sexta-feira, 7 de março de 2008

A ESPERANÇA DA GLÓRIA Por David w Dyer

A ESPERANÇA DA GLÓRIA

Qual é a sua esperança? Como crentes, o que é que estamos esperando e desejando? Para um cristão, a esperança faz grande parte de sua experiência. Junto com a fé e o amor, é uma das três coisas que permanecerão (1a. Cor 13:13). Mas o que é ela? No que consiste? Estas são as coisas que estaremos discutindo neste capítulo. Paulo ora para que “os olhos do nosso coração sejam iluminados” para que “saibamos qual é a esperança do seu chamamento, qual é a riqueza da glória da sua herança nos santos”(Ef 1:18). Isto é verdadeiramente o que necessitamos. Todos nós necessitamos de uma ulterior revelação sobrenatural referente às coisas maravilhosas de Deus. Precisamos que nossos olhos espirituais sejam “abertos” para que possamos ver. Precisamos olhar profundamente dentro de Seu maravilhoso plano. Então, com esta visão ardendo em nós, entregarmo-nos completamente a Ele para que seus propósitos possam ser cumpridos em nós.
Entretanto, antes que possamos realmente saber o que é a nossa esperança, pode nos ser necessário abandonar algumas coisas que podem substituir aquilo que é genuíno. Precisamos libertar nossas mentes de qualquer mito, verdades parciais ou mentiras completas que nos dão um conceito humano, mas não revelação espiritual. Qualquer “compreensão” que não seja verdadeira irá bloquear nossa capacidade de receber aquilo que é verdadeiro. Qualquer conceito que não flua do trono de Deus, mas sim da mente dos homens, certamente nos impedirá de ver Sua verdade. Quando pensamos que já sabemos tudo, nossas mentes se tornam “cheias” e satisfeitas, tornando difícil para nós recebermos qualquer coisa a mais. Esta posição cega e fechada é especialmente lamentável se o que pensamos ser luz se revela ser apenas trevas. Portanto, é imperativo gastar um tempo aqui nesta mensagem, não apenas para declarar o que é verdadeiro, mas também examinando algumas idéias falsas, muito comuns, que tomam o lugar da revelação divina na mente de alguns crentes. Deus tenha misericórdia de nós para revelar Sua própria verdade enquanto estamos olhando juntos para estas coisas.
Conforme afirmamos muitas vezes neste livro, nosso Deus, gratuitamente ofereceu a todo aquele que quiser, a oportunidade de receber Sua própria Vida Eterna. Uma vez que possuímos esta vida, estamos aptos a crescer espiritualmente até chegar ao que Ele é, tornando-nos filhos maduros. Então, sendo assim transformados, somos preparados para entrar em uma união de sagrado matrimônio com nosso Criador. Portanto, a verdadeira mensagem do Evangelho é uma mensagem a respeito do nosso destino. É sobre quem ou o quê podemos nos tornar. É sobre uma mudança de vida radical, de algo terreno para algo sobrenatural e glorioso.
Todavia, de alguma forma, sutilmente, estas boas novas foram alteradas. A mensagem que ouvimos tão freqüentemente hoje não é mais sobre o nosso destino, mas sobre uma destinação. O foco de nossa atenção foi desviado do que podemos “nos tornar” para “ir a algum lugar e conseguir algo ou algumas coisas”. Em vez de pregar sobre o que seremos quando morrermos, muitos focalizam “para onde iremos”ou “o quê vamos obter.” Para muitos cristãos hoje, sua esperança está num lugar chamado “céu”. Isto quer dizer que eles estão olhando para uma destinação, um endereço onde viverão para sempre. Este lugar talvez esteja em suas mentes como um tipo de “Disney World” celestial, que oferece muitos tipos de diversões e uma grande variedade de prazeres físicos, terrenos. Eles não apenas pensam que terão plenitude de conforto e diversão, mas também terão uma enorme mansão e um suprimento ilimitado de ouro para gastar naquilo que quiserem.
Naturalmente, Jesus estará lá, para o caso de necessitarmos Dele para alguma ajuda. Alguns imaginam que gastarão seu tempo jogando golfe. Para outros, talvez, surfar ou velejar seja a sua esperança. Muitos pensam que o seu passatempo preferido estará à sua disposição para garantir que estejam felizes e não se aborreçam. Para resumir o que muitos acreditam, o “céu” deve ser como um tipo de “terra do prazer” similar ao “paraíso” muçulmano.
O problema de tudo isto é que estas coisas não são verdadeiras. Esta é apenas uma idéia imaginária, construída a partir de uns poucos versículos bíblicos erroneamente interpretados. É um conceito humano, terreno, sobre a eternidade, que não é a mensagem de Jesus Cristo. Já que não é verdadeiro, não tem poder espiritual. Não tem autoridade para impactar nossas vidas de um modo real. Não tem influência para ligar os corações dos homens àquilo que eles esperam. Portanto, não pode servir como âncora da alma “que penetra além do véu” (Heb 6:19), o que poderemos ver através dos tempos de tentação e julgamento. Esta mensagem da “terra gloriosa” é simplesmente um sistema de pensamento terreno, da alma, que é impotente para impactar as vidas da raça humana. A pregação desta mensagem não pode salvar almas e “crer nela” não mudará nossas vidas ou atitudes. A razão para isto já foi afirmada: ela simplesmente não é verdadeira. Somente a verdade de Deus tem poder real.
Pense sobre isto. Tais confortos materiais, junto com riquezas físicas e prazeres, poderão ser obtidos pelas pessoas nesta Terra, hoje. Muitos neste mundo se consomem hoje por causa destas coisas. Eles querem “ir a algum novo lugar”, diferente e excitante. Querem tirar férias em um ou outro local exótico. A perseguição às “coisas” também é excessiva. Televisores novos e maiores, carros, barcos, roupas e uma variedade infinita de coisas são o motivo pelo qual muitas pessoas deste mundo anseiam e se empenham para conseguir. Veja, destinação, coisas e prazer são coisas a serem perseguidas neste mundo, não no reino de Deus. Se estas são as metas, porque não procurar por elas agora? Se estas coisas são plano de Deus para nós, então porque não procurarmos conseguê-las hoje, nesta vida, de qualquer modo e empregando todos os esforços? Deste modo, podemos ter algumas delas agora e ainda mais, no futuro. Mas os objetivos da vida espiritual são diferentes. Eles não têm nada a ver com o “lugar” para onde deveríamos ir ou com o que podemos conseguir, mas têm tudo a ver com “quem” nós podemos nos tornar. Verdadeiras metas espirituais não são as mesmas deste mundo.
Eu me lembro de estar falando para um grande grupo de crentes alguns anos atrás, em um país mais pobre. Tentando esclarecer para eles a verdadeira esperança da glória – as genuínas riquezas espirituais que deveríamos estar perseguindo hoje – eu disse algo assim: “Se possuir uma casa bem grande, três carros na garagem e muito dinheiro para gastar for o céu, então os Estados Unidos são o céu”. Fiquei chocado de ver que a audiência inteira acenava com as cabeças, em concordância. Para elas, de acordo com o evangelho que haviam recebido e no qual criam, os Estados Unidos eram, se não o céu, a coisa mais próxima dele. Queridos irmãos, esta não é a verdadeira mensagem do evangelho. É apenas uma pobre idéia humana do que possa ser a eternidade. Possivelmente, afirmar que nossas recompensas não serão físicas ou sensuais pode espantar alguns de vocês. Pode ser que você tenha “acreditado” nestas coisas durante anos. Não desejo ofender você. Por favor, eu lhe peço, não feche a sua mente, mas vamos juntos nos abrir para Deus, examinar Sua Palavra sem preconceito e vamos ver qual é realmente o plano eterno de Deus.

NOSSA VERDADEIRA “MANSÃO”

Para começar, parece necessário falar sobre as mansões celestiais que muitos crentes estão esperando receber. Colocando simplesmente, não existe nenhuma mansão. Isso mesmo, no céu não haverá nenhuma mansão, do jeito que pensamos. Eu conheço, tanto quanto você, o versículo em que Jesus diz: “Na casa de Meu Pai há muitas moradas” (ou “mansãoes) (João 14:2). Mas, a idéia que muitas intendem deste versiculo é muito pobre. A Palavra “moradas” aqui que muitas pensam significa “mansões”, não é um tipo de casa física. O Apóstolo Paulo nos explica o que é realmente “habitação”. É o nosso novo corpo glorioso que iremos receber. 2a. Cor 5:1-4 diz : “Sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos da parte de Deus um edifício, casa não feita por mãos, eterna, nos céus. E, por isso, neste tabernáculo gememos, aspirando por ser revestidos da nossa habitação celestial; Se, todavia, formos encontrados vestidos e não nus, Pois, na verdade, os que estamos neste tabernáculo gememos angustiados, não por querermos ser despidos, mas revestidos, para que o mortal seja absorvido pela vida”. Você vê, nossa nova “casa” ou habitação será nosso novo corpo. Não tem nada a ver com um prédio ou uma casa física. Não é uma mansão. O “lugar” que Jesus está preparando para nós é nosso corpo celestial, no qual moraremos durante a eternidade. Este corpo glorificado que receberemos é a única “mansão” que iremos obter. Por favor, note que no verso 1, esta “casa” está “nos céus”, mas no verso 2 diz que, quando a recebermos, ela não está mais “no” céu, mas vem “do” céu.
Na eternidade não haverá “casas” separadas para cada um. O moderno conceito cristão de Nova Jerusalém dividida em bairros, edifícios ou apartamentos, é errôneo. Tenho ouvido crentes fazendo cálculos baseados nas medidas da cidade, para descobrir quanto “espaço” caberá a eles. A Nova Jerusalém não é um cubo que possa ser dividido em muitos compartimentos onde vamos viver. Muito embora a altura, a extensão e a largura sejam iguais, ainda assim, não é um cubo. Ao contrário, é uma montanha. Heb 12:22 diz: “Mas tendes chegado ao Monte Sião e à cidade do Deus vivo, a Jerusalém celestial, e a incontáveis hostes de anjos, e à universal assembléia”.
Na eternidade, vivendo na nova Terra, não haverá necessidade de um tipo de casa terrestre. Não precisaremos dormir, já que não haverá nenhuma noite, nem fadiga (Ap 21:25). Portanto, quartos não serão necessários. Não precisaremos fazer comida, portanto cozinhas não serão necessárias. Não precisaremos usar o banheiro, conseqüentemente este lugar também será desnecessário. Não haverá necessidade de privacidade, já que tudo será aberto e exposto a todos.
Nova Jerusalém será inteiramente “transparente como cristal” (Ap 21:11). Não há nada escondido lá. Não haverá paredes interiores, divisórias ou cantos escuros nos quais se esconder. Também não haverá lugar para “dar uma escapadinha” e fazer algo que você não quer que os outros vejam. Não haverá desejo de ter “alguma privacidade” dos outros ou do próprio Deus. Não haverá nenhuma divisória, nada escondido ou escuro, nenhum grupo especial ou secreto. Se isto não atrai você, talvez você ainda tenha em seu coração áreas de pensamentos e desejos que não foram trazidos à luz de Deus. Talvez você tenha necessidade de mais um trabalho de limpeza do Espírito Santo para trazer tudo o que você é para esta luz. Deste modo e, apenas deste modo, você estará preparado para viver na presença de Deus pela eternidade.
Quando Nosso Senhor chegar, toda a resistência, toda a hesitação da nossa parte em termos intimidade com Ele, serão completamente expostas. Todo medo, toda rebelião em nossas almas ou a falta de amor por Ele e somente por Ele, se tornarão totalmente óbvios para nós todos. Hoje nós O vemos somente “através de um espelho, obscuramente” (1ª Cor 13:12). Então o veremos face a face. À luz pura de Sua face tudo será visto exatamente da maneira como é. Quando Ele aparecer, tudo aquilo com que nos decepcionamos conosco, esperando que Deus nós veja corretos, ainda que sentirmos que realmente não somos corretos, será visto da maneira como realmente é. Todas as desculpas que inventamos para não procurá-Lo de todo o nosso coração e fazer a vontade Dele, serão reveladas. Todos os segredos do nosso coração serão manifestos.

JESUS ESTÁ VINDO PARA SUA NOIVA.

Jesus está vindo para a Sua noiva. Está vindo para aquela com a qual vai se casar. Isto nos fala de uma grande intimidade. Cantares 1:4 diz: “O rei me trouxe para a sua câmara”. Mas que câmara é esta? É o Seu escritório? Poderia ser a sala do Seu trono? Não, é o seu quarto de dormir. Esta figura de linguagem nos fala de uma intimidade sem igual. É o uso de uma linguagem humana para descrever nossa futura união espiritual com Cristo. Lá não haverá segredos. Não haverá nada escondido ou encoberto. Você se lembra do capítulo 1 quando falamos sobre o primeiro casamento, o matrimônio de Adão e Eva? Aqui, neste capítulo profético sobre o futuro “casamento”, a Palavra de Deus diz que “estavam ambos nus e não se envergonhavam” (Gen 2:25). O que isto significa para nós? Isto se refere ao assunto que estamos abordando. Fala de estar completamente sem “cobertura”, isto é, que tudo está inteira-mente aberto, exposto, à luz do dia. Ainda que neste estado de “nudez”, eles não estavam envergonhados. Isto é porque eles não tinham nada a esconder. Todavia, quando eles pecaram, este grande conforto de abertura e transparência desapareceu. Por causa de seu pecado, subitamente eles sentiram um impulso de se cobrir e de se esconder.
E você? Você se sentirá confortável com tal intimidade com Deus quando Ele vier? Você se sente feliz de aprender que Ele conhece tudo sobre você –todos os seus atos, pensamentos e palavras? Você está vivendo hoje neste mesmo tipo de transparência e intimidade com Ele? Você confessou tudo? Você trouxe tudo à luz Dele para que Ele pudesse examinar e julgar? Você está diariamente vivendo neste tipo de “nudez” espiritual com Ele? Se não estiver, então você será envergonhado na Sua vinda (1a João 2:28). Você se sentirá embaraçado e irá querer se esconder. Você estará cheio de medo de encontrá-lo sabendo que tudo será exposto. Muitos cristãos insistem que estão esperando ansiosamente pelo dia da volta de Jesus. Eles gritam, cantam e oram pela Sua chegada. Mas, quando o céu se abrir e Ele começar a aparecer, muitas dessas pessoas correrão a procurar um lugar para se esconder. Subitamente se darão conta de sua verdadeira condição interior. O pecado que estiveram escondendo deles mesmos e também dos outros, rapidamente se tornará óbvio. Qualquer “representação” na Igreja ou fingimento de estar num estágio espiritual superior ao que realmente estão, será salientado totalmente à luz de Sua face. Isaias 33:14 diz: “Os pecadores em Sião se assombram, o tremor se apodera dos hipócritas” Estes são aqueles que procurarão um lugar para se esconderem.
Não haverá pilhas de ouro ou prata esperando para serem gastos em Nova Jerusalém. Não haverá necessidade de dinheiro. Não haverá lojas nas quais possamos gastar e nem produtos que possamos comprar. Não haverá ninguém tentando usar as necessidades dos outros para se enriquecer. Não haverá ninguém que tenha necessidades ou alguém que esteja ansioso para ter mais que o outro. De fato, não teremos necessidade do que quer que seja. O próprio Deus será tudo o que queremos ou precisamos ter. Lá ninguém precisará ou desejará diversão, passatempo ou prazer sensual. Qualquer dessas diversões só iria nos distrair da presença maravilhosa de Deus.
Não estou dizendo que não haverá prazer de qualquer espécie. Na verdade, estou bem certo que estar com Jesus será a experiência mais agradável que alguém possa imaginar. Seguramente, em Sua presença “há plenitude de alegria” e à Sua direita, “prazeres para sempre” (Salmo 16:11). É que estes prazeres serão diferentes. Serão espirituais e não terrestres. As coisas e os prazeres desta Terra, aos quais estamos tão desesperadamente apegados serão nada para nós e, mesmo hoje são nada, em comparação com o que Deus tem para dar. É nosso privilégio hoje ter um “provinha” ou uma pequena amostra destas realidades espirituais. Aqui e agora podemos abandonar nosso apetite por prazeres terrestres, sensuais, e aprender como “saborear” o próprio Deus. Este prazer não é diferente daquilo que conheceremos no futuro, mas uma amostra um pouco limitada da coisa verdadeira.

NOSSA GRANDE RECOMPENSA.

É certamente verdade que Jesus nos ensinou a armazenar “tesouros” no céu. (Mat 6:20). E também que nossa esperança está preservada para nós no céu” (Cl 1:5). Mas há um outro fato que devemos lembrar com muito cuidado. Jesus afirma claramente que, quando Ele voltar, trará esta “recompensa” com Ele para a Terra. Ele diz: “eis que venho sem demora e meu galardão está comigo.” (Ap 22:12). Nosso “galardão” pode estar no céu agora, mas ele não vai permanecer lá. Será trazido para a Terra no dia da vinda de Jesus Cristo. E qual é esta recompensa? Já que não vai ser ouro e prata ou qualquer outro tipo de riqueza terrena, o que poderia ser? Deus falou Abrão: “Eu sou o teu escudo, o teu grandíssimo galardão” Gen 15:1 RC). para AbraVeja, o próprio Deus é nossa recompensa. Ele, tão somente Ele, será aquele em quem nos deleitaremos. Nossa recompensa não é um lugar de destino, como o céu (ou mesmo uma nova Terra). Não é riqueza como ouro ou prata. É uma Pessoa. É a oportunidade de entrar abertamente e completamente em Sua presença e deleitar-se em tudo aquilo que Ele é. Além disso, como vimos no capítilo 7 sobre o Trono do Julgamento de Cristo, nossa capacidade de usufruir desta recompensa (que poderia ser considerada como “o tamanho” desta recompensa –será governada pela nossa maturidade espiritual.
Você se sente desapontado com isto? Parece que você foi iludido sobre o que você tem desejado? Você estava esperando por muitas outras diversões e prazeres? Você já colocou seu coração em uma “mansão” no céu? Então isto é sinal que você ainda não conhece a Deus como deveria. Ainda não teve seus olhos espirituais abertos para poder ver. Você ainda está preso a uma compreensão terrena, humana, da eternidade. Mas deixe-me afirmar isto com toda a ousadia: Deus é tudo! Ele é tudo o que podemos querer ou necessitar. Ele é o Criador de todas as “coisas”que tanto valorizamos. Ele é tão maior que nossos pequenos prazeres terrenos, que os faz parecer ridículos e desprezíveis quando comparados a Ele. Ele é tudo em tudo. Em Sua presença espantosa, intensa, gloriosa, não pensaremos em nada mais e, se o fizermos, será apenas para nos envergonharmos disso. Verdadeiramente o próprio Deus será nossa extraordinariamente grande recompensa. Sem dúvida, quando estivermos com Jesus, haverá muita coisa para fazermos. Entretanto, estas coisas não serão a origem de nosso gozo. Não serão atividades ou lugares que providenciarão nossa satisfação. Não estaremos olhando para elas como fonte de entretenimento ou diversão. Em vez disso, estando plenamente satisfeitos em nosso Deus, também sentiremos alegria em servi-lo e em assisti-lo, fazendo Sua vontade no Universo. Estas atividades não serão a fonte de nossa felicidade, mas o resultado do deleite que temos em Nosso Senhor. Nossa atenção e nossos desejos serão completamente centrados Nele, mais do que em qualquer outra coisa que possamos fazer, qualquer lugar que possamos ir ou em qualquer coisa que Ele possa nos dar. Nosso relacionamento com Ele, nosso “saborear” íntimo de Sua Pessoa, comandará nossa completa afeição. Nada mais poderá ser comparado ou acrescentado à delícia desta indescritível intimidade.

MINHA IRMÃ, MINHA ESPOSA.

Talvez você se lembre como falamos, no 1º cap., de Adão, junto com Deus, procurando uma companheira adequada. Primeiro eles olharam entre os animais. Examinaram cada um deles para ver se algum atendia às exigências. Nenhum deles servia, porque nenhum deles era da mesma espécie que Adão. Então, depois que Deus fez Eva, Adão acordou e a viu. Ele exclamou: “Esta sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne” (Gen 2:23). Do mesmo modo, Nosso Senhor Jesus está procurando uma noiva. Mas ela também deve ser da mesma espécie que Ele. Ela também deve corresponder a Ele em tudo. Ela deve ser “osso do seu osso e carne da sua carne”, espiritualmente falando. Ela deve ser da Sua própria vida e natureza. Para cumprir Seu propósito, Deus colocou Sua própria vida à disposição do homem. Quando recebemos esta vida, entramos na família de Deus. Tornamo-nos um novo tipo de criatura eterna, um filho do Altíssimo. Quando Jesus Cristo veio à Terra, Ele era o “Único filho gerado” de Deus (João 3:16). Isto quer dizer que Ele era a única “criança” que Deus produziu. Mais tarde, todavia, isto mudou. O Pai agora gerou muitos filhos. Hoje, Jesus Cristo não é mais chamado de “unigênito”, mas de “primogênito” entre muitos irmãos (Rom 8:29).
Muitos cristãos novos e até mesmo descrentes perguntam “com quem os filhos de Adão e Eva se casaram?” Indubitavelmente, a resposta deve ser que eles se casaram com suas irmãs. Não havia outra escolha disponível. Não havia outras pessoas com quem pudessem se unir. Já que naqueles dias as pessoas viviam centenas de anos, houve um tempo amplo para que Adão e Eva pudessem ter muitos e muitos descendentes. Interessante que Jesus também irá se casar com sua “irmã”, espiritualmente falando. Ele chama Sua noiva em Cantares (4:9,10,12) de “minha irmã, minha esposa”. Ela tem o mesmo pai. Ela é da mesma família de Deus. Ela compartilha com Ele a mesma vida eterna. Ele deve se casar com Sua “irmã”, pois não há outra escolha. Não há outros seres eternos disponíveis para gerar filhos dentre os quais Ele possa escolher uma noiva.
Não apenas a noiva de Cristo precisa ter o mesmo tipo de vida, mas ela também deve possuir a mesma natureza. Ela também deve ser santa. Ela também deve ser pura e sem pecado. As Escrituras nos dizem que Jesus vai apresentar Sua noiva como “uma igreja gloriosa, sem mancha num ruga ou coisa semelhante, mas santa e inculpável” (Ef 5:27). O perdão de Deus abre o caminho para que possamos receber a vida de Deus. E a vida de Deus é o meio pelo qual podemos ser transformados na natureza de Deus. Nós podemos e, na verdade, devemos “nos tornar participantes da natureza divina, tendo deixado para trás a corrupção ( 2ª Pedro 1:4). Esta santa natureza é também um requisito para o matrimônio. Interiormente devemos ser como Cristo. Se não somos como Ele, como podemos nos unir com Ele em uma união íntima? A Bíblia diz: “E a si mesmo se purifica todo o que Nele tem esta esperança, assim como Ele é puro” (1ª João 3:3).
Para que possa haver um matrimônio entre o Cordeiro e a Sua noiva, ela precisa ter a mesma vida e a mesma natureza. Mas há ainda um outro requisito: ela deve ter o mesmo tipo de corpo. Isto também foi providenciado por Nosso Senhor. Algum dia, quando Ele voltar para nós, seremos glorificados. Isto significa que nossos corpos serão glorificados para ser semelhantes ao Dele. Por favor, preste bastante atenção a este fato. Biblicamente falando, “glória” não é um lugar. É um estado de ser. Não é um lugar para onde possamos ir, mas uma condição para a qual seremos trasladados. Os cristãos não devem pensar em ir para a “terra da glória” ou “céu”, mas em ser glorificados. Esta é a nossa esperança. Nossa esperança não é “para onde iremos” mas “em quê” nos transformaremos. Não é a esperança de ir a “algum lugar” mas de se transformar em “algo” glorioso. Col 3:4 diz: “Quando Cristo, que é a nossa vida, aparecer, então nós também apareceremos com Ele, em glória”.
Se quisermos saber como será este corpo, precisamos apenas olhar para a primeira parte do livro de Apocalipse. Lá nós vemos como Jesus aparece “em glória”- em Seu estado glorificado. “Sua cabeça e Seus cabelos eram brancos como a lã, tão brancos como a neve e Seus olhos como chama de fogo. Seus pés eram como fino bronze, como se refinado na fornalha e Sua voz como o som das muitas águas... Sua aparência era como do sol brilhando ao meio dia” (Ap 1: 14-16). Esta figura terrível, abrasadora e brilhante, é Nosso Senhor em glória. É Jesus em Seu corpo glorificado. Este espetáculo foi tão intenso que nosso irmão João “caí aos seus pés como morto” quando O viu (Ap 1:17). Isto, irmãos, é a verdadeira glória! Isto também é a nossa esperança que seremos glorificados para ser como Ele. 1ª João 3:2 diz: “quando Ele for revelado, seremos como Ele, pois O veremos como Ele é”. Nossos corpos serão transformados num instante, “num piscar de olhos (1ª Cor 15:52) para serem exatamente como Ele é. As Escrituras nos ensinam que “aqueles que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento; e os que a muitos conduzirem à justiça, como as estrelas, sempre e eternamente.” (Daniel 12:3) Tambem lemos que, “of justos brilharão como o sol no reino de seu Pai” (Mt 13:43).
Interessante que este novo corpo “está em construção” neste exato momento. Ele está “preparando” este lugar para nós. Possivelmente isto deve ter relação com nosso crescimento espiritual. É provável que, quanto mais amadurecemos espiritualmente, mais glorioso nosso corpo espiritual se torna. Então, quando Jesus aparecer, nosso novo corpo, glorificado, aparecerá em exata harmonia com o que somos interiormente.

A ESPERANÇA DA GLÓRIA

Esta, queridos amigos, é a nossa esperança. É a esperança da glória. Não é a esperança de uma destinação, mas do nosso destino. Não é a esperança de onde iremos ou do que podemos conseguir, mas de nos tornarmos tudo o que Cristo é. Como precisamos da revelação desta verdade! Como necessitamos de “olhar para a Sua glória” (João 1:14), como os antigos discípulos fizeram! Sem a revelação da glória de Jesus, não temos esperança. Se pensamos apenas em recompensas físicas tais como lugares ou coisas, estamos destituídos de qualquer verdadeira revelação que tem poder mudar nossas vidas. Mas, uma vez que vimos o que é ser glorificado, uma vez que tivemos uma amostra da glória que há de vir, então, certamente “rejeitaremos todo o peso e todo o pecado que tenazmente nos assedia, correndo, com perseverança, a carreira que nos foi proposta”. (Heb 12:1) Quando tivermos visto “a glória”, nada mais importará. Quando pudermos ver o que realmente está sendo oferecido a nós, tudo o mais empalidecerá, não resistindo à comparação.
A esperança bíblica é “a esperança da glória de Deus” (Rom 5:2). Esta esperança é resultado de revelação. Quando Deus revela Sua glória a nós, então, e só então, saberemos para o que devemos olhar. É então que entendemos o que é “a esperança do nosso chamamento” (Ef 1:18). É então que temos compreensão espiritual. Esta revelação da glória de Deus, a qual é para ser herdada por nós, serve como uma “âncora” para as nossas almas. É uma revelação que cativa nossas mentes e corações de maneira tal que nada mais pode parecer melhor. Qualquer custo que deva ser pago para que se alcance esta meta, é mais do que válido. Paulo diz que: “conto os sofrimentos deste tempo presente como nada sendo, comparado à glória que será revelada em nós. (Rom 8:18) No capítulo anterior, falamos sobre quem Jesus Cristo realmente é. Ele é o Filho encarnado. Ele é a imagem do Deus invisível. Ele é o instrumento através do qual o Pai se revela ao Universo – o “brilho de Sua glória e a imagem expressa de Sua Pessoa” (Hb 1:3). Mas aqui, na Palavra de Deus, lemos sobre uma esperança gloriosa, ainda mais inacreditável. A Bíblia diz que nós podemos ser transformados a esta mesma imagem. 2ª Cor 3:18 diz: “Mas todos nós, com o rosto desvendado, contemplando como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na Sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito”. Que incrível! Quão inimaginavelmente maravilhoso! Nós, pequenos e insignificantes seres humanos, podemos ser transformados à mesma imagem – a imagem do Deus invisível. Podemos não apenas contemplar a Sua glória hoje, mas através desta contemplação, podemos ser transformados naquilo que vemos. De um degrau da glória a outro degrau de glória, podemos ser transformados naquilo que Ele é. Isto é realmente esperança. Isto é algo em que devemos fixar firmemente a nossa esperança. Isto é algo que vale mais do que qualquer coisa no Universo. Isto é algo que é válido, fazendo qualquer coisa necessária para adquirir. Vale a pena renunciar a tudo, negar a nós mesmos tudo o mais, até mesmo renunciar às nossas próprias vidas para obter. Que contraste é isso em relação às pobres e miseráveis idéias humanas sobre como será a “nossa mansão no ceu” ou desejos por prazeres e diversões terrenos.
Em João 17:21 temos uma narração de Jesus orando ao Pai. Ele não está orando por Si mesmo, mas por nós. Esta prece é incrível. Ele afirma que “a glória que Tu me deste, eu a dei a eles”. E, com que propósito Ele nos está dando a Sua própria glória? É para que “sejamos um, assim como Tu, Pai, estás em mim e eu em Ti; para que sejam um em nós”. Por muitos anos eu acreditei que Jesus estava orando pela unidade entre os cristãos. Hoje tenho um ponto de vista muito diferente. Agora eu vejo que Ele está orando para que nós participemos da união que Ele tem com o Seu Pai. O desejo de Seu coração é que nos tornemos “um” com Ele, assim como Ele é um com o Pai. Ele está pedindo para que ocorra uma gloriosa união espiritual entre Ele mesmo e aqueles que O amam e O seguem. Esta união, esta intimidade, é tão incrível, tão grandiosa, que é difícil imaginar que possa ser verdadeira. Ele está abrindo um caminho para nós compartilharmos a união e a comunhão que Ele tem com o Pai. O Pai Nele e Ele em nós, para que esta incrível união santa entre o Pai, o Filho e a Noiva, possa ser perfeita.

TUDO AQUILO QUE ELE É

Deus é infinito. Ele é eterno. Sua criatividade é ilimitada. Seu poder é sem fronteiras. Sua beleza é insuperável e sua glória assombrosamente brilhante. Nosso Rei é totalmente gentil, generoso, amoroso, justo e bondoso. Ele é quem fez tudo o que existe e que ainda faz tudo novo uma outra vez (Ap 21:5). Não há outro ser no Universo que se compare em poder e glória mesmo com a menor porção de tudo aquilo que Ele é. A Palavra de Deus nos ensina todas essas coisas. Ainda, na Bíblia, podemos também descobrir o que é chamado de “boas novas”. Há um fato tão bom que é quase inacreditável, embora seja verdadeiro. É que Deus não conserva tudo só para Si. Ele tem em Seu coração um profundo desejo de compartilhar tudo isso com os homens. Ele tem convidado aqueles que têm o desejo de se submeter completamente a Ele, para vir e participar de tudo aquilo que Ele é. O plano de Deus é que nós, meros seres humanos, possamos entrar e participar de toda a glória, natureza e autoridade divinas. Podemos até mesmo “sentar” com Ele em “Seu trono” (Ap 3:21). Isto não é dizer que podemos sentar um pouco em Seu colo. Isto significa participar do governo do Universo juntamente com Deus.
Assim como uma noiva, depois de casada, pode compartilhar tudo com o seu marido, assim também nós somos convidados a participar de tudo o que Deus tem e do que Ele é. Uma esposa compartilha a casa com seu marido. Ela tem acesso aos seus recursos financeiros. Ela participa de seu status social. Em um casamento adequado, por ser submissa a ele, ela tem acesso, não apenas a tudo o que ele tem, mas também a tudo o que ele é. Assim também, fomos chamados para ser a noiva de Cristo. Deus graciosamente abre o caminho para nos tornarmos participantes com Ele, de Sua glória e de Seu reino.
Oh, como precisamos de uma visão espiritual! Como precisamos ter nossos “olhos” espirituais abertos para vermos qual pode ser nosso futuro! Precisamos olhar para o alvo. Necessitamos desesperadamente compreender aquilo em que estamos pretendendo entrar. Paulo, orando pelos cristãos de seu tempo e até para nos tambem, pede: “O Deus de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, possa dar a vocês o espírito de sabedoria e de revelação no conhecimento Dele, os olhos de sua compreensão sendo iluminados, para que possam saber o que é a esperança do seu chamamento, quais são as riquezas da glória de sua herança nos santos” (Ef 1:17,18). Que riquezas! Que glória pode ser a nossa herança! Se pudéssemos ver apenas uma pequena parte desta realidade espiritual, iríamos renunciar a tudo o mais e correr desimpedidos atrás Dele.
Irmãos e irmãs, podemos ser a noiva de Cristo! Podemos ser transformados para ser como Ele, para que possamos entrar em uma união de matrimônio com Ele! De um degrau de glória a outro degrau de glória, temos a incomparável possibilidade de entrar nesta terra boa e tomar posse dela. Podemos nos tornar “osso de seus ossos” e “carne de sua carne”- espírito de Seu Espírito, vida de Sua vida, natureza de Sua natureza divina. Podemos e iremos nos tornar exatamente como Ele é. “Mas sabemos que, quando Ele for revelado, seremos como Ele, pois O veremos como Ele é. E todos os que têm esta esperança em si mesmo e se purificam, assim como Ele é puro” (1A João 3:2,3).
E você? Você está tendo um tira-gosto desta experiência hoje? Jesus é o foco de sua atenção e a sua delícia ou você está procurando prazeres e experiências terrenas? O seu coração, a sua alma, a sua mente e a sua força estão inteiramente devotados a viver em intimidade amorosa com Jesus? Talvez fosse bom para todos nós fazer uma pausa aqui e contemplar estas coisas. Conforme estivemos vendo, nosso relacionamento com Deus é o fator mais importante em nossas vidas. Nosso relacionamento de amor com Ele é o que nos trará para a maturidade espiritual que necessitamos para obter todas as “recompensas” espirituais que estão por vir. Comparado a isto, tudo o mais é apenas uma sombra vazia. Hoje é o dia para se arrepender se você não está vivendo completamente para Ele. Hoje é o tempo para ouvir Sua voz e retornar ao primeiro amor. Depois que Jesus voltar não haverá outra oportunidade. Não haverá uma segunda chance. Deus está nos chamando. Ele está estendendo Sua misericórdia e graça hoje para todo aquele que responder. Ninguém é fraco demais. Ninguém é incapaz. Seu poder está disponível a todos que quiserem ouvir a Sua voz e entregar-se completamente a Ele. Hoje é o dia da salvação. O convite tem sido feito. “O Espírito e a noiva dizem: “vem”. E, aquele que ouve, diz: “vem!” E deixe aquele que tem sede vir beber. E aquele que desejar, deixe-o beber livremente da água da vida” (Ap 22:17). Esta é uma oferta maravilhosa de Deus. Se a negligenciarmos, seremos os maiores tolos do mundo.
Na Nova Jerusalém não haverá necessidade de nenhuma luz. O Deus invisível está lá, iluminando tudo com Sua glória. Esta luz é mantida e exibida pela “lâmpada” ou “candeia” que é o Cordeiro de Deus (Ap 21:23). A cidade santa, então, funciona como uma grande exibição do caráter de Deus e de suas obras, através das quais a sua luz se irradia. Todos os crentes transformados, simbolizados pelas muitas pedras preciosas que constituem o “muro” da cidade, terão se tornado uma espécie de ”exibição” ao Universo. O caráter multifacetado de Deus será visto através da personalidade individual. As obras maravilhosas que Deus fez nas vidas de todos os homens “tornados perfeitos” (Hb 12:23) estará disponível para todos verem. O amor insondável, a misericórdia e a graça de Deus serão exibidos. A Bíblia nos ensina que “a mulher é a glória do homem”.(1a Cor 11:7) Portanto, esta gloriosa “mulher”, a noiva de Cristo, servirá como uma ampla e celestial expressão de tudo aquilo que Jesus Cristo é e tem sido para aqueles que são uma parte dela. Na verdade, “Ele vier para ser glorificado em seus santos e admirado em todos aqueles que creram”. (2a Tess 1:10 NVI)
Um dia haverá um glorioso casamento celestial. Você estará lá? Você estará pronto para tomar parte nele? Os sábios de coração irão preparar-se. Pagarão qualquer preço para conseguir isto. Eles estarão lá quando “a voz de uma grande magnitude, como o som de muitas águas e como o som de poderosos trovões” anunciar que “o casamento do Cordeiro vai começar e a Sua esposa encontra-se preparada” (Ap 19:6,7).

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Irmãos em Cristo Jesus.

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Mt 5:14 "Vós sois a luz do mundo"

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