que os cobriu com a sua sombra; e entrando eles na nuvem, temeram. E saiu da nuvem uma voz que dizia: Este é Meu amado Filho, a Ele ouvi. E, tendo soado aquela voz, Jesus foi achado só, e eles calaram-se, e por aqueles dias não contaram a ninguém nada do que tinham visto.” (Lucas 9:28-36)

Vamos examinar esta passagem das Escrituras, naquilo em que ela mostra de que se consistirá nosso gozo na glória. Temos a garantia de 2 Pedro 1:16 que diz que esta cena representa para nós a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. E é isso o que aguardamos. Nossa alma não estará sã se não estivermos aguardando pelo Filho de Deus vindo do céu. A igreja não estará com suas esperanças guiadas pela Palavra e pelo Espírito de Deus, se não estiver esperando por Ele como o Salvador vindo do céu (Fp 3:20). E a passagem em Lucas 9:28-36 é importante para nós por apresentar de uma maneira especial aquilo que será nossa porção quando Ele vier. Há muitas outras coisas nesta passagem, como o relacionamento mútuo entre o povo terrenal e o celestial no Reino, que podem ser muito instrutivas, mas não é o nosso propósito considerá-las agora. O que queremos agora considerar é a revelação que temos aqui da natureza daquele gozo que iremos herdar na vinda, e pela vinda, do Senhor. Outras passagens, tais como as promessas àqueles que vencerem, em Apocalipse 2 e 3, e a descrição da cidade celestial em Apocalipse 21 e 22, nos dão instruções acerca do mesmo assunto; mas olhemos agora particularmente para a cena no monte santo.
"E aconteceu que, quase oito dias depois destas palavras, tomou consigo a Pedro, a João e a Tiago, e subiu ao monte a orar. E, estando Ele orando, transfigurou-se a aparência do Seu rosto, e o Seu vestido ficou branco e mui resplandecente" (Lc 9:28-29). Foi quando Jesus estava no reconhecimento da dependência, "estando Ele orando", que ocorreu a transformação. É esta, portanto, a primeira coisa que encontramos aqui - uma transformação tal qual a que vai ocorrer nos santos vivos quando Jesus vier.
"E eis que estavam falando com Ele dois varões, que eram Moisés e Elias" (v.30). Eles estavam com Ele. E será este também o nosso gozo; estaremos com Jesus. Em 1 Tessalonicenses 4, após apresentar a ordem em que acontecerá a ressurreição dos que dormem e a transformação dos santos vivos, e que seremos, tanto uns como os outros, arrebatados juntamente para encontrar o Senhor nos ares, tudo o que o apóstolo diz acerca disso é, "e assim estaremos sempre com o Senhor". Porém, nesta passagem não se trata apenas do estar com Cristo, mas há também um relacionamento de familiaridade com Ele. "E eis que estavam falando com ele dois varões" (v.30). Não diz que Ele falava com eles, embora sem dúvida isto também fosse verdadeiro; mas Ele poderia ter feito isso com os dois estando longe de Si. Porém quando lemos que eles falavam com Ele, isto nos dá a idéia de uma liberdade de relacionamento das mais familiares. Pedro e os outros sabiam o que era ter um relacionamento assim com Jesus na Sua humilhação; mas que gozo deve ter sido terem essa prova de que aquele relacionamento com Ele seria também desfrutado na glória! Também é dito que eles "apareceram com glória" (v.31), mas trata-se de algo secundário em relação ao que estamos considerando. Nos é dito que eles estavam com Ele, e também que eles apareceram em glória. Eles compartilhavam daquela mesma glória em que Ele foi manifestado. E assim será conosco. "Quando Cristo que é a nossa vida, Se manifestar, então também vós vos manifestareis com Ele em glória" (Cl 3:4). "E Eu dei-lhes a glória que a Mim Me deste, para que sejam um, como Nós somos um. Eu neles, e Tu em Mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que Tu Me enviaste a Mim, e que os tens amado a eles como Me tens amado a Mim" (Jo 17:22-23).
Mas há ainda uma outra coisa. Não nos é dito apenas que eles estavam com Ele, que eles falaram com Ele e apareceram em glória juntamente com Ele, mas nos é dado o privilégio de conhecer o assunto da conversa. Eles "falavam da Sua morte, a qual havia de cumprir-se em Jerusalém" (v.31). Era a cruz o tema da conversa deles na glória - os sofrimentos de Cristo, que Ele teria que passar em Jerusalém. E certamente será esse o nosso gozo por toda a eternidade, quando em glória com Cristo, ocuparmo-nos com este tema: Sua morte consumada em Jerusalém. Lemos, então, que Pedro e os que estavam com ele se encontravam carregados de sono. Isto nos mostra o que é a carne em presença da glória de Deus. Pedro cometeu também um grande erro; mas passemos adiante.
"E, dizendo Ele isto, veio uma nuvem que os cobriu com a sua sombra; e, entrando eles na nuvem, temeram. E saiu da nuvem uma voz que dizia: Este é o Meu amado Filho; a Ele ouvi." Pedro nos diz que aquela voz veio da magnífica glória. "Porquanto ele recebeu de Deus Pai honra e glória, quando da magnífica glória Lhe foi dirigida a seguinte voz: Este é o Meu Filho amado, em Quem Me tenho comprazido" (2 Pd 1:17). Agora Pedro e os outros entraram na nuvem; e assim vemos esse maravilhoso fato de que na glória, de onde a voz veio, os santos têm o privilégio de permanecer, e ali, naquela glória, compartilhar do prazer do Pai no Seu amado Filho. Não somos apenas chamados para ter a comunhão do Filho de Deus, Jesus Cristo, mas somos também chamados para ter comunhão com o Pai. Somos admitidos por Deus Pai para compartilhar de Sua satisfação no Seu amado Filho.
"E, tendo soado aquela voz, Jesus foi achado só" (v.36). Toda a visão se fora - a nuvem, a voz, a glória, Moisés, Elias - mas Jesus ficou, e eles ficaram para continuar seu caminho com Jesus, conhecendo-O agora à luz daquelas cenas de glória que tinham presenciado. E é para isto que nos servem as vívidas demonstrações de coisas espirituais que podemos às vezes constatar. Não é o caso de podermos estar sempre desfrutando delas e de nada mais. Mas quando elas se vão, após as termos experimentado por alguns momentos como ocorreu com a visão no monte santo, ficamos a sós com Jesus, para prosseguir no caminho de nossa peregrinação com Ele em espírito, por enquanto; com Ele na luz e poder daquela profunda consciência, que recebemos no monte, de estarmos com Ele, e de termos a comunhão do gozo do Pai nEle; e assim aguardarmos pelo momento da Sua volta, quanto tudo isso, e mais do que nossos corações podem imaginar, deverá se cumprir para nós para todo o sempre.

Irmãos em Cristo Jesus.

Irmãos em Cristo Jesus.
Mt 5:14 "Vós sois a luz do mundo"