sexta-feira, 12 de junho de 2009

Cristo x A Religião dos Homens- Silvio Maria

Extraído do Blog Alimento Sólido; dos Irmãos de Rio Grande-RS .
Espero que o que vai ser compartilhado com os amados irmãos possa, mediante a graça do Senhor, ajudar a modificar a situação das Igrejas do nosso País.
Este blog tem a certeza que está ministrando a homens conscientes da necessidade de uma restauração das igreja fazendo-as retornar a pura palavra de Deus, a fim de que através da palavra de Deus encontre os princípios que regem a Igreja do Senhor Jesus nesta terra.
Não vou me deter em detalhes doutrinários ou responder as mais diversas bases teológicas, mas simplesmente dar o alerta, tocar a trombeta para aquele que tiver ouvidos que ouça o que o Espírito diz as igrejas.
Me dirijo especialmente a todos que sentem a sua responsabilidade na causa do Senhor a todos que tem algum tipo de encargo ou responsabilidade pelo rebanho do Senhor.
Tenho falado muito sobre crescimento espiritual e de como obter a maturidade espiritual e creio que este momento é o momento oportuno para compartilhar sobre a situação das Igrejas no Brasil e no mundo. Mesmo sabendo que irei ser mal interpretados mesmo assim desejo ser fiél ao nosso Deus, não querendo agradar a homens mas agradar ao nosso Deus.
E antes que você se levante para se opor ao que vai ser dito, faça o favor, leve humildemente diante do Senhor tudo o que vai ser compartilhado. Amém.
Ao iniciar este importante assunto para a vida das Igrejas do Brasil e no mundo, quero dizer que a história ao lado da palavra de Deus é a grande mestra sobre os assuntos da igreja de hoje, da igreja dos nossos dias.
O nosso Deus tem permitido que o acervo da história registre as lutas, os gemidos e as agonias que homens e mulheres de Deus travaram e experimentaram no firme desejo de servir ao Senhor.
O nosso Deus também permitiu que a pena dos historiadores fosse realmente implacável ao descrever as divisões doutrinárias, o orgulho, o autoritarismo e as divisões que marcaram profundamente a igreja dos séculos passados bem como do presente.
A verdade é que muitos fiéis homens de Deus do passado pagaram o preço para que hoje tenhamos a palavra, a fé e os ensinamentos preservados até nossos dias pelo poder do Espírito Santo do nosso Deus, capacitando homens que realmente viveram exclusivamente para o nosso Deus.
Foram homens guardadores da fé ,aguardando todas as coisas. Em At 3:21 nos diz: “Ao qual é necessário que o céu contenha Cristo até os tempos da restauração de todas as coisas de que Deus falou por boca dos seus profetas desde a antigüidade.”Portanto amados irmãos não podemos desprezar que homens do passado estiveram em alerta, tapando a brecha, pagando o preço, alguns até mesmo ignorados no processo histórico, prepararam o caminho para a restauração da igreja que hoje todos nós também anelamos, quer consciente ou inconscientemente, você sabe que algo necessita ser restaurado.
Estamos bastante cientes de que o Senhor não tem prazer em que rememoremos os fracassos de seu povo ou que fiquemos a lamentar sobre os fracassos do passado.
Mas procurando me esquivar de detalhes, quero mostrar alguns pontos importantes aos nossos amados irmãos, sobre a história passada da igreja e também que sirva de advertência para os nossos dias.
Ø Em primeiro lugar no período que foi do ano 30 a 100 d.C a igreja é um instrumento poderoso que minou o império romano trazendo Jesus como Kyrios ou seja o Senhor para o mundo. Entretanto logo após a morte do apóstolo João tudo indica que o poder começou a cair na igreja, inclusive Nero e suas perseguições foram neste período muito grandes e implacáveis.
- Por volta de 130 d.C desaparece o ministério profético e a falta da imposição de mãos. Por volta de 150 d.C começa desaparecer muitas evidências do estar cheio do Espírito Santo e dos dons espirituais e o povo já não tinha um encontro vivo com o Espirito.
- Por volta de 160 d.C desaparece a pluralidade de presbíteros e começa então os bispos monárquicos.
- Por volta de 180 d.C as igrejas perdem autonomia como igrejas locais.
- Por volta de 200 d.C as igrejas já não dão muito valor ao batismo nas águas e pouco antes por volta de 185d.C há o primeiro registro de batismo de crianças.
- Por volta de 210 d.C começa uma grande distinção entre o clero e os leigos, o clero passa a ser os sacerdotes.
- Por volta de 225 d.C foram criados os credos de fé para se receber novos membros nas igrejas.
- Por volta de 240 d.C o mundanismo entrou na igreja, a vida de santidade tornou-se irreal para muitos.
- Por volta de 313 d.C Constantino tornou-se o governador do grande império romano e escolheu o cristianismo como a melhor das religiões. O estado e a igreja se tornaram um.
- Por volta de 350 d.C o cristianismo se transforma na religião oficial do império e todos que não pertencem a igreja foram perseguidos. Neste ponto perdeu-se a ênfase de ser aceito pela igreja pela salvação ou justificação pela fé.
- Por volta de 380 d.C Teodósio fez de Roma a capital do império religioso e autoridade final sobre o assunto religioso.
- No ano de 392 d.C Teodósio declara que toda forma de adoração fora da igreja deveria ser punido com a morte.
- De 400 a 484 o rito do batismo perdeu o seu valor e o clero estava isento de impostos.
Acredito que até aqui já temos dados suficientes para vermos como o declínio da igreja foi terrível. Por isso amados irmãos teremos que pular quase 800 anos da história para começarmos a ver os ventos de restauração da igreja do Senhor, aleluia Ele é que restaura o seu povo.
Vamos mencionar alguns dos principais acontecimentos que contribuíram para a renovação da igreja do Senhor e que tem alcançado até os nosso dias.
- De 1182 a 1223d.C surge o período de Francisco de Assis. Francisco procura voltar aos princípios de Mateus 5,6,7. Começa uma vida piedosa, abandona as riquezas e passa a pregar aos pobres e desamparados e a viver uma vida simples. É o primeiro alvorecer da reforma. Junto com Francisco de Assis surgiu Pedro Valdo que deu origem aos Valdenses excomungados da igreja católica romana, organizaram-se traduzindo a bíblia na linguagem do povo e distribuíram porções bíblicas ao povo.
- Por volta de 1375d.C João Wyeliff em meio a problemas políticos religiosos entre Inglaterra e Roma prega que não deve haver distinção entre o clero e o povo e combate a transubstanciação. Havia um vento de reforma na Europa, havia um desejo por uma volta a Deus e a sua palavra. É neste momento que surgem os anabatistas e os menonitas, separando-se da igreja católica.
- Por volta de 1492 a 1559 d.C Meno Simons, e Martinho Lutero, trazem a justificação pela fé.
- Por volta de 1731 d.C o conde Zinzendorf na Saxônia amparou os irmãos da bondade obra de Jonh Hus da Tchecoslováquia. Irmãos esses perseguidos da moravia por causa da sua fé.
- De 1731 a 1791 d.C João Wesley é levado a conhecer o Senhor pelos moravianos e daí surge a herança pentecostal.
- De 1828 a 1829 Jonh Nelson Darby na Inglaterra, conhecido como movimento dos irmãos. Esse movimento produziu grandes homens como Willian Kelly, Mckintosh e Darby.
- Por volta de 1865 surge na América um homem que após uma profunda experiência de cura divina começa a pregar e a evangelizar. Simpson organiza a aliança cristã e missionária, aqui inicia-se mais diretamente a pregar-se o enchimento com Espírito Santo e a cura divina para os enfermos.
- No início do séculoXX o movimento pentecostal era puro, era sádio sem razão denominacional, realmente uma verdadeira igreja. Aquilo que hoje se conhece esta distante dos relatos da história.
Queridos e amados irmãos, hoje temos de cuidar, temos de vigiar para não cairmos nos mesmos erros dos homens do passado.
O que deixaremos para a geração que nos sucederá, a fim de que não errem como no passado? O que devemos fazer para não perdermos de vista a visão da igreja sem sermos um grupo fechado, sectário, orgulhoso, mundano e sem o Espírito.
Nossos pais erraram por que lhes faltou visão mais clara uma revelação mais clara sobre o que realmente é a igreja ; que a igreja é um ato soberano do nosso Deus para cumprir a sua economia para cumprir o seu plano e seu supremo propósito.
Infelizmente ainda hoje no século XXI a quase 2000 anos de história da igreja a quase 2000 anos da morte e ressurreição do Senhor Jesus, no qual pagou alto preço pela sua igreja, apesar de todo este tempo muitos de nós crentes muitos de nós cristãos muitos de nós filhos de Deus ainda estamos confusos acerca da igreja.A pergunta que mais se houve por ai é: qual é a igreja certa? Qual e a igreja certa? Qual é a igreja certa? Existem dezenas de denominações nas cidades, e centenas de denominações no estado e existem milhares de denominações no mundo e o pior que todas presumem ser a igreja verdadeira.
Esta palavra este compartilhar é um alerta , é um apelo aos que desejam ser verdadeiros cooperadores de Deus.
Será que o Senhor Jesus queria deixar seus discípulos em uma tal confusão? Amados irmãos quando estivermos no céu, serão toleradas as seitas, será que serão toleradas as divisões?
É claro, certamente que não é a resposta que se houve. Mas por ventura agora neste momento já não estamos ressuscitados e assentados com ele nos céus.
Conf. Ef 2:6: “E juntamente com Ele Cristo Jesus nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais com Cristo Jesus.”
Portanto o corpo ressurreto de Cristo Jesus é um só corpo, composto de todos crentes de cada nação. E estamos assentados nos céus.
Em Jo 17:24 nos diz que todos os que crêem são um com Cristo nos lugares celestiais.
Que Deus o nosso Deus condena a divisão, nenhum dos que se submetem a autoridade da palavra de Deus irá negar.
O apóstolo Paulo diante do primeiro sinal ou embrião das divisões, disse em ICo 1:10-13: “Rogo, porém irmãos pelo nome do nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa, e que não haja entre vós divisões... cada um de vós diz: eu sou de Paulo, e eu de Apólo e eu de Cefas, e eu de Cristo, esta porém Cristo dividido?"Tenho absoluta certeza quanto a vontade do Senhor nestes dias, quando cada um diz: eu sou de ROMA, eu sou LUTERANA, eu sou ASSEMBLEIANA, eu sou METODISTA. eu sou EXÉRCITO DA SALVAÇÃO, eu sou LUZ PARA OS POVOS, eu sou ADVENTISTA, eu sou QUADRANGULAR, eu sou da GRAÇA, eu sou da CHAMADA MISSIONÁRIA, eu sou sou BATISTA, eu sou UNIVERSAL.
Amados irmãos Deus roga a todos os crentes, pela glória e preeminência do nome do Senhor Jesus que não haja divisões.
Deus não tolera nenhum nome ou divisão.
Permitir qualquer outro nome que não seja o nome de Cristo Jesus é rebaixar seu bendito nome. Se a vontade de Deus é que não haja divisões, como podemos pertencer a qualquer delas, ou como poderemos apoiar qualquer divisão, sem estar desobedecendo a vontade de Deus, tendo diante de você a santa palavra do nosso Deus.
E ainda para que não haja engano o Espírito de Deus fala de novo sobre o tema dizendo: “porque ainda sois carnais, pois havendo entre vós inveja contenda, divisões não sois porventura carnais.”
Se você querido irmão faz parte de um cisma., se você querido irmão faz parte de uma divisão no corpo de Cristo, lamento te dizer você ainda é carnal você não é espiritual.
Efésios 4:1-4 nos diz que há um só Corpo um só Espírito.
Todos os crentes são um nO Cristo ressuscitado, e a vontade de Cristo Jesus é que essa unidade seja manifestada ao mundo inteiro. Em Jo 17:21-23 diz que: “Para que todos sejam um, como tu ó pai o és em mim e eu em ti que também eles sejam um em nós para que o mundo creia.”
E outra vez diz: “Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim, e que os tem amado a eles como me tens amado a mim.”
Amados irmãos em lugar de divisões terrenas e discórdias, o bendito Senhor deseja que nós manifestemos ao mundo nossa unidade com Ele. Apesar do fracasso dos nosso dias, não estamos dispensados da fidelidade a Cristo Jesus, não podemos pertencer ou nos identificar com qualquer coisa que desonre a ele ou seja contrário a sua vontade.Até agora amados irmãos tenho demonstrado não só pela história da igreja mas também pela palavra que as divisões são inteiramente contrárias a vontade do Senhor. Portanto todo crente que deseja andar em conformidade com a palavra de Deus deverá separar-se de todas as divisões do corpo de Cristo.
O que estou apresentando aqui é um caminho que já tem sido percorrido por muitos servos de Deus, é um caminho difícil, porém quando é que foi fácil a senda da fé?
Esse foi o caminho dos profetas de Deus para edificação do seu tabernáculo, da sua casa espiritual que somos nós.
Estamos em tempos perigosos. Aquilo que é mau se chama bom.; ao que é bom se chama mau. Podemos perceber que muito do que é chamado cristandade hoje é apenas a religiosidade do homem. O que o homem precisa não é de religião, mas da pessoa viva do Filho de Deus.
Encerrando quero dizer que é um grande erro supor que por nos separarmos de toda divisão denominacional somos melhores do que outros queridos irmãos filhos de Deus que estão nas divisões. Não! Longe de nós pensar isso!!!
É simplesmente porque o filho de Deus Cristo Jesus é digno. Sim ele é digno do sacrifício (que, na verdade é uma alegria) de se deixar todo nome ou divisão e se reunir ao seu nome eternamente bendito.
Nos dias dos apóstolos Jesus era o nome exaltado sobre qualquer outro nome. Exaltar outro nome ainda que fosse Paulo ou Pedro era denunciado pelo Espírito de Deus como carnalidade e divisão no corpo de Cristo. Em Mt 6:10 nos diz: “Seja feita a tua vontade na terra assim como no céu.”
Será que podemos orar assim?
Seria mais honesto admitir: “Pai tenho estado numa divisão por tanto tempo, mas fui iluminado nesta dia e quero fazer a tua vontade sobre a terra como esta no céu.”
Querido irmão, você deseja fazer a vontade de Deus, então seu caminho é bem claro: deixe todo nome e divisão e receba a todos aqueles que ele recebeu para a glória do nome de Jesus. Amém.Contato; ccc.riogrande@gmail.com
Rio Grande - RS

O Racionalismo - William Kelly

Extraído do site www.verdadespreciosas.com.ar , e Traduzido para o Português pelos irmãos da cidade de Alegrete-RS
Download do livreto completo disponível no Filho Varão

1 Coríntios 2:6-16

1. Uso e abuso da razão com respeito às Escrituras

Meu objetivo, ao escrever estas linhas, não é rebaixar o lugar da razão, pois é dada por Deus ao homem. A razão é um admirável e belo instrumento que Deus pôs nas mãos do homem, mas cuja ação não deve sair de sua própria esfera. O racionalismo é o abuso da razão, mas de nenhuma maneira seu resultado necessário. O racionalismo é a razão que se introduz na esfera de Deus e de Sua revelação para negar tanto a um como ao outro, de fato, se bem não abertamente. E isto é precisamente o que me proponho combater, não expondo, como seria fácil fazê-lo, a necedade das pretensões deste sistema e o perigo de suas conclusões, senão, na medida do possível, mediante a apresentação da verdade. O racionalismo não aspira à verdade; ao contrário, seu objetivo constante é fazer incerta a aquisição da verdade. Tende, pois, a voltar a submergir ao homem nessas mesmas trevas de onde a revelação de Deus o tira com absoluta certeza.

O apóstolo, na passagem que acabamos de ler (1 Coríntios 2:6-16), ataca a raiz desta armadilha para o espírito do homem, e o mesmo princípio, não faz falta dizê-lo, se encontra quase por todas as partes nas Escrituras. O próprio fato da existência de uma Bíblia testifica contra as próprias asserções da sabedoria humana, posto que, de um extremo ao outro, a Bíblia afirma que ela é a Palavra de Deus, e não somente que há em suas páginas um elemento divino que a razão deve descobrir e separar dos elementos humanos que o envolvem. Em nenhuma parte de sua Palavra, Deus ensina, nem da a entender, nem admite semelhante asserção.

2. Problemas a nível da autoridade da Escritura

Cristo cita a Escritura como autoridade suprema

Felizmente também, vivemos em uma época da revelação divina na qual podemos introduzir o que todos, exceto incrédulos declarados, devem reconhecer como uma autoridade decisiva. Não faço alusão às hipóteses dos homens, quem quer que sejam. Falo do mais santo e humilde dentre os nascidos de mulher, Daquele que, verdadeiramente homem, não considerou como um objeto de usurpação o ser igual a Deus. Pois bem, a autoridade do Senhor Jesus Cristo deve ser certamente definitiva. Sempre que o Senhor Jesus Cristo cita a Escritura, é como uma norma suprema contra a qual não se pode apelar. Mantém tão plenamente sua autoridade, de maneira que exclui toda idéia de que pudesse se encontrar na Palavra de Deus alguma coisa que possa por de manifesto a debilidade dos instrumentos de barro que a graça de Deus empregou.

Ainda que dada por meio do homem, jamais ela se chama a «palavra do homem», senão a palavra de Deus. Mas mesmo que Deus empregou instrumentos humanos para escrevê-la, estes foram inspirados por Deus de tal modo que, à vez que conservaram seu caráter individual, apresentaram de uma maneira perfeita a verdade de Deus e só isso. Assim se manifesta em parte a sabedoria de Deus na inspiração. Não deixa ao homem de lado, senão que introduz a Deus com uma perfeição invariável, já que se o introduzisse de maneira parcial haveria deixado subsistir o velho elemento das dificuldades e a incerteza [1].

Ninguém dos que recebem as palavras do Senhor Jesus tal como foram dadas por seus discípulos pode negar este fato. Em efeito, é evidente que ele mesmo fala sempre como alguém que nos dá as palavras de Deus, e que ele prometeu a seus discípulos o poder do Espírito Santo, para que possam também comunicar a palavra de Deus. Um de seus principais discípulos foi o grande apóstolo Paulo, quem sem dúvida não conheceu a Jesus nos dias de Sua carne, mas que afirma que ele não é em nada inferior aos mais excelentes em palavras e obras. (João 3:34; 7:16; 14:26; 1 Coríntios 2:13; 2 Timóteo 3; 2 Pedro 3:15-16).

O racionalismo rebaixa a Cristo

Consideremos por um momento a importância deste fato. Não posso admitir que depois de haver reconhecido a bondade, a humildade, a perfeição de Jesus, se discutam suas palavras. É o que faz o racionalismo, o qual põe assim ao desnudo toda sua insensatez. Nada pode ser mais injurioso que falar do Senhor Jesus de uma maneira patrocinadora —por dizer assim—, reconhecer a irrepreensível integridade do Salvador e, ao mesmo tempo, negar a tirar a inevitável conclusão que se deriva de suas palavras e de seus atos. Sei que alguns ousam insinuar que o Senhor Jesus não estava por cima dos prejuízos de seu tempo, e que compartilhava as idéias dos judeus. Pode alguém falar assim e admitir que Jesus é Deus? Acaso tem Deus prejuízos? Acaso Ele não se move por cima das variáveis noções do homem na terra? Pois bem, o Senhor Jesus, durante todo o curso de seu ministério, se ocupou reiteradamente em por em evidência da maneira mais simples e clara, um tema que não cede a nenhum outro em importância vital, que concerne a você, a todo filho do homem, não somente ao crente, senão também ao incrédulo; tema pelo qual toda alma deverá dar conta a Deus. É, pois, impossível achar outra coisa que nos afete de maneira mais prática, mais imediata, mais solene.

Por todas as partes, vemos o Senhor Jesus, primeiro de uma maneira geral e logo também nos menores detalhes, no gozo e na dor, no que concerne aos demais e no que concerne a si mesmo, em sua vida e até em sua morte, em todo momento e em qualquer circunstâncias, lhe vemos por todas as partes mostrando a estima que tem —a estima que Deus tem— da Escritura, da Palavra escrita de Deus. E isto ressalta de uma maneira notável em uma época na que inclusive aqueles que manipulam livremente a Escritura com um espírito que não é o conveniente, devem entretanto aceitá-la como uma autoridade decisiva. Digo isto para os que queriam insinuar que nosso Senhor Jesus, “nos dias de sua carne”, podia haver estado sob a possibilidade de se ver afetado pelas passageiras opiniões de seu século.

Mas, supondo que assim fosse, diriam o mesmo de Jesus ressuscitado? Pretender-se-á que a ressurreição não libere nem sequer a Jesus do que pertence a um mundo no qual os sentidos, a imaginação e as tradições exercem sem dúvida suas diversas influências na mente e a linguagem do homem? Pois bem, o Senhor ressuscitado aparece àqueles que o amavam e que, não havendo compreendido as Escrituras, eram provados profundamente por sua morte. Em uma das conversações mais doces e interessantes, Jesus parte do ponto onde estavam. E de que arma faz uso para convencê-los? Certamente haveria podido extrair Suas palavras das profundidades insondáveis de Sua mente; poderia abrir essas ricas e poderosas fontes de verdade divina que, saindo de Seu coração, haveriam arrancado todas as dificuldades da alma daqueles que se aferravam a ele e que estavam abatidos pelo pensamento da cruz (essa mesma cruz onde Ele realizava sua redenção). Mas não, nosso Senhor toma as Escrituras, a simples palavra escrita de Deus.

Jesus apela a Moisés, os Salmos e os Profetas

Começa por Moisés, cita os Salmos, e os remete aos profetas, recordando assim esta divisão tão conhecida do Antigo Testamento em três partes. Indico este fato porque prova da maneira mais decisiva que as dificuldades de especulação, sobre as quais um número tão grande de indivíduos tem feito naufrágio, não são na realidade mais que seus prejuízos, as nuvens passageiras da opinião do dia e não a verdade de Deus. É falso, é blasfemo pensar que o Senhor, o Criador eterno, cedera aos prejuízos de Seu tempo; o que é certo, é que os homens que fazem estas objeções são arrastados pelos pensamentos profanos de sua época. O Senhor marcou com o selo de sua divina autoridade a Bíblia, toda a Bíblia e nada mais que a Bíblia. Nos a dá precisamente tal como os judeus a possuíam então.

O povo de Israel havia passado por grandes revoluções e por profundas provas. Nesse tempo, as Escrituras do Antigo Testamento teriam que haver sofrido algum erro de transmissão. Era impossível que, sem os mais imediatos cuidados de Deus, as Escrituras transcritas em hebreus somente, houveram escapado a toda alteração durante estas terríveis crises. Até o tempo do Senhor, como se recordará, só se as havia traduzido a uma língua e daí que não se tivera este controle que proporcionam as distintas versões; porque, ainda que as traduções em diferentes línguas possam, além de difundir a palavra de Deus, por em evidência mais ou menos a debilidade humana, entretanto, a comparação destas diferentes versões feitas em diferentes línguas testifica justamente o contrário. O resultado é que, quando estas diversas versões feitas em diferentes tempos e por pessoas tão distintas concordam entre si, ele apresenta, em favor do texto, um tão unido testemunho, que seria necessária uma mente singularmente constituída para escapar de seu poder. Agora bem, em um tempo como este precisamente, quando não existia nem podia existir este tão vasto e unido testemunho que temos hoje, resultado da difusão das Escrituras em todo o mundo e existente em tão grande número de línguas, nosso Senhor apela a Moisés, aos Salmos e aos profetas como testemunhas.

Jesus respondeu a Satanás só com as Escrituras, e este último nunca ousou esgrimir o pretexto que os homens de hoje sugerem
Este tema não deve ser considerado simplesmente desde um ponto de vista geral, senão também em suas aplicações práticas. Sigamos, por exemplo, a nosso Senhor em todas as circunstâncias de sua vida, tanto nas mais ordinárias como nas mais notáveis; ele usa sempre a mesma arma. No deserto, quando é atacado por Satanás, a palavra de Deus é o único meio que Jesus usa para repelir seu ataque; e o próprio Satanás, nesse momento, não se aventura a usar o artifício do que alguns se servem hoje em dia: não insinua que a divina autoridade das Escrituras está comprometida por erros de copista, pela dificuldade de conservar a integridade do texto, etc. O resultado da luta entre o Salvador e o inimigo foi evidente; mas tudo dependia da obediência, de uma fé constante na palavra de Deus. Mais tarde, no curso de seu ministério, em sua marcha de cada dia, o Senhor faz constante referencia às Escrituras, como o árbitro que deve esclarecer toda duvida e por fim a toda controvérsia, como à verdadeira, divina e única solução de todo enigma neste mundo de obscuridade. ( para ler todo o Livreto faça o Download clicando aqui )

Irmãos em Cristo Jesus.

Irmãos em Cristo Jesus.
Mt 5:14 "Vós sois a luz do mundo"