“Atraí-os com cordas humanas, com laços de amor; e fui para eles como quem alivia o jugo de sobre as suas queixadas, e me inclinei para dar-lhes de comer.” (Os 11:4)
A graça divina é pedra de tropeço àqueles que se consideram dignos de aprovação diante de Deus por seus próprios méritos, mas é preciosidade para os indignos, para os combalidos, para os desgraçados, para os maltrapilhos da vida. “A graça é uma provisão para homens que se acham tão decaídos que não podem erguer o machado da justiça, tão corruptos que não podem mudar a sua própria natureza, tão contrário a Deus que não podem voltar-se para Ele, tão cegos que não podem vê-lo, tão surdos que não podem ouvi-lo, tão mortos que Ele mesmo precisa abrir os seus túmulos e levantá-los para a ressurreição.”1 A graça é uma ofensa ao mérito. Ela é a manifestação da suficiência de Deus para a nossa completa deficiência. “Deus amou-nos quando não havia nada de bom para ser visto em nós, e nada de bom para ser dito por nós.”2 “Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.” (Rm 5:8) A graça é o amor em ação; é o amor tomando a iniciativa. “Quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós.” Deus agindo favoravelmente através de Cristo Jesus para nossa completa salvação; passada, presente e futura, é declaração majestosa do evangelho da graça plena. As Escrituras Sagradas é categórica neste sentido. “Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, Estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos),” (Ef 2:4-5) “Mas Deus”. Esta expressão contém em si mesma a definição da graça. Não é Adão em busca de Deus, Mas Deus em busca de Adão: “E chamou o SENHOR Deus a Adão, e disse-lhe: Onde estás?” (Gn 3:9) “A diferença entre o cristianismo e todos os outros sistemas religiosos consiste principalmente nisto: Em todas as religiões vê-se o homem procurando a Deus, enquanto no cristianismo temos Deus procurando o homem.”3 Não haveria possibilidade de alguém buscar a Deus se antes não fosse buscado por Ele. Não haveria possibilidade de alguém amar a Deus, se antes não fosse amado por Ele. Deus é a causa primária de nosso amor e interesse Nele. “Nós o amamos porque ele nos amou primeiro.” (IJo 4:19) Se houvesse a possibilidade de alguém buscar a Deus para ser salvo, a morte de Cristo Jesus seria desnecessária. “Nenhum pecador jamais foi salvo por ter dado o coração a Jesus. Não somos salvos por termos dado, mas sim pelo que Deus deu.”4 O evangelho das boas novas anuncia: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (Jo 3;16) A ênfase neste verso está no amor de Deus e na sua dádiva com o determinado objetivo de buscar e salvar o perdido. Não é a ação por parte do homem em crer que deve ser louvada, mas o amor imensurável por parte de Deus abrindo a possibilidade da salvação do perdido pecador. “Como quando um príncipe estende a mão a um mendigo: não se elogia a nulidade do mendigo, mas a misericórdia e a bondade do príncipe.”5 Mas como era impossível achegar-nos a Deus pelas obras de justiça ou por qualquer outro meio, Deus enviou o Seu Filho unigênito, movido por seu inefável amor e misericordiosa graça a fim de que por Ele tivéssemos acesso à Sua presença. “Nada que não seja gratuito é seguro para os pecadores...A não ser que sejamos salvos somente pela graça, não podemos absolutamente ser salvos.”6 “Mas quando apareceu a benignidade e amor de Deus, nosso Salvador, para com os homens, Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo, Que abundantemente ele derramou sobre nós por Jesus Cristo nosso Salvador; Para que, sendo justificados pela sua graça, sejamos feitos herdeiros segundo a esperança da vida eterna.” (Tt 3:4-7) C.S.Lewis pesou a sua pena sem pena quando escreveu: “Agnósticos amáveis falarão alegremente de como o homem procura a Deus. Para mim, eles podem também falar sobre como o rato procura o gato...Deus encostou-me na parede.” Mas graça é assim mesmo; é Deus agindo favoravelmente para com aqueles onde há absoluto demérito. Estou na fila da graça. A Sua palavra sustenta que fui aceito incondicionalmente por Deus em Cristo Jesus, dependendo tão somente de Seus atributos, Seus méritos e Sua obra redentora e eficaz em meu favor, assegurando-me plena e poderosa salvação; passada, presente e futura. “Não sou perfeito em entender o que Deus quis, o que Deus planejou; só sei que à sua direita está alguém que é meu Salvador.”7 “Ora, o essencial das cousas que temos dito, é que possuímos tal sumo sacerdote, que assentou-se à destra do trono da Majestade nos céus,.. Ele que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as cousas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade nas alturas,” (Hb 8:1; 1:3) A parábola do filho pródigo em Lucas 15 ilustra com precisão o caráter gracioso do Aba. Podemos dizer que o que está em destaque neste episódio e merece solene consideração de nossa parte, não é a fuga do filho mais novo em busca dos prazeres da vida, tampouco o sentimento de ciumaria do filho mais velho com seu legalismo tacanho, mas sim, o caráter gracioso do pai pródigo de amor para com o seu maltrapilho. “E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou.” (v.20) Meus irmãos e irmãs, percebam isto: O filho mais novo saiu de casa, desperdiçou todo seu dinheiro na futilidade da vida, porém, quando seu dinheiro esvaiu-se, os “amigos da conveniência” o abandonaram. “Amigo é alguém que se achega quando todo mundo se afasta.”8 Agora persuadido pela fome chegou-se à resolução: “...Quantos jornaleiros de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome! Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti..;” (v.17-18) Notem; não foi o seu amor ao pai e/ou à sua família que o motivou a esta resolução; mas o seu estômago vazio. Nas palavras de Brennan Manning, “O estômago do maltrapilho não estava doendo de remorso porque havia partido o coração do pai. Ele cambaleou para casa simplesmente para sobreviver. Sua permanência numa terra distante o havia deixado falido. Os dias de vinho e rosas murcharam. Sua declaração de independência havia ceifado uma colheita inesperada: não liberdade, alegria e uma vida nova, mas cativeiro, tristeza e um embate com a morte. Os amigos-da-onça haviam transferido suas lealdades quando o seu cofrinho se esvaziou. Desencantado com a vida, o gastador traçou o caminho de volta para casa, não ardendo de desejo de ver seu pai, mas de apenas permanecer vivo.” Porém o que causa grande admiração neste fato, foi a atitude amorosa de seu pai. Na narrativa de Jesus está escrito: “E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou.” (v.20) O pai não deu uma lição de moral ao filho:”Porque você fez isso?”, ou; “Nunca mais faça isto!”, etc. Não! A atitude do pai foi o acolhimento amoroso e incondicional para com seu filho. Porque “O amor busca somente uma coisa: o bem eterno do ser amado.”2 “De longe se me deixou ver o SENHOR, dizendo: Com amor eterno eu te amei, por isso com benignidade te atraí.” (Jr 31:3) Esta profecia teve seu cumprimento graciosamente através de Cristo Jesus crucificado. Fomos colocados nele como ato da graça de Deus conforme o relato João 12:32. “E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim mesmo.” Atraídos em Cristo crucificado, fomos participantes da sua morte a fim de sermos regenerados pela sua ressurreição. A palavra de Deus nos revela: “Palavra fiel é esta: que, se morrermos com ele, também com ele viveremos; Sabendo isto, que o nosso homem velho foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado. Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos,” (II Tm 2:11; Rm 6:6; I Pe 1:3) Graça! Soberana graça!
“ Phillip Yancey foi preciso em sua consideração: “Graça, diz ele, significa que não há nada que possamos fazer para Deus nos amar mais. E graça significa que não há nada que possamos fazer para Deus nos amar menos. A graça significa que Deus já nos ama tanto quanto é possível um Deus infinito nos amar.” Outro fato que nos revela este amor indizível de Deus encontra-se na narrativa do apóstolo João capítulo 8, relacionado à mulher que fora apanhada em flagrante adultério. Os seus acusadores – os religiosos legalistas, diga-se de passagem -, a levou até Jesus, procurando algo para terem de que o acusar. Diante dos acusadores com suas acusações de um lado, e da pobre réu do outro, foi manifestada a maravilhosa graça. “...Aquele que dentre vós estiver sem pecado, seja o primeiro que lhe atire pedra.” (v.7) Jesus não estava apoiando aquela mulher em suas práticas pecaminosas (v.11), mas demonstrando a sua compaixão e graça à indigna pecadora. “Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça;” (Rm 5:20) A graça acolhe os indignos não para deixá-los como estão; mas para libertá-los de sua deplorável condição. “A graça não encontra homens aptos para a salvação, mas torna-os apto para recebê-la.”9 “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie; Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.” (Ef 2:8-10)
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1. G.S.BISHOP ; 2. Alguém ; 3. Thomas Arnold ; 4. A.W.Pink ; 5. Lutero ; 6. Charles Hodge ; 7. Dorothy Greenwell ;
8. Anônimo ; 9. Agostinho
Levi Cândido
Para a Edificação do Corpo de Cristo!! Mateus 5:9 Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos maduros de Deus.
domingo, 12 de abril de 2009
A Igreja de Deus nos dias de Hoje - Ed Verdades Vivas
Extraído do site www.verdadesvivas.com.br
Sem dúvida alguma, os cristãos de hoje estão confundidos acerca da Igreja. Existem centenas de denominações em todo o mundo, e todas presumindo ser a igreja verdadeira. O popular slogan “vá à igreja que mais lhe agrade” aceita esta condição e supõe que a Palavra de Deus seja falha em dar-nos uma preparação adequada para estes tempos, e guiar-nos em meio à confusão que reina na cristandade.
Mas, será que o Senhor Jesus queria deixar os Seus seguidores sinceros em um tal estado de confusão? Vamos diretamente às Escrituras, para mostrar o que Deus nos diz a respeito de Sua Igreja nos dias de hoje.
A primeira epístola a Timóteo apresenta a “Casa de Deus” (1 Tm 3.15) de acordo com o pensamento de Deus. A segunda epístola apresenta “a Casa” quando esta foi arruinada pelo fracasso do homem e, em sua ruína, ficou semelhante a uma “grande casa”, na qual “não somente há vasos de ouro e de prata, mas também de pau e de barro; uns para honra, outros, porém, para desonra” (2 Tm 2.20). O crente que uma vez tenha visto a verdade da Igreja ou assembléia como a Casa de Deus, tal como ensinam as Escrituras, talvez não encontre nada ao seu redor que corresponda ou se ajuste a esta verdade, O que principalmente podemos ver na cristandade é uma “grande casa”, na qual há vasos, uns para honra e outros para desonra. Será que a Palavra de Deus dá instruções para o Seu povo em condições como estas? Sim, ela mesma nos dá a resposta.
Se desejamos andar neste mundo de acordo com o propósito de Deus, devemos aprender que, por maior que seja nossa inteligência natural, por mais que nossa mente tenha sido instruída, por maior que seja nosso conhecimento das Escrituras, e por mais sinceros que sejam nossos desejos, se confiarmos em nossa inteligência não poderemos achar a senda de Deus para o Seu povo, em meio à confusão reinante na cristandade. Não somos capazes de encontrar o caminho por nós mesmos, em meio às crescentes dificuldades, face à contínua oposição à verdade; ou de nos desembaraçarmos das várias questões e dificuldades que continuamente surgem.
Após reconhecermos claramente nossa total incompetência, poderemos aprender que não nos é dado achar nosso caminho como melhor possamos fazê-lo, e que Deus nunca esperou de nós que tivéssemos alguma sabedoria ou capacidade em nós mesmos, para andar de acordo com os Seus pensamentos. Bem pôde o Senhor dizer: “Sem Mim nada podeis fazer” (Jo 15.5).
Deus tem feito provisão para que conheçamos a Sua vontade.
Há três coisas que devemos recordar:
1. Temos uma Cabeça no céu: Cristo na glória é a Cabeça de Seu Corpo, a Igreja; e toda a sabedoria está na Cabeça. Nós não temos nenhuma sabedoria em nós mesmos. E de extrema importância deixarmos nossas próprias “cabeças” e olharmos para Cristo como “a Cabeça” que nos guia. Se confiarmos em nossas próprias “cabeças “, não estaremos, na prática, “ligados à Cabeça” (Cl 2.19).
2. O Espírito Santo, uma Pessoa divina, está na Terra. O Senhor sabia que Seu povo não seria capaz de manter-se, por si mesmo, em um mundo do qual Ele estaria ausente. Antes de partir, Ele disse: “E Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; o Espírito de verdade... Esse vos ensinará todas as coisas” (Jo 14.16,17,26). A defesa e a manutenção desta verdade não depende dos crentes, mas da presença contínua do Espírito de verdade.
3. Temos a Santa Escritura que, “divinamente inspirada, é proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra” (2 Tm 3.16,17), e que nos mostra “como convém andar na Casa de Deus, que é a Igreja de Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade” (1 Tm 3.15). Mas numa época em que a Casa de Deus foi convertida em uma ruína, e quando já não temos mais a realidade da verdade, o homem de Deus tem todavia a infalível autoridade das Escrituras, por meio das quais pode verificar todas as coisas.
Contudo, em hipótese alguma a ruína do cristianismo, qualquer que seja o seu grau, poderá alterar a Cristo, ao Espírito Santo, ou as Escrituras. Cristo continua sendo a Cabeça no céu, com toda a sabedoria necessária para o Seu povo, tanto para estes últimos tempos, como o foi nos primeiros dias da cristandade, O Espírito Santo habita entre os que crêem com inalterável poder para guiar e reger. As Sagradas Escrituras permanecem com sua autoridade suprema e inalterável.
Não obstante, a cristandade, como um todo, tem posto de lado a Cristo, ao Espírito Santo e as Escrituras. Os grandes sistemas religiosos dos homens têm retido o nome de Cristo, enquanto têm abolido a Cristo como Cabeça no céu, nomeando-se cabeças terrenas. Roma tem seu Papa; a igreja grega, seu Patriarca; as igrejas protestantes, seus reis, arcebispos, presidentes ou moderadores. Por conseguinte, nesses grandes sistemas, pouco ou nenhum lugar é deixado ao Espírito. A máquina religiosa e os artifícios carnais do homem têm excluído o Espírito. E finalmente, os homens têm lançado o mais implacável ataque contra as Escrituras, manipulando-as ao seu bel-prazer, até ao ponto de não restar quase nenhuma seita na cristandade que mantenha um certo grau de reconhecimento de que TODA a Escritura é “divinamente inspirada” (2 Tm 3.16).
O que devemos fazer? As Escrituras nos respondem definitivamente o que nós devemos manter e como devemos atuar sobre dois grandes princípios:
1. Separação de tudo o que é contrário à verdade de Deus — Tudo quanto seja uma negação da verdade da Igreja; tudo quanto negue a Cristo como sendo a única Cabeça de Sua Igreja; tudo quanto negue ao Espírito Santo como sendo nosso todo suficiente guia, e tudo quanto negue as Escrituras como sendo nossa absoluta autoridade, a qual permanece imutável.
2. Associação com tudo quanto está de acordo com Deus — Depois de termos nos apartado do mal, as Escrituras insistem neste outro ponto igualmente importante. Em poucas palavras, “cessai de fazer o mal, aprendei a fazer o bem” (Is 1.16,17).
O que nos dizem as Escrituras quanto à separação do mal? Todos devemos admitir que a separação deste mundo ímpio foi sempre necessária para o povo de Deus em todos os tempos; todavia neste tempo em que a cristandade encontra-se corrompida, temos instruções especiais para uma separação em três aspectos:
1. Separação de todo sistema religioso, que é uma negação da verdade de Cristo e da Igreja. “Saiamos, pois, a Ele fora do arraial, levando o Seu vitupério” (Hb 13.13). O arraial (ou acampamento) era o sistema judaico estabelecido originalmente por Deus. Era composto de um povo em um relacionamento exterior com Deus, com uma ordem terrena de sacerdotes. É evidente que os sistemas religiosos da cristandade foram formados sob o modelo do arraial ou acampamento. Geralmente são compostos de uma mistura de convertidos e inconversos. Tais sistemas são, definitivamente, de um apelo ao homem natural, pois têm seus santuários terrenos, seu ritual e sua ordenação humana de sacerdotes ou líderes que se colocam entre o povo e Deus. E assim, imitando o arraial ou acampamento, os cristãos puseram de lado a Cristo como a Cabeça, ao Espírito Santo como guia, e a~ Escrituras como autoridade. Se quisermos dar a Cristo o Seu verdadeiro lugar, devemos, em obediência à Palavra de Deus, sair “a Ele, fora do arraial, levando o Seu vitupério” (Hb 13.13).
2. As Escrituras também nos ensinam, de uma maneira muito clara, separação da má doutrina. “Qualquer que profere o nome de Cristo aparte-Se da iniqüidade” (2 Tm 2.19). Todo aquele que confessa o nome do Senhor, por sua profissão de fé. identifica-se com o Senhor, e é responsável de apartar-se da iniqüidade. Está bem claro que esta passagem está se referindo à “iniqüidade” como sendo más doutrinas. Não devemos associar a iniqüidade com o nome de Cristo. Pode ser que seja muito custoso agora nos separarmos da iniqüidade, mas qual é a estima que temos de Cristo?
3. Estas mesmas Escrituras nos pedem para nos separarmos de pessoas más. 2 Timóteo 2.20 nos fala de “vasos para honra e vasos para desonra”, e o versículo seguinte diz que devemos nos purificar dos vasos para desonra, para sermos vasos para honra, “santificado e idôneo para uso do Senhor” (2 Tm 2.21). Aqui está se referindo às pessoas e não meramente a doutrina. Em outras palavras, à medida que nos separamos destes vasos – pessoas, não apenas suas doutrinas – somos santificados e feitos úteis para uso do Senhor. Não é suficiente o não apoiar suas doutrinas, pois só pelo fato de se estar associado a eles há contaminação com o mal. Todos os esforços possíveis têm sido feitos, na cristandade, para debilitar a força desta passagem.
Assim, as Escrituras nos ensinam, com toda evidência, a separação dos sistemas os quais são uma negação da verdade; das falsas doutrinas, que negam a verdade, e dos vasos para desonra, pessoas que não praticam a verdade.
A separação. ainda que necessária, é sempre negativa, mas deve ter também algo que seja positivo. Isto nos leva ao segundo e grande princípio: associação com o bem. Devemos seguir “a justiça, a fé, o amor, e a paz com os que, com um coração puro, invocam o Senhor” (2 Tm 2.22).
Primeiro deve haver a justiça ou retidão. Qualquer que seja a profissão de fé que o homem faça, se não há nenhuma evidência de justiça prática, não pode estar de acordo com Deus. Mas a justiça não é bastante; o que é justo e o que é injusto não são suficientes para determinar o caminho do cristão. Ele deve, por princípio, fazer o que é justo. mas para andar com desembaraço no caminho do Senhor se requer fé. Portanto, com a justiça, deve haver a fé. E a justiça e a fé preparam caminho para o amor. Se o amor não é garantido pela justiça e pela fé, se degenerará em mero afeto humano. o qual será usado como desculpa para não se atuar com firmeza e para passar por alto o mal. Logo estas qualidades conduzem à paz — não a uma paz desonrosa que faz compromisso com o mal, com a incredulidade e com a inimizade, mas uma paz honrosa, que resulta da justiça, da fé e do amor. Se seguirmos assim estas formosas qualidades, encontraremos outros que estão fazendo o mesmo — aqueles ‘que, com um coração puro, invocam o Senhor” — com os quais devemos nos associar. A separação não significa o isolamento. As Escrituras nos mostram que sempre haverá aqueles com os quais poderemos estar associados ou reunidos.
Portanto, estas passagens das Escrituras fornecem, ao povo de Deus, instruções precisas para os dias de hoje. Não nos sugerem, nem uma só vez, que saiamos fora da Casa de Deus. Para fazê-lo, teríamos que sair totalmente fora deste mundo. Mas do mesmo modo que não podemos sair da Casa, somos responsáveis de nos apartarmos do mal que há dentro da Casa. Não nos é dito que voltemos a construir a Casa.
É, portanto. nossa responsabilidade, andarmos na luz do que foi no princípio, e que todavia ainda existe sob o olhar de Deus, e isto apesar de todo o fracasso do homem. Estas três coisas são necessárias:
— O reconhecimento de Cristo como “a Cabeça”.
— O governo e guia do Espírito Santo.
— O atuar de acordo com as Escrituras.
“Cristo amou a Igreja e a Si mesmo Se entregou por ela” (Ef 5.25).
Querido leitor, está o seu coração pronto para corresponder a isto?
Sem dúvida alguma, os cristãos de hoje estão confundidos acerca da Igreja. Existem centenas de denominações em todo o mundo, e todas presumindo ser a igreja verdadeira. O popular slogan “vá à igreja que mais lhe agrade” aceita esta condição e supõe que a Palavra de Deus seja falha em dar-nos uma preparação adequada para estes tempos, e guiar-nos em meio à confusão que reina na cristandade.
Mas, será que o Senhor Jesus queria deixar os Seus seguidores sinceros em um tal estado de confusão? Vamos diretamente às Escrituras, para mostrar o que Deus nos diz a respeito de Sua Igreja nos dias de hoje.
A primeira epístola a Timóteo apresenta a “Casa de Deus” (1 Tm 3.15) de acordo com o pensamento de Deus. A segunda epístola apresenta “a Casa” quando esta foi arruinada pelo fracasso do homem e, em sua ruína, ficou semelhante a uma “grande casa”, na qual “não somente há vasos de ouro e de prata, mas também de pau e de barro; uns para honra, outros, porém, para desonra” (2 Tm 2.20). O crente que uma vez tenha visto a verdade da Igreja ou assembléia como a Casa de Deus, tal como ensinam as Escrituras, talvez não encontre nada ao seu redor que corresponda ou se ajuste a esta verdade, O que principalmente podemos ver na cristandade é uma “grande casa”, na qual há vasos, uns para honra e outros para desonra. Será que a Palavra de Deus dá instruções para o Seu povo em condições como estas? Sim, ela mesma nos dá a resposta.
Se desejamos andar neste mundo de acordo com o propósito de Deus, devemos aprender que, por maior que seja nossa inteligência natural, por mais que nossa mente tenha sido instruída, por maior que seja nosso conhecimento das Escrituras, e por mais sinceros que sejam nossos desejos, se confiarmos em nossa inteligência não poderemos achar a senda de Deus para o Seu povo, em meio à confusão reinante na cristandade. Não somos capazes de encontrar o caminho por nós mesmos, em meio às crescentes dificuldades, face à contínua oposição à verdade; ou de nos desembaraçarmos das várias questões e dificuldades que continuamente surgem.
Após reconhecermos claramente nossa total incompetência, poderemos aprender que não nos é dado achar nosso caminho como melhor possamos fazê-lo, e que Deus nunca esperou de nós que tivéssemos alguma sabedoria ou capacidade em nós mesmos, para andar de acordo com os Seus pensamentos. Bem pôde o Senhor dizer: “Sem Mim nada podeis fazer” (Jo 15.5).
Deus tem feito provisão para que conheçamos a Sua vontade.
Há três coisas que devemos recordar:
1. Temos uma Cabeça no céu: Cristo na glória é a Cabeça de Seu Corpo, a Igreja; e toda a sabedoria está na Cabeça. Nós não temos nenhuma sabedoria em nós mesmos. E de extrema importância deixarmos nossas próprias “cabeças” e olharmos para Cristo como “a Cabeça” que nos guia. Se confiarmos em nossas próprias “cabeças “, não estaremos, na prática, “ligados à Cabeça” (Cl 2.19).
2. O Espírito Santo, uma Pessoa divina, está na Terra. O Senhor sabia que Seu povo não seria capaz de manter-se, por si mesmo, em um mundo do qual Ele estaria ausente. Antes de partir, Ele disse: “E Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; o Espírito de verdade... Esse vos ensinará todas as coisas” (Jo 14.16,17,26). A defesa e a manutenção desta verdade não depende dos crentes, mas da presença contínua do Espírito de verdade.
3. Temos a Santa Escritura que, “divinamente inspirada, é proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra” (2 Tm 3.16,17), e que nos mostra “como convém andar na Casa de Deus, que é a Igreja de Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade” (1 Tm 3.15). Mas numa época em que a Casa de Deus foi convertida em uma ruína, e quando já não temos mais a realidade da verdade, o homem de Deus tem todavia a infalível autoridade das Escrituras, por meio das quais pode verificar todas as coisas.
Contudo, em hipótese alguma a ruína do cristianismo, qualquer que seja o seu grau, poderá alterar a Cristo, ao Espírito Santo, ou as Escrituras. Cristo continua sendo a Cabeça no céu, com toda a sabedoria necessária para o Seu povo, tanto para estes últimos tempos, como o foi nos primeiros dias da cristandade, O Espírito Santo habita entre os que crêem com inalterável poder para guiar e reger. As Sagradas Escrituras permanecem com sua autoridade suprema e inalterável.
Não obstante, a cristandade, como um todo, tem posto de lado a Cristo, ao Espírito Santo e as Escrituras. Os grandes sistemas religiosos dos homens têm retido o nome de Cristo, enquanto têm abolido a Cristo como Cabeça no céu, nomeando-se cabeças terrenas. Roma tem seu Papa; a igreja grega, seu Patriarca; as igrejas protestantes, seus reis, arcebispos, presidentes ou moderadores. Por conseguinte, nesses grandes sistemas, pouco ou nenhum lugar é deixado ao Espírito. A máquina religiosa e os artifícios carnais do homem têm excluído o Espírito. E finalmente, os homens têm lançado o mais implacável ataque contra as Escrituras, manipulando-as ao seu bel-prazer, até ao ponto de não restar quase nenhuma seita na cristandade que mantenha um certo grau de reconhecimento de que TODA a Escritura é “divinamente inspirada” (2 Tm 3.16).
O que devemos fazer? As Escrituras nos respondem definitivamente o que nós devemos manter e como devemos atuar sobre dois grandes princípios:
1. Separação de tudo o que é contrário à verdade de Deus — Tudo quanto seja uma negação da verdade da Igreja; tudo quanto negue a Cristo como sendo a única Cabeça de Sua Igreja; tudo quanto negue ao Espírito Santo como sendo nosso todo suficiente guia, e tudo quanto negue as Escrituras como sendo nossa absoluta autoridade, a qual permanece imutável.
2. Associação com tudo quanto está de acordo com Deus — Depois de termos nos apartado do mal, as Escrituras insistem neste outro ponto igualmente importante. Em poucas palavras, “cessai de fazer o mal, aprendei a fazer o bem” (Is 1.16,17).
O que nos dizem as Escrituras quanto à separação do mal? Todos devemos admitir que a separação deste mundo ímpio foi sempre necessária para o povo de Deus em todos os tempos; todavia neste tempo em que a cristandade encontra-se corrompida, temos instruções especiais para uma separação em três aspectos:
1. Separação de todo sistema religioso, que é uma negação da verdade de Cristo e da Igreja. “Saiamos, pois, a Ele fora do arraial, levando o Seu vitupério” (Hb 13.13). O arraial (ou acampamento) era o sistema judaico estabelecido originalmente por Deus. Era composto de um povo em um relacionamento exterior com Deus, com uma ordem terrena de sacerdotes. É evidente que os sistemas religiosos da cristandade foram formados sob o modelo do arraial ou acampamento. Geralmente são compostos de uma mistura de convertidos e inconversos. Tais sistemas são, definitivamente, de um apelo ao homem natural, pois têm seus santuários terrenos, seu ritual e sua ordenação humana de sacerdotes ou líderes que se colocam entre o povo e Deus. E assim, imitando o arraial ou acampamento, os cristãos puseram de lado a Cristo como a Cabeça, ao Espírito Santo como guia, e a~ Escrituras como autoridade. Se quisermos dar a Cristo o Seu verdadeiro lugar, devemos, em obediência à Palavra de Deus, sair “a Ele, fora do arraial, levando o Seu vitupério” (Hb 13.13).
2. As Escrituras também nos ensinam, de uma maneira muito clara, separação da má doutrina. “Qualquer que profere o nome de Cristo aparte-Se da iniqüidade” (2 Tm 2.19). Todo aquele que confessa o nome do Senhor, por sua profissão de fé. identifica-se com o Senhor, e é responsável de apartar-se da iniqüidade. Está bem claro que esta passagem está se referindo à “iniqüidade” como sendo más doutrinas. Não devemos associar a iniqüidade com o nome de Cristo. Pode ser que seja muito custoso agora nos separarmos da iniqüidade, mas qual é a estima que temos de Cristo?
3. Estas mesmas Escrituras nos pedem para nos separarmos de pessoas más. 2 Timóteo 2.20 nos fala de “vasos para honra e vasos para desonra”, e o versículo seguinte diz que devemos nos purificar dos vasos para desonra, para sermos vasos para honra, “santificado e idôneo para uso do Senhor” (2 Tm 2.21). Aqui está se referindo às pessoas e não meramente a doutrina. Em outras palavras, à medida que nos separamos destes vasos – pessoas, não apenas suas doutrinas – somos santificados e feitos úteis para uso do Senhor. Não é suficiente o não apoiar suas doutrinas, pois só pelo fato de se estar associado a eles há contaminação com o mal. Todos os esforços possíveis têm sido feitos, na cristandade, para debilitar a força desta passagem.
Assim, as Escrituras nos ensinam, com toda evidência, a separação dos sistemas os quais são uma negação da verdade; das falsas doutrinas, que negam a verdade, e dos vasos para desonra, pessoas que não praticam a verdade.
A separação. ainda que necessária, é sempre negativa, mas deve ter também algo que seja positivo. Isto nos leva ao segundo e grande princípio: associação com o bem. Devemos seguir “a justiça, a fé, o amor, e a paz com os que, com um coração puro, invocam o Senhor” (2 Tm 2.22).
Primeiro deve haver a justiça ou retidão. Qualquer que seja a profissão de fé que o homem faça, se não há nenhuma evidência de justiça prática, não pode estar de acordo com Deus. Mas a justiça não é bastante; o que é justo e o que é injusto não são suficientes para determinar o caminho do cristão. Ele deve, por princípio, fazer o que é justo. mas para andar com desembaraço no caminho do Senhor se requer fé. Portanto, com a justiça, deve haver a fé. E a justiça e a fé preparam caminho para o amor. Se o amor não é garantido pela justiça e pela fé, se degenerará em mero afeto humano. o qual será usado como desculpa para não se atuar com firmeza e para passar por alto o mal. Logo estas qualidades conduzem à paz — não a uma paz desonrosa que faz compromisso com o mal, com a incredulidade e com a inimizade, mas uma paz honrosa, que resulta da justiça, da fé e do amor. Se seguirmos assim estas formosas qualidades, encontraremos outros que estão fazendo o mesmo — aqueles ‘que, com um coração puro, invocam o Senhor” — com os quais devemos nos associar. A separação não significa o isolamento. As Escrituras nos mostram que sempre haverá aqueles com os quais poderemos estar associados ou reunidos.
Portanto, estas passagens das Escrituras fornecem, ao povo de Deus, instruções precisas para os dias de hoje. Não nos sugerem, nem uma só vez, que saiamos fora da Casa de Deus. Para fazê-lo, teríamos que sair totalmente fora deste mundo. Mas do mesmo modo que não podemos sair da Casa, somos responsáveis de nos apartarmos do mal que há dentro da Casa. Não nos é dito que voltemos a construir a Casa.
É, portanto. nossa responsabilidade, andarmos na luz do que foi no princípio, e que todavia ainda existe sob o olhar de Deus, e isto apesar de todo o fracasso do homem. Estas três coisas são necessárias:
— O reconhecimento de Cristo como “a Cabeça”.
— O governo e guia do Espírito Santo.
— O atuar de acordo com as Escrituras.
“Cristo amou a Igreja e a Si mesmo Se entregou por ela” (Ef 5.25).
Querido leitor, está o seu coração pronto para corresponder a isto?
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Mt 5:14 "Vós sois a luz do mundo"