sábado, 12 de janeiro de 2008

A Linguagem Simbólica dos Números-3ª Parte


4


O número 4 é o primeiro número que permite uma simples operação de divisão. É o
número 2 que é o seu divisor. Por isso vemos nesse número o símbolo da fraqueza —
da criatura em contraste com o Criador — da matéria submissa a mão formadora de
Deus. Porém, infelizmente, também se sujeita a outrem para ser formada. Nas Escrituras
encontramos o número 4 ou numa composição de 3 + 1 — o número da revelação e
soberanidade do Criador — ou em 2 x 2, representando assim uma divisão real e
apontando para algo mal.
Além disso, o número 4 também é o número dos quatro confins da terra (Is 11:12).
Assim faz referência à perfeição terrena e universalidade, que, porém, sempre
continuam marcadas pela fraqueza, seja o tanto quanto quiser que o homem se
vanglorie.
Esse número também está ligado aos quatro ventos do céu (Jr 49:36; Dn 7:2). Assim
simboliza as diversas e até mesmo contraditórias influências que operam em todo o
âmbito terrestre. Isso nos leva a pensar em provação e experiência. A provação do
homem revela continuamente o seu fracasso. De um modo geral, esse número nos
representa o andar prático, o andar do crente pelo mundo (compare Números).
Também os domínios pagãos que dominam de forma ilimitada toda a terra são
representados pelas figuras de quatro animais. Os quatro seres viventes velam sobre
toda a terra (Ap 4 e 5).
Acrescentamos ainda alguns exemplos da perfeição terrena expressa pelo número 4:
— Havia 4 rios no jardim de Éden (Gn 2:10); saia bênção do jardim de Éden para toda a
terra.
— O altar de bronze tinha 4 chifres (Êx 27:2). Os chifres são um símbolo do poder e da
força da obra expiatória de Cristo suficiente para o mundo inteiro, caso o ser humano a
aceite pela fé.
— Há 4 evangelhos, que nos relatam a totalidade da vida do Senhor Jesus nesta terra.
Em Levítico 1 – 7 vemos 4 sacrifícios, que nos dão um quadro pleno da morte do
Senhor na cruz. Uma excepção constitui a oferta de manjares como uma oferta não
sangrenta.

5


Por ocasião da purificação de um leproso (Lv 14:14) e também por ocasião da
santificação do sacerdote (Lv 8:24), o sangue tinha que ser aplicado a três partes do
corpo humano — à ponta da orelha direita, ao dedo polegar da mão direira e ao dedo
polegar do pé direito. Com o ouvido devia ouvir a Palavra de Deus, com a mão fazer a
tarefa recebida da parte de Deus e com o pé andar os caminhos prescritos por Deus. É
essa toda a esfera de responsabilidade humana.
Cada uma dessas partes do corpo está ligada ao número 5. O ouvido tem a ver com os 5
sentidos, que permitem ao ser humano ter contato com o ambiente em que vive. Os
sentidos são a “porta” para a capacidade de percepção. A mão é a parte do corpo que
serve para formar e moldar o seu ambiente. Ela expressa o poder atuante. É justo o
polegar que é santificado, porque ele é a parte predominante da mão; ele é a contraparte
dos 5 dedos — em si são esses últimos a figura da fraqueza. De uma forma semelhante,
as duas mãas se auxiliam mutuamente. As duas mãos em seu conjunto têm 10 dedos, o
número dos 10 mandamentos distribuídos nas duas tábuas da Lei. Eles nos mostram a
medida da responsabilidade natural. O pé, igualmente repartido em 5 mais 5 dedos, é a
expressão figurativa do andar pessoal. Os pés possuem igualmente 10 dedos. Portanto, o
número 5 é o número do ser humano, provado com vistas a sua responsabilidade
debaixo do governo de Deus.
A divisão comum do número 7 na Bíblia (4 + 3), nos ensina a dividir o número 5 em 4
+ 1 — a criatura (4) debaixo do domínio de Deus (1). Quando o ser humano decaído faz
a tentativa de aproximar-se de Deus, então há de experimentar que, nesse caminho, o
trono de Deus está envolta por núvens e trevas (veja Êx 19:16-19). O número 5 sempre
tem a conotação de responsabilidade, mas também embute o pensamento muito similar
que os caminhos de Deus sempre levam ao alvo por Ele previsto. O livro de
Deuteronômio (o quinto livro de Moisés) é um exemplo único e singular disso.
O pensamento preponderante embutido nesse número é a criatura em relação ao
Criador Todo-poderoso.

6


O número 6 é o segundo número que não seja um número primo. A divisão permite o
produto de 2 x 3. Isso nos leva ao pensamento de vermos nesse número a revelação do
mal ou ainda a obra do inimigo.
Esse mal manifesta, ao mesmo tempo, a fraqueza da criatura. É isso que nos é ensinado
pela divisão. Por isso, o mal deve recuar diante de Deus.
Se contemplarmos o lado positivo, então esse número nos fala da vitória sobre o mal, de
santificação e da glorificação de Deus.
A semana de trabalho do ser humano é composta de 6 dias (Êx 20:9). É esse o tempo
determinado para o seu trabalho e mostra figuradamente o trabalho de sua vida, mostra
os seus “poucos e maus” dias limitados por causa do pecado.
Em seu significado pleno, esse número parece nos falar do estado de evolução
emadurecida do pecado, porém limitado com respeito ao seu poder e vigilado por Deus,
que Se glorifica a Si próprio por ocasião do auge desse estado. As disciplinas que Deus
há de aplicar aos Seus também podem ser contempladas sob esse ângulo de vista.
No número da besta em Apocalipse 13:18 (666) nós encontramos o número 6 em
conexão com potências seqüenciais do sistema decimal. Ali representa o mal em sua
manifestação plena. Ainda assim a impotência e debilidade são manifestas em todo o
tempo, pois esse mal é controlado pela mão de Deus. A única conseqüência para o ser
humano é que a sua responsabilidade e o conseqüente juízo são apenas aumentados. O
número da besta é o “número de seu nome” — um número que caracteriza a besta por
completo. Porém, o número é o “número de um homem” que aspira a ser igual a Deus
se gabando e sem temor de Deus1.
1 Nesse contexto é interessante observamos que o valor numérico do nome de “Jesus”, no grego, é “888”.
O grego não conhece, de modo geral, sinais específicas para os números e atribui a cada letra do alpfabeto
um valor numérico assim permitindo que se calcule o valor numérico das palavras. O mesmo é válido
para o hebraico.
No décimo salmo nós encontramos a descrição desse “maligno” (vv. 2-11). Esse salmo,
em conjunto com o salmo 9, compõe um salmo alfabético (salmos cujos versículos ou
conjuntos de versículos iniciam, de forma seqüencial, com as letras do alfabeto
hebraico). Nessa exata passagem foram omitidas exatamente 6 letras (mem a tzade).
A estatura de Golias era de 6 côvados (1 Sm 17:4); um outro gigante de sua linhagem
tinha 6 dedos nas mãos e nos pés respectivamente (2 Sm 21:20).
A imagem idólatra de Nabucodonosor era de 60 côvados de altura e 6 côvados de
largura (Dn 3:1).
E por fim lembremos ainda da crucificação do Senhor. As trevas se inciaram na hora
sexta e terminaram à hora nona. O número 9 é o produto de 3 x 3. Vemos Deus revelado
em todas as Suas glórias.

7


O número 7 é o número da plenitude ou perfeição. Por vezes é usado com um
significado negativo, mas de forma geral tem conotação positiva. Quando o número 7 é
decomposto, isso geralmente acontece nas Escrituras em forma da soma 4 + 3 —
números estes que obviamente falam da criatura manifestando o Criador. Se isso for
alcançado, então significa perfeição para a criatura e descanso para Deus (veja que o
sábado é o sétimo dia).
Muitas vezes esse número indica para um quadro completo de coisas ou também o
cumprimento de algo. Assim as sete primeiras parábolas de Mateus 13 nos dão uma
apresentação completa do Reino dos Céus. As primeiras 4 parábolas mostram esse
Reino como ele é visto exteriormente da parte do mundo, e as 3 últimas, por sua vez, o
mostram tal como Deus vê o Reino dos Céus. As 7 cartas às 7 igrejas em Apocalipse 2 e
3 apresentam uma história eclesiástica (uma história da Igreja) completa e inspirada. Os
7 selos preservam o livro dos juízos (Ap 5:1). As 7 taças estão cheias da ira de Deus
(Ap 16:1). Os “sete espíritos piores do que ele” que o espírito imundo leva consigo
(veja Mt 12:45) nos dão um exemplo para o significado negativo do número 7 tal como
também as 7 cabeças da besta em Apocalipse 13.
O significado positivo se resume no pensamento de cumprimento divino e perfeito. É
por isso que a seqüência básica dos números termina com 7.

8

O número 8 indica um cumprimento, porém dá ênfase em um novo começo. O oitavo
dia é simplesmente o primeiro dia de uma nova semana. Por isso, o número 8 fala
daquilo que é novo em contraste com aquilo que é velho ou antigo; nos fala da nova
aliança em contraste com a antiga e também da nova criação.
Por causa desse significado, a circuncisão havia de acontecer no oitavo dia (veja Lv
12:3). Colossenses 2:11 se refere a isso quando fala do “despojo do corpo da carne”.
Nós somos uma nova criação, criados em Cristo Jesus para as boas obras (Ef 2:10).
A santificação dos sacerdotes se estendia por 7 dias e no ??????? (aqui falta algo na
cópia)
A transfiguração aconteceu no oitavo dia (veja Lc 9:28) e com ela se inicia
simbolicamente o novo século da “virtude e da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo”
(2 Pe 1:16-18). O salmo 8 anuncia o domínio do Filho do Homem sobre essa terra
(compare Hb 2:5-9).
Como todos os demais números, também o número 8 pode se referir a coisas malignas.
Já encontramos “os sete outros espíritos” unidos àquele primeiro “espírito imundo”,
somando 8 ao total. Essa composição nos apresenta o “último”, o “último estado” em
que um ser humano pode adentrar.
Em Daniel 7:8 nós vemos um animal com 10 chifres. Nasce-lhe um décimo primeiro
que, por sua vez, arranca 3 e juntamente com os 7 sobrando soma 8. É dessa forma que
surge o último estado desse animal — estado este que também é o estado em que,
finalmente, será julgado.
Em Apocalipse 17, onde encontramos o mesmo assunto sob um outro ângulo de vista, a
oitava cabeça concede à besta a sua figura blasfematória e assim “vai à perdição” (v.
11).

10


O número 10 é caracterizado por um parentesco íntimo com o número 5, pois é
composto de 5 x 2. O significado dos 10 dedos das mãos e dos pés é claro e nos
mostram a capacidade do ser humano para agir e também para andar endireitado. A
essas capacidades corresponde, por outro lado, uma medida de responsabilidade, e a
essa, por sua vez, uma medida de juízo ou de galardão respectivamente. Foi por isso que
10 pragas sobrevieram o Egito.
Os 10 mandamentos se encontram nas duas tábuas do testemunho. Assim exmplificam a
medida de responsabilidade do ser humano, porém visto da parte de Deus.
No reinado das 10 tribos, Efraim foi introduzido na sua própria responsabilidade
separado do domínio da casa de Davi.
Os 10 dedos da estátua no sonho de Nabucodonosor permitem que os pés permaneçam
firmes. Eles correspondem aos 10 chifres da quarta besta de Daniel 7:7.
As 10 vírgens da parábola de Mateus 25 representam a responsabilidade. Há 5 sábias e 5
néscias. Trata-se nessa parábola do testemunho da vinda do Noivo.
Finalmente, encontramos um todo sintetizado ou resumido em 10 partes quando Deus
exige o dízimo. Isso nos mostra a medida de responsabilidade, da qual Deus toma uma
parte como sinal de sua soberanidade.

12


O número 12 gerlamente é decomposto nos fatores 4 x 3, tal como o número 7 na soma
4 + 3. Os números são idênticos. A diferença está no fato de que uma vez se trata de um
produto e no outro caso de uma soma. É apenas a relação dos dois números entre si que
distingue 12 de 7. O pensamento básico nos mostra o número do mundo (4) e o da
revelação divina (3). Porém, os dois números não estão apenas colocados um ao lado do
outro. Deus Se revela a Si mesmo na sua criação, como testemunha o 7, mas agora
também intervém com ações modificando alguma coisa. Por isso, o número 12
simboliza soberanidade manifesta tal como fora exercida, por exemplo, em meio do
povo de Israel pelo Senhor. Assim também essa soberanidade será exercida no século
vindouro.
Os números 1 e 5 também são números do governo, porém o número 1 fala
simplesmente de soberanidade — da vontade soberana e de poder soberano. Enquanto
isso, o número 5 expressa mais o caminhos de Deus em Seu governo. Ambos se referem
tanto à previdência divina como também ao Seu domínio público e manifesto.
Quanto a nova Jerusalém (Ap 21), tudo fala da soberanidade de Deus. Ela mede 12 mil
côvados (outros: estádios) em cada uma das 3 dimensões. A sua bênção consiste no fato
de que Deus tem o domínio ilimitado. Os 12 apóstolos se assentarão, conforme a
promessa do Senhor, em 12 tronos para julgarem as 12 tribos de Israel (mt 19:28).

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