Extraído do Livro De Glória em Glória
Enquanto ensinava sobre o Reino, Jesus disse: “A menos que vossa justiça exceda em muito a justiça dos escribas e dos fariseus, jamais entrareis no Reino dos Céus” (Mt 5:20). Aqui está uma afirmação surpreendente. Os escribas e fariseus eram a elite religiosa daqueles dias. Tinham uma aparência de justiça que cumpria rigorosamente a lei. Eles dizimavam, jejuavam, oravam, estudavam as Escrituras diariamente, de um modo impressionante. Aparentemente, eram o ápice do que Deus estava requerendo. A vida de muitos cristãos não chega nem perto deste tipo de dedicação. Entretanto, Jesus insiste em que nós devemos exibir ainda mais justiça. Como pode ser isto?
Na Palavra de Deus descobrimos que as justas exigências para entrar em Seu Reino são definidas muito além disso. Lemos as palavras de Jesus: “Bem aventurados são os mansos, porque eles herdarão a Terra.” (Mt 5:5). “Bem aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino” (Mt 5:3). Então vemos que há uma exigência de mansidão e humildade. Em 2a Pedro vemos uma lista ainda maior de pré requisitos. Pedro nos exorta a: “somar à sua fé, virtude, à virtude, o conhecimento, ao conhecimento, o domínio próprio, ao domínio próprio, a perseverança, à perseverança, a fraternidade e à fraternidade, o amor. Por isso, irmãos, procurai com diligência cada vez maior, confirmar a vossa vocação e eleição, porquanto, procedendo assim, não tropeçareis em tempo algum. Pois desta maneira é que vos será amplamente suprida a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo.” (2a Pedro 1: 5-7, 10, 11). Que lista! Todas estas coisas são desejáveis características cristãs, mas como poderia alguém viver deste jeito? Se tal caráter piedoso é solicitado, como poderia qualquer um de nós imaginar que podemos entrar?
O que Deus está procurando e que nos capacitará a entrar em Seu Reino é esta nova vida sobre a qual temos falado. Mais uma vez, nossa própria vida, mesmo empregando todos os esforços e energia que possuímos, nunca pode ser medida até o padrão Divino. Talvez haja muitos crentes hoje que imaginam ser consagrados. Eles têm zelo e determinação em agradar ao Senhor e fazer a Sua vontade. É até possível que, secretamente, eles imaginem que são um pouco superiores espiritualmente, por causa de sua dedicação. Esta opinião pode ser um tanto reforçada se eles têm dons espirituais evidentes e poderosos. Mas isto não se qualifica como mansidão. Não é humildade. É apenas um tipo de justiça que os fariseus e os escribas eram capazes de produzir. E, nós fomos claramente avisados que isto não é suficiente para entrar no Reino de Deus.
Quando estava caminhando nesta Terra, Jesus disse: “Eu sou o caminho” (Jo 14:6). É significativo que Ele não disse que estava simplesmente nos mostrando o caminho, mas que Ele era verdadeiramente o caminho. O caminho para Deus, hoje, é uma pessoa. É permitindo a esta pessoa que viva em nós e através de nós que prosseguimos neste divino caminho. Jesus nos exorta a “entrar pela porta estreita” e, mais tarde, afirma que: “muitos procurarão entrar e não poderão” (Lc 13:24). Ele também é a porta estreita. É permitindo que Ele seja a nossa vida que seremos bem sucedidos em entrar. Ao entrarmos através da porta estreita, tudo o que somos precisa ser deixado para trás. O que nós temos e o que somos pela natureza, ainda que pareça “bom” aos nossos olhos, simplesmente não é adequado. Quando procuramos entrar mas não desejamos que tudo o que temos e somos seja removido, não conseguimos passar pela porta e entrar no Reino.
Somente a vida de Jesus vivendo em nós e vivendo através de nós, pode satisfazer ao Pai. É Nele que o Pai se compraz (Lc 3:22). Na verdade, o caminho é estreito. É apenas uma pessoa e nós precisamos entrar passando através dela. A porta é extraordinariamente estreita e assim como um camelo passando pelo fundo de uma agulha, o único modo de passar, é nos livrando do peso de nossa bagagem. Nossas habilidades, nosso zelo, nossa liderança natural, nossos bens, sim, até mesmo a nossa vida, não irá se adequar. Quando nós entregamos nossa vida mais e mais a Ele para que ela seja levada à morte e a Vida Dele possa viver em nós em seu lugar, então estes atributos maravilhosos próprios da natureza de Deus, começam a ser vistos em nossas vidas. Todos os atributos de Seu caráter estão em evidência. Quando não somos mais nós que vivemos, mas Cristo (Gal 2:20), então o mundo ao redor de nós começa a ver como Jesus é. Quando a vida de Deus é predominante em nós, então o nosso testemunho não é apenas de palavras, mas se evidencia também em nossas ações. Deste modo, nossa entrada no Reino será “abundantemente garantida”.
CONQUISTANDO O MUNDO
Um outro aspecto da vitória do Reino envolve conquistar o mundo. A Bíblia nos ensina que o mundo e tudo o que nele há, faz parte do reino do diabo. Portanto, todo crente que deseje entrar no Reino de Deus, deve também conquistar o mundo. Isto inclui o que se pode chamar de “sistema deste mundo” com toda a sua luxúria, opulência, ganância, brilhos, e resplendor. Deus nos chamou para nos separar do mundo. Ele diz em Sua Palavra: “Retirai-vos do meio deles e separai-vos, diz o Senhor e não toqueis o que é impuro e eu vos receberei” (2a Cor 6:17). Um outro versículo afirma; “não ameis o mundo, nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo. Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência, aquele, porém, que faz a vontade de Deus, permanece eternamente” (1a Jo 2:15,17). O mundo e todas as suas coisas,são um importante ingrediente do reino do diabo. É um dos mais sutis laços no qual ele enrola o povo de Deus.
Satanás ofereceu a Jesus e está oferecendo a nós hoje, todos os reinos deste mundo se nós nos submetermos a ele. O diabo pode dar a homens e mulheres muitas coisas que parecem, do ponto de vista humano, ser desejáveis. Isto inclui coisas como : dinheiro, fama, bens e status aos olhos dos outros. Ele é capaz de conceder reconhecimento, poder, influência. Mas, como o nosso Mestre, precisamos aprender a fugir destas coisas a todo custo, pois se não o fizermos, isto nos custará o Reino. Nas Escrituras, nós lemos: “Nenhum homem pode servir a dois senhores, porque ou odiará um deles e amará o outro, ou será leal a um e desprezará ao outro. Você não pode servir a Deus e a mamon” (Mt 6:24). O mamon a que as Escrituras se referem aqui são as riquezas, os prazeres, os divertimentos e os louvores que o mundo e seus habitantes participam. É impossível servir a Deus e estar buscando as coisas do mundo. A menos que nossos corações estejam purificados destas coisas e nós determinados a servir somente a Deus, seremos tragados pelos cuidados desta vida, pelas coisas deste mundo que pensamos necessitar e nós iremos abandonar a meta para a qual fomos chamados. “Quem, portanto, deseja ser um amigo do mundo, torna-se um inimigo de Deus (Tg 4:4).
O dinheiro é a coisa mais especialmente poderosa hoje no mundo físico. Jesus disse que “é mais difícil um rico entrar no Reino dos Céus do que um camelo passar pelo fundo de uma agulha” (Mt 19:24). Seus discípulos certamente pensaram que isto devia ser impossível, mas Jesus assegurou a eles que, para Deus, todas as coisas são possíveis. Riquezas são decepcionantes. Elas decepcionam as pessoas que as possuem, levando-as a pensar que representam o seu objetivo final. As pessoas se decepcionam mais com isto do que com qualquer outra coisa. Hoje há também um grande segmento da Cristandade que está ensinando homens e mulheres a perseguir as riquezas. Agindo assim, estes mestres afastam as mentes dos crentes do Reino de Deus, voltando-as para a mais poderosa influência no reino de Satanás. 1a Tim. 6:9-10 diz: “Mas os que desejam ser ricos caem em tentação e cilada e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor do dinheiro é a raiz de todos os males, e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores.” As riquezas não são apenas uma distração, mas se somos obcecados por elas e gastamos nosso tempo perseguindo-as, não entraremos no Reino que Deus está preparando.
Se nós possuímos dinheiro, é somente sujeitando completamente tudo o que temos à autoridade de Jesus Cristo, que iremos vencer. E, como o jovem rico, isto pode requerer muita coisa a ser dada, se não tudo aquilo que temos. O dinheiro deveria ser dado para fazer a obra de Deus e cumprir seus propósitos e não para nos colocar numa posição confortável e segura, ganhando bens materiais e satisfazendo todos os nossos desejos. O dinheiro que está sob o controle de Deus será usado para sustentar seus servos, para dar aos pobres e em qualquer coisa que mostre que os propósitos de Deus são favorecidos neste mundo. O dinheiro pode ser uma importante ferramenta para aqueles que sabem usá-lo para o Reino de Deus, mas as Escrituras nos advertem que o poder do dinheiro é extremamente decepcionante, tão decepcionante, na verdade, que nós precisamos ter extrema cautela ao lidar com ele. “Nenhum soldado em serviço se envolve com os negócios desta vida, porque o seu objetivo é satisfazer àquele que o arregimentou.” (2a Tim 2:4). Todos os filhos de Deus devem estar seguros de que todas as suas finanças estão debaixo da autoridade de Deus e de que estejam dispostos a obedecê-lo custe o que custar. Pedro disse uma vez a Jesus: “Nós deixamos tudo e O seguimos” (Lc 18:28). E Jesus respondeu a ele: “Em verdade vos afirmo que não há ninguém que tenha deixado pais e irmãos ou mulher e filhos por causa do Reino de Deus, que não receba muitas vezes mais no tempo presente e, no mundo por vir, a vida eterna.” (Lc18:29-30). Neste “tempo presente” , o “mais” pode significar bênçãos espirituais. Pode significar que nós nunca possuímos muitas coisas terrenas, mas um dia, quando o Senhor voltar, seremos grandemente recompensados . Eu peço a vocês, irmãos e leitores, não coloquem o mundo e as suas coisas em primeiro lugar. Coloquem-nos de lado. Não se tornem enredados nas coisas desta vida. Vamos procurar em primeiro lugar o Reino de Deus e a Sua justiça e crer que Ele irá nos acrescentar as coisas que necessitamos para continuar vivendo no presente mundo. (Mt 6:33).
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