FUGIR DO EXCLUSIVISMO
Quando Deus nos tira do mundo religioso e nos leva à realidade da Sua edificação, desejamos ardentemente trabalhar para este fim. Temos muita disposição para viver a verdade sobre a Igreja governada por Cristo e assumir a responsabilidade com a administração de Deus -Sua economia. Procuramos de todas as maneiras sair (e fugir) das bases que causam divisões. Procuramos nos purificar de tudo que t^m substituído a base para a edificação da Igreja, estabelecida na palavra divina, bem como de tudo o que tem substituído a autoridade do Espírito Santo e da palavra. Deste modo, nos alegramos muito em poder iniciar a edificação, ou restaurá-la, sobre o fundamento correto - O Senhor Jesus Cristo.
Quando realmente desejamos dar as nossas vidas para este fim, nosso adversário nos apresenta então outra tática - o exclusivismo. Temos que ter muito cuidado neste processo atual. A história tem deixado para nós fatos que mostram a decadência de (muitos) grupos de queridos irmãos que iniciaram muito bem, mas por fim, se atrofiaram no exclusivismo.
Uma forte tática do adversário quando percebe o testemunho do Senhor sendo
restaurado por um grupo de irmãos é o exclusivismo, ele sabe o quanto a queda é fatal para os que aderem a este comportamento pernicioso.
As escrituras nos mostram que "somente com todos os santos, é que poderemos perfeitamente compreender qual seja a largura, e o comprimento, a altura e a profundidade de Cristo e do Seu amor..." (£/. 3:18). Conhecer com todos os santos, e não com parte dos santos. Baseado neste versículo, podemos perceber que a queda ou imperfeição dos que se tornam exclusivistas, está no fato de que, independente de Iodos os santos conhecemos e desfrutamos somente parte da verdade e do suprimento de Deus. De fato, a plenitude de Deus está em Cristo, que por sua vez, a tem derramado em Seu corpo místico pelo Espírito Santo. Ora, tudo proveniente de Deus para a completa edificação da Igreja e para o seu pleno desempenho, não está comportado em apenas um grupo de irmãos, e sim em todo o corpo de Cristo.
A TENDÊNCIA NATURAL
A tendência natural é nos tornarmos exclusivistas, pelo fato de pensarmos ou desejarmos ser melhores ou os únicos. Se o inimigo consegue fazer de nós um grupo exclusivista, seremos mais uns que se distanciarão do fluir de Deus; pois o mover do Senhor tem como objetivo envolver todo o corpo, porém, centralizado somente em Cristo, e em nada mais. A plenitude de Deus em Cristo vem sendo derramada simultaneamente em todo o corpo. O Senhor não tem levantado grupos isolados, ou pessoas isoladas do corpo para levarem adiante sua obra de edificação. É muito comum acontecer que os que dizem ter a visão da igreja e estar na comunhão real do corpo, em sua ótica estarem limitados somente àquele grupo que conhece e aos demais que têm o mesmo entendimento. Ou seja, o corpo a que se referem, são eles mesmos. Isto revela a indisposição para abraçar a cruz de Cristo, por meio da qual, nos tornamos capazes de ter comunhão com aqueles que não estão ligados conosco no mesmo ministério e entendimento, mas que são de Cristo. Não podemos admitir em nosso vocabulário a palavra corpo com um significado anormal às escrituras sagradas. Nem tampouco ficarmos bitolados ou presos àquele ministério ou aqueles irmão que vêm trabalhando e se relacionando conosco, como se eles infalivelmente estivessem completos em tudo, a ponto de não dependermos dos outros servos de Deus e de todo o corpo. Lamentavelmente, se isto acontece, já temos caído na armadilha do adversário - o exclusivismo.
Penso que, exclusivismo significa isolamento. Deus não nos deu o direito de nos separar dos seus filhos. Sermos exclusivistas significa sermos independentes, auto-suficientes, a ponto de não buscarmos aprender com alguns outros e nem dependermos deles - que também são de Cristo.
Ser exclusivista, após ter compreendido a verdade sobre a Igreja no coração de Deus, é manifestar a igreja de Laodicéia hoje; é achar que é rico a tal ponto, e farto de tal maneira que já não há mais necessidade de aprender ou receber mais alguma coisa, pois se alcançou o máximo. É a pretenção e o orgulho do próprio adversário
sendo injetado na vida e caráter dos santos. É se julgar o melhor, o mais importante e o mais adiantado.
Se na verdade queremos caminhar no caminho do Senhor, nunca devemos ter bandeiras próprias. Antes, devemos fugir de competição e vanglória. Devemos sim, ter um coração corporativo. Só poderemos aprender correia e completamente, em harmonia com todos os santos.
CONTROLE HUMANO GERA DIVISÕES
Infelizmente, a falta de união entre os filhos de Deus não tem sido por causa de heresias escandalosas, como negar a verdade do verbo de Deus, a salvação em Cristo pela fé, etc..., mas sim, devido a prepotência de alguns que querem ser os cabeças do movimento e de subjugarem a si os demais.
Todos os verdadeiros cristãos crêem nos assuntos fundamentais. Eles não negam a fé em Cristo, e nem são hereges. Podem ter na verdade alguma deficiência por falta de uma melhor e mais amadurecida revelação. Mas, enfim, não têm motivos que os impeçam de viveram juntos e harmoniosamente. Sem dúvida, não podemos negar que é o espírito exclusivista o causador deste mal. Se todos na verdade crêem nos assuntos fundamentais, somente se formos exclusivistas é que não desejaremos nos ajuntar aos demais e recebê-los cm nossos corações. Quando somos exclusivistas, colocamos muitos pontos de vista e opiniões, os quais não são fundamentais, como base para a comunhão. Arrumamos desculpas para o nosso exclusivismo,tais como ministério, práticas exteriores, uso e costumes, e até se somos mais antigos, e esquecemos da soberania do Senhor sobre Seu povo. De fato, não podemos receber, e nem saudar, um herege manifesto (II João 6-11). Por outro lado, nunca poderemos rejeitar aqueles que Cristo já recebeu por Seu (Rom. 15:7), mesmo divergindo em assuntos outros (Rom.14). Sobre os assuntos que não são fundamentais, nunca devemos nem querer persuadir os demais a crerem como nós, tal como Paulo respeitou a cultura e maturidade espiritual de cada uni - bem como se comportaram os demais apóstolos. Lamentavelmente, tem surgido muitas dificuldades quando os obreiros iniciam um processo de vinculação com outros obreiros, visando promover a unidade de todos em torno de Cristo. Isto acontece quando os próprios obreiros, ou os irmãos que estão sendo servidos por estes obreiros, criam dificuldades não perceberem as divergências de opiniões em muitos assuntos que não são centrais e no funcionamento do trabalho de edificação. Ignoram completamente que Deus tem variedade de filhos, ao invés de uniformidade bitolada. Jamais teremos unidade sem diversidade. Nunca poderemos forçar uma unidade uniformizada. Creio que é tempo, pois já temos nos decepcionado o bastante, para nãodeixar o espírito exclusivista nos envolver, o qual se aloja por detrás de todas estas coisas. Graças a Deus pelas diversidades, pois isto nos leva à verdadeira vida de cruz. Não é possível praticarmos a vida da Igreja sem aceitarmos a operação da cruz em nossas vidas.
Não podemos colocar qualquer coisa além de Cristo como base para a inclusividade da igreja. Por exemplo: Se todos em uma cidade são do Senhor, e por isso da mesma igreja, somente o exclusivismo "justifica" as divisões.
A COMPLEMENTAÇÃO DO CORPO
"Responder antes de ouvir, ó estultícia e vergonha.." (Prov. 18:13). Muitas vezes temos falado sem antes ouvir e atentar para o que Deus tem repartido ao corpo. Devemos procurar aprender, conhecendo o que os demais servos de Deus tem recebido da parte do Senhor para contribuir na edificação da Igreja no decorrer dos séculos. Agir isolado ó procedência dos astutos, em quem não há discernimento. Que possamos ser humildes o suficiente para não termos a prepotência de definirmos assuntos importantes e delicados rápida e isoladamente. I3ois "...há pontos difíceis de entender..." (2 Pd. 3:16); "...mas, na multidão de conselheiros há segurança" (Prov.11-A 4).
Que Deus nos conceda graça para nos entrelaçarmos, enquanto estiver em nós, com todos os santos, e assim desfrutarmos das riquezas da Sua economia repartida entre o corpo. E, deste modo, possamos prosseguir nas águas da corrente do Espírito, para o trono de Deus. Amém!
Um comentário:
Amados, paz em Cristo; aquí Gino. Irmaos este artigo pertence ao nosso irmao Gerson Lima.
Postar um comentário