Artigo enviado pelos irmãos de Barueri-SP
“porque todos quantos fostes batizados em Cristo, de Cristo vos revestistes.” (Gl 3:27)
Alguém já fez a seguinte observação com respeito ao batismo: “A palavra batizar, propriamente falando, é um termo grego (baptizo), adaptado para o idioma português por uma alteração em sua terminação. É o termo sempre empregado por Cristo e seus apóstolos para expressar e definir a ordenança.” O fato é que esta expressão nos sugere a idéia de “imersão”, “união”, “identificação”, “inclusão”. O desconhecimento ou menosprezo desta significação tem sido a causa de muitas distorções sobre o batismo. Muitos têm sustentado diferentes opiniões sobre este tópico, cada qual estribando-se em seu ponto de vista naquilo que mais faz jus à sua interpretação. Todavia, preterindo-se os pontos interpretativos diversos acerca deste tema, ficamos com a simplicidade e objetividade revelada nas Sagradas Escrituras. Leiamos Romanos 6:3-5 “Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida. Porque, se fomos unidos com ele na semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição” Atentemo-nos ao seguinte fato: É Deus o autor da realidade espiritual; o batismo em Cristo. Isto é muito significativo. Disse Frank Viola: “Propriamente concebido e praticado, o batismo na água é a confissão de fé inicial do crente diante dos homens, demônios, anjos e Deus. O batismo é um sinal visível que revela nossa separação do mundo, nossa morte com Cristo, o enterro do velho homem, a morte da velha criatura, e a purificação pela Palavra de Deus. O batismo... É a idéia de Deus.”. Considerando este enfoque, é sumamente importante observarmos o emprego verbal – a voz e o tempo - em que o texto acima (Rm 6:3-5) se encontra. Se atentarmos cuidadosamente, veremos que o mesmo encontra-se na voz passiva, num fato passado, ou seja; não fomos nós que nos incluímos ou fomos batizados por nós mesmos em Cristo; fomos batizados por Alguém, isto é; Deus quem nos batizou em Cristo. “Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia.”, disse Cristo. (Jo 6:44) O batismo nas águas é um símbolo que apontam para esta realidade espiritual: Nossa morte, sepultamento e ressurreição em Cristo Jesus. As Escrituras é categórica neste sentido; quando Cristo morreu, nós morremos também, pois está escrito: “Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por todos; logo, todos morreram.” (II Co 5:14) “O batismo simboliza os atos redentores de Cristo; imersão-morte; submersão-sepultamento; emersão-ressurreição”. Esta é a boa nova do evangelho; saber que a morte e ressurreição de Jesus Cristo estão associadas à nossa experiência cristã. Porém todos estes atos precisam ser atualizados na vida moral e espiritual do cristão diariamente. “levando sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a sua vida se manifeste em nosso corpo. Porque nós, que vivemos, somos sempre entregues à morte por causa de Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste em nossa carne mortal.” (II Co 4;10-11) O batismo é o selo de nossa participação na morte, sepultamento e ressurreição em Cristo; um selo que só tem validade quando recebido e confirmado pela fé. O texto de Colossenses 2:12 atesta-nos com precisão esta verdade: “tendo sido sepultados, juntamente com ele, no batismo, no qual igualmente fostes ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos.” O mero ato em águas batismais não tem nenhuma eficácia de mudança interna. O batismo nas águas é um símbolo externo da lavagem interna; um ato e uma expressão de fé. É um sinal que baseia-se no evangelho; a convicção no fato consumado em Cristo Jesus e que têm conseqüências eternas. “A fé que não vai mais longe do que a cabeça nunca pode trazer paz ao coração...Onde a razão fracassa, a fé pode descansar”, disse J. Blanchard. O batismo nas águas não pode salvar ninguém; ele deve ser o resultado de fé do batismo em Cristo; um fato providenciado por Deus antes mesmo de nascermos e pelo qual nascemos de novo. Spurgeon contou sobre um pobre pedreiro que caiu do andaime e estava moribundo. Quando chamaram o ministro, este lhe disse: “Meu amigo, acho que você está às portas da morte. É melhor que trate de fazer as pazes com Deus. O enfermo respondeu: Minha paz com Deus, senhor, foi feita há dezenove séculos, na cruz do Calvário. Tenho certeza disso”. “A autoridade da fé é a revelação de Deus”, disse G. B. Foster. A regeneração ocorre somente com a entrada do Espírito quando cremos nesta verdade; na nossa morte e ressurreição juntamente com Cristo; e não por uma espécie de magia no rito do batismo. “não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que ele derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador” (Tt 3:5-6) Uma coisa é o batismo em Cristo (disse o irmão Glênio), outra é o batismo nas águas. A imersão no corpo de Cristo crucificado é a realidade espiritual de nossa identificação com ele, revelada pela Palavra de Deus. A imersão nas águas é o testemunho obediente de uma experiência de fé fundamentada na obra da cruz. Aqueles que crêem em sua morte com Cristo confirmam essa certeza, submetendo-se ao batismo nas águas. Todavia, a verdade bíblica nos garante que os filhos de Deus já foram batizados em Cristo, bem antes de serem batizados nas águas”. “Pois todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus; porque todos quantos fostes batizados em Cristo de Cristo vos revestistes.” (Gl 3:26-27) É atribuído ao pregador Charles Haddon Spurgeon (19/06/1834 — 31/01/1892), o seguinte ensinamento concernente a este assunto: “O Batismo é uma ordenança do Novo Testamento, instituída por Jesus Cristo, para ser, para a pessoa batizada, um sinal de sua comunhão com Cristo, na sua morte e ressurreição; de sua união com Ele; da remissão dos pecados; da consagração da pessoa a Deus, através de Jesus Cristo, para viver e andar em novidade de Vida”. Sendo assim, o batismo marca em símbolo a nossa união com Cristo e Seu Corpo; a Igreja dos renascidos em Cristo Jesus. “Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, constituem um só corpo, assim também com respeito a Cristo. Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um só Espírito.” (I Co 12:12-13) É o Espírito Santo quem sela estas verdades em nossos corações pela fé, possibilitando-nos todas as bênçãos espirituais decorrentes desta união, promovendo necessariamente a justificação, a santificação e a glorificação, “Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.” (Rm 8:29) Portanto, todos os que foram incluídos em Cristo, foram revestidos de Cristo. Amém !
Para a Edificação do Corpo de Cristo!! Mateus 5:9 Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos maduros de Deus.
domingo, 10 de maio de 2009
O Espírito Santo: Autor da Escritura- John Piper
2 Pedro 1:20-21
Sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo.
Em 27 de Junho de 1819, Adoniram Judson batizou seu primeiro convertido em Burma. Sua esposa, Ann Hasseltine, descreveu como Moung Nau respondeu à Escritura: “Poucos dias antes eu estava lendo com ele as palavras de Cristo no Sermão do Monte. Ele estava profundamente impressionado e dotado de uma solenidade incomum. ‘Estas palavras,’ disse ele, ‘tomaram-me as entranhas; fizeram-me tremer.’” Deus falara através do profeta Isaías, 2.700 anos atrás e disse, “… mas, para esse olharei, para o pobre e abatido de espírito, e que treme da minha palavra…Ouvi a palavra do SENHOR, vós, os que a temeis” (Isaías 66:2, 5).
O Impacto da Bíblia na História
Por dois mil anos, a Bíblia tem se entranhado em diversos homens e os feito tremer—primeiro, de medo, porque revela nossos pecados, então com fé, porque revela a Graça de Deus. Um único versículo, Romanos 13:13, convenceu e converteu o imoral Agostinho. Para Martinho Lutero, um monge miserável, a luz irrompeu através de Romanos 1:17. Diz ele,
Noite e dia ponderei até ver a conexão entre a justiça de Deus e a declaração de que “o justo viverá da fé”. Então eu tomei para mim que a justiça de Deus é essa retidão pela qual, através da graça e pura misericórdia, Deus justifica-nos pela fé. Daí em diante senti que havia renascido e partido por portas abertas para o paraíso. (Here I Stand, p. 49)
Para Jonathan Edwards, foi 1 Timóteo 1:17. Ele disse,
O primeiro exemplo, do qual me recordo, deste tipo de doce deleite interior em Deus e nas coisas divinas, que desde então muito vivenciei, foi na leitura dessas palavras, 1 Tim. 1:17: “Assim, ao Rei eterno, imortal, invisível, Deus único, honra e glória pelos séculos dos séculos. Amém!” Ao ler essas palavras, veio à minha alma … uma impressão da glória do Ser Divino; uma nova sensação diferente de qualquer coisa que eu, antes, experimentara. Nunca quaisquer palavras da Escritura me pareceram como essas. (Works, vol. 1, p. xii)
De século a século, do Egito à Alemanha, da Alemanha à Nova Inglaterra, a Bíblia vem trazendo pessoas a Cristo, renovando-as.
A Bíblia como a Palavra do Homem e a Palavra de Deus
Por quê? Por que a Bíblia tem esta relevância e poder contínuos? Acredito achar a resposta em nosso texto - 2 Pedro 1:20–21: “Sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo.” Esta passagem ensina que, quando você lê a Escritura, o que você está lendo não vem somente de um homem, mas também de Deus. A Bíblia é uma obra de muitos homens diferentes. Mas também é muito mais que isto. Sim, homens falaram. Eles falaram com sua própria linguagem e estilo. Contudo, Pedro menciona duas outras dimensões do seu falar.
Falar da parte de Deus, Movido pelo Espírito Santo
Primeiro, eles falaram da parte de Deus. O que tinham a dizer não era meramente vindo de suas limitadas perspectivas. Eles não são a origem da verdade que falam; eles são o canal. A verdade é a verdade de Deus. Seu significado é o significado de Deus.
Segundo, não é apenas o que eles falaram da parte de Deus, mas como eles falaram isto, controlados pelo Espírito Santo. “Homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo”. Deus não revelou simplesmente a verdade aos autores da Escritura e então partiu, esperando que eles a comunicassem corretamente. Pedro diz que, ao comunicarem-na, eles foram conduzidos pelo Espírito Santo. A confecção da Bíblia não foi deixada às habilidades de comunicação meramente humanas; o próprio Espírito Santo levou o processo à sua completude.
Um livro recente de três ex-professores meus (LaSor, Hubbard, and Bush, Old Testament Survey, p. 15) expressa-o da seguinte maneira,
Para assegurar precisão verbal, Deus, na comunicação de sua revelação, tem de ser verbalmente preciso e a inspiração tem de se estender às próprias palavras. Isto não significa que Deus ditou todas as palavras. Em vez disso, seu Espírito penetrou tanto a mente do escritor, que ele escolheu de seu próprio vocabulário e experiência precisamente aquelas palavras, pensamentos e expressões que exprimiam a mensagem de Deus com precisão. Neste sentido, as palavras dos autores humanos da Escritura podem ser vistas como a Palavra de Deus.
Não apenas Profecias, mas Toda a Escritura
Alguém poderia dizer que 2 Pedro 1:20–21 só tem a ver com profecia, e não com toda a Escritura do Antigo Testamento. Mas observe atentamente como ele argumenta. No verso 19, Pedro diz que uma palavra profética cresceu em sua certeza por sua experiência com Jesus no monte da transfiguração. Então, nos versículos 20–21, ele dá suporte à autoridade dessa palavra profética dizendo que ela é parte da Escritura. Versículo 20: “Nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação.” Pedro não está dizendo que só as partes proféticas da Escritura são inspiradas por Deus. Ele está dizendo, nós sabemos, que a palavra profética é inspirada precisamente porque é “profecia da Escritura”. A afirmação de Pedro é que tudo quanto está na Escritura é de Deus, escrito por homens que foram conduzidos pelo Espírito Santo.
Ele ensina o mesmo que Paulo em 2 Timóteo 3:16: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça”. Nenhuma das Escrituras do Antigo Testamento veio de um impulso humano. Toda ela é verdade vinda de Deus, pois homens movidos pelo Espírito Santo falaram da parte de Deus.
E quanto aos escritos do Novo Testamento?
Mas e quanto ao Novo Testamento? Experimentaram os apóstolos e seus associados próximos (Marcos, Lucas, Tiago, Judas, e o escritor de Hebreus) inspiração divina ao escreverem? Foram eles “conduzidos” pelo Espírito Santo para falarem da parte de Deus? A Igreja cristã sempre disse que sim. Jesus disse aos seus apóstolos em João 16:12–13: “Tenho ainda muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora; quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir”. Então o apóstolo Paulo confirma isso quando diz, do seu próprio ensino apostólico, em 1 Coríntios 2:12–13: “Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, e sim o Espírito que vem de Deus, para que conheçamos o que por Deus nos foi dado gratuitamente. Disto também falamos, não em palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo Espírito, conferindo coisas espirituais com espirituais”. Em 2 Coríntios 13:3 disse que Cristo falava através dele. E em Gálatas 1:12 ele disse : “Porque eu não o recebi [o evangelho], nem o aprendi de homem algum, mas mediante revelação de Jesus Cristo.” Se tomarmos Paulo para nosso modelo sobre o que significa ser apóstolo de Cristo, então seria justo dizer que o Novo Testamento, como o Antigo, não veio meramente de homens mas também de Deus. Os escritores do Antigo e Testamento falaram ao serem movidos pelo Espírito Santo.
O Espírito Santo é o Autor Divino da Escritura
A doutrina que emerge é esta: O Espírito Santo é o autor divino de toda a Escritura. Se esta doutrina é verdadeira, então as implicações são tão profundas e de tão longo alcance que cada parte de nossas vidas deveria ser afetada. Eu quero falar sobre essas implicações nesta manhã. Contudo, para nosso próprio fortalecimento e para aqueles ainda hesitantes às voltas de comprometerem-se com a doutrina, deixe-me primeiro esboçar a base de nossa persuasão.
Chegando a uma Fé Racional nas Escrituras
A maioria das pessoas chega a uma confiança racional na Bíblia como Palavra de Deus de uma maneira semelhante a essa. Isso acontece em três estágios.
1. Nós Somos Culpados Diante de Deus
Primeiro, o testemunho de nossa consciência, a realidade de Deus sob a natureza e a mensagem da Escritura vêm juntas ao nosso coração para nos dar a inescapável convicção de que somos culpados diante de nosso Criador. Essa é uma convicção racional porque a persuasão de que há um Criador sobre este mundo, e a persuasão de que somos culpados por não honrá-lo e agradecê-lo como devemos, não são saltos irracionais no escuro; elas são forçadas sobre nós pela nossa experiência e pensamento sincero sobre o mundo.
2. Jesus Ganha Nossa Confiança
O segundo passo em direção de uma convicção racional de que a Bíblia é a Palavra de Deus, é que Jesus Cristo é mostrado a nós. Alguém lê, ou nos conta a história desse homem incomparável que falou e agiu de modo tão maior que o de um homem. Vemos a autoridade que ele reivindicou para perdoar pecados, e comandar demônios, e controlar a natureza, vemos a pureza de seu ensino moral, sua rendição completa à vontade de Deus, sua calma brilhante sob interrogatório, sua fúria justa contra hipócritas, sua ternura com as crianças pequenas, sua paciência com os humildes que o buscavam, sua submissão inocente à tortura, e ouvimos dos seus lábios as palavras mais doces, mais imprescindíveis, jamais pronunciadas: “Eu dou a minha vida em resgate por muitos.” E então pela força auto-autenticada de seu caráter e poder incomparáveis, Jesus ganha nossa confiança e segurança, e nós o tomamos como Salvador de nosso pecado e Senhor de nossa vida. E isso não é uma convicção irracional. É a maneira como todos vocês tomam decisões racionais sobre a quem vocês vão confiar sua vida. É naquela babá que vocês vão confiar para cuidar de suas crianças, ou naquele advogado para dar bons conselhos, ou naquele amigo para guardar seu segredo? Você olha, escuta, e finalmente é persuadido (ou não) de que aquela pessoa é um terreno firme para sua confiança.
3. Seguimos o Ensino e o Espírito de Jesus
Uma vez que o caráter e o poder de Jesus capturaram nossa confiança, então ele se torna o guia e a autoridade para todas nossas futuras decisões e convicções. Então, o terceiro passo no caminho de uma convicção racional de que a Bíblia é a Palavra de Deus, é deixar o ensino e o espírito de Jesus controlar como nós avaliamos a Bíblia. Isso acontece de pelo menos duas maneiras. Uma é que aceitamos o que Jesus ensina sobre o Antigo e o Novo Testamento. Quando ele diz que a Escritura não pode falhar (João 10:35) e que nem uma letra, ou um ponto, passará da lei até que tudo seja cumprido (Mateus 5:18), concordamos com ele e baseamos nossa confiança no pelo Testamento sobre sua confiabilidade. E quando ele escolheu doze apóstolos para fundar sua igreja, dando-lhes sua autoridade para ensinar, e prometeu enviar seu Espírito para guiá-los na verdade, concordamos com ele e creditamos os escritos desses homens com a autoridade de Cristo.
A outra maneira que o ensino e o espírito de Jesus controlam nossa avaliação da Bíblia, é que reconhecemos, nos ensinamentos da Bíblia, os multi-coloridos raios de luz, refratados através do prisma de Cristo, em quem chegamos a confiar. E assim como Cristo nos capacitou a extrair sentido da nossa relação com Deus e trazer harmonia a esta, também os muitos raios da sua verdade, em toda parte da Bíblia, nos capacitam a extrair sentido de centenas de nossas experiências de vida, e ver o caminho para a harmonia. Nossa confiança na Escritura cresce à medida que compreendemos que Jesus afirmou isto e à medida que compreendemos que os ensinos ali contidos são tão incomparáveis quanto Jesus mesmo. Progressivamente, eles nos ajudam a decifrar os quebra-cabeças da vida: casamentos em falência, crianças rebeldes, vício em drogas, nações em guerra, o retorno das folhas na primavera, as insaciáveis petições do nosso coração, o medo da morte, o nascimento de crianças, a universalidade do louvor e da culpa, o predomínio do orgulho, e a admiração da auto-negação. A Bíblia confirma sua origem divina repetidamente ao nos fazer compreender nossa experiência no mundo real e ao apontar o caminho para a harmonia.
Espero, daqui por diante, que uma das doutrinas que nós nutramos em na Igreja Batista Bethlehem, com força suficiente para morrer por ela (e viver por ela!) é a de que o Espírito Santo é o autor divino de toda a Escritura. A Bíblia é a Palavra de Deus, não meramente a palavra de homens.
Implicações para Tudo na Vida
Ah, se tivéssemos o dia todo para falar sobre as implicações maravilhosas dessa doutrina! O Espírito Santo é o autor da Escritura. Portanto, ela é verdadeira (Salmo 119:142) e totalmente confiável (Hebreus 6:18). É poderosa, operando seu propósito em nossos corações (1 Tessalonicenses 2:13) e não retornando vazia para Aquele que a enviou (Isaías 55:10–11). É pura, como prata refinada na fornalha sete vezes (Salmo 12:6). É santificadora (João 17:17). Dá vida (Salmo 119:37, 50, 93, 107; João 6:63; Mateus 4:4). Torna sábio (Salmo 19:7; 119:99–100). Dá prazer (Salmo 19:8; 119:16, 92, 111, 143, 174) e promete grande recompensa (Salmo 19:11). Dá força aos fracos (Salmo 119:28) e conforto aos perturbados (Salmo 119:76), guia aos perplexos (Salmo 119:105) e dá salvação aos perdidos (Salmo 119:155; 2 Timóteo 3:15). A sabedoria de Deus nas Escrituras é inexaurível.
Quão preciosos para mim são teus pensamentos, ó Deus! Quão vasta é a soma deles! Se eu fosse contá-los, seriam mais que os grãos de areia.
Sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo.
Em 27 de Junho de 1819, Adoniram Judson batizou seu primeiro convertido em Burma. Sua esposa, Ann Hasseltine, descreveu como Moung Nau respondeu à Escritura: “Poucos dias antes eu estava lendo com ele as palavras de Cristo no Sermão do Monte. Ele estava profundamente impressionado e dotado de uma solenidade incomum. ‘Estas palavras,’ disse ele, ‘tomaram-me as entranhas; fizeram-me tremer.’” Deus falara através do profeta Isaías, 2.700 anos atrás e disse, “… mas, para esse olharei, para o pobre e abatido de espírito, e que treme da minha palavra…Ouvi a palavra do SENHOR, vós, os que a temeis” (Isaías 66:2, 5).
O Impacto da Bíblia na História
Por dois mil anos, a Bíblia tem se entranhado em diversos homens e os feito tremer—primeiro, de medo, porque revela nossos pecados, então com fé, porque revela a Graça de Deus. Um único versículo, Romanos 13:13, convenceu e converteu o imoral Agostinho. Para Martinho Lutero, um monge miserável, a luz irrompeu através de Romanos 1:17. Diz ele,
Noite e dia ponderei até ver a conexão entre a justiça de Deus e a declaração de que “o justo viverá da fé”. Então eu tomei para mim que a justiça de Deus é essa retidão pela qual, através da graça e pura misericórdia, Deus justifica-nos pela fé. Daí em diante senti que havia renascido e partido por portas abertas para o paraíso. (Here I Stand, p. 49)
Para Jonathan Edwards, foi 1 Timóteo 1:17. Ele disse,
O primeiro exemplo, do qual me recordo, deste tipo de doce deleite interior em Deus e nas coisas divinas, que desde então muito vivenciei, foi na leitura dessas palavras, 1 Tim. 1:17: “Assim, ao Rei eterno, imortal, invisível, Deus único, honra e glória pelos séculos dos séculos. Amém!” Ao ler essas palavras, veio à minha alma … uma impressão da glória do Ser Divino; uma nova sensação diferente de qualquer coisa que eu, antes, experimentara. Nunca quaisquer palavras da Escritura me pareceram como essas. (Works, vol. 1, p. xii)
De século a século, do Egito à Alemanha, da Alemanha à Nova Inglaterra, a Bíblia vem trazendo pessoas a Cristo, renovando-as.
A Bíblia como a Palavra do Homem e a Palavra de Deus
Por quê? Por que a Bíblia tem esta relevância e poder contínuos? Acredito achar a resposta em nosso texto - 2 Pedro 1:20–21: “Sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo.” Esta passagem ensina que, quando você lê a Escritura, o que você está lendo não vem somente de um homem, mas também de Deus. A Bíblia é uma obra de muitos homens diferentes. Mas também é muito mais que isto. Sim, homens falaram. Eles falaram com sua própria linguagem e estilo. Contudo, Pedro menciona duas outras dimensões do seu falar.
Falar da parte de Deus, Movido pelo Espírito Santo
Primeiro, eles falaram da parte de Deus. O que tinham a dizer não era meramente vindo de suas limitadas perspectivas. Eles não são a origem da verdade que falam; eles são o canal. A verdade é a verdade de Deus. Seu significado é o significado de Deus.
Segundo, não é apenas o que eles falaram da parte de Deus, mas como eles falaram isto, controlados pelo Espírito Santo. “Homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo”. Deus não revelou simplesmente a verdade aos autores da Escritura e então partiu, esperando que eles a comunicassem corretamente. Pedro diz que, ao comunicarem-na, eles foram conduzidos pelo Espírito Santo. A confecção da Bíblia não foi deixada às habilidades de comunicação meramente humanas; o próprio Espírito Santo levou o processo à sua completude.
Um livro recente de três ex-professores meus (LaSor, Hubbard, and Bush, Old Testament Survey, p. 15) expressa-o da seguinte maneira,
Para assegurar precisão verbal, Deus, na comunicação de sua revelação, tem de ser verbalmente preciso e a inspiração tem de se estender às próprias palavras. Isto não significa que Deus ditou todas as palavras. Em vez disso, seu Espírito penetrou tanto a mente do escritor, que ele escolheu de seu próprio vocabulário e experiência precisamente aquelas palavras, pensamentos e expressões que exprimiam a mensagem de Deus com precisão. Neste sentido, as palavras dos autores humanos da Escritura podem ser vistas como a Palavra de Deus.
Não apenas Profecias, mas Toda a Escritura
Alguém poderia dizer que 2 Pedro 1:20–21 só tem a ver com profecia, e não com toda a Escritura do Antigo Testamento. Mas observe atentamente como ele argumenta. No verso 19, Pedro diz que uma palavra profética cresceu em sua certeza por sua experiência com Jesus no monte da transfiguração. Então, nos versículos 20–21, ele dá suporte à autoridade dessa palavra profética dizendo que ela é parte da Escritura. Versículo 20: “Nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação.” Pedro não está dizendo que só as partes proféticas da Escritura são inspiradas por Deus. Ele está dizendo, nós sabemos, que a palavra profética é inspirada precisamente porque é “profecia da Escritura”. A afirmação de Pedro é que tudo quanto está na Escritura é de Deus, escrito por homens que foram conduzidos pelo Espírito Santo.
Ele ensina o mesmo que Paulo em 2 Timóteo 3:16: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça”. Nenhuma das Escrituras do Antigo Testamento veio de um impulso humano. Toda ela é verdade vinda de Deus, pois homens movidos pelo Espírito Santo falaram da parte de Deus.
E quanto aos escritos do Novo Testamento?
Mas e quanto ao Novo Testamento? Experimentaram os apóstolos e seus associados próximos (Marcos, Lucas, Tiago, Judas, e o escritor de Hebreus) inspiração divina ao escreverem? Foram eles “conduzidos” pelo Espírito Santo para falarem da parte de Deus? A Igreja cristã sempre disse que sim. Jesus disse aos seus apóstolos em João 16:12–13: “Tenho ainda muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora; quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir”. Então o apóstolo Paulo confirma isso quando diz, do seu próprio ensino apostólico, em 1 Coríntios 2:12–13: “Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, e sim o Espírito que vem de Deus, para que conheçamos o que por Deus nos foi dado gratuitamente. Disto também falamos, não em palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo Espírito, conferindo coisas espirituais com espirituais”. Em 2 Coríntios 13:3 disse que Cristo falava através dele. E em Gálatas 1:12 ele disse : “Porque eu não o recebi [o evangelho], nem o aprendi de homem algum, mas mediante revelação de Jesus Cristo.” Se tomarmos Paulo para nosso modelo sobre o que significa ser apóstolo de Cristo, então seria justo dizer que o Novo Testamento, como o Antigo, não veio meramente de homens mas também de Deus. Os escritores do Antigo e Testamento falaram ao serem movidos pelo Espírito Santo.
O Espírito Santo é o Autor Divino da Escritura
A doutrina que emerge é esta: O Espírito Santo é o autor divino de toda a Escritura. Se esta doutrina é verdadeira, então as implicações são tão profundas e de tão longo alcance que cada parte de nossas vidas deveria ser afetada. Eu quero falar sobre essas implicações nesta manhã. Contudo, para nosso próprio fortalecimento e para aqueles ainda hesitantes às voltas de comprometerem-se com a doutrina, deixe-me primeiro esboçar a base de nossa persuasão.
Chegando a uma Fé Racional nas Escrituras
A maioria das pessoas chega a uma confiança racional na Bíblia como Palavra de Deus de uma maneira semelhante a essa. Isso acontece em três estágios.
1. Nós Somos Culpados Diante de Deus
Primeiro, o testemunho de nossa consciência, a realidade de Deus sob a natureza e a mensagem da Escritura vêm juntas ao nosso coração para nos dar a inescapável convicção de que somos culpados diante de nosso Criador. Essa é uma convicção racional porque a persuasão de que há um Criador sobre este mundo, e a persuasão de que somos culpados por não honrá-lo e agradecê-lo como devemos, não são saltos irracionais no escuro; elas são forçadas sobre nós pela nossa experiência e pensamento sincero sobre o mundo.
2. Jesus Ganha Nossa Confiança
O segundo passo em direção de uma convicção racional de que a Bíblia é a Palavra de Deus, é que Jesus Cristo é mostrado a nós. Alguém lê, ou nos conta a história desse homem incomparável que falou e agiu de modo tão maior que o de um homem. Vemos a autoridade que ele reivindicou para perdoar pecados, e comandar demônios, e controlar a natureza, vemos a pureza de seu ensino moral, sua rendição completa à vontade de Deus, sua calma brilhante sob interrogatório, sua fúria justa contra hipócritas, sua ternura com as crianças pequenas, sua paciência com os humildes que o buscavam, sua submissão inocente à tortura, e ouvimos dos seus lábios as palavras mais doces, mais imprescindíveis, jamais pronunciadas: “Eu dou a minha vida em resgate por muitos.” E então pela força auto-autenticada de seu caráter e poder incomparáveis, Jesus ganha nossa confiança e segurança, e nós o tomamos como Salvador de nosso pecado e Senhor de nossa vida. E isso não é uma convicção irracional. É a maneira como todos vocês tomam decisões racionais sobre a quem vocês vão confiar sua vida. É naquela babá que vocês vão confiar para cuidar de suas crianças, ou naquele advogado para dar bons conselhos, ou naquele amigo para guardar seu segredo? Você olha, escuta, e finalmente é persuadido (ou não) de que aquela pessoa é um terreno firme para sua confiança.
3. Seguimos o Ensino e o Espírito de Jesus
Uma vez que o caráter e o poder de Jesus capturaram nossa confiança, então ele se torna o guia e a autoridade para todas nossas futuras decisões e convicções. Então, o terceiro passo no caminho de uma convicção racional de que a Bíblia é a Palavra de Deus, é deixar o ensino e o espírito de Jesus controlar como nós avaliamos a Bíblia. Isso acontece de pelo menos duas maneiras. Uma é que aceitamos o que Jesus ensina sobre o Antigo e o Novo Testamento. Quando ele diz que a Escritura não pode falhar (João 10:35) e que nem uma letra, ou um ponto, passará da lei até que tudo seja cumprido (Mateus 5:18), concordamos com ele e baseamos nossa confiança no pelo Testamento sobre sua confiabilidade. E quando ele escolheu doze apóstolos para fundar sua igreja, dando-lhes sua autoridade para ensinar, e prometeu enviar seu Espírito para guiá-los na verdade, concordamos com ele e creditamos os escritos desses homens com a autoridade de Cristo.
A outra maneira que o ensino e o espírito de Jesus controlam nossa avaliação da Bíblia, é que reconhecemos, nos ensinamentos da Bíblia, os multi-coloridos raios de luz, refratados através do prisma de Cristo, em quem chegamos a confiar. E assim como Cristo nos capacitou a extrair sentido da nossa relação com Deus e trazer harmonia a esta, também os muitos raios da sua verdade, em toda parte da Bíblia, nos capacitam a extrair sentido de centenas de nossas experiências de vida, e ver o caminho para a harmonia. Nossa confiança na Escritura cresce à medida que compreendemos que Jesus afirmou isto e à medida que compreendemos que os ensinos ali contidos são tão incomparáveis quanto Jesus mesmo. Progressivamente, eles nos ajudam a decifrar os quebra-cabeças da vida: casamentos em falência, crianças rebeldes, vício em drogas, nações em guerra, o retorno das folhas na primavera, as insaciáveis petições do nosso coração, o medo da morte, o nascimento de crianças, a universalidade do louvor e da culpa, o predomínio do orgulho, e a admiração da auto-negação. A Bíblia confirma sua origem divina repetidamente ao nos fazer compreender nossa experiência no mundo real e ao apontar o caminho para a harmonia.
Espero, daqui por diante, que uma das doutrinas que nós nutramos em na Igreja Batista Bethlehem, com força suficiente para morrer por ela (e viver por ela!) é a de que o Espírito Santo é o autor divino de toda a Escritura. A Bíblia é a Palavra de Deus, não meramente a palavra de homens.
Implicações para Tudo na Vida
Ah, se tivéssemos o dia todo para falar sobre as implicações maravilhosas dessa doutrina! O Espírito Santo é o autor da Escritura. Portanto, ela é verdadeira (Salmo 119:142) e totalmente confiável (Hebreus 6:18). É poderosa, operando seu propósito em nossos corações (1 Tessalonicenses 2:13) e não retornando vazia para Aquele que a enviou (Isaías 55:10–11). É pura, como prata refinada na fornalha sete vezes (Salmo 12:6). É santificadora (João 17:17). Dá vida (Salmo 119:37, 50, 93, 107; João 6:63; Mateus 4:4). Torna sábio (Salmo 19:7; 119:99–100). Dá prazer (Salmo 19:8; 119:16, 92, 111, 143, 174) e promete grande recompensa (Salmo 19:11). Dá força aos fracos (Salmo 119:28) e conforto aos perturbados (Salmo 119:76), guia aos perplexos (Salmo 119:105) e dá salvação aos perdidos (Salmo 119:155; 2 Timóteo 3:15). A sabedoria de Deus nas Escrituras é inexaurível.
Quão preciosos para mim são teus pensamentos, ó Deus! Quão vasta é a soma deles! Se eu fosse contá-los, seriam mais que os grãos de areia.
Assinar:
Postagens (Atom)
Irmãos em Cristo Jesus.

Mt 5:14 "Vós sois a luz do mundo"