sexta-feira, 3 de julho de 2009

Cristo como Cabeça e como Senhor- C.H. Mackintosh

Extraído do site Verdades preciosas e traduzido para o Português pelos irmãos da cidade de Alegrete-RS

É extremamente interessante, assim como muito proveitoso, assinalar as diversas linhas da verdade estabelecidas na Palavra de Deus e observar como todas estas linhas se acham inseparavelmente vinculadas com a Pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo. Ele é o centro divino de toda verdade; e à medida que mantenhamos os olhos da fé fixos nele, cada verdade achará seu lugar correto em nossas almas e exercerá sua devida influência e seu poder formativo em nossa marcha e em nosso caráter. Infelizmente, em todos nós existe uma tendência a tomar uma parte da verdade —um aspecto— como se fora tudo; a tomar uma verdade particular e insistir nela até tal grau que interferimos com a saudável ação de outra verdade, impedindo assim o crescimento de nossas almas. É pela verdade que crescemos, não por uma parte da verdade; pela verdade somos santificados. Mas se só tomamos uma parte da verdade; se nosso caráter é moldado e nosso caminho dirigido por alguma verdade particular, não poderá haver nenhum verdadeiro crescimento, nenhuma autêntica santificação. “Desejem, como meninos recém-nascidos, o leite espiritual não adulterado, para que por ela (pela Palavra) cresçam para salvação” (1.ª Pedro 2:2). “Santifica-os em sua verdade; sua palavra é verdade” (João 17:17). Por toda a verdade de Deus —como consta nas Escrituras— o Espírito Santo forma, modela e guia à Igreja coletivamente e a cada indivíduo crente. Podemos estar seguros de que, quando alguma verdade particular é indevidamente enfatizada, ou alguma outra verdade virtualmente ignorada, o resultado será um caráter defeituoso e um testemunho inadequado.
Tomemos, por exemplo, os dois grandes temas mencionados no título deste artigo: «Cristo como Cabeça e como Senhor». Não é importante dar a cada uma destas suas verdades devido lugar? Não é Cristo tanto Cabeça de seu corpo —a Igreja— como Senhor dos membros individuais? E, se o for, nossa conduta não deveria estar dirigida e nosso caráter formado pela aplicação espiritual de ambas as verdades? Inquestionavelmente. Pois bem; se pensarmos em Cristo como Cabeça, isso conduz a um claro e prático âmbito de verdade. Não porá travas à verdade de seu senhorio, e sim tenderá a manter a alma bem equilibrada, o que é tão necessário em um tempo como o presente. Se pensarmos em Cristo só como Senhor de seus servos, individualmente, perderemos totalmente o sentido de nossas mútuas relações como membros desse único corpo do qual ele é a Cabeça, e assim cairemos na independência, atuando sem ter em conta para nada a nossos companheiros membros. Voltaríamo-nos, tomando uma figura, como fios de uma vassoura, mantendo cada um sua própria individualidade de ação e desconhecendo virtualmente todo elo vital com nossos irmãos.
Mas, por outro lado, quando a verdade de Cristo como Cabeça encontra seu lugar apropriado em nossas almas; quando sabemos e cremos que há “um corpo” (Efésios 4:4), e que somos membros uns dos outros, então, ao reconhecer plenamente que cada um de nós, em nosso caminho individual e no serviço, é responsável ante esse “um Senhor” (Efésios 4:5), resultará, como uma grande conseqüência prática, que nosso andar e nossos caminhos afetam a cada membro do corpo de Cristo sobre a terra. “Se um membro padecer, todos os membros se doem com ele” (1.ª Coríntios 12:26). Já não podemos mais nos considerar como elementos independentes, isolados, já que nos achamos incorporados como membros do “um corpo” por “um Espírito”, e estamos vinculados assim com a «Cabeça única»nos céus.
Esta grande doutrina se desenvolve em forma clara e plena em Romanos 12:3-8 e em 1.ª Coríntios 12, e chamamos a séria atenção do leitor em relação a isso. Não devemos esquecer que esta verdade de Cristo como Cabeça, e de nós como membros do corpo, não é algo que pertence meramente ao passado, mas sim se trata de uma realidade presente, uma grande verdade formativa que tem que ser severamente sustentada e levada a prática dia a dia. Há “um corpo”. Subsiste tão perfeitamente hoje como quando o inspirado apóstolo escreveu a epístola aos Efésios; daí que cada crente individual exerça uma boa ou má influência sobre outros crentes que habitam no extremo oposto da terra.
Isto parece incrível? Só pode sê-lo para o raciocínio da carne e a cega incredulidade. Certamente não podemos confinar à Igreja de Deus —ao corpo de Cristo— a uma questão de posição geográfica. Essa Igreja —esse corpo— está unido. por que coisa? Pela vida? Não. Pela fé? Não. por que, então? Por Deus o Espírito Santo. Os Santos do Antigo Testamento tinham vida e fé; mas o que puderam ter sabido eles de uma Cabeça no céu ou de um corpo na terra? Absolutamente nada. Se alguém tivesse falado a Abraão a respeito de ser membro de um corpo, ele não teria entendido. Como podia entendê-lo? Não havia nada semelhante em existência. Não havia cabeça alguma no céu e, por fim, não podia haver nenhum corpo na terra. Por certo, o Filho eterno estava no céu, como Pessoa divina da eterna Trindade; mas ele não estava ali como Homem glorificado nem como Cabeça de um corpo. É mais, até nos dias de sua carne, ouvimos-lhe dizer: “Se o grão de trigo não cai na terra e morre, fica sozinho” (João 12:24). Não houve nenhuma união, nenhuma cabeça, nenhum membro, nenhuma conexão vital até depois de sua morte na cruz. Só quando a redenção chegou a ser um fato consumado o céu contemplou essa maravilha de maravilhas, ou seja, a humanidade glorificada no trono de Deus; e, como complemento disso, Deus o Espírito Santo habitou nos homens aqui embaixo. Os Santos do Antigo Testamento poderiam ter entendido o senhorio, mas não a cabeça. Esta última não existia ainda, salvo nos eternos propósitos de Deus. De fato, não existiu até que Cristo teve tomado assento nos céus, “tendo obtido eterna redenção”.
Por isso esta verdade de Cristo como Cabeça é muito gloriosa e preciosa. Ela reclama uma diligente atenção de parte do leitor cristão. Insistimos-lhes séria e solenemente a que não tome como mera especulação, como assunto sem importância. Tenha a segurança de que se trata de uma verdade fundamental, a qual tem por fonte a um Cristo ressuscitado em glória; por base uma redenção consumada; cujo atual âmbito de extensão é esta terra; seu poder, o Espírito Santo; e sua autoridade, o Novo Testamento.

C.H.M.

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