“Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” (Mt 16:18)
Convido meus amados irmãos e irmãs para ponderarmos sobre três tópicos fundamentais que podemos extrair do texto supracitado, os quais o Senhor nos têm revelado para juntos compartilharmos.
São eles: “O FUNDAMENTO DA IGREJA”, “A EDIFICAÇÃO DA IGREJA” e “O TRIUNFO DA IGREJA”.
1º “O FUNDAMENTO DA IGREJA” “...tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja...”Neste tópico há um equívoco interpretativo contrastante com a verdade com relação ao termo “pedra”. “Tu és Pedro” (“petros”, palavra grega designativa de pequenos blocos rochosos, fragmentos de rocha, pedras pequenas, pedras de arremesso). Lamentavelmente, alguns interpretaram indevidamente este verso como se Pedro fosse a principal pedra sobre a qual a Igreja seria edificada. Provavelmente, desta errônea interpretação surgiu-se a heresia católica, a qual estabeleceram Pedro como o primeiro Papa da igreja. Contudo, esta interpretação não tem respaldo ou nexo algum com a clara e consistente revelação das Escrituras, pelo contrário, opõe-se a elas frontalmente como veremos a seguir. Embora numa leitura rápida do verso em referência têm-se a suposição de que esta pedra alude-se a Pedro, numa consideração mais atenciosa percebe-se que isto não é a verdade. Apesar do jogo de palavras contido no texto, não é a pessoa de Pedro que é a pedra fundamental da Igreja. É Cristo mesmo. “Sobre esta pedra (do termo grego “petra”; rocha grande e firme) edificarei a minha igreja...”. Logo, a Igreja seria firmada sobre a Rocha. Jesus é a “petra”, a Rocha sobre a qual Sua Igreja está sendo edificada (seguem-se algumas referências para consideração: Daniel 2.34; Efésios 2.20; Atos 4.11; Romanos 9.33; 1 Coríntios 10.4; 1 Pedro 2.4). “Se a Igreja é o corpo de Cristo, Pedro não poderia ser o cabeça da Igreja. A cabeça desse corpo é o Senhor Jesus”. (Efésios 1.22-23; Colossenses 1.18) Certamente o termo “pedra” aqui mencionado por Cristo na qual a Igreja seria edificada, tem a sua aplicabilidade indiscutível a Cristo, e não a Pedro conforme podemos certificar-nos pelo contexto geral das Escrituras Sagradas. A Bíblia sendo espiritual só pode ser interpretada pela própria Bíblia. As coisas espirituais se discernem espiritualmente. (cf. I Co 2:14) O que Cristo disse é que a Sua Igreja seria edificada a partir da confissão de Pedro a Seu respeito: “..Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo...e sobre esta pedra edificarei a minha igreja...” (Mt 16:16b,18b) Leiamos outros versos que comprovam a veracidade desta afirmação. “A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular; isto procede do SENHOR e é maravilhoso aos nossos olhos.” (Sl 118:22-23) “No Novo Testamento este trecho é aplicado a Cristo como o centro do novo Templo de Deus, a Igreja real”¹. O próprio Cristo fez referência deste texto aplicando-o a si mesmo, mostrando a sorte dos ímpios que rejeitarem o Seu senhorio e a sua salvação; a estes Ele será pedra de tropeço e rocha de ofensa. “Perguntou-lhes Jesus: Nunca lestes nas Escrituras: A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular; isto procede do Senhor e é maravilhoso aos nossos olhos?” (Mt 21:42) Jesus é a pedra fundamental para os que confessam o Seu nome, e tem as suas vidas edificadas nEle, passando então a fazer parte do edifício de Cristo; as pedras vivas da Igreja. Para quem se recusa crer em Cristo, Ele deixa de ser esta pedra que alicerça esta vida, e então torna-se-lhe pedra de tropeço e condenação no julgamento por vir. O próprio Pedro deu testemunho desta pedra perante o Sinédrio enfatizando-O como o único fundamento estabelecido por Deus para a salvação dos que nEle crêem. “Este Jesus é pedra rejeitada por vós, os construtores, a qual se tornou a pedra angular. E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos.” (At 4:11-12) O mesmo apóstolo escrevendo em sua primeira epístola, no capítulo 2 versos 4-8, refere-se a Cristo como a pedra viva posta por Deus e os crentes como pedras vivas sendo edificados sobre esta pedra principal. “Chegando-vos para ele, a pedra que vive, rejeitada, sim, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa, também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo. Pois isso está na Escritura: Eis que ponho em Sião uma pedra angular, eleita e preciosa; e quem nela crer não será, de modo algum, envergonhado. Para vós outros, portanto, os que credes, é a preciosidade; mas, para os descrentes, A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular e: Pedra de tropeço e rocha de ofensa. São estes os que tropeçam na palavra, sendo desobedientes, para o que também foram postos.” Foi Thomas Watson quem disse: “As pessoas que não tem Cristo como Rei para reinar sobre elas jamais terão Seu sangue para salvá-las”. Cristo é o único fundamento inamovível, o alicerce da Igreja e de cada crente, que já foi estabelecido segundo a graça de Deus (cf. I Co 3:10-11), tendo sido lançado pelo Senhor através dos Seus apóstolos e profetas cristãos. A Palavra de Deus é categórica: “edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular; no qual todo edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor, no qual também vós juntamente estais sendo edificados para habitação de Deus no Espírito.” (Ef 2:20-22) Irmãos e irmãs, lamentavelmente após a era apostólica surgiram diversos nomes para a Igreja os quais tem sido a causa de divisões e facções não procedente obviamente, da vontade do Senhor, “porque Deus não é de confusão; e, sim, de paz.” (ICo14:33ª) Foi com muita lógica e percepção que um irmão refletiu: “Quando Paulo foi a Corinto pregar o evangelho e fazer a obra do SENHOR, será que ele estabeleceu uma Igreja "Paulina" com CRISTO como seu fundamento? E Apolo, que também ministrou em Corinto, estabeleceu uma Igreja sobre a base de Apolo tendo CRISTO como seu fundamento? Ou ainda Pedro, que possivelmente também tenha ido a Corinto, formou ele uma Igreja "Petrina" com CRISTO como fundamento? É óbvio que nenhum deles fez isso. Em Corinto não havia uma Igreja "Paulina", nem "Apolônica", nem "Petrina". Sendo assim, que fizeram eles? Quando Paulo foi a Corinto e conduziu as pessoas ao SENHOR, ele estabeleceu a Igreja em Corinto. Sobre que base? Sobre a base de Corinto. Ele estabeleceu a Igreja em Corinto com CRISTO como seu fundamento e sobre a base única da cidade. Quando Apolo foi a Corinto, ele não estabeleceu uma outra Igreja, mas edificou os santos sobre o mesmo único fundamento e sobre a mesma única base, a base de Corinto. Paulo plantou-os naquela base e Apolo regou-os sobre a mesma base. Em 1 Coríntios 1:2 diz-se: "À igreja [no singular] de DEUS que está em Corinto". Paulo, Apolo e Pedro trouxeram seus diversos ministérios a Corinto, mas eles todos edificaram uma Igreja com um fundamento, sobre a única base da unidade...” Oxalá meus irmãos e irmãs isto possa ser igualmente a realidade aqui em Barueri: “À igreja de DEUS que está em Barueri”. Amados irmãos, se a igreja deve ter nome próprio, não pode ser outro a não ser o nome de Cristo. Foi assim que um cristão anônimo registrou: “A igreja é o corpo de Cristo; o corpo de um homem leva o mesmo nome de sua cabeça”. Percebam amados o que Paulo disse em Coríntios1:10-13: “Rogo-vos, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma coisa e que não haja entre vós divisões; antes, sejais inteiramente unidos, na mesma disposição mental e no mesmo parecer. Pois a vosso respeito, meus irmãos, fui informado, pelos da casa de Cloe, de que há contendas entre vós. Refiro-me ao fato de cada um de vós dizer: Eu sou de Paulo, e eu, de Apolo, e eu, de Cefas, e eu, de Cristo. Acaso, Cristo está dividido? Foi Paulo crucificado em favor de vós ou fostes, porventura, batizados em nome de Paulo?” Imaginem só, irmãos e irmãs, alguém dizendo: “Eu sou da Batista”, e outro: “E eu da Presbiteriana”, e ainda outro: “Eu sou da Assembléia de Deus”, etc,.. Perguntaríamos então: Acaso, Cristo está dividido? Foi “a Batista” crucificado em favor de vós ou fostes, porventura, batizados em nome da Presbiteriana? Ah, meus amados! Que possamos estar no mesmo Espírito que testifica: “Em Cristo, a Rocha sólida, estou firme; Todo outro fundamento é areia movediça!” Os nomes denominacionais atribuídos à Igreja pelos homens não são ordenados por Deus e não subsistirão no juízo vindouro. O único nome prevalecente será aquele instituído pelo próprio Deus: “Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai.” (Fp 2:9-11) Concordo com o irmão Silvio Maria que disse:”Nos separamos do Sistema denominacional, simplesmente porque Cristo Jesus, o Filho de Deus é o único digno!...Ele é digno do sacrifício de se deixar todos os outros nomes e divisões e nos reunir somente em seu nome eternamente Bendito”. Após considerarmos os pontos acima, creio ser oportuno levantarmos as seguintes perguntas: Qual é a nossa identidade como Igreja? Qual a base e sobre qual fundamento temos sido edificados? A propósito, a palavra Igreja provém do grego “ekklesia” (assembléia), e significa necessariamente “aqueles que foram chamados para fora”(de todas as nações, tribos, línguas e povos) para serem reunidos em torno do nosso Senhor Jesus Cristo, sob a Sua autoridade e para glorificar o Seu nome. Assim somos identificados como membros da Igreja de Cristo. Usar outros nomes para identificar a Igreja a qual é o seu corpo, penso que está mais para desonra do que para a honra ao Senhor. Que o Senhor nos livre de tudo aquilo que possa desonrá-Lo! “Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo.” (I Co 3:11)
2º “A EDIFICAÇÃO DA IGREJA” “..e sobre esta pedra edificarei a minha igreja,..”
Irmãos e irmãs, aqui está algo que é bem evidente, porém se faz necessário a sua ênfase: A igreja é edificada pessoalmente por Cristo e sobre Ele mesmo. Quão inutilmente vemos muitos líderes tentando edificar “igrejas” sobre outras bases e fundamentos estranhos! O máximo que eles possam fazer com seus esforços dissipa-se sem a orientação divina. “Se o SENHOR não edificar a casa (em nosso contexto; a Igreja), em vão trabalham os que a edificam;...” (Sl 127:1ª) “...e sobre esta pedra edificarei a minha igreja,..” O verbo “edificar” sugere-nos explicitamente o fato de que a Igreja está sob os cuidados e competência do próprio Senhor Jesus Cristo no que tange à sua edificação. Para isto “..ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo,” (Ef 4:11-13) Observem irmãos e irmãs, Ele mesmo é quem concedeu os Seus santos para o bem e aperfeiçoamento do Seu Corpo. Existem muitos falsos apóstolos, falsos profetas, falsos evangelistas, falsos pastores e mestres que não foram enviados pelo Senhor, mas são lobos vorazes. O apóstolo Paulo já advertia a Igreja primitiva sobre a penetração sorrateira destes inimigos no seio da Igreja. “Irmãos, sede imitadores meus e observai os que andam segundo o modelo que tendes em nós. Pois muitos andam entre nós, dos quais, repetidas vezes, eu vos dizia e, agora, vos digo, até chorando, que são inimigos da cruz de Cristo. O destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia, visto que só se preocupam com as coisas terrenas.” (Fp 3:17-19) Notem qual é a inclinação e ênfase destes inimigos da cruz de Cristo: As coisas terrenas. Normalmente, a ênfase desses falsos ministros está voltada a um fim antropocêntrico; isto é, tudo centralizado em conveniência do próprio homem. O irmão Tomaz Germanovix, num estudo bíblico deixou-nos algo muito precioso referente ao ensinamento sobre Cristo e a Sua Igreja. Disse ele: “A Igreja não é uma criação humana, uma organização ou um sistema terreno, ela teve a sua origem no próprio Senhor Jesus. Nenhuma sabedoria deste mundo pode discernir a Igreja, pois se trata de uma realidade espiritual. Assim como o novo nascimento, a Igreja jamais poderá ser compreendida a partir do raciocínio carnal. Somente o Espírito Santo pode nos dar a visão correta da Igreja que Jesus está edificando. No livro de I Coríntios 12:12-13 está escrito: “Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, constituem um só corpo, assim também com respeito a Cristo. Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um só Espírito.” Nesta passagem, observamos que a Igreja é a expressão do corpo de Cristo. Dizendo de outro modo, a Igreja nada mais é do que a expressão do Cristo coletivo. Todos aqueles que foram aceitos pelo Senhor, fazem parte da Igreja de Cristo. O livro de Colossenses 1:18ª, aponta que Cristo é a cabeça da Igreja: “Ele é a cabeça do corpo, da Igreja.” A Igreja é o resultado da união vital entre Cristo e todos aqueles que foram salvos. Isto significa que a Igreja é o corpo de Cristo, e ela tem como único propósito manifestar a vida de Cristo. A Igreja estará em profundas trevas quando não expressar a vida de Cristo. Uma “igreja”que não expressa a vida de Cristo pode ser tudo, organização religiosa, missão, denominação, entidade social, mas, jamais, poderá ser considerada como Igreja que Jesus está edificando. O “único material” que pode ser usado para a edificação da Igreja é o próprio Cristo, pois a vida da Igreja é a vida de Cristo”. “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.” (Jo 15:1,5) Foi William Gurnall quem disse: “A igreja não é nada mais do que Cristo manifestado”. Há um comentário bíblico que considero bastante oportuno neste instante, expressa-se assim: “Quando Cristo é tudo em todos: As divisões desaparecem, as mais apreciadas qualidades aparecem, a compreensão e o perdão tem êxito, o amor une a todos, a paz e a gratidão dominam o coração, a vida se torna exemplar aos outros e Deus é plenamente glorificado”. O apóstolo Paulo disse em Colossenses 3:11 o seguinte: “onde não pode haver grego nem judeu, circuncisão nem incircuncisão, bárbaro, cita, escravo, livre; porém Cristo é tudo e em todos.” “A igreja está em Cristo como Eva estava em Adão”, disse Richard Hooker. Observem meus irmãos e irmãs, Cristo disse: “..e sobre esta pedra edificarei a minha igreja,..” John MacArthur Jr. expressou-se precisamente quando disse: “A Igreja é de Cristo. Ela é de fato, na terra, uma extensão visível da vida de Cristo. O único modo pelo qual você pode ser membro da igreja verdadeira é nascer com a própria vida de Cristo. A única vida que a verdadeira igreja tem é a vida de Cristo. Ao mesmo tempo que somos uma extensão da vida de Cristo, somos certamente uma extensão do ministério de Cristo. Mas é triste dizer que a maioria das igrejas está infinitamente longe deste fato. Muitas são igrejas, apenas em virtude do fato de terem um prédio que se chama igreja”.
3º “O TRIUNFO DA IGREJA” “...e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” A Igreja subsiste por Cristo e para Ele. Ela permanecerá eternamente para a glória do Senhor. Porém, enquanto a Igreja ainda estiver sendo edificada ela sofrerá perseguições e terríveis ataques por parte dos inimigos infernais. Foi Matthew Henry quem disse: “Os seguidores de Cristo não podem esperar melhor tratamento do mundo do que o que o Mestre recebeu”. Mas como dizia Benjamin E. Fernando. “A perseguição é um dos sinais mais seguros da autenticidade do nosso cristianismo”. O mesmo autor também declarou: “Esmagar a igreja é como bombardear um átomo: energia de alta qualidade é liberada em quantidades enormes e com efeitos miraculosos”. Para a Igreja, as batalhas são muitas e constantes, mas a vitória é certa e garantida: “..as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” Isto significa que a Igreja é e sempre será vitoriosa por causa dAquele que a sustenta e dela cuida. Em Efésios 5:29-30 podemos certificar-nos desta verdade: “Porque ninguém jamais odiou a sua própria carne, antes a alimenta e dela cuida, como também Cristo o faz com a Igreja; porque somos membros do seu corpo.” Assim como o pastor permanece com seu rebanho e suas ovelhas dependem totalmente dele quanto ao alimento, água e proteção contra os animais ferozes, assim também Cristo permanece com Seu rebanho, suprindo-o de toda a provisão e jamais o abandonará. Disse-nos o Senhor Jesus Cristo: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas...E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.” (Jo 10:11; Mt 28:20b) “O mesmo Deus que controla o sol cuida do pardal”, quanto mais dos Seus filhos! Irmãos e irmãs, não devemos esperar tratamento vip num mundo que jaz no malígno. “Quem é mais inocente do que Cristo? E quem é mais perseguido? O mundo continua sendo o mesmo”, dizia John Flavel. Mas graças a Deus, a Igreja pertence ao Cordeiro – “O Senhor pelejará por nós” . “..edificarei a minha igreja,..”, disse Cristo. Se olharmos retrospectivamente, veremos muitas pelejas travadas, muitas perseguições contra o povo de Deus, muitos cristãos foram mortos (ver exemplos de fé em Hb11: considerem os versos 32-40), mas em toda a existência da Igreja o Senhor outorgou-lhes plena vitória. E, se olharmos prospectivamente (ver Ap 21), veremos que o Senhor Jesus Cristo cuidará até ao fim da Sua igreja e apresentá-la-á “a si mesmo como igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem cousa semelhante, porém santa e sem defeito.” (Ef 5:27) Não obstante as diversas perseguições e ataques do malévolo contra a Igreja, “se você pensa que está vendo a arca de Deus a cair, pode estar certo de que está tendo vertigens”, pois, “a causa de Deus nunca corre perigo; o que Ele começou na alma ou no mundo levará até ao fim”. O que concerne à Igreja de Cristo o Senhor levará a bom termo. “O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é o que vos chama, o qual também o fará. Que diremos, pois, à vista destas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas? Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.” (I Ts 5:23-24; Rm 8:31-32,37-39) Graças a Deus, o Senhor está edificando a Sua “Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” Amém!
Para a Edificação do Corpo de Cristo!! Mateus 5:9 Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos maduros de Deus.
sábado, 1 de agosto de 2009
sexta-feira, 3 de julho de 2009
Indo para a vida no Espírito- Arcadio Sierra Diaz
Traduzido para o Português pelos irmãos da Cidade de Alegrete-RS
Ósculo santo
Hoje, antes de começar a reunião, saudamo-nos com os irmãos que já tinham chegado, e com quase todas as irmãs nos saudamos com ósculo santo, conforme diz a Palavra de Deus em Romanos 16:16; 1 coríntios 16:20; 2 coríntios 13:12, e 1 Tessalonicenses 5:26. É uma sã recomendação do apóstolo Paulo. Claro, entre nós os latino-americanos, entre os homens não acostumamos nos saudar com ósculo, porém é um costume ancestral em muitas culturas atuais, entre elas os russos, os árabes e outras. Na Igreja, desde seus começos era uma amostra de sincera fraternidade. Em nossa saudação o ósculo é santo porque está livre de algo incoerente, de formalidade e hipocrisia; também o ósculo é santo porque vai revestido de sinceridade, sem prejuízos sociais e raciais, e desde começo se acostumava entre pessoas do mesmo sexo. De que era um costume nos tempos do Senhor Jesus, comprovamo-lo nas Escrituras com o caso do Judas Iscariote quando assinalou a identidade do Senhor lhe dando um beijo. Por isso o Senhor lhe disse: "Judas, com um beijo entrega ao Filho do Homem?" (Lc. 22:48). Isso nos mostra que era normal saudar-se de beijo entre os homens em Israel, e mais tarde sobre tudo na Igreja. Por essa razão quando Paulo diz aos romanos, aos coríntios e aos tessalonicenses: "saudai-vos os uns aos outros com ósculo santo", referia-se também à saudação entre os irmãos varões. É bem difícil que entre nós se chegue a dar este costume, por nossa arraigada tradição. O ósculo, em tanto que seja sincero e despojado de outras motivações que não seja o amor fraternal, é santo.
Um acordo do Espírito
Nestes dias o Senhor nos veio inquietando, aos que temos a responsabilidade de ensinar nas reuniões da obra, tanto das sextas-feiras como dos primeiros domingos de mês, a fim de que, sem que nos tivéssemos posto de acordo, mas sim pelo guiar do Espírito Santo, demos seqüência a um tema espiritual que o Senhor está interessado que se ensine aos irmãos. O Senhor quer algo de nós, e para isso nos quer ensinar o pertinente; quer-nos ensinar e revelar tudo o que precisamos saber e viver; mas Ele não quer que esses ensinos fiquem só no terreno da mente; se é que sequer permanecem aí.
O Senhor Jesus, em sua oração sacerdotal contida no capítulo 17 do evangelho do João, diz ao Pai: "3 E esta é a vida eterna: que conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste". O conhecer Deus e a Seu Filho Jesus Cristo transcende o mero conhecimento objetivo, embora o conhecimento objetivo seja extremamente importante; mas ali se refere o Senhor mais que tudo a um conhecimento subjetivo de Deus e de Seu Cristo, o qual necessariamente não se pode obter sem a ajuda da revelação. Uma pessoa pode ter estudo superior de teologia e divindades, e pode ter adquirido muito conhecimento objetivo, e não necessariamente subjetivo. Isso pode ocorrer; como também pode chegar o momento em que tenha ambos os conhecimentos, quanto mais avançamos no conhecimento de Deus subjetivamente, mais desejamos lhe conhecer e caminhar com Ele, e mais nos empenhamos em lhe pedir que nos encha de Seu Espírito; e nosso interesse pelos interesses do Senhor se vai acrescentando. Atreveria-me a conceituar que é como uma progressão geométrica.
Nestes dias o Senhor nos inquietou a ensinar um pouco destes tópicos, da cruz, da negação da vida do eu, da segurança da salvação, da vida de ressurreição, da crucificação do velho homem; e nos guiou à análise de alguns textos da carta de Paulo aos Romanos. Por exemplo, na sexta-feira passada, o irmão Maximino Ramírez expôs seu ensino apoiando-se nos primeiros versículos do capítulo 8 dessa epístola. Hoje abro a Bíblia e não posso apartar minha atenção desse mesmo capítulo. Então olhemos, novamente, o que nos quer seguir ensinando o Senhor nesse texto. Esse texto se converteu como em um manancial inesgotável de sabedoria e de conhecimento de Deus.
Condenação subjetiva
Leiamos, pois, em Romanos 8: "1 Agora, pois, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus". Pois bem, assim como há um conhecimento objetivo e outro subjetivo, assim também ocorre em relação à condenação. Quando aqui diz: "nenhuma condenação", esclarecemos que também há uma condenação objetiva e uma condenação subjetiva. A qual das duas se refere Paulo aqui? Se tu leres com atenção do começo da carta de Paulo aos Romanos, do versículo 1 do capítulo 1 até o versículo 20 do capítulo 3, dar-te-á conta que Paulo ali fala da condenação objetiva. Por exemplo, entre outras coisas, fala contundentemente de que os gentios estão condenados, porque são culpados ante Deus; igualmente os judeus são culpados diante de Deus, e estão condenados. O mundo inteiro é culpado ante Deus; fala de que pelas obras da lei nenhum ser humano será justificado. Diz que a lei te condena, pois você não pode cumprir a lei, de maneira que em toda a humanidade, todos os homens estão destituídos da glória de Deus.
Mas Romanos 8:1 já não se refere a essa condenação objetiva, porque aqui fala depois da regeneração do crente. Quando lemos ao final do capítulo 6 de Romanos, encontramos a seguinte afirmação: "22Mas agora que fostes libertados do pecado (já há a vida de Cristo no crente) e feitos servos de Deus (antes éramos escravos do pecado e agora somos servos do Senhor), tenheis por seu fruto a santificação, e como fim, a vida eterna. 23Porque o pagamento do pecado é a morte (isso é o que engendra o pecado), mas a dádiva (o presente imerecido) de Deus é vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor".
Se nós passássemos por cima o capítulo 7 de Romanos, indo imediatamente ao capítulo 8, depois de ler a anterior declaração, e lemos no 8: "1 Agora, pois, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus", essa condenação seria objetiva. Se não levarmos em conta o capítulo 7, a condenação de que fala o capítulo 8 seria objetiva. Mas esta condenação de que fala aqui não é objetiva, é subjetiva, porque existe o capítulo 7. O capítulo 7 da carta do Paulo aos Romanos não pode deixar de existir, porque nós quando fomos regenerados quando cremos em Cristo, ainda em nós segue existindo uma lei, dentro de nós segue uma força, aí permanece um princípio maligno que se chama pecado, e continua ativo o velho homem, enquanto não for tratado, na multidão de crentes, o qual faz que o crente possa parecer suscetível de condenação, e até possa chegar ao convencimento de que está a bordo de perder sua salvação. Por isso freqüentemente há uma luta interior no cristão, luta que Paulo descreve no capítulo 7.
Não posso fazer o bem que quero
Diz Paulo: Quero fazer o bem; com minha mente eu quero fazer o bom; mas encontro que em meus membros há uma força, uma lei, um poder que me arrasta e me obriga a fazer o que eu não quero. Aqui, neste lugar, o Senhor está falando com alguém. Aqui há alguém que precisa escutar isto. Se você for um crente, já tem uma poderosa salvação, tem um poder em ti mais forte que aquela força que te escravizou até o dia de hoje. E esse novo poder mora em ti, e mora em mim, e está ali, e quer crescer; precisa crescer e desenvolver-se; precisa abrir passo; precisa demolir o que em nós é antigo, o que arrastamos que nossa velha maneira de viver. Eu não posso fazer o bem que quero; e isso também é assim mesmo para “o melhor homem” diria o apóstolo Pedro, e todos seguimos manifestando. Quero fazer o bem e não posso. Há uma lei, uma poderosa força que me impede isso.
Irmãos, assim como há leis naturais e cósmicas, como a lei da gravidade, também há leis espirituais. O diabo mesmo se rege por leis. Como seria tudo se assim não fosse? O diabo não se move nem faz as coisas a seu capricho. Por exemplo, o diabo não podia se meter com a vida de Jó nem com a de Pedro se antes não recebesse a autorização de Deus. O diabo necessita da autorização de Deus ou a tua própria. Quando o diabo começa a te usar, é porque você está lhe abrindo alguma porta de acesso e lhe dá carta branca para que te use. O diabo não tem poder algum sobre nós os ungidos de Deus, mas dentro de nós há um princípio que ele injetou, e estará ali até que este corpo se apodreça. E por isso é que nós não podemos chegar à glória com este corpo, porque esse princípio não sai de nós até que este corpo desça ao sepulcro. Na glória teremos um corpo glorificado. Este corpo será um dia ressuscitado em glória, e no corpo glorificado não aninhará essa lei de maldade.
Então, irmãos, por esse motivo tem que existir o capítulo 7 da epístola aos Romanos; porque nós temos que nos dar conta que nós trazemos ainda em nós intrinsecamente certas forças e princípios que nos fazem mal. Mas graças ao Senhor que um dia conhecemos Cristo, e esse dia nos veio a vida eterna ; veio-nos a vida que não foi criada; chegou-nos a vida divina, que jamais vai sair de nós; e essa vida que traz o Espírito, é a vida de Deus em nós. O capítulo 8 de Romanos fala do Espírito e da vida. O tema central deste capítulo o constitui esses dois aspectos: Espírito e vida.
O Espírito é o que dá vida
Em nosso interior se travam umas lutas tremendas. No capítulo 6 do evangelho de João, o Senhor se mostra como o verdadeiro pão do céu, nosso verdadeiro alimento; e ali diz o Senhor que nós temos que nos alimentar Dele, de Sua carne e de Seu sangue, e o caso é que os mesmos que andavam com Ele se escandalizaram, e interrogaram seriamente o Senhor sobre isso. Diz a Palavra: "60 Ao ouvi-lo, muitos de seus discípulos disseram: Dura é esta palavra; quem a pode ouvir? 61 Sabiendo Jesus em si mesmo que seus discípulos murmuravam disto, disse-lhes: Isto lhes ofende? 62 Pois o que (o Senhor lhes formula uma segunda pergunta), será, pois, se virdes o Filho do Homem subir para o lugar onde primeiro estava?" Nesses momentos Seus discípulos somente viam o Senhor na carne. Ontem, sábado, quando estávamos na classe da escola da obra, o Senhor nos guiava a meditar nesse aspecto, que não devemos nos olhar na carne. Se nós continuamos nos olhando na carne, irmãos, aonde vamos chegar? Se mesmo a Cristo um dia olhamos na carne, hoje não devemos olhar mais assim. Eles, Seus discípulos, nesses momentos o estavam olhando na carne. de repente estavam imaginando uma parte da carne do Senhor, gotejando sangue, e disseram: Quem pode sequer escutar semelhante coisa? Uma coisa é estar na carne, e outra muito diferente é estar no Espírito. Por isso o Senhor lhes diz: "Que será, pois, se virdes o Filho do Homem subir para o lugar onde primeiro estava?" Então o que poderiam argumentar vocês? E Ele os explica em seguida com as seguintes palavras: "63 O espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida".
É o Espírito o que dá vida; nós, assim como vamos, até estando já regenerados, não podemos dar vida, a menos que vivamos no Senhor, a menos que a vida Dele se faça realidade na nossa intimidade. O Espírito é o que dá vida; ou seja que a vida está no Espírito.
A Palavra, o Espírito e a vida
"63 O espírito é o que dá vida; a carne para nada aproveita; as palavras que vos tenho dito são espírito e são vida"; mas a vida que está no Espírito não se trata da vida biológica, nem da vida psíquica. Olhem essas três coisas: Palavra, Espírito e vida. A Palavra que vos tenho falado; está a Palavra; aqui está registrada e foi inspirada pelo Senhor. Eu quero saber o que é que o Senhor diz; quero saber o que é que o Senhor nos fala sobre este assunto. A Palavra está aqui, mas terá de se ver seu conteúdo verdadeiro através do Espírito, para que seja vida. O Espírito é o que subministra vida. Nós não podemos tomar textos bíblicos na mera carne e usá-los para ofender e dar “bibliadas”, como dizia em dias passados nosso irmão Edgar Orlando Salamanca; deve-se tomar no Espírito para que dê vida.
Por isso agora nós tomamos este texto de Romanos 8 que diz: "Agora, pois, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus (trata-se já de uma condenação subjetiva), os que não andam conforme à carne, mas conforme o Espírito". Às vezes, irmão, se você não andar no Espírito, o próprio demônio te fala e te acusa, e te faz acreditar em mentiras, e te condena. " Agora, pois, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, os que não andam conforme à carne, mas sim conforme o Espírito". Irmãos amados, olhem, a carne está aí, e estará até o momento em que nós estejamos morrendo. vamos supor que o Senhor alongue a vida de um crente, e lhe permita que viva uns cem ou cento e dez anos nesta terra; aí estará a carne. Caso não somente lhe alargue a vida, mas além disso, esse irmão tenha experimentado um crescimento espiritual extraordinário, e lhe considerem um verdadeiro patriarca em todo o sentido da palavra; aí está a carne, e a carne em qualquer momento quer fazer-se sentir. Ela somente está esperando que você lhe dê a mínima oportunidade. E por isso Paulo, depois de ilustrar o mau da autoindulgência, referindo-se aos israelitas quando vinham pelo deserto, diz: "Assim, quem pensa estar de pé, olhe que não caia" (1 CO. 10:12). por que disse isso? Porque pode cair, pois a carne está aí.
A lei do Espírito
Por isso é que no versículo 2 o apóstolo faz insistência em uma extraordinária revelação, quando diz: 2 Porque a lei do Espírito de vida em Cristo Jesus me livrou da lei do pecado e da morte". São leis que atuam em nós. Quando nós recebemos a Cristo, experimentamos um novo nascimento; isso se chama regeneração. O que é a regeneração? A regeneração consiste em que Deus por Seu Espírito vem morar em nós, e nos traz Sua natureza, a natureza divina; de maneira que desde dia em que nós cremos, temos duas naturezas: a natureza humana, onde vem morando o velho homem, que sempre estará em nós como humanos, e a natureza do novo homem, que é Cristo em nós. Mas há um detalhe. O velho homem sempre esteve em nós muito crescido, mas agora Cristo quer crescer em nós, e ultrapassar a estatura do velho homem.
Temos o caso similar de Maria de Nazaré. É um caso similar, não igual. Maria foi visitada Por Deus mediante o envio do anjo Gabriel. O anjo lhe disse: "31Conceberás em teu ventre e darás a luz um filho, e chamará seu nome Jesus. 34Então Maria disse ao anjo: Como será isto? pois não conheço varão. 35Respondendo o anjo, disse-lhe: O Espírito Santo virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra... 38Então Maria lhe disse: Eis aqui a serva do Senhor; faça-se comigo conforme a sua palavra". Quando ela pronunciou essas palavras, imediatamente autorizou a Deus, e imediatamente se produziu uma concepção sobrenatural e se iniciou a encarnação do Verbo de Deus, e aos nove meses nasceu o Filho de Deus em sua condição humana. O Verbo de Deus saiu de Maria. Mas de nós não vai sair. Maria usou sua vontade, e nós também usamos nossa vontade diante de Deus para sermos salvos. No dia em que cremos, Deus veio morar dentro de nós para jamais sair. Cristo mora em nosso espírito, e Ele quer crescer e crescer em nós, e na medida que cresce é porque em nós há algo que vai morrendo, há algo que Cristo vai deslocando, há algo que se vai demolindo, há algo que vai triturando, há algo que se vai pondo de lado; e enquanto esse velho homem, essa parte de nós não é demolida, e enquanto essa velha natureza não é destruída, não se edifica Cristo em nós, porque Ele não trabalha à força; Ele o faz conjuntamente conosco. Cristo quer que lhe digamos: Senhor, não se faça minha vontade a não ser a tua.
Duas leis que se contrapõem
Então este fato de nossa regeneração foi simultâneo ao fato de que o Espírito Santo veio e nos trouxe vida. Nesse momento nos trouxe uma nova natureza, mas também trouxe consigo uma nova lei; de maneira que agora há duas leis em nós: uma que nos escravizava e nos levava a pecado, e outra que rebate a anterior. E o caso é que a lei do pecado, sem que nos tenha escravizados agora sendo crentes, entretanto os crentes não estão isentos de suas contínuas investidas. Eu não sei como há pessoas que dizem que os crentes já não pecam. São duas leis. Ilustramos com um exemplo: existe o que se chama a lei da gravidade, mas os engenheiros aeronáuticos aperfeiçoaram outros mecanismos de força que estão contemplados na aerodinâmica, e puseram em prática uma força capaz de rebater a força de atração da gravidade, a fim de que os aviões possam levantar vôo. Vemos que a lei da gravidade sempre estará aí atraindo tudo para a terra, mas nos princípios da aerodinâmica têm descoberto força superiores a da gravidade. Quando o avião vai em vôo, não significa que não segue existindo a lei da gravidade. Se falharem os mecanismos que fazem voar o avião, este se precipita à terra.
Assim também há uma lei que escraviza ao homem sem Cristo. Os homens não se saciam com nenhuma quantidade de dinheiro nem de prazeres; os homens sempre estão procurando a felicidade além da que hipoteticamente lhes pode proporcionar os bens que possuem; e para isso não se importam em invadir os direitos de outros. O homem sempre está procurando ser feliz adquirindo mais dinheiro, alcançando mais poder, experimentando prazeres mais fortes. Não se importa mesmo que custe a vida a muita gente. Você morre para que eu viva feliz. É assim também com o que corresponde ao poder político, religioso ou econômico. Nada satisfaz ao coração do homem. O homem é um escravo, embora creia ao contrário. E essa escravidão do homem de onde sai? De sua própria natureza caída. E assim, continuamos sendo nós mesmos depois de sermos regenerados, pois seguimos com essa força maligna em nossos membros; e é por isso que quiséramos dar respostas diferentes aos irmãos, ser pacientes, e todos esses aspectos que se relacionam com o fruto do Espírito, quando a vida de Cristo já se desenvolveu em nós, quando Cristo já demoliu esse eu pretensioso e poderoso, que nos leva sempre a querer mais e mais.
As obras da carne
Quando a vida do Espírito vai se desenvolvendo, então vai se edificando um novo caráter em nós, o caráter de Deus. E por isso é que Gálatas diz, pois se trata de uma poderosa lei de Deus em nós; essa lei vai se fortalecendo em nós. Então Gálatas 5 primeiro diz: "16 Digo, pois: Andai no Espírito, e não satisfaçam os desejos da carne". Esse "andai" significa que nós também devemos operar, e não somente deixar que o faça o Senhor. Ele quer fazer, mas conosco. Às vezes eu tenho uma expressão, que não sei se gostam de muito ou não, e é que o Senhor não trabalha como se fosse um mago, pois os magos sopram e sai um coelho. O Senhor quer fazer uma transformação, uma verdadeira mudança em nós, mas precisa fazer com nossa colaboração, com nossa vontade, com nossa disposição, com nosso desejo, com nossa consagração. O Senhor precisa sentir-se autorizado para trabalhar em nós, pois Ele respeita nossa determinação. Ele quer que estejamos plenamente conscientes e reconheçamos nossa real situação espiritual. E temos a nosso favor que o próprio Espírito nos diz como andamos, a fim de que reconheçamos que andamos mau.
Por isso diz em Gálatas: "Andai no Espírito"; pois isso depende também de minha vontade; que eu queira andar no Espírito. A vida no Espírito não se manifesta nem se desenvolve sem o cumprimento de certos requisitos, e um desses requisitos é andar no Espírito; outros são: negar a nós mesmos e tomar nossa cruz. Também diz: "e não satisfaçam os desejos da carne", porque já temos uma luz em nós que nos esclarece quais são os desejos de nossa carne; e às vezes somos teimosos e obstinados, como Balaão. Se o Senhor está nos dizendo: "Não, não o faça", nós tratamos de insistir com o Senhor, lhe dizendo que tal proceder nosso é bom e desejável, e até conveniente. Mas o Senhor nos segue dizendo: "Não, não o faça". Nós não andamos em trevas. Quando obedecemos ao Senhor, chega o momento em que vemos que o Senhor tinha a razão, pois o Senhor sabe tudo e quer o melhor para nós. Por isso diz a Palavra: "Andai no Espírito, e não satisfaçam os desejos da carne. 17Porque o desejo da carne é contra o Espírito, e o do Espírito é contra a carne; e estes (o Espírito e a carne) porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer".
As obras boas da carne
Eu lhes pergunto, irmãos: A carne faz coisas boas? (A maioria responde que a carne não faz coisas boas) claro que sim; a carne faz coisas boas, e às vezes muito boas. Olhem, irmãos, tenhamos em conta que Adão e Eva comeram de uma árvore cujo fruto introduziu no homem o conhecimento do bem e do mal. Muitas pessoas no mundo querem fazer o bem; e de fato há muitas pessoas no mundo que são "boas", embora saibamos que ninguém é bom a não ser Deus (cfr. Lucas 18:19); mas há pessoas, sobre tudo as pessoas religiosas, que fazem ações boas, que são amáveis, que são relativamente pacientes, que são dadivosas e altruístas, que visitam os detentos e aos doentes, que consolam, que às vezes têm bons conselhos; mas esse tipo de ações boas não " o conformam à imagem de" Deus, porque pra Deus não serve nada que tenha sua origem na carne, nem bom nem mau. Todo o bom ou mau que façamos sem Deus e Seu Cristo, não serve a Deus. A carne não entende a Deus, e por trás de toda obra da carne aninham sentimentos egoístas e mesquinhos, por mais que transpareça aparência de bondade. Há pessoas que são amáveis antes de conhecer o senhor; há outras que são pacientes antes de conhecer senhor, mas essa amabilidade e essa paciência, e inclusive outras virtudes dignas de elogio, não têm origem em Deus, a não ser na árvore do conhecimento do bem e do mal; então são manifestações da carne. Algumas pessoas pensam que Deus às vezes salva porque alguém é bom. Esse é um engano. Deus não salva a ninguém porque seja bom; Deus salva a alguém porque é mau.
Repetimos o citado em Gálatas: "Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer". A carne não pode conhecer a Deus; a carne não pode entender a Deus, a carne não pode escutar a Deus, a carne carece dos princípios, o poder e a suficiente luz para fazê-lo. Por isso é que a lei não nos serve, não pode nos salvar, devido a que a carne é débil, e nenhuma carne pode cumprir a lei. Se nós cumprirmos a lei, irmãos, é porque o Senhor mora em nós, e Ele a cumpre em nós na medida em que se desenvolve subjetivamente a vida de Deus em nós.
O fruto do Espírito
No mesmo capítulo 5 do Gálatas lemos sobre o fruto de quando já andamos no Espírito. Depois que o apóstolo proporciona uma lista das obras da carne, logo diz: "22Mas o fruto do Espírito é amor (que bom que nos saudemos com um beijo saturado com este amor, sincero, grato: quando é fruto do Espírito, esse amor não troca), gozo, paz (como diz o Senhor: Não como a dá o mundo), paciência (no mundo às pessoas lhe esgota a paciência. Me esgotou a paciência contigo. Será essa paciência de Deus? O Senhor diz que devemos perdoar não só três ou quatro vezes, mas sempre. Diz que setenta vezes sete. E às vezes nós, até sendo cristãos, não queremos perdoar nem duas vezes. Irmãos, não atiremos a toalha em relação ao perdão. Sim, há irmãos que são um pouco atravessados, mas estejamos dispostos a ter paciência; há irmãos insofríveis, mas terá que sofrê-los, terá que amá-los e lhes dar também um beijo santo Há uma palavra para traduzir paciência, que é longanimidade, que é a grandeza e perseverança de ânimo nas adversidades; benignidade, clemência, generosidade. Longanimidade em grego é makrothumia, de makros, comprido; thumos, temperamento ; quer dizer, largueza de ânimo), benignidade, bondade, fé, 23mansidão, moderação; contra tais coisas não há lei (quem anda no Espírito já está cumprindo a lei, sem que essa seja sua preocupação). 24Mas os que são de Cristo crucificaram a carne com suas paixões e desejos. 25Se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo Espírito. 26Não nos façamos vangloriosos, nos irritando uns aos outros, nos invejando uns dos outros".
Em semelhança de carne de pecado
Voltemos para capítulo 8 da carta do Paulo aos Romanos, onde diz: "2Porque a lei do Espírito (é uma lei; entra a vida de Deus em nós e nos traz essa lei poderosa, de vida. Há uma lei em nós que se chama lei do pecado e da morte, e Deus nos proporciona a lei do Espírito de vida. Uma é de morte, e a de Deus é de vida e é mais poderosa) de vida em Cristo Jesus me livrou da lei do pecado e da morte". Nos manuscritos mais antigos desta carta diz: "livrou-te"; e há outros manuscritos que dizem "livrou-nos", mas a versão Reina-valera 1960 diz: "Me tem livrado da lei do pecado e da morte. 3Porque o que era impossível para a lei, por quanto era fraco pela carne, Deus, enviando a seu Filho em semelhança de carne de pecado" (não em carne de pecado, a não ser em semelhança; Cristo não fez pecado) e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado". Isso em semelhança do que? Como é isso? Como se explica essa semelhança?
Recordemos no capítulo 21 do livro de Números, o caso das serpentes ardentes, quando os filhos de Israel murmuraram contra Deus e contra Moisés, e muitos se desanimaram pelo caminho. Ante aquela falação Deus permitiu que serpentes ardentes mordessem ao povo. Ante aquilo, o povo veio à Moisés, e Moisés orou a Deus a respeito. E o Senhor disse a Moisés que se fizesse uma serpente de bronze e a levantasse em uma haste, para que todo aquele que fora picado por uma serpente venenosa, elevasse sua vista e olhasse a essa serpente de bronze a fim de que se pudessem salvar. Essa serpente não era uma serpente, era de bronze, era uma serpente de julgamento, mas tinha a semelhança das serpentes ardentes do deserto, e carecia do veneno dessas serpentes. Cristo veio em semelhança de carne de pecado, mas não tinha o veneno do pecado; Ele não nasceu com essa lei, com essa força escravizante; então Ele pôde morrer por nós e condenar ao pecado na carne; a essa lei a condenou na cruz; e por isso o Espírito de Cristo rebate essa lei.
Segue dizendo Paulo: 4 Para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos conforme à carne, a não ser conforme ao Espírito". A lei é justa, mas não podia nos ajudar para nada; ao contrário, condenava-nos. Mas agora sim pode ser cumprida por aqueles que não andam conforme à lei, e sim conforme o Espírito. Então, depois do capítulo 7, dá por fato que sim se pode. Se virem a importância do capítulo 7? O capítulo 7 de Romanos é muito importante porque agora a Palavra dá por feito que já não andamos conforme à carne, e sim conforme o Espírito. Isso deve ser o normal em todo crente, que já não ande conforme à carne, mas sim conforme o Espírito. A carne fez, a carne se assenhoreou, a carne nos escravizou. Quantas vezes ofendemos ao Senhor! Mas já é hora, irmãos, em que a carne não se faça sentir. Já é o tempo do espiritual. Já é o tempo da vida no Espírito. Nós temos luz é com o Espírito. Nós só podemos ter revelação com o Espírito. Nós podemos conhecer cristo somente pelo Espírito.
Em Deus não há trevas
Como diz a Palavra de Deus no capítulo 1 da primeira carta de João, quando diz: "5Esta é a mensagem que ouvimos Dele (de Cristo), e lhes anunciamos: Deus é luz, e não há nenhuma trevas nele". Conosco se estiveram congregando algumas pessoas muito preciosas, mas a verdade é, eu não sei o motivo pelo qual, nos abandonaram e hoje estão militando na seita chamada "crescendo em graça". O que lhes aconteceu? Que não viram o corpo de Cristo, e por motivos carnais preferiram cortar com a comunhão com os irmãos, e paulatinamente se foram cobrindo de um véu de trevas que não os deixava ver a verdade de Cristo e de Sua Palavra; e o que é pior, já neste mesmo mês de março (2007), segundo as notícias aparecidas por Televisão, lhes vão impor a marca do 666. E algumas vezes louvaram ao Senhor conosco.
Então, para viver e poder ver as coisas, tem que ter luz. Um cego precisa se guiar com um bastão, ou de um cão guia de cegos, ou de alguém que o ajude em determinado momento. Um cego, por mais experiente e douto que esteja, se for atravessar uma avenida, se for prudente pergunta se já pode passar. Por isso diz: "Deus é luz, e não há nenhuma trevas nele. 6 Se dizemos que temos comunhão com ele, e andamos em trevas, mentimos, e não praticamos a verdade; (mas o mais importante é o que vem agora) 7 mas se andarmos na luz, como ele está na luz...". Deus está na luz e Ele vive em nós com toda Sua luz. O mesmo que nasceu um dia do ventre de Maria, agora vive dentro de nós, quer crescer em nós e nós nele; Ele quer caminhar com nossos pés, e olhar com nossos olhos, e falar com nossa boca, e amar com nosso coração, ouvir com nossos ouvidos; Ele quer fazê-lo, anseia-o; suplica-nos isso, se é que se pode dizer essa palavra. "Rogo-lhes pelas misericórdias de Deus", diz Paulo. "Não vos conformeis a este século"; não nos conformemos, diz o Senhor nesta hora. O primeira coisa que o Senhor trabalha em nós é a mente. A parte que leva a primazia na alma é a mente, e é o primeiro que o Senhor quer e precisa transformar em nós, para que recebamos Sua luz inefável. Ele quer encher de Sua luz a nossa mente transformada. Se não houver luz em nós, somos fáceis presa do engano de outros e até do engano de nós mesmos, de nossos caprichos e as sutilezas de nossas ilusões. Somos tolos; não vemos a luz de Deus. Não queremos vê-la. Quando a vamos ver e nos deixar guiar por Ele? Quando deixaremos de jogar à religião?
Se o Espírito viver em nós, se o Espírito nos iluminar, se o Espírito nos der Sua luz, então ninguém tem que ensinar a mim o que Deus me quer falar, diz aqui nesta carta. Diz João nesta carta que o próprio Espírito, a unção que mora em ti, diz-lhe isso, ensina-lhe isso, você é guiado a fazer as coisas que agradam a Deus, o que te beneficia, o que Deus quer contigo. Por que há necessidade de lhe estarem dizendo todo o tempo por onde têm que caminhar e o que têm que fazer? Quando vão amadurecer e escutar a voz de Deus? O próprio Espírito vai dizendo qual é o caminho mais seguro que Ele quer que nós sigamos, e nos avisa se houver um abismo. É incrível, irmãos, os anos que levamos, e ainda estamos onde estamos, em um estado espiritual que deixa a desejar.
As trevas separam aos crentes
Logo diz João: "7 Mas se andarmos na luz, como ele está na luz, (Ele está na luz e nos trouxe essa luz ) temos comunhão uns com outros, e o sangue de Jesus Cristo seu Filho nos limpa de todo pecado". Olho a isso: se andarmos nessa luz, temos comunhão uns com outros; a escuridão nos separa. Se nós não andarmos na luz de Deus, não podemos ter comunhão entre nós. As trevas espirituais forjam as seitas e as divisões na Igreja de Jesus Cristo. Por que proliferam as denominações religiosas? A luz de Deus nos mostra nossa própria situação espiritual. A luz de Deus me pode mostrar a situação de outra pessoa pelo discernimento, e por alguma razão muito importante e particular, primeiro me mostra minha própria situação frente a Ele. E é pelo que devo me preocupar, por minha própria situação diante Dele. Para que vou me preocupar e trabalhar em excesso pela situação espiritual de outros se descuidar a minha? Que as mostre o Senhor mesmo também a eles. O Senhor está empenhado em que tenhamos um mesmo sentir, uma mesma fé, que vivamos unânimes. Deus quer que tenhamos a mesma moderação e vivamos nós na mesma fé e na mesma bondade., "porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que foi dado" (Ro. 5:5). Ele derramou Seu amor sobre nós e Sua paz por meio de Seu Espírito. Já temos a paz que o Senhor nos deu, não a que o mundo pretende ter às vezes; vivamos com essa paz, vamos dar também essa paz do Senhor ao irmão enquanto lhe damos um ósculo santo e sincero, de amor.
"Mas se andarmos na luz, como ele está na luz, temos comunhão uns com outros, e o sangue do Jesus Cristo seu Filho nos limpa de todo pecado"; porque a luz de Deus me mostra constantemente o que há em mim de sujo; e vou diante de Deus, e lhe digo: Pai, venho diante de ti para te confessar meu pecado, te pedindo que me perdoe e que o sangue de seu Filho me limpe.
Voltamos para capítulo 8 de Romanos. Ali diz: "5 Porque os que são da carne pensam nas coisas da carne; mas os que são do Espírito, nas coisas do Espírito". São duas naturezas, a humana e a divina; são duas leis, a do pecado e dá a morte, e a lei do Espírito de Vida em Cristo; são dois homens, o velho homem, herdado de Adão, e o novo homem, Cristo em nós. Qual é o mais importante? O novo, Cristo em nós, esperança de glória. Cristo derramou Seu sangue por nós, e Seu Espírito nos colocou dentro do novo homem, essa nova criação. "6Porque o ocupar-se da carne é morte, mas o ocupar do Espírito é vida e paz. 7Por quanto os intuitos da carne são inimizade contra Deus; porque não se sujeitam à lei de Deus, nem tampouco podem; 8 e os que vivem segundo a carne não podem agradar a Deus".
Eu acredito que é bom seguir estudando a carta de Paulo aos Romanos, e que continuemos procurando essas profundidades de Deus que tanto necessitamos nestes tempos.
Ósculo santo
Hoje, antes de começar a reunião, saudamo-nos com os irmãos que já tinham chegado, e com quase todas as irmãs nos saudamos com ósculo santo, conforme diz a Palavra de Deus em Romanos 16:16; 1 coríntios 16:20; 2 coríntios 13:12, e 1 Tessalonicenses 5:26. É uma sã recomendação do apóstolo Paulo. Claro, entre nós os latino-americanos, entre os homens não acostumamos nos saudar com ósculo, porém é um costume ancestral em muitas culturas atuais, entre elas os russos, os árabes e outras. Na Igreja, desde seus começos era uma amostra de sincera fraternidade. Em nossa saudação o ósculo é santo porque está livre de algo incoerente, de formalidade e hipocrisia; também o ósculo é santo porque vai revestido de sinceridade, sem prejuízos sociais e raciais, e desde começo se acostumava entre pessoas do mesmo sexo. De que era um costume nos tempos do Senhor Jesus, comprovamo-lo nas Escrituras com o caso do Judas Iscariote quando assinalou a identidade do Senhor lhe dando um beijo. Por isso o Senhor lhe disse: "Judas, com um beijo entrega ao Filho do Homem?" (Lc. 22:48). Isso nos mostra que era normal saudar-se de beijo entre os homens em Israel, e mais tarde sobre tudo na Igreja. Por essa razão quando Paulo diz aos romanos, aos coríntios e aos tessalonicenses: "saudai-vos os uns aos outros com ósculo santo", referia-se também à saudação entre os irmãos varões. É bem difícil que entre nós se chegue a dar este costume, por nossa arraigada tradição. O ósculo, em tanto que seja sincero e despojado de outras motivações que não seja o amor fraternal, é santo.
Um acordo do Espírito
Nestes dias o Senhor nos veio inquietando, aos que temos a responsabilidade de ensinar nas reuniões da obra, tanto das sextas-feiras como dos primeiros domingos de mês, a fim de que, sem que nos tivéssemos posto de acordo, mas sim pelo guiar do Espírito Santo, demos seqüência a um tema espiritual que o Senhor está interessado que se ensine aos irmãos. O Senhor quer algo de nós, e para isso nos quer ensinar o pertinente; quer-nos ensinar e revelar tudo o que precisamos saber e viver; mas Ele não quer que esses ensinos fiquem só no terreno da mente; se é que sequer permanecem aí.
O Senhor Jesus, em sua oração sacerdotal contida no capítulo 17 do evangelho do João, diz ao Pai: "3 E esta é a vida eterna: que conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste". O conhecer Deus e a Seu Filho Jesus Cristo transcende o mero conhecimento objetivo, embora o conhecimento objetivo seja extremamente importante; mas ali se refere o Senhor mais que tudo a um conhecimento subjetivo de Deus e de Seu Cristo, o qual necessariamente não se pode obter sem a ajuda da revelação. Uma pessoa pode ter estudo superior de teologia e divindades, e pode ter adquirido muito conhecimento objetivo, e não necessariamente subjetivo. Isso pode ocorrer; como também pode chegar o momento em que tenha ambos os conhecimentos, quanto mais avançamos no conhecimento de Deus subjetivamente, mais desejamos lhe conhecer e caminhar com Ele, e mais nos empenhamos em lhe pedir que nos encha de Seu Espírito; e nosso interesse pelos interesses do Senhor se vai acrescentando. Atreveria-me a conceituar que é como uma progressão geométrica.
Nestes dias o Senhor nos inquietou a ensinar um pouco destes tópicos, da cruz, da negação da vida do eu, da segurança da salvação, da vida de ressurreição, da crucificação do velho homem; e nos guiou à análise de alguns textos da carta de Paulo aos Romanos. Por exemplo, na sexta-feira passada, o irmão Maximino Ramírez expôs seu ensino apoiando-se nos primeiros versículos do capítulo 8 dessa epístola. Hoje abro a Bíblia e não posso apartar minha atenção desse mesmo capítulo. Então olhemos, novamente, o que nos quer seguir ensinando o Senhor nesse texto. Esse texto se converteu como em um manancial inesgotável de sabedoria e de conhecimento de Deus.
Condenação subjetiva
Leiamos, pois, em Romanos 8: "1 Agora, pois, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus". Pois bem, assim como há um conhecimento objetivo e outro subjetivo, assim também ocorre em relação à condenação. Quando aqui diz: "nenhuma condenação", esclarecemos que também há uma condenação objetiva e uma condenação subjetiva. A qual das duas se refere Paulo aqui? Se tu leres com atenção do começo da carta de Paulo aos Romanos, do versículo 1 do capítulo 1 até o versículo 20 do capítulo 3, dar-te-á conta que Paulo ali fala da condenação objetiva. Por exemplo, entre outras coisas, fala contundentemente de que os gentios estão condenados, porque são culpados ante Deus; igualmente os judeus são culpados diante de Deus, e estão condenados. O mundo inteiro é culpado ante Deus; fala de que pelas obras da lei nenhum ser humano será justificado. Diz que a lei te condena, pois você não pode cumprir a lei, de maneira que em toda a humanidade, todos os homens estão destituídos da glória de Deus.
Mas Romanos 8:1 já não se refere a essa condenação objetiva, porque aqui fala depois da regeneração do crente. Quando lemos ao final do capítulo 6 de Romanos, encontramos a seguinte afirmação: "22Mas agora que fostes libertados do pecado (já há a vida de Cristo no crente) e feitos servos de Deus (antes éramos escravos do pecado e agora somos servos do Senhor), tenheis por seu fruto a santificação, e como fim, a vida eterna. 23Porque o pagamento do pecado é a morte (isso é o que engendra o pecado), mas a dádiva (o presente imerecido) de Deus é vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor".
Se nós passássemos por cima o capítulo 7 de Romanos, indo imediatamente ao capítulo 8, depois de ler a anterior declaração, e lemos no 8: "1 Agora, pois, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus", essa condenação seria objetiva. Se não levarmos em conta o capítulo 7, a condenação de que fala o capítulo 8 seria objetiva. Mas esta condenação de que fala aqui não é objetiva, é subjetiva, porque existe o capítulo 7. O capítulo 7 da carta do Paulo aos Romanos não pode deixar de existir, porque nós quando fomos regenerados quando cremos em Cristo, ainda em nós segue existindo uma lei, dentro de nós segue uma força, aí permanece um princípio maligno que se chama pecado, e continua ativo o velho homem, enquanto não for tratado, na multidão de crentes, o qual faz que o crente possa parecer suscetível de condenação, e até possa chegar ao convencimento de que está a bordo de perder sua salvação. Por isso freqüentemente há uma luta interior no cristão, luta que Paulo descreve no capítulo 7.
Não posso fazer o bem que quero
Diz Paulo: Quero fazer o bem; com minha mente eu quero fazer o bom; mas encontro que em meus membros há uma força, uma lei, um poder que me arrasta e me obriga a fazer o que eu não quero. Aqui, neste lugar, o Senhor está falando com alguém. Aqui há alguém que precisa escutar isto. Se você for um crente, já tem uma poderosa salvação, tem um poder em ti mais forte que aquela força que te escravizou até o dia de hoje. E esse novo poder mora em ti, e mora em mim, e está ali, e quer crescer; precisa crescer e desenvolver-se; precisa abrir passo; precisa demolir o que em nós é antigo, o que arrastamos que nossa velha maneira de viver. Eu não posso fazer o bem que quero; e isso também é assim mesmo para “o melhor homem” diria o apóstolo Pedro, e todos seguimos manifestando. Quero fazer o bem e não posso. Há uma lei, uma poderosa força que me impede isso.
Irmãos, assim como há leis naturais e cósmicas, como a lei da gravidade, também há leis espirituais. O diabo mesmo se rege por leis. Como seria tudo se assim não fosse? O diabo não se move nem faz as coisas a seu capricho. Por exemplo, o diabo não podia se meter com a vida de Jó nem com a de Pedro se antes não recebesse a autorização de Deus. O diabo necessita da autorização de Deus ou a tua própria. Quando o diabo começa a te usar, é porque você está lhe abrindo alguma porta de acesso e lhe dá carta branca para que te use. O diabo não tem poder algum sobre nós os ungidos de Deus, mas dentro de nós há um princípio que ele injetou, e estará ali até que este corpo se apodreça. E por isso é que nós não podemos chegar à glória com este corpo, porque esse princípio não sai de nós até que este corpo desça ao sepulcro. Na glória teremos um corpo glorificado. Este corpo será um dia ressuscitado em glória, e no corpo glorificado não aninhará essa lei de maldade.
Então, irmãos, por esse motivo tem que existir o capítulo 7 da epístola aos Romanos; porque nós temos que nos dar conta que nós trazemos ainda em nós intrinsecamente certas forças e princípios que nos fazem mal. Mas graças ao Senhor que um dia conhecemos Cristo, e esse dia nos veio a vida eterna ; veio-nos a vida que não foi criada; chegou-nos a vida divina, que jamais vai sair de nós; e essa vida que traz o Espírito, é a vida de Deus em nós. O capítulo 8 de Romanos fala do Espírito e da vida. O tema central deste capítulo o constitui esses dois aspectos: Espírito e vida.
O Espírito é o que dá vida
Em nosso interior se travam umas lutas tremendas. No capítulo 6 do evangelho de João, o Senhor se mostra como o verdadeiro pão do céu, nosso verdadeiro alimento; e ali diz o Senhor que nós temos que nos alimentar Dele, de Sua carne e de Seu sangue, e o caso é que os mesmos que andavam com Ele se escandalizaram, e interrogaram seriamente o Senhor sobre isso. Diz a Palavra: "60 Ao ouvi-lo, muitos de seus discípulos disseram: Dura é esta palavra; quem a pode ouvir? 61 Sabiendo Jesus em si mesmo que seus discípulos murmuravam disto, disse-lhes: Isto lhes ofende? 62 Pois o que (o Senhor lhes formula uma segunda pergunta), será, pois, se virdes o Filho do Homem subir para o lugar onde primeiro estava?" Nesses momentos Seus discípulos somente viam o Senhor na carne. Ontem, sábado, quando estávamos na classe da escola da obra, o Senhor nos guiava a meditar nesse aspecto, que não devemos nos olhar na carne. Se nós continuamos nos olhando na carne, irmãos, aonde vamos chegar? Se mesmo a Cristo um dia olhamos na carne, hoje não devemos olhar mais assim. Eles, Seus discípulos, nesses momentos o estavam olhando na carne. de repente estavam imaginando uma parte da carne do Senhor, gotejando sangue, e disseram: Quem pode sequer escutar semelhante coisa? Uma coisa é estar na carne, e outra muito diferente é estar no Espírito. Por isso o Senhor lhes diz: "Que será, pois, se virdes o Filho do Homem subir para o lugar onde primeiro estava?" Então o que poderiam argumentar vocês? E Ele os explica em seguida com as seguintes palavras: "63 O espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida".
É o Espírito o que dá vida; nós, assim como vamos, até estando já regenerados, não podemos dar vida, a menos que vivamos no Senhor, a menos que a vida Dele se faça realidade na nossa intimidade. O Espírito é o que dá vida; ou seja que a vida está no Espírito.
A Palavra, o Espírito e a vida
"63 O espírito é o que dá vida; a carne para nada aproveita; as palavras que vos tenho dito são espírito e são vida"; mas a vida que está no Espírito não se trata da vida biológica, nem da vida psíquica. Olhem essas três coisas: Palavra, Espírito e vida. A Palavra que vos tenho falado; está a Palavra; aqui está registrada e foi inspirada pelo Senhor. Eu quero saber o que é que o Senhor diz; quero saber o que é que o Senhor nos fala sobre este assunto. A Palavra está aqui, mas terá de se ver seu conteúdo verdadeiro através do Espírito, para que seja vida. O Espírito é o que subministra vida. Nós não podemos tomar textos bíblicos na mera carne e usá-los para ofender e dar “bibliadas”, como dizia em dias passados nosso irmão Edgar Orlando Salamanca; deve-se tomar no Espírito para que dê vida.
Por isso agora nós tomamos este texto de Romanos 8 que diz: "Agora, pois, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus (trata-se já de uma condenação subjetiva), os que não andam conforme à carne, mas conforme o Espírito". Às vezes, irmão, se você não andar no Espírito, o próprio demônio te fala e te acusa, e te faz acreditar em mentiras, e te condena. " Agora, pois, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, os que não andam conforme à carne, mas sim conforme o Espírito". Irmãos amados, olhem, a carne está aí, e estará até o momento em que nós estejamos morrendo. vamos supor que o Senhor alongue a vida de um crente, e lhe permita que viva uns cem ou cento e dez anos nesta terra; aí estará a carne. Caso não somente lhe alargue a vida, mas além disso, esse irmão tenha experimentado um crescimento espiritual extraordinário, e lhe considerem um verdadeiro patriarca em todo o sentido da palavra; aí está a carne, e a carne em qualquer momento quer fazer-se sentir. Ela somente está esperando que você lhe dê a mínima oportunidade. E por isso Paulo, depois de ilustrar o mau da autoindulgência, referindo-se aos israelitas quando vinham pelo deserto, diz: "Assim, quem pensa estar de pé, olhe que não caia" (1 CO. 10:12). por que disse isso? Porque pode cair, pois a carne está aí.
A lei do Espírito
Por isso é que no versículo 2 o apóstolo faz insistência em uma extraordinária revelação, quando diz: 2 Porque a lei do Espírito de vida em Cristo Jesus me livrou da lei do pecado e da morte". São leis que atuam em nós. Quando nós recebemos a Cristo, experimentamos um novo nascimento; isso se chama regeneração. O que é a regeneração? A regeneração consiste em que Deus por Seu Espírito vem morar em nós, e nos traz Sua natureza, a natureza divina; de maneira que desde dia em que nós cremos, temos duas naturezas: a natureza humana, onde vem morando o velho homem, que sempre estará em nós como humanos, e a natureza do novo homem, que é Cristo em nós. Mas há um detalhe. O velho homem sempre esteve em nós muito crescido, mas agora Cristo quer crescer em nós, e ultrapassar a estatura do velho homem.
Temos o caso similar de Maria de Nazaré. É um caso similar, não igual. Maria foi visitada Por Deus mediante o envio do anjo Gabriel. O anjo lhe disse: "31Conceberás em teu ventre e darás a luz um filho, e chamará seu nome Jesus. 34Então Maria disse ao anjo: Como será isto? pois não conheço varão. 35Respondendo o anjo, disse-lhe: O Espírito Santo virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra... 38Então Maria lhe disse: Eis aqui a serva do Senhor; faça-se comigo conforme a sua palavra". Quando ela pronunciou essas palavras, imediatamente autorizou a Deus, e imediatamente se produziu uma concepção sobrenatural e se iniciou a encarnação do Verbo de Deus, e aos nove meses nasceu o Filho de Deus em sua condição humana. O Verbo de Deus saiu de Maria. Mas de nós não vai sair. Maria usou sua vontade, e nós também usamos nossa vontade diante de Deus para sermos salvos. No dia em que cremos, Deus veio morar dentro de nós para jamais sair. Cristo mora em nosso espírito, e Ele quer crescer e crescer em nós, e na medida que cresce é porque em nós há algo que vai morrendo, há algo que Cristo vai deslocando, há algo que se vai demolindo, há algo que vai triturando, há algo que se vai pondo de lado; e enquanto esse velho homem, essa parte de nós não é demolida, e enquanto essa velha natureza não é destruída, não se edifica Cristo em nós, porque Ele não trabalha à força; Ele o faz conjuntamente conosco. Cristo quer que lhe digamos: Senhor, não se faça minha vontade a não ser a tua.
Duas leis que se contrapõem
Então este fato de nossa regeneração foi simultâneo ao fato de que o Espírito Santo veio e nos trouxe vida. Nesse momento nos trouxe uma nova natureza, mas também trouxe consigo uma nova lei; de maneira que agora há duas leis em nós: uma que nos escravizava e nos levava a pecado, e outra que rebate a anterior. E o caso é que a lei do pecado, sem que nos tenha escravizados agora sendo crentes, entretanto os crentes não estão isentos de suas contínuas investidas. Eu não sei como há pessoas que dizem que os crentes já não pecam. São duas leis. Ilustramos com um exemplo: existe o que se chama a lei da gravidade, mas os engenheiros aeronáuticos aperfeiçoaram outros mecanismos de força que estão contemplados na aerodinâmica, e puseram em prática uma força capaz de rebater a força de atração da gravidade, a fim de que os aviões possam levantar vôo. Vemos que a lei da gravidade sempre estará aí atraindo tudo para a terra, mas nos princípios da aerodinâmica têm descoberto força superiores a da gravidade. Quando o avião vai em vôo, não significa que não segue existindo a lei da gravidade. Se falharem os mecanismos que fazem voar o avião, este se precipita à terra.
Assim também há uma lei que escraviza ao homem sem Cristo. Os homens não se saciam com nenhuma quantidade de dinheiro nem de prazeres; os homens sempre estão procurando a felicidade além da que hipoteticamente lhes pode proporcionar os bens que possuem; e para isso não se importam em invadir os direitos de outros. O homem sempre está procurando ser feliz adquirindo mais dinheiro, alcançando mais poder, experimentando prazeres mais fortes. Não se importa mesmo que custe a vida a muita gente. Você morre para que eu viva feliz. É assim também com o que corresponde ao poder político, religioso ou econômico. Nada satisfaz ao coração do homem. O homem é um escravo, embora creia ao contrário. E essa escravidão do homem de onde sai? De sua própria natureza caída. E assim, continuamos sendo nós mesmos depois de sermos regenerados, pois seguimos com essa força maligna em nossos membros; e é por isso que quiséramos dar respostas diferentes aos irmãos, ser pacientes, e todos esses aspectos que se relacionam com o fruto do Espírito, quando a vida de Cristo já se desenvolveu em nós, quando Cristo já demoliu esse eu pretensioso e poderoso, que nos leva sempre a querer mais e mais.
As obras da carne
Quando a vida do Espírito vai se desenvolvendo, então vai se edificando um novo caráter em nós, o caráter de Deus. E por isso é que Gálatas diz, pois se trata de uma poderosa lei de Deus em nós; essa lei vai se fortalecendo em nós. Então Gálatas 5 primeiro diz: "16 Digo, pois: Andai no Espírito, e não satisfaçam os desejos da carne". Esse "andai" significa que nós também devemos operar, e não somente deixar que o faça o Senhor. Ele quer fazer, mas conosco. Às vezes eu tenho uma expressão, que não sei se gostam de muito ou não, e é que o Senhor não trabalha como se fosse um mago, pois os magos sopram e sai um coelho. O Senhor quer fazer uma transformação, uma verdadeira mudança em nós, mas precisa fazer com nossa colaboração, com nossa vontade, com nossa disposição, com nosso desejo, com nossa consagração. O Senhor precisa sentir-se autorizado para trabalhar em nós, pois Ele respeita nossa determinação. Ele quer que estejamos plenamente conscientes e reconheçamos nossa real situação espiritual. E temos a nosso favor que o próprio Espírito nos diz como andamos, a fim de que reconheçamos que andamos mau.
Por isso diz em Gálatas: "Andai no Espírito"; pois isso depende também de minha vontade; que eu queira andar no Espírito. A vida no Espírito não se manifesta nem se desenvolve sem o cumprimento de certos requisitos, e um desses requisitos é andar no Espírito; outros são: negar a nós mesmos e tomar nossa cruz. Também diz: "e não satisfaçam os desejos da carne", porque já temos uma luz em nós que nos esclarece quais são os desejos de nossa carne; e às vezes somos teimosos e obstinados, como Balaão. Se o Senhor está nos dizendo: "Não, não o faça", nós tratamos de insistir com o Senhor, lhe dizendo que tal proceder nosso é bom e desejável, e até conveniente. Mas o Senhor nos segue dizendo: "Não, não o faça". Nós não andamos em trevas. Quando obedecemos ao Senhor, chega o momento em que vemos que o Senhor tinha a razão, pois o Senhor sabe tudo e quer o melhor para nós. Por isso diz a Palavra: "Andai no Espírito, e não satisfaçam os desejos da carne. 17Porque o desejo da carne é contra o Espírito, e o do Espírito é contra a carne; e estes (o Espírito e a carne) porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer".
As obras boas da carne
Eu lhes pergunto, irmãos: A carne faz coisas boas? (A maioria responde que a carne não faz coisas boas) claro que sim; a carne faz coisas boas, e às vezes muito boas. Olhem, irmãos, tenhamos em conta que Adão e Eva comeram de uma árvore cujo fruto introduziu no homem o conhecimento do bem e do mal. Muitas pessoas no mundo querem fazer o bem; e de fato há muitas pessoas no mundo que são "boas", embora saibamos que ninguém é bom a não ser Deus (cfr. Lucas 18:19); mas há pessoas, sobre tudo as pessoas religiosas, que fazem ações boas, que são amáveis, que são relativamente pacientes, que são dadivosas e altruístas, que visitam os detentos e aos doentes, que consolam, que às vezes têm bons conselhos; mas esse tipo de ações boas não " o conformam à imagem de" Deus, porque pra Deus não serve nada que tenha sua origem na carne, nem bom nem mau. Todo o bom ou mau que façamos sem Deus e Seu Cristo, não serve a Deus. A carne não entende a Deus, e por trás de toda obra da carne aninham sentimentos egoístas e mesquinhos, por mais que transpareça aparência de bondade. Há pessoas que são amáveis antes de conhecer o senhor; há outras que são pacientes antes de conhecer senhor, mas essa amabilidade e essa paciência, e inclusive outras virtudes dignas de elogio, não têm origem em Deus, a não ser na árvore do conhecimento do bem e do mal; então são manifestações da carne. Algumas pessoas pensam que Deus às vezes salva porque alguém é bom. Esse é um engano. Deus não salva a ninguém porque seja bom; Deus salva a alguém porque é mau.
Repetimos o citado em Gálatas: "Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer". A carne não pode conhecer a Deus; a carne não pode entender a Deus, a carne não pode escutar a Deus, a carne carece dos princípios, o poder e a suficiente luz para fazê-lo. Por isso é que a lei não nos serve, não pode nos salvar, devido a que a carne é débil, e nenhuma carne pode cumprir a lei. Se nós cumprirmos a lei, irmãos, é porque o Senhor mora em nós, e Ele a cumpre em nós na medida em que se desenvolve subjetivamente a vida de Deus em nós.
O fruto do Espírito
No mesmo capítulo 5 do Gálatas lemos sobre o fruto de quando já andamos no Espírito. Depois que o apóstolo proporciona uma lista das obras da carne, logo diz: "22Mas o fruto do Espírito é amor (que bom que nos saudemos com um beijo saturado com este amor, sincero, grato: quando é fruto do Espírito, esse amor não troca), gozo, paz (como diz o Senhor: Não como a dá o mundo), paciência (no mundo às pessoas lhe esgota a paciência. Me esgotou a paciência contigo. Será essa paciência de Deus? O Senhor diz que devemos perdoar não só três ou quatro vezes, mas sempre. Diz que setenta vezes sete. E às vezes nós, até sendo cristãos, não queremos perdoar nem duas vezes. Irmãos, não atiremos a toalha em relação ao perdão. Sim, há irmãos que são um pouco atravessados, mas estejamos dispostos a ter paciência; há irmãos insofríveis, mas terá que sofrê-los, terá que amá-los e lhes dar também um beijo santo Há uma palavra para traduzir paciência, que é longanimidade, que é a grandeza e perseverança de ânimo nas adversidades; benignidade, clemência, generosidade. Longanimidade em grego é makrothumia, de makros, comprido; thumos, temperamento ; quer dizer, largueza de ânimo), benignidade, bondade, fé, 23mansidão, moderação; contra tais coisas não há lei (quem anda no Espírito já está cumprindo a lei, sem que essa seja sua preocupação). 24Mas os que são de Cristo crucificaram a carne com suas paixões e desejos. 25Se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo Espírito. 26Não nos façamos vangloriosos, nos irritando uns aos outros, nos invejando uns dos outros".
Em semelhança de carne de pecado
Voltemos para capítulo 8 da carta do Paulo aos Romanos, onde diz: "2Porque a lei do Espírito (é uma lei; entra a vida de Deus em nós e nos traz essa lei poderosa, de vida. Há uma lei em nós que se chama lei do pecado e da morte, e Deus nos proporciona a lei do Espírito de vida. Uma é de morte, e a de Deus é de vida e é mais poderosa) de vida em Cristo Jesus me livrou da lei do pecado e da morte". Nos manuscritos mais antigos desta carta diz: "livrou-te"; e há outros manuscritos que dizem "livrou-nos", mas a versão Reina-valera 1960 diz: "Me tem livrado da lei do pecado e da morte. 3Porque o que era impossível para a lei, por quanto era fraco pela carne, Deus, enviando a seu Filho em semelhança de carne de pecado" (não em carne de pecado, a não ser em semelhança; Cristo não fez pecado) e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado". Isso em semelhança do que? Como é isso? Como se explica essa semelhança?
Recordemos no capítulo 21 do livro de Números, o caso das serpentes ardentes, quando os filhos de Israel murmuraram contra Deus e contra Moisés, e muitos se desanimaram pelo caminho. Ante aquela falação Deus permitiu que serpentes ardentes mordessem ao povo. Ante aquilo, o povo veio à Moisés, e Moisés orou a Deus a respeito. E o Senhor disse a Moisés que se fizesse uma serpente de bronze e a levantasse em uma haste, para que todo aquele que fora picado por uma serpente venenosa, elevasse sua vista e olhasse a essa serpente de bronze a fim de que se pudessem salvar. Essa serpente não era uma serpente, era de bronze, era uma serpente de julgamento, mas tinha a semelhança das serpentes ardentes do deserto, e carecia do veneno dessas serpentes. Cristo veio em semelhança de carne de pecado, mas não tinha o veneno do pecado; Ele não nasceu com essa lei, com essa força escravizante; então Ele pôde morrer por nós e condenar ao pecado na carne; a essa lei a condenou na cruz; e por isso o Espírito de Cristo rebate essa lei.
Segue dizendo Paulo: 4 Para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos conforme à carne, a não ser conforme ao Espírito". A lei é justa, mas não podia nos ajudar para nada; ao contrário, condenava-nos. Mas agora sim pode ser cumprida por aqueles que não andam conforme à lei, e sim conforme o Espírito. Então, depois do capítulo 7, dá por fato que sim se pode. Se virem a importância do capítulo 7? O capítulo 7 de Romanos é muito importante porque agora a Palavra dá por feito que já não andamos conforme à carne, e sim conforme o Espírito. Isso deve ser o normal em todo crente, que já não ande conforme à carne, mas sim conforme o Espírito. A carne fez, a carne se assenhoreou, a carne nos escravizou. Quantas vezes ofendemos ao Senhor! Mas já é hora, irmãos, em que a carne não se faça sentir. Já é o tempo do espiritual. Já é o tempo da vida no Espírito. Nós temos luz é com o Espírito. Nós só podemos ter revelação com o Espírito. Nós podemos conhecer cristo somente pelo Espírito.
Em Deus não há trevas
Como diz a Palavra de Deus no capítulo 1 da primeira carta de João, quando diz: "5Esta é a mensagem que ouvimos Dele (de Cristo), e lhes anunciamos: Deus é luz, e não há nenhuma trevas nele". Conosco se estiveram congregando algumas pessoas muito preciosas, mas a verdade é, eu não sei o motivo pelo qual, nos abandonaram e hoje estão militando na seita chamada "crescendo em graça". O que lhes aconteceu? Que não viram o corpo de Cristo, e por motivos carnais preferiram cortar com a comunhão com os irmãos, e paulatinamente se foram cobrindo de um véu de trevas que não os deixava ver a verdade de Cristo e de Sua Palavra; e o que é pior, já neste mesmo mês de março (2007), segundo as notícias aparecidas por Televisão, lhes vão impor a marca do 666. E algumas vezes louvaram ao Senhor conosco.
Então, para viver e poder ver as coisas, tem que ter luz. Um cego precisa se guiar com um bastão, ou de um cão guia de cegos, ou de alguém que o ajude em determinado momento. Um cego, por mais experiente e douto que esteja, se for atravessar uma avenida, se for prudente pergunta se já pode passar. Por isso diz: "Deus é luz, e não há nenhuma trevas nele. 6 Se dizemos que temos comunhão com ele, e andamos em trevas, mentimos, e não praticamos a verdade; (mas o mais importante é o que vem agora) 7 mas se andarmos na luz, como ele está na luz...". Deus está na luz e Ele vive em nós com toda Sua luz. O mesmo que nasceu um dia do ventre de Maria, agora vive dentro de nós, quer crescer em nós e nós nele; Ele quer caminhar com nossos pés, e olhar com nossos olhos, e falar com nossa boca, e amar com nosso coração, ouvir com nossos ouvidos; Ele quer fazê-lo, anseia-o; suplica-nos isso, se é que se pode dizer essa palavra. "Rogo-lhes pelas misericórdias de Deus", diz Paulo. "Não vos conformeis a este século"; não nos conformemos, diz o Senhor nesta hora. O primeira coisa que o Senhor trabalha em nós é a mente. A parte que leva a primazia na alma é a mente, e é o primeiro que o Senhor quer e precisa transformar em nós, para que recebamos Sua luz inefável. Ele quer encher de Sua luz a nossa mente transformada. Se não houver luz em nós, somos fáceis presa do engano de outros e até do engano de nós mesmos, de nossos caprichos e as sutilezas de nossas ilusões. Somos tolos; não vemos a luz de Deus. Não queremos vê-la. Quando a vamos ver e nos deixar guiar por Ele? Quando deixaremos de jogar à religião?
Se o Espírito viver em nós, se o Espírito nos iluminar, se o Espírito nos der Sua luz, então ninguém tem que ensinar a mim o que Deus me quer falar, diz aqui nesta carta. Diz João nesta carta que o próprio Espírito, a unção que mora em ti, diz-lhe isso, ensina-lhe isso, você é guiado a fazer as coisas que agradam a Deus, o que te beneficia, o que Deus quer contigo. Por que há necessidade de lhe estarem dizendo todo o tempo por onde têm que caminhar e o que têm que fazer? Quando vão amadurecer e escutar a voz de Deus? O próprio Espírito vai dizendo qual é o caminho mais seguro que Ele quer que nós sigamos, e nos avisa se houver um abismo. É incrível, irmãos, os anos que levamos, e ainda estamos onde estamos, em um estado espiritual que deixa a desejar.
As trevas separam aos crentes
Logo diz João: "7 Mas se andarmos na luz, como ele está na luz, (Ele está na luz e nos trouxe essa luz ) temos comunhão uns com outros, e o sangue de Jesus Cristo seu Filho nos limpa de todo pecado". Olho a isso: se andarmos nessa luz, temos comunhão uns com outros; a escuridão nos separa. Se nós não andarmos na luz de Deus, não podemos ter comunhão entre nós. As trevas espirituais forjam as seitas e as divisões na Igreja de Jesus Cristo. Por que proliferam as denominações religiosas? A luz de Deus nos mostra nossa própria situação espiritual. A luz de Deus me pode mostrar a situação de outra pessoa pelo discernimento, e por alguma razão muito importante e particular, primeiro me mostra minha própria situação frente a Ele. E é pelo que devo me preocupar, por minha própria situação diante Dele. Para que vou me preocupar e trabalhar em excesso pela situação espiritual de outros se descuidar a minha? Que as mostre o Senhor mesmo também a eles. O Senhor está empenhado em que tenhamos um mesmo sentir, uma mesma fé, que vivamos unânimes. Deus quer que tenhamos a mesma moderação e vivamos nós na mesma fé e na mesma bondade., "porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que foi dado" (Ro. 5:5). Ele derramou Seu amor sobre nós e Sua paz por meio de Seu Espírito. Já temos a paz que o Senhor nos deu, não a que o mundo pretende ter às vezes; vivamos com essa paz, vamos dar também essa paz do Senhor ao irmão enquanto lhe damos um ósculo santo e sincero, de amor.
"Mas se andarmos na luz, como ele está na luz, temos comunhão uns com outros, e o sangue do Jesus Cristo seu Filho nos limpa de todo pecado"; porque a luz de Deus me mostra constantemente o que há em mim de sujo; e vou diante de Deus, e lhe digo: Pai, venho diante de ti para te confessar meu pecado, te pedindo que me perdoe e que o sangue de seu Filho me limpe.
Voltamos para capítulo 8 de Romanos. Ali diz: "5 Porque os que são da carne pensam nas coisas da carne; mas os que são do Espírito, nas coisas do Espírito". São duas naturezas, a humana e a divina; são duas leis, a do pecado e dá a morte, e a lei do Espírito de Vida em Cristo; são dois homens, o velho homem, herdado de Adão, e o novo homem, Cristo em nós. Qual é o mais importante? O novo, Cristo em nós, esperança de glória. Cristo derramou Seu sangue por nós, e Seu Espírito nos colocou dentro do novo homem, essa nova criação. "6Porque o ocupar-se da carne é morte, mas o ocupar do Espírito é vida e paz. 7Por quanto os intuitos da carne são inimizade contra Deus; porque não se sujeitam à lei de Deus, nem tampouco podem; 8 e os que vivem segundo a carne não podem agradar a Deus".
Eu acredito que é bom seguir estudando a carta de Paulo aos Romanos, e que continuemos procurando essas profundidades de Deus que tanto necessitamos nestes tempos.
Assinar:
Postagens (Atom)
Irmãos em Cristo Jesus.

Mt 5:14 "Vós sois a luz do mundo"