sábado, 2 de agosto de 2008

Sobre Apocalipse 12 ( Filho Varão) -John Wesley

Extraído do comentário de John Wesley sobre o Apocalipse
você pode fazer o download deste livro aqui no Filho Varão

2. E estando grávida, ela chora, em trabalho de parto – A mesma dor, sem alguma oposição exterior, constrangeria a mulher em dor, gritar. Esses gritos, espasmos, e dores de parto, foram os desejos veementes, os suspiros e orações dos santos para a vinda do reino de Deus. A mulher gemeu e labutou em espírito, para que Cristo pudesse aparece, como o Pastor e Rei de todas as nações.
3. E observa um grande dragão vermelho – Seu vermelho ardente denotando sua disposição.
Tendo sete cabeças – Significando vasta sabedoria.
E dez chifres – Talvez, na sétima cabeça; emblemas do grande poder e força, que ele ainda retinha.
E sete diademas sobre suas cabeças – Não propriamente coroas, mas guarnição de grande valor, tal como reis antigamente usavam; porque, embora caído, ele era um grande potentado ainda, até mesmo "o príncipe deste mundo".
4. E sua cauda – Sua falsidade e sutileza.
Arrastava – Como um trem.
A terceira parte – Um grande número.
Das estrelas do céu – Os cristãos e seus professores, que antes se sentaram nos lugares celestiais com Cristo Jesus.
E lançou-os por terra – Totalmente priva-os de todas aquelas bênçãos celestiais. Isto é propriamente a parte da descrição do dragão, que não foi ainda ele mesmo na terra, mas no céu: conseqüentemente, este lançá-lo para baixo foi entre o começo da sétima trombeta e o começo da terceira calamidade; ou entre o ano de 847 e o ano de 947; em cujo tempo as doutrinas pestilentas, especificamente aquela dos Maniqueístas [Religião sincretista gnóstica, fundada por Maniou Maniqueu (século III), na Pérsia, segundo a qual o universo é criação de dois princípios que se combatem: o bem, ou Deus, e o mal, ou o diabo], no oriente, arrastou abundância de pessoas da verdade.
E o dragão permaneceu diante da mulher, para que quando ela desse a luz, ele pudesse devorar a criança – Para que ele pudesse impedir o reino de Cristo de se espalhar, como ele faz sob esta trombeta.
5. E ela deu a luz a um menino – Até mesmo Cristo, não é considerado em sua pessoa, mas em seu reino. Na nona era, muitas nações, com seus príncipes, foram acrescidas à Igreja Cristã.
Quem governaria todas as nações – Quando seu tempo viesse.
E seu filho – Que já estava no céu, como estavam a mulher e o dragão.
Foi apanhado por Deus – Tirado extremamente fora do alcance dele.
6. E a mulher fui para o deserto – Este deserto é indubitavelmente sobre a terra, onde se supõe estar a própria mulher também. Ele indica aquela parte da terra onde, depois de ter dado a luz, ela encontrou uma nova moradia. E este deve ser na Europa, já que a Ásia e África estavam totalmente nas mãos dos turcos e sarracenos; e em uma parte dela, onde a mulher não tinha estado antes. Neste deserto, Deus já tinha preparado um lugar; ou seja, feito ele salvo e conveniente para ela. O deserto é, aquelas regiões da Europa que se estende deste lado do Danúbio, porque as regiões que se estendem além dele, já tinham recebido o Cristianismo antes.
Para que eles possam alimentá-la – Para que as pessoas daquele lugar possam providenciar todas as coisas necessárias para ela.
Mil duzentos e sessenta dias – Tantos dias proféticos, que não são, como alguns supuseram, mil duzentos e sessenta, mas setecentos e setenta e sete, anos comuns. Este Bengelio tem mostrado, largamente em sua Introdução Alemã. Esses nós podemos calcular do ano de 847 a 1524. Por quanto tempo a mulher desfrutou do lugar seguro e conveniente na Europa, o que foi principalmente Boemia, onde ela foi alimentada, até que Deus providenciou a ela um mais plenamente na Reforma.
7. E havia Guerra no céu – Aqui satanás faz sua grande oposição ao reino de Deus; mas um final é agora colocado para seu acusar os santos diante de Deus. A causa segue contra ele (capítulo 12:10-11) "E ouvi uma grande voz no céu, que dizia: Agora é chegada a salvação, e a força, e o reino do nosso Deus, e o poder do seu Cristo; porque já o acusador de nossos irmãos é derrubado, o qual diante do nosso Deus os acusava de dia e de noite. E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho; e não amaram as suas vidas até à morte"; e Miguel executa a sentença. Que Miguel é um anjo criado, aparece de seu não se atrever, na disputa com satanás (Judas 9) "Mas o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo, e disputava a respeito do corpo de Moisés, não ousou pronunciar juízo de maldição contra ele; mas disse: O Senhor te repreenda"; para trazer uma acusação afrontosa; mas apenas dizendo: "O Senhor repreenda a ti". E esta modéstia está contida em seu próprio nome; porque Miguel significa "Quem é como Deus?", que implica também sua profunda reverência em direção a Deus, e a distância de toda auto-exaltação. Satanás seria como Deus: o próprio nome de Miguel pergunta: "Quem é como Deus?". Não satanás; nem o mais alto arcanjo. É ele igualmente que e mais tarde incumbido de prender, amarrar, e aprisionar aquele espírito orgulhoso.
8. E ele não prevaleceu – O próprio dragão é principalmente mencionado; mas seus anjos, igualmente devem ser entendidos.
Nem foi este local encontrado mais no céu – Assim, até agora, ele teve um lugar no céu. Quão profundo mistério é este! Alguém pode comparar isto com (Lucas 10:8) "E, em qualquer cidade em que entrardes, e vos receberem, comei do que vos for oferecido". (Efésios 2:2; 4:8; 6:12) "Em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência". "Por isso diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, E deu dons aos homens". "Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais".
9. E o grande dragão foi lançado – Ainda assim, não é dito, junto a terra – Ele foi lançado do céu; e nisto, os habitantes do céu se regozijaram. Ele é denominado o grande dragão, como aparecendo aqui naquela forma, para intimidar com sua disposição venenosa e cruel.
A antiga serpente – Uma alusão a ela ter enganado Eva daquela forma. Dragões são espécies de grandes serpentes.
Que é chamado de demônio e satanás – Essas são palavras de exatamente o mesmo significado; apenas a primeira é grega; a última, Hebraica, denotando o grande adversário de todos os santos, quer judeus ou gentios. Ele tem enganado todo o mundo – Não apenas nos seus primeiros pais, mas através de todas as eras, e em todas as regiões, na descrença e em toda maldade; no odiar e no perseguir a fé e toda bondade.
Ele foi lançado junto a terra – Ele foi lançado do céu; e sendo lançado fora dele, ele mesmo veio para a terra. Nem ele esteve inativo sobre a terra antes, embora sua habitação ordinária fosse no céu.
10. Agora veio – De onde é evidente que todo este capítulo pertence à trombeta do sétimo anjo. No capítulo décimo-primeiro, do décimo-quinto ao décimo-oitavo verso, são propostos os conteúdos desta extensa trombeta, a execução da qual é copiosamente descrita neste e nos capítulos seguintes.
A salvação – Dos santos.
O poder – Por meio do qual o inimigo é lançado.
O reino – Aqui a majestade de Deus é mostrada.
O poder de seu Cristo – Que ele irá exercer contra a besta; e, quando ele também for levado embora, então, o reino será afirmado para o próprio Cristo (capítulo 19:16; 20:4) "E no manto e na sua coxa tem escrito este nome: Rei dos reis, e Senhor dos senhores". "E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus, e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal em suas testas nem em suas mãos; e viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos".
O acusador de nossos irmãos – Por quanto tempo eles permaneceram na terra. Esta grande voz, portanto, foi a voz de homens apenas.
Quem os acusou diante de nosso Deus, dia e noite – Espantosa malícia de satanás, e paciência de Deus!
11. E eles tinham dominado a ele – Levado a causa contra ele.
Através do sangue do Cordeiro – Que limpa a alma de todos os pecados, e assim, não deixa espaço para acusação.
E através da palavra do testemunho deles – A palavra de Deus, que eles acreditaram e testificaram, até mesmo junto à morte. Assim, por exemplo, morreu Olam, rei da Suécia, no ano de 900, a quem seus próprios súditos teriam compelido à idolatria; e, na sua recusa, assassinado como um sacrifício ao ídolo que ele não adoraria. Assim multidões de cristãos da Boêmia, no ano de 916, quando a rainha Draomira [fanática pagã] levantou severa perseguição, em que muitos "não amaram suas vidas junto à morte".
12. Calamidade para a terra e o mar – Esta é a quarta e a última denúncia da terceira calamidade, a mais grave de todas. A primeira foi apenas, a segunda principalmente, sobre a terra, Ásia; a terceira, ambos sobre a terra e mar, Europa. A terra é mencionada primeira, porque ela começa na Ásia, depois a besta a trouxe sobre a Europa.
Ele sabe que ele tem pouco tempo – Que se estende, do momento em que é lançado do céu até ser jogado no abismo. Nós estamos agora vindo para o período mais importante do tempo. O não-cronos se apressa para um fim. Nós vivemos no pequeno tempo em que satanás tem grande ira; e este pequeno tempo está agora em declínio. Nós estamos no "tempo, tempos, e meio tempo", em que a mulher é "alimentada no deserto"; sim, a última parte dele, "o meio tempo", começou. Nós estamos, como será mostrado, em direção ao encerramento dos "quarenta e dois meses" da besta; e quando seu número é cumprido, coisas graves acontecerão. Que aquele que não se preocupa com o ser preso pela ira do diabo; o cair nas armadilhas na tentação geral; o ser arrastado fora, pela mais terrível violência, na adoração da besta e sua imagem, e, conseqüentemente, bebendo o vinho sem mistura da ira de Deus, e sendo atormentado, dia e noite, para sempre e sempre, no lago do fogo e enxofre; que ele que está confiante de que pode fazer seu caminho através de todos esses, pela sua própria sabedoria, e força, sem precisar de alguma tal conservante peculiar como a palavra desta profecia proporciona; permita que ele escute, siga daqui. Mas que ele que não aceita esses avisos, por causa dos clamores inconscientes, e alarmes cegos, peça a Deus, com toda a sinceridade possível, para dar a ele sua luz celestial nisto. Deus não tem dado esta profecia, de maneira tão solene, apenas para mostrar sua providência sobre sua igreja, mas também que seus servos podem saber, em todos os tempos, em que período específico eles estão. E quanto mais perigoso algum período de tempo é, maior é a ajuda que ele proporciona. Mas onde podemos fixar o começo e o fim do pequeno tempo? Que é provavelmente quatro-quintos de um cronos, ou algo acima de 888 anos. Este, que é o tempo da terceira calamidade, pode alcançar de 947, ao ano de 1836. Porque:
1º. O curso intervalo da segunda calamidade (cuja calamidade terminou no ano de 840), e os 777 anos da mulher, que começou por volta do ano 847, rapidamente depois que seguiu a Guerra no céu, fixa o começo não muito tempo depois de 864; e, assim, a terceira calamidade cai no décimo século, estendendo-se de 900 a 1000; chamada de negra, de ferro, idade infeliz.
2º. Se nós comparamos a extensão da terceira calamidade com o período de tempo que sucede a ele no vigésimo capítulo, é pouco tempo para aquele vasto espaço que alcança do começo do não-cronos ao fim do mundo.
13. E quando o dragão vu – Que não poderia por mais tempo acusar os santos no céu, ele virou sua ira para causar todo dano possível na terra.
Ele perseguiu a mulher – As perseguições antigas da igreja foram mencionadas (capítulo 1:9; 2:10; 7:14) "Eu, João, que também sou vosso irmão, e companheiro na aflição, e no reino, e paciência de Jesus Cristo, estava na ilha chamada Patmos, por causa da palavra de Deus, e pelo testemunho de Jesus Cristo". "Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida". "E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são os que vieram da grande tribulação, e lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro"; mas esta perseguição veio depois da fuga dela. (capítulo 12:6) "E a mulher fugiu para o deserto, onde já tinha lugar preparado por Deus, para que ali fosse alimentada durante mil duzentos e sessenta dias"; exatamente no começo da terceira calamidade. Assim sendo, no décimo e décimo-primeiro séculos, as igrejas foram furiosamente perseguidas, por diversos poderes pagãos. Na Prússia, o rei Adelbert foi morto no ano de 997; o rei Brunos em 1008; e, quando o rei Stephen encorajou o Cristianismo na Hungria, ele se encontrou com oposição violenta. Depois de sua morte, os pagãos na Hungria, estabeleceram-se para extirpá-lo, e prevaleceram por diversos anos. Por volta do mesmo tempo, o exército do imperador Henrique III, foi totalmente derrotado pelos Vândalos. Esses e todos os relatos daqueles tempos mostram com que fúria o dragão, então, perseguiu a mulher.
14. E foram dadas à mulher duas asas de uma grande águia, para que ela pudesse fugir do deserto para seu lugar – Águias são símbolos usuais de grandes potentados. Assim (Ezequiel 17:3) "E disse: Assim diz o Senhor Deus: Uma grande águia, de grandes asas, de plumagem comprida, e cheia de penas de várias cores, veio ao Líbano e levou o mais alto ramo de um cedro"; por "grande águia", significa o rei da Babilônia. Aqui a grande águia é o império romano; as duas asas, os ramos oriental e ocidental dele. Um lugar no deserto foi mencionado no sexto verso também (capítulo 12:6) "E a mulher fugiu para o deserto, onde já tinha lugar preparado por Deus, para que ali fosse alimentada durante mil duzentos e sessenta dias"; mas não é o mesmo que é mencionado aqui. No texto, segue-se um depois o outro:
1º. O dragão esperar para devorar a criança.
2º. O nascimento da criança, que é levada para Deus.
3º. A fuga da mulher para o deserto.
4º. A guerra no céu, e o dragão é lançado.
5º. O início da terceira calamidade.
6º. A perseguição erguida pelo dragão contra a mulher.
7º. A fuga da mulher em asas de águia.
De igual maneira segue-se, um após o outro:
1º. O começo dos mil duzentos e sessenta dias.
2º. O começo do pequeno tempo.
3º. O começo do tempo, tempos, e meio tempo.
Este terceiro período parcialmente coincide tanto com o primeiro, quanto com o segundo. Depois do início dos mil duzentos e sessenta dias, ou antes, da terceira calamidade, o Cristianismo foi excessivamente propagado, em meio às várias perseguições. Por volta do ano de 948, foi novamente estabelecido na Dinamarca; em 965, na Polônia e Silícia; em 980, através de toda a Rússia. Em 997, foi trazido para a Hungria; para dentro da Suécia e Noruega, tanto antes, quanto depois. Transilvânia o recebeu, por volta do ano 1000; e, logo depois, outras partes da Dácia. Agora, todas as regiões em que o Cristianismo foi estabelecido entre o começo dos dias mil duzentos e sessenta, e o aprisionamento do dragão, pode ser entendido, pelo deserto, e pelo lugar dela em especial. Este lugar continha muitas regiões; de maneira que o Cristianismo agora alcançou, em um tratado ininterrupto, do império oriental ao império ocidental; e ambos os imperadores agora emprestaram suas asas para a mulher e providenciaram uma morada segura para ela.
Onde ela é alimentada – Através de Deus, preferivelmente do que homem; tendo pouca ajuda humana. Porque um tempo, e tempos, e meio tempo...

No ano de 1058, os impérios tiveram um bom entendimento um com o outro, e ambos protegeram a mulher, Os bispos de Roma, igualmente, particularmente, Victor II, foram devidamente subordinados ao imperador. Nós podemos observar os mil duzentos e sessenta dias da mulher de 847 a 1524, e os três tempos e meio, se referem ao mesmo deserto. Mas na primeira parte dos mil duzentos e sessenta dias, antes que os três tempos e meio comecem, ou seja, do ano de 847 a 1058, ela foi alimentada por outros, sendo pouco capaz de ajudar-se; considerando que de 1058 a 1524, ela é ambos alimentada pelos outros, e tem alimento ela mesma. A isto as ciências transplantadas nas regiões ocidental e oriental muito contribuíram; as Escrituras, nas línguas originais, trazidas para o oeste da Europa, através dos judeus e gregos, muito mais; e mais do que tudo, a Reforma, alicerçada nestas Escrituras.
15. Água é um símbolo de grande número de pessoas; esta água, dos turcos, em especial. Por volta do ano de 1060 eles aniquilaram a parte cristã da Ásia. Mais tarde, eles derramaram na Europa, e se espalharam mais e mais além. Até que inundaram muitas nações.
16. Mas a terra ajudou a mulher – Os poderes da terra; e, de fato, ela precisou de ajuda, durante todo este período. "O tempo" dói 1058 a 1280; durante o qual a inundação turca correu mais e mais alta, embora freqüentemente represada pelos imperadores, ou seus generais, ajudando a mulher. "Os" dois "tempos" foram de 1280 a 1725. Durante esses, igualmente, o poder turco fluiu mais distante e amplamente; mas ainda de tempos em tempos os príncipes da terra ajudaram a mulher, de maneira que ela não foi levada embora, através dele. "O meio tempo" é de 1725 a 1836. No começo deste período, os turcos começaram a interferir com os assuntos da Pérsia: em que eles tinham tão se envolvido, de maneira a serem menos capazes de prevalecerem contra os dois impérios cristãos remanescentes. Ainda assim, esta inundação alcança a mulher "em seu lugar", e irá, até perto do fim do "meio tempo", ela mesma ser tragada, talvez, pelos meios da Rússia, que se ergueu no lugar do império oriental.
17. E o dragão ficou furioso – De novo, porque ele não poderia fazer com que ela fosse levada pela correnteza.
E ele seguiu em frente – Para outras terras.
Para fazer guerra com o restante de sua semente – Os cristãos verdadeiros, vivendo sob os governos pagãos ou turcos.

Filho Varão: os Vencedores- Watchman Nee

Extraído do livro" O Plano de Deus e os Vencedores"
Você pode fazer o download deste livro no Blog Filho Varão

Então o Senhor Deus disse à serpente: Visto que isso fizeste, maldita és entre todos os animais domésticos, e o és entre todos os animais selváticos: rastejarás sobre o teu ventre, e comerás pó todos os dias da tua vida. Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar (Gênesis 3:14,15). Viu-se grande sinal no céu, a saber, uma mulher vestida do sol, com a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça, que, achando-se grávida, grita com as dores do parto, sofrendo tormentos para dar à luz. Viu-se também outro sinal no céu, e eis um dragão, grande, vermelho, com sete cabeças, dez chifres e, nas cabeças, sete diademas. A sua cauda arrasta a terça parte das estrelas do céu, as quais lançou para a terra; e o dragão se deteve em frente da mulher que estava para dar à luz, a fim de lhe devorar o filho quando nascesse. Nasceu-lhe, pois, um filho varão, que há de reger todas as nações, com cetro de ferro. É o seu filho foi arrebatado para Deus até ao seu trono . . . E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra e, com ele, os seus anjos. Então ouvi grande voz do céu proclamando: Agora veio a salvação, o poder, o reino do nosso Deus e a autoridade do seu Cristo, pois foi expulso o acusador de nossos irmãos, o mesmo que os acusa de dia, e de noite, diante do nosso Deus. Eles, pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram, e, mesmo em face da morte, não amaram a própria vida (Apocalipse 12:1-11).

Estas duas passagens das Escrituras correspondem-se. A primeira encontra-se no livro que abre a Bíblia, enquanto a seguinte está no livro do encerramento. Em Gênesis 3 há: 1) a serpente, 2) a mulher, e 3) a semente em perspectiva. Em Apocalipse 12 encontram-se novamente estes três: 1) a serpente, 2) a mulher, e 3) o filho varão.

O juízo de Deus contra a serpente
Gênesis 3 revela o juízo de Deus contra Satanás. Também nos fala do seu juízo contra o homem caído e do seu plano de redenção. "Rastejarás sobre o teu ventre" é a decisão divina de que Satanás só pode operar na terra, não mais no universo. "Comerás pó todos os dias da tua vida" dá a idéia de que Deus ordenou que, a partir de então, o homem (feito do pó) fosse o alimento de Satanás. Assim, todos os descendentes de Adão, como Deus ordenou, tornaram-se alimento —isto é, são um povo — para Satanás.
"Mulher" refere-se à mãe de todos os viventes. Portanto ela representa todos os viventes: todos a quem Deus deseja salvar.
"Sua semente" refere-se a Cristo. Quando Cristo estava na terra, esmagou a cabeça da serpente na cruz. Considerando que na cabeça encontra-se a região vital do poder, o Senhor destruiu todos os principais poderes que pertenciam a Satanás.
Quando a Bíblia diz que a serpente feriria o calcanhar da semente da mulher, simplesmente declara que Satanás operaria às costas de Cristo. Depois que Cristo esmagou a cabeça da serpente e partiu, Satanás opera pelas costas. Isto significa que ele opera nas vidas dos crentes em Cristo — e sua operação é do tipo sub-reptício.
A semente da mulher aponta para o Cristo incorporado como também para o Cristo pessoal, uma vez que todos os que têm parte na ressurreição de Cristo estão incluídos na semente da mulher. Assim como o Senhor nasceu de uma mulher sem a ajuda do homem, o novo homem que renasce no crente não tem natureza adâmica. Assim como Cristo é o Filho de Deus, assim o novo homem também é um filho de Deus. Assim como Cristo não nasceu do sangue, o novo homem não nasceu do sangue nem da vontade do homem (João 1:12, 13).
De Gênesis 3 em diante, a esperança de ambos, Deus e o homem, centraliza-se na semente da mulher. Satanás também presta muita atenção à semente da mulher. Exatamente por isso, ele: 1) instigou Herodes a matar o Senhor, 2) tentou o Senhor no deserto, e 3) tentou importunar o Senhor durante os três anos e meio de seu ministério público. Mas em tudo isso o Senhor foi vitorioso.

Os vencedores enfrentam a serpente
No que se refere à narrativa, Apocalipse 4-11 é uma seção, enquanto 15-22 é outra. Os capítulos 12-14 são um parêntesis; não fazem parte do texto principal mas servem para explicar o que foi escrito antes. O capítulo 12 está ligado aos capítulos 2 e 3 em idéia: observe que os capítulos 2 e 3 mencionam "o vencedor" sete vezes e, então, o capítulo 12 diz "eles o venceram"; os capítulos 2 e 3 contam-nos como Deus chamou alguns para serem vencedores quando a igreja fracassou de um modo geral, enquanto o capítulo 12 nos mostra quem são estes vencedores e o que fazem; e, novamente, 2:27 conta como o vencedor governará as nações com vara de ferro e 12:5 confirma que aquele que reinará sobre as nações com uma vara de ferro é um filho varão. O filho varão representa os vencedores na igreja. Este filho varão é incorporado em natureza, porque ele é "os irmãos" de 12:10,11.
"A antiga serpente" é o nome que Deus propositadamente menciona aqui em Apocalipse 12 para nos ajudar a lembrar o registro de Gênesis 3.
A mulher que dá à luz o filho varão segundo Apocalipse 12 é Jerusalém. Não se refere apenas à Jerusalém terrena, também aponta para a Jerusalém celeste. A Bíblia nos diz que Deus é nosso Pai, o Senhor nosso irmão mais velho e Jerusalém é nossa mãe (Gálatas 4:26).
O sol, a lua e as doze estrelas coincidem com o sonho de José. Portanto deve fazer alusão aos filhos de Israel. Jerusalém é o centro da nação de Israel. Conseqüentemente a mulher deve ser Jerusalém.
A mulher é a Jerusalém de Apocalipse 21 e 22. Esta cidade inclui todos os que têm a vida de Cristo e são salvos durante os períodos do Antigo e Novo Testamentos. Antes de dar à luz o filho varão a mulher representa a igreja; depois de dar à luz o filho varão representa os filhos de Israel porque antes do filho varão nascer ela está descrita em seu estado celestial — o sol, a lua e as estrelas, e depois do nascimento do filho varão ela é citada em sua situação terrena — fugindo no deserto.
A mulher simboliza todos os remidos de Deus. São severamente perseguidos pelo inimigo. Como a mulher sofre por causa da serpente! Aqueles que são representados pela mulher devem lutar por si mesmos, mas não conseguem. Por isso Deus chama dentre eles um grupo de vencedores que lutem em lugar deles.
Os vencedores reinarão sobre as nações com um cetro de ferro uma vez que ocuparão lugar especial no reino. Quando estes vencedores (representados pelo filho varão) são arrebatados para o céu, derrubam Satanás e retomam os lugares celestiais que estavam em poder da serpente. Enquanto estavam na terra, Satanás tinha de retroceder; e quando sobem ao céu, Satanás é expulso. A vitória se encontra na retomada do poder. O filho varão vence em benefício da mãe: os vencedores vencem pela igreja. Mais ainda, no fim dos tempos, Deus usa os vencedores para acabar com a guerra no céu.
Estes vencedores trarão "a salvação, o poder, o reino do nosso Deus e a autoridade do seu Cristo" para o céu. A serpente, portanto, não tem mais lugar no céu. Por isso, onde estão os vencedores, Satanás é forçado a retroceder.

As armas dos vencedores

Eles venceram o inimigo por causa:

1) "do sangue do Cordeiro". Primeiro, no sangue de Cristo é derramada a vida natural; portanto Satanás já não pode mais operar em nós. O alimento de Satanás é o pó da terra: ele só pode operar na vida natural. Segundo, o sangue de Cristo vence o ataque de Satanás. Sob a proteção do sangue de Cristo não seremos atacados por ele, exatamente como os filhos de Israel eram totalmente protegidos pelo sangue do Cordeiro Pascal. O sangue satisfaz a justiça de Deus, porque o derramamento de sangue significa morte. Por causa disto, Satanás não pode nos atacar. Terceiro, o sangue de Cristo responde às acusações do inimigo.

2) "A palavra do testemunho." O que o inimigo tenta fazer à igreja é subverter o testemunho. A igreja é um candeeiro que simboliza o testemunho. A fim de derrotar a igreja Satanás tem de subverter o testemunho. O testemunho mencionado aqui está especialmente relacionado com o testemunho dado contra Satanás. Duas palavras que nosso Senhor usou quando ele mesmo foi tentado formam o testemunho a ser usado contra ele. Temos de testificar contra o inimigo. Quando ele nos diz que somos fracos, dizemos-lhe que "o poder de Cristo se aperfeiçoa na fraqueza" (2 Coríntios 12:9). Use a palavra de Deus para cumprir a vitória de Cristo. O sangue dá força a essa vitória. Usar a palavra de Deus para executar a vitória de Cristo é o testemunho..

3) "Em face da morte, não amaram a própria vida." Ofereça seu corpo e vida, não
tenha autopiedade e, como Paulo, em nada considere a vida preciosa para si mesmo (Atos 20:24). A vitória será nossa se confiar-mos no sangue, dermos a palavra do testemunho com ousadia e mantivermos uma atitude de destemor diante da morte. Tais pessoas podem cumprir a vontade determinada por Deus e registrada em Gênesis 3:15. Assim, como o dragão espera devorar o filho varão que vai ser dado à luz, Satanás há de nos perseguir e nos fazer sofrer. Mas essas mesmas perseguições e sofrimentos vão nos impelir a sermos o filho varão para que sejamos arrebatados primeiro. O primeiro arrebatamento não é só uma bênção, também acarreta uma responsabilidade. Todos os que dão lugar a Satanás em seus corações serão perseguidos pelo dragão na grande tribulação. Mas aqueles em cujos corações o inimigo não tem apoio esmagarão a cabeça do dragão sob os seus pés (comp. Romanos 16:20). Tendo a serpente ferido a mulher, foi preciso a semente da mulher para derrotar a ser-pente. Deus mesmo não vem derrotar Satanás. Para isto ele convoca os vencedores Que estejamos nas fileiras dos vencedores!

Irmãos em Cristo Jesus.

Irmãos em Cristo Jesus.
Mt 5:14 "Vós sois a luz do mundo"