Extraído do Livro "Autoridade Espiritual Genuína". Você pode baixar esse livro aqui no Filho Varão, ou solicitar o mesmo no site http://www.graodetrigo.com/
Iniciando nossa discussão sobre este tema tão importante, primeiramente precisamos afirmar que Deus é a fonte de toda a autoridade. Ele detém o poder supremo. Ele é Aquele que está sentado no trono do universo e é Ele quem tem completo controle sobre todas as coisas. Consequentemente, podemos deduzir que qualquer outra autoridade que exista no universo foi estabelecida por Ele ou, pelo menos, só existe com a Sua permissão. Sem o Seu consentimento, não seria possível a sobrevivência de qualquer outra autoridade. Entretanto, não importa onde encontremos autoridade neste mundo de hoje (seja ela boa ou má), sabemos que é algo que provém legalmente de Deus. Isto é exatamente o que as Escrituras ensinam. Governos humanos, Forças Armadas, juízes, etc., são instituições que são estabelecidas por Deus para inibir as forças do mal neste mundo (Rom 13:1-7).
O tipo de autoridade que governos e outros administradores terrestres possuem é chamada “Autoridade Delegada.” Como já vimos, Deus é o detentor da autoridade suprema, mas Ele escolheu “delegar” ou “dar” esta autoridade a outros indivíduos que supostamente agirão como Seus representantes. Uma vez que Deus dá esta autoridade, ela então pertence á pessoa á qual foi dada. Embora sejam responsáveis perante Deus pelo uso desta autoridade, ela é deles para ser exercida como lhes aprouver. Na realidade, eles se tornam a autoridade. Autoridades delegadas podem exercer corretamente seu poder ou podem fazer mau uso dele. Podem ser bons governantes que decidem o que é do melhor interesse de Deus e daqueles sobre os quais eles governam, ou podem ser maus e se utilizarem desta autoridade em beneficio próprio e em prejuízo de outros. Independente do modo como a usam, aqueles que estão no poder são autoridades delegadas por Deus.
Mas a autoridade delegada não é o único tipo de autoridade revelada na Bíblia. Existe uma outra variedade de autoridade que nos é apresentada, a qual, embora também se origine em Deus, é bastante diferente. Para esclarecer, creio que este tipo de autoridade pode ser considerado como “Autoridade Transmitida.” Esta autoridade não pertence à pessoa que a está exercendo. Não é algo que lhe é “dado” para usar segundo suas próprias inclinações. Ao invés disto, a autoridade transmitida é exercida simplesmente pela transmissão da autoridade de Deus.
As pessoas envolvidas neste caso são somente vasos, instrumentos através dos quais a autoridade Divina flui. Elas não possuem sua “própria” autoridade, mas apenas estão atendendo às orientações do Altíssimo. Quando Deus fala a elas referindo-se a outros, então elas falam. Quando Ele conduz as pessoas a tomar determinada atitude, então elas se movem. Mas elas nunca se atribuem esta autoridade. Não importa quão frequentemente elas sejam usadas por Deus para transmitir Sua autoridade, elas nunca se tornam esta autoridade.
Moisés é um exemplo de alguém que exerceu esta autoridade “transmitida” por Deus. Ele não estava guiando os filhos de Israel de acordo com suas próprias idéias ou direções. Ele não estava expressando a si próprio. À medida em que se lê no Antigo Testamento sobre como ele retirou os Israelitas da escravidão, fica bem claro que ele se movia e falava de acordo com instruções sobrenaturais. Cada passo dado, cada lei e cada ordem, todo detalhe do tabernáculo, tudo foi executado conforme direção espiritual. Ele não tomou posição ao exercer a autoridade conferida a ele. Ele não estava formulando seus próprios planos, nem tomando suas próprias decisões. Ao contrário, ele apenas permitia que Deus o usasse para transmitir Sua autoridade ao povo. Quando a autoridade de Moisés foi desafiada por Coré e sua gente, ele resumiu sua posição desta forma: “Através disto saberão que o Senhor me enviou para realizar todas estas obras, pois eu não as realizei por minha própria vontade” (Num 16:28). Nosso Senhor Jesus Cristo foi o supremo exemplo de tal autoridade espiritual transmitida. Ele não veio para fazer Sua própria vontade mas, em vez disso, submeteu-se à vontade do Pai (João 14: 10). Quando Jesus expulsou demônios, Ele revelou a autoridade do Pai. Quando Ele amaldiçoou a figueira, foi a voz do Pai que foi ouvida (Mateus 21: 19). Quando Ele repreendeu o vento e as ondas, foi a autoridade do Pai que foi demonstrada (Lucas 8:24). Cada aspecto do Seu viver era a manifestação do Deus invisível. Mesmo estando qualificado para fazê-lo, Ele nunca exerceu Sua própria autoridade mas, em vez disso, permitiu que Seu Pai fluísse através Dele.
Então nós vemos que há dois diferentes tipos de autoridade presentes no mundo hoje. Uma é terrena, do tipo humana – uma autoridade delegada – que é exercida pelo homem, acatada pelo homem e reconhecida por aqueles que vivem nesta Terra. Esta autoridade é inevitavelmente acompanhada por adereços superficiais que ajudam a raça caída a identificar essas autoridades. Posições, títulos, uniformes e muitas outras manifestações exteriores servem para identificar aqueles que têm autoridade delegada. Este tipo de autoridade está sempre procurando o reconhecimento de outros homens; de fato ela necessita desse reconhecimento para funcionar. É uma autoridade natural e secular que foi planejada por Deus para atrair a natureza caída do homem. É algo que Deus instituiu, que opera de acordo com a moda deste mundo para governar as pessoas do mundo.
A outra espécie de autoridade é a espiritual. É o tipo transmitido. É através desta autoridade que Deus planeja governar Seu povo. Neste tipo de autoridade, a pessoa envolvida é simplesmente um canal através do qual a liderança de Deus flui. Ela não precisa de qualquer título ou honraria para reforçar o que diz. Ela não está tentando impressionar os outros para que a obedeçam. Sua posição é a de alguém submisso a Deus. Consequentemente, a palavra de Deus flui dele para os outros. Deste modo, a verdadeira autoridade de Jesus é revelada em Sua Igreja.
O primeiro tipo de autoridade foi ordenado por Deus para governar o mundo; o segundo tipo, espiritual, para governar Seu povo, Sua Igreja. Essa é uma diferença muito importante. Cada uma das autoridades é válida, mas tem sua própria esfera. Infelizmente, os crentes hoje frequentemente confundem esses dois tipos de autoridade. Alguns nem mesmo estão cientes de que exista tal distinção. Consequentemente, muitas vezes tentam usar a autoridade humana para construir a Igreja. Eles tentam, usando métodos humanos, trazer a ordenança Divina para o corpo de Cristo. Entretanto, simplesmente não funcionará.
AUTORIDADE NA IGREJA
Há, certamente, necessidade de autoridade na Igreja. Não há dúvida de que Deus usa os homens para serem ambos, líderes e exemplos para outros e para atraí-los para um relacionamento com Cristo. Mas que tipo de autoridade deveria ser essa? É uma autoridade que é derivada de uma “posição” na Assembléia? Ela vem de uma indicação para ser ancião, ministro, diácono ou algo similar? Um título ou um “cargo” qualifica um homem para liderar o povo de Deus? Essa responsabilidade é conferida a alguém por outros homens que também possuem algum título, educação ou posição? Vem por algum tipo de voto de confiança dado pela maioria? Ou esta honra é colocada sobre alguém pela virtude de ser a personalidade mais forte do grupo? Certamente não! Todos esses são apenas métodos terrenos que servem só para impedir os propósitos de Deus e levar as pessoas á escravidão.
Como vimos, a genuína autoridade espiritual emana do próprio Deus. Aqueles que exercem tal autoridade são vasos preparados que transmitem os pensamentos e desejos de Deus para o Seu povo. É este tipo de autoridade que deveríamos estar exercendo na Igreja hoje. Precisamos desesperadamente de homens que falem quando Deus fala com eles, que liderem de acordo com Sua direção e que manifestem Suas revelações. A grande necessidade atual não é daqueles que foram treinados, eleitos ou indicados para posições de autoridade, mas daqueles que são íntimos de Deus e através dos quais Ele pode transmitir livremente Sua vontade.
A genuína autoridade espiritual não vem por uma indicação para uma “posição” ou “diaconato”. Embora certos homens tenham adquirido no Novo Testamento rótulos como “ancião”, “diácono” ou “apóstolo”, a autoridade deles não veio por causa de alguma “posição”. A verdade é exatamente o contrário. Tais designações vieram como resultado do profundo trabalho espiritual que Deus fez interiormente neles. Elas eram uma maneira de descrever suas funções especiais no corpo. Em alguma área específica Deus preparou esses homens para serem canais de Sua autoridade. Esses nomes foram usados para identificar essas áreas de serviço, não para qualificá-los para elas.
Sim, a Bíblia diz que os Apóstolos “ordenaram” presbíteros em cada Igreja (Atos 14:23). Mas o que este termo realmente significa? W. E. Vine, em seu Dicionário Expositor das Palavras do Novo Testamento, diz o seguinte: “não se trata de uma ordenação eclesiástica formal, mas a escolha, para o reconhecimento das Igrejas, daqueles que já tinham sido levantados e qualificados pelo Santo Espírito e dado evidência disso em suas vidas e em suas obras.” Você vê que os Apóstolos não estavam arbitrariamente selecionando homens que preenchessem certas qualificações ou que, talvez, estivessem mais desejosos de prosseguir com a programação deles ou que, possivelmente, tivessem muito dinheiro ou influência na comunidade. Ao contrário, com olhos espirituais, eles estavam indicando, para benefício daqueles que não podiam ver tão claramente, aqueles que Deus havia selecionado e preparado para usar como Seus vasos.
Um dano incalculável tem sido causado ao povo de Deus por meio da má interpretação deste princípio. Muito frequentemente, homens são indicados por outros homens para uma “posição” com o pensamento que algum tipo de autoridade é necessário na Igreja. Tremendo prejuízo e perda tem sido experimentados pelo povo de Deus através dessa prática. Quando nós estabelecemos na Igreja de Deus a autoridade delegada, terrena, nós estamos oferecendo uma substituição para a verdadeira. Quando nós elegemos ou indicamos homens de acordo com a razão ou a percepção humana, nós estabelecemos uma variedade de autoridade que é estranha ao plano de Deus e que será só um impedimento para Sua perfeita vontade.
A razão para isto é que, não importa o quão fiel às Escrituras isto seja, a autoridade hierárquica nunca pode produzir resultados espirituais. Nada que se origine no nível terreno pode chegar aos desígnios de Deus. A Bíblia é bem clara: “A carne para nada aproveita” (João 6:63). A autoridade humana nunca pode transmitir o poder necessário para transformar vidas humanas. Ela não pode atingir o interior de uma pessoa e tocar em seu coração. O melhor que toda autoridade delegada pode produzir é um tipo de arranjo terreno que se aproxima do trabalho do Espírito. Isto não apenas não efetua algo de valor eterno, mas rouba aos crentes a oportunidade de experimentar a realidade de Cristo.
Por favor, não compreendam mal isto: esforços humanos movidos pela autoridade natural podem ser capazes de realizar coisas notáveis no mundo religioso. Campanhas de “reavivamento,” acionamento de membros, levantamento de fundos e projetos de construção, podem todos ser executados por forte liderança humana. Mas, lembremo-nos que “sucesso” não é a medida para nossas realizações espirituais. Não importa quão grandiosos ou impressionantes nossos trabalhos possam parecer, se eles tiverem sido construídos com substâncias erradas – elementos terrenos em vez de sobrenaturais – eles serão destruídos no dia do julgamento.
HOMENS NATURAIS DESEJAM UM REI
Por alguma estranha razão, os Filhos de Deus frequentemente não estão satisfeitos com o plano de Deus. Muitos têm um desejo diferente em seus corações. Eles desejam uma autoridade humana, palpável. Eles anseiam por alguém que possam ver, ouvir e sentir. Sentem-se muito mais confortáveis com algo natural. Saibam eles ou não, o que procuram é um tipo de rei, assim como os Filhos de Israel fizeram tantos anos atrás. Sentindo-se insatisfeitos com sua autoridade espiritual, eles vieram a Samuel e insistiram para que ele estabelecesse um rei terreno para eles (1ª. Sam. 8:5-20). Talvez possamos identificar algumas razões para este desejo enigmático. Antes de mais nada, ter um rei iria desobrigá-los da responsabilidade pessoal de procurar Deus por eles mesmos. Agora seu “líder” poderia fazer isso por eles. Além disso, ele poderia arcar com toda a responsabilidade, cuidar de todos os problemas, decidir sobre todas as direções que eles deveriam tomar e lutar as batalhas deles. Tudo o que eles precisariam fazer seria sentar e aproveitar a jornada.
Quando Samuel ouviu este pedido, ficou muito irado. Ele sabia quais eram as intenções de Deus e compreendia que Deus o estava usando para transmitir liderança Divina ao povo. Samuel se afligiu porque a nação que Deus havia escolhido como Sua, iria para o caminho errado. Entretanto, o Senhor lembrou-o que ele não tinha sido o único a ser rejeitado. O povo não estava abandonando um homem, mas estava recusando a soberania de Deus em suas vidas (1ª. Sam. 8:7-8).
É uma evidência do grande amor de Deus pelos homens e de Sua graça abundante, o fato Dele não ter desamparado os Israelitas, mesmo quando eles O estavam abandonando. Ele os deixou seguir seu próprio caminho, mas primeiro explicou-lhes que o seu pedido seria ruim para eles. A autoridade humana, terrena, iria ferí-los de três maneiras : 1) Iria tirar deles seus filhos e filhas, 2) Iria requerer uma porção de suas propriedades e, 3) Iria trazê-los a uma escravidão da qual Deus não os libertaria (2ª.. Samuel 8:9-18). Ele permitiu que eles seguissem seu próprio caminho porque percebeu que seus corações já O haviam abandonado. Mas está bem claro que este não era o Seu desejo.
UMA MENSAGEM PARA HOJE
Vamos nos dar conta de que todos estes exemplos do Velho Testamento não são apenas histórias interessantes. Na verdade eles foram registrados com uma intenção específica: para que pudéssemos perceber neles verdades espirituais. Assim como era naquela época, hoje também nós temos escolhas a fazer no que se refere à autoridade. Claro que, como habitantes desse mundo, nós devemos nos submeter às autoridades terrenas (1ª. Pedro 2:13). Com referência à nossa interação com o mundo, está bem claro que a autoridade delegada se aplica a nós. Mas, com respeito à nossa participação na Igreja, essas duas variações de liderança estão também presentes–autoridade humana e autoridade espiritual. Um tipo de autoridade é estabelecido pelo homem e fortalecido por todos os sustentáculos comuns como títulos, posições e vestimentas. O outro tipo é estabelecido por Deus e é confirmado pelo Seu Espírito. No corpo de Cristo nós temos uma escolha. Por um lado, podemos aprender a reconhecer a autoridade de Deus e a nos submeter a ela, quando Ele nos fala pessoalmente ou quando Sua vontade está sendo transmitida através de Seus vasos escolhidos. Por outro lado, podemos nos sujeitar a algum tipo de autoridade humana, delegada, que é estabelecida e reconhecida pelo homem. Temos diante de nós os dois caminhos o terreno e o celestial.
É verdade que Deus permitiu a Seu povo seguir seu próprio caminho e indicou um rei para ele. Mesmo que Ele não quisesse isto, Ele continuou a trabalhar tanto quanto possível através deste sistema errado para trazer Seu povo a uma intimidade com Ele. Da mesma forma hoje Ele tolera nosso comportamento desobediente quando estabelecemos para nós mesmos uma autoridade terrena na Sua Igreja. Em Sua abundante misericórdia e graça, Ele trabalha mesmo em meio a nossos “sistemas reais” o tanto quanto Ele pode, para cumprir Seus propósitos. Mas esta não é a Sua perfeita vontade e isto nunca pode realizar Seus mais sublimes desejos. Em vez disso, a Bíblia deixa bem claro que estabelecer tal autoridade é uma rejeição da Sua própria e um grave erro.
As três conseqüências deste erro que Samuel tão claramente predisse, são as seguintes :
1) Rouba às pessoas os seus frutos espirituais (filhos e filhas). A autoridade humana paralisa o corpo de Cristo pela colocação de suas próprias orientações e planos no lugar do Espírito Santo. Embora esta autoridade possa ser bem intencionada e possa mesmo ter muitos programas, tais como “metas evangelísticas,” o poder tremendo do Evangelho é diminuído quando a substituição for feita. Um resultado desfavorável é que os cristãos tendem naturalmente a olhar para a autoridade humana em busca de direção e aprovação, em vez de estar sendo continuamente dirigidos por sua verdadeira Cabeça. Consequentemente, aqueles que estão sob este tipo de autoridade hesitam em iniciar algo por eles mesmos, com receio de que isto seja visto como um desafio à posição do líder. Com o passar do tempo, tornam-se incapazes de serem dirigidos pelo Espírito Santo. Isto rouba poder espiritual dos cristãos. Conforme a intimidade real com a verdadeira Autoridade é substituída por algo humano e fraco, o fruto que produz em cada faceta da vida espiritual é constrito.
2) A autoridade humana demanda o dinheiro das pessoas (suas posses). Está fora de questão que a importância de qualquer posição terrena é julgada pela sua esfera de influência e por sua extravagância. Quanto mais pessoas um líder tem sob sua autoridade, mais importante ele é. Quanto maior o território que ele governa, maior prestígio ele tem. Usualmente, acompanhando esta elevação perante os olhos humanos, estão roupas extravagantes, meios de transporte mais caros e moradias mais luxuosas. Na Igreja de hoje não é diferente. Quase invariavelmente, conforme cresce a influência de um líder, cresce também o desejo dele de conseguir lugares de encontro que sejam maiores e mais impressionantes, um guarda-roupa mais condizente com sua posição e, em geral, um aumento de salário. Isto inevitavelmente custa dinheiro e este dinheiro vem daqueles que se colocaram sob a influência desta autoridade terrena.
Pare um momento e compare isto com o exemplo de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele não tinha lugar para apoiar Sua cabeça e, provavelmente, também não tinha uma muda de roupas. Ele nunca construiu palácios ou templos. Constantemente recusava qualquer posição de autoridade terrena. Seu pagamento era o que o Pai movia os outros a lhe darem. Como fica o que estamos fazendo, comparando com isto? É verdade que as Escrituras nos exortam a dar nosso dinheiro para o obra e para os obreiros de Deus. Mas, se usarmos nossas rendas para sustentar autoridades e esforços simplesmente humanos, não seremos recompensados. Quando o fogo de Deus descer, tudo que tiver sido construído de materiais naturais (madeira, feno e palha) será consumido e nosso dinheiro tão dificilmente ganho desaparecerá com eles na fumaça. Por outro lado, se formos cuidadosos para investir nosso dinheiro em coisas que são verdadeiramente espirituais, nosso investimento produzirá frutos para a eternidade. Quando nós usamos nossas finanças para sustentar trabalhos e líderes verdadeiramente espirituais, jamais perderemos nossa recompensa.
3) A autoridade não espiritual leva o povo de Deus a ser escravo da vontade humana, usando seu tempo, energia e talentos para construir uma organização terrena em vez de um corpo espiritual. A autoridade natural, com todos os seus planos e programas, necessita de pessoas para fazer o trabalho. Então, quando você se coloca sob tal autoridade, você passa a permitir que a usem como um instrumento para tais empenhos. Além disso, na mesma proporção que você se submete a ter sua vida governada por autoridade humana, você exclui a autoridade do Espírito. Você não pode servir a dois senhores. É inevitável que surgirá um conflito entre os dois. Seu Mestre Celestial deseja dirigir cada aspecto de sua existência e qualquer outra autoridade só irá ser competitiva e frustrante. Quando você escolhe a maneira terrena, como os Israelitas fizeram, você se torna um escravo da vontade e dos caprichos humanos, em vez de experimentar a verdadeira liberdade da submissão a Deus.
Esta é uma escravidão da qual Deus não vai nos libertar (1ª. Samuel 8:18). Deus nunca violará nossa vontade. Quando escolhemos algo, Ele não irá nos forçar a mudar de decisão. Ele pode trabalhar de muitas maneiras diferentes para nos fazer ver nosso erro. Nós podemos descobrir nossa percepção de Sua presença em nossa vida abatida. Podemos começar a achar que problemas que pareciam pequenos quando estávamos caminhando em intimidade com Jesus, agora parecem insuperáveis. Ele pode mesmo permitir que nos tornemos miseráveis no caminho que escolhemos. Mas, quando nós voluntariamente nos sujeitamos à autoridade humana, Ele não nos livrará dela. Nossa única alternativa é reverter a escolha. Devemos exercitar nossa própria vontade e escolher nos afastar de qualquer autoridade na Igreja que seja uma substituição de Sua própria autoridade.
Isto pode ser uma surpresa para muitas pessoas mas é, apesar disso, verdade. Quando nós nos submetemos à autoridade terrena, nós realmente nos colocamos debaixo de uma maldição. A Escritura diz: “Maldito é o homem que confia no homem e faz da carne a sua força, cujo coração se aparta do Senhor. Porque ele será como o arbusto solitário no deserto e não verá quando lhe vier o bem; antes morará nos lugares secos do deserto, na terra salgada e inabitável” (Jeremias 17:5 e 6). Note que confiar no homem e afastar-se de Deus estão ligados. Quando você olha para seres humanos, você não pode evitar de tirar os olhos de Deus. Um outro verso nos adverte : “Não confieis em príncipes, nem nos filhos dos homens, em quem não há salvação. Sai-lhes o espírito e eles tornam ao pó; nesse mesmo dia perecem todos os seus desígnios.” E continua : “Bem aventurado aquele que tem o Deus de Jacó por seu auxílio, cuja esperança está no Senhor Seu Deus (Salmo 146:3-5).
Pela discussão precedente, deve estar evidente que há dois tipos básicos de autoridade no mundo hoje. Há o tipo superficial, terreno, chamado “autoridade delegada,” que Deus usa para exercer algum controle sobre aqueles que não o conhecem e nem o seguem. E há a “autoridade espiritual,” transmitida, que sempre foi a escolhida por Deus para governar Seu povo. Uma é para o mundo, a outra é para o que hoje é chamada Sua Igreja. Uma funciona, de certa forma, independente de Deus, enquanto que a outra, não. De fato, nem sequer pode funcionar, a não ser que Deus esteja falando ou se movendo.
TEMOS QUE ESCOLHER
Hoje, na Igreja de Cristo, estes dois tipos de autoridade estão sendo exercidos. Portanto, como membros da Igreja, cada um de nós é confrontado com uma escolha importante. Se nós nos submetemos ao tipo humano, hierárquico, esta autoridade impedirá e eventualmente substituirá o tipo espiritual. Se, pelo contrário, nós nos rendemos á autoridade celestial, esta irá inevitavelmente entrar em conflito com a terrena. Como já vimos, esta decisão é extremamente importante. De fato, é crucial. Se escolhemos caminhar pelo caminho amplo e fácil, sem dúvida encontraremos muita companhia e poderemos mesmo gozar de um bom grau de popularidade, mas os efeitos sobre os quais Deus tão claramente nos advertiu, virão sobre nós. Se, por outro lado, escolhemos o caminho mais difícil e mais estreito, sem dúvida haverá tempos em que nos encontraremos sozinhos e, querendo ou não, estaremos enredados no conflito entre estes dois tipos de autoridade.
Os primeiros apóstolos e, de fato, a próprio Jesus, encontram-se neste tipo de situação. Embora não a tivessem procurado, eles encontraram oposição contínua daqueles que ocupavam “posições” na organização religiosa estabelecida em seus dias. As autoridades tradicionais viram uma coisa muito claramente: se eles permitissem que esta manifestação da autoridade espiritual seguisse incontrolada, ela eventualmente substituiria a sua própria. De algum modo, eles foram capazes de reconhecer que ela era, em essência, um tipo superior de autoridade que estava destinada a suplantar seu tipo inferior, humano. Seus corações não estavam em sintonia como coração de Deus e, então, eles lutaram para manter o seu “lugar”, do qual eles tanto gostavam (João 11:48). No processo eles fizeram tudo o que podiam para suprimir a autoridade mais alta. Finalmente, quando já haviam exaurido todas as outras opções, eles se reuniram para matar os representantes de Deus. Como é fácil para nós querer evitar aborrecimentos!
Certamente a nossa tendência natural é simplesmente prosseguir com o “status quo” e “ser como qualquer outro” (2ª. Samuel 8:5). Todavia não estamos em nenhuma posição diferente de nossos antecessores ou de Nosso Senhor. Se nós queremos verdadeiramente seguir a Jesus, Seus conflitos se tornarão nossos. Então, de novo, teremos essas duas escolhas. Nós podemos preservar nossa paz e felicidade pessoal ou prepara-nos para compartilhar dos sofrimentos de Cristo. Nós podemos submeter-nos ao homem ou humilharmo-nos sob a mão poderosa de Deus (2ª. Pedro 5:6).
Infelizmente, a escolha diante de nós não é sempre entre o preto e o branco. Na Igreja hoje há, frequentemente, uma mistura destes dois tipos de autoridade. Alguns homens que possuem certa dose de autoridade espiritual, têm permitido que outros homens os coloquem em posições terrenas. Outros, possivelmente, terão mesmo buscado essas posições por si mesmos. Isto, então, coloca estes líderes em uma situação na qual eles podem exercer, e provavelmente exercem, ambos os tipos de autoridade. Muitas vezes estes próprios líderes são incapazes de distinguir entre estes dois tipos de autoridade. Eles não foram ensinados ou não são maduros o suficiente para compreender as implicações de exercer cada tipo. Portanto, cabe a cada indivíduo saber, de acordo com a revelação do Espírito Santo, a que direções e liderança ele (ou ela) deverá se submeter e quais deverão ser recusadas.
Nesta decisão extremamente importante, temos que ser muito cuidadosos. Há dois modos pelos quais podemos nos enganar seriamente. Por um lado, a rebelião carnal contra a autoridade terrena não agrada a Deus. Quando nós discernimos que a autoridade natural está sendo substituída pela de Deus na Igreja, se a nossa reação a isso não for caracterizada por brandura, humildade a amor, ela não é a resposta do Espírito. Quando manifestamos ódio ou ira, isso não realiza o trabalho de Deus. Nós não podemos permitir que nossa carne reaja ao que vemos, mas sim que seja dirigida em todos os aspectos pela Suprema Autoridade. Em geral, Sua resposta enquanto estava na Terra era não confrontar e condenar, mas seguir no verdadeiro trabalho de Deus. Não somos chamados a uma rebelião aberta contra qualquer autoridade hierárquica, mas tão somente a nos submeter à vontade superior.
Por outro lado, nós não queremos, e de fato não podemos, perder a direção sobrenatural de Deus, especialmente quando essa direção vem através de outros vasos humanos. Não podemos simplesmente rejeitar toda e qualquer autoridade que seja expressa através dos homens. É essencial que nós nos humilhemos nesse assunto diante de nosso Criador e que estejamos certos que estamos desejando obedecer á Sua voz, onde quer que ela seja ouvida. Precisamos estar desejosos de segui-Lo no que quer que seja que ele diga. Se nós não temos esta atitude de coração, iremos acabar certamente rejeitando não apenas a autoridade humana, mas de fato toda autoridade. Nossa condição será de rebeldes independentes que têm pouca serventia para Deus. A verdade é que, se nós não podemos nos submeter ao Senhor quando Ele fala através de nossos irmãos e irmãs, realmente não estamos submissos a Ele. A questão óbvia que surge de toda essa discussão é : “Como podemos saber a diferença entre a autoridade que é espiritual e aquela que é da terra?” A resposta é muito simples, mas não é facil. Além da revelação do Santo Espírito, não há maneira de saber. O homem natural não é capaz de diferenciar as duas. Só aqueles que têm visão espiritual poderão saber o que vem de Deus e o que não vem. É algo que precisa ser discernido.
Portanto, é essencial que cada filho de Deus cultive uma intimidade com Ele. Cada um de nós é responsável por desenvolver e manter um relacionamento espiritual com Nosso Senhor. Ninguém mais irá fazer isso por nós. Não podemos crer que algum tipo de “rei” vá se encarregar das responsabilidades. Assim como foi com o povo de Israel, hoje também o desejo de Deus continua o mesmo. Em Seu coração Ele anseia que nós permitamos ser levados a um profundo relacionamento com Ele. Deste modo, repousando no colo de Jesus como o João (João 13:23), nós chegaremos a compreender tudo o que Ele julga necessário que saibamos.
Para a Edificação do Corpo de Cristo!! Mateus 5:9 Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos maduros de Deus.
domingo, 12 de abril de 2009
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