Extraído do livro " Apocalipse interpretado versículo por versículo" Editora CPAD
5. “E deu à luz um filho varão que há de reger todas as nações com vara de ferro; e o seu filho foi arrebatado para Deus e para o seu trono”.
I. “...um filho varão”. Cremos está aqui em foco, a pessoa de Cristo. “O Filho Varão”. Não se trata de Cristo “misticamente concebido”, nos membros da Igreja. A citação do Salmo 2.9, aplicada a Cristo em todo o contexto da Igreja Primitiva, afirma-nos que o Filho da mulher vestido do sol é o próprio Cristo nasceu para reinar (cf. Gn 3.15; Sl 2.9; 110.5, 15; Dn 4.26; Ap 12.5; 19.15). O sentido geral deste versículo é que Cristo, mediante sua ressurreição e ascensão, frustrou os desígnios malignos e destruidores de Satanás. A ascensão do Cristo é expressa com as palavras: “...e o seu filho foi arrebatado para Deus e para o seu trono” (cf. Mc 16.19; Lc 24.50, 51; At 1.9; 7.56; Ap 3.21). Nada se diz aqui da morte do filho varão à não ser no versículo 11 desta secção, uma vez que ele é ligado com Israel e com a regência de todas as nações, ambas as quais dependem de seu nascimento e ascensão ao trono.
1. Reger todas as nações. Essa alusão feita no presente texto, refere-se ao governo milenial de Cristo, após o término da Grande Tribulação. Naquela época, Ele governará como monarca absoluto, mas também será o Sumo – Pastor. O grego diz literalmente “poimaino”, “pastorear” ou “cuidar”. Essa palavra é empregada por 11 vezes nas páginas do Novo Testamento (cf. Mt 2.6; Lc 17.7; Jo 21.16; At 20.28; 1Co 9.7; 1Pd 5.2; Jd v. 12; Ap 2.27; 7.17; 12.5 e 19.15). O reinado de ferro das nações será quebrado por aquele que vem pastore-las com “vara de ferro”. Aqui o domínio significa “guiar como um pastor”, e “vara de ferro”, não significa “dureza” e sim, um método inquebrantável no governo de Cristo.
6. “E a mulher fugiu para o deserto, onde já tinha lugar preparado por Deus para que ali fosse alimentada durante mil duzentos e sessenta dias”.
I. “...a mulher fugiu para o deserto”. Este será o “...lugar preparado por Deus” durante a Grande Tribulação. No ano 70 d.C. Deus preparou a cidade de Pella, uma das cidades de Decápolis, como “refúgio” para os crentes fiéis que creram nas advertências do Senhor. Eles ali ficaram por trás do “deserto” da Judéia e de Moabe, e assim escaparam da grande destruição da cidade e de seus moradores.
1. Cremos que por determinação do conselho e pré-conhecimento de Deus, provê-se um lugar de segurança e manutenção para o remanescente. Sugerem-se que este lugar de “refúgio” seja Petra, no monte Seir, na terra de Edom e Moabe. Sela ou Petra, a cidade da rocha é uma das maravilhas do mundo (localizada ao sudoeste do mar Morto), como um possível esconderijo. Podendo acomodar 250.000 pessoas, assim ofereceria proteção excelente. Esta região demarcada por Deus e denominada de “o deserto”, é chamada também de: (a) “lugar”. Ap 12.6; (b) “refúgio”. Is 16.4; (c) “quartos”. . Is 26.20, etc. Na simbologia profética das Escrituras Sagradas, “deserto” significa um lugar de “isolamento” (Sl 55.5-8), aqui, porém, refere-se “...ao deserto dos povos” (Ez 20.35). Será: “EDOM E MOABE, E AS PRIMÍCIAS DOS FILHOS DE AMOM” (cf. Dn 11.41); esses serão os únicos países que escaparão da influência do Anticristo, durante a Grande Tribulação. O Egito não escapará (Dn 11.41-42).
“2. EDOM ou EDUMÉIA: geograficamente este país encrava-se na região montanhosa entre o mar Morto e o golfo de Acaba; estende-se para dentro da Arábia Pétrea”.
3. MOABE: encrava-se no sueste do mar Morto; era separada dos amonitas pelo rio Arnon.
4. AMOM: encrava-se na região nordeste do mar Morto; hoje, esses três países ou povos se fundiram em tribos árabes”: Orígenis.
5. Esta área reservada por Deus naqueles dias e servirá de “refúgio perante a face do destruidor” (Is 16.4). O Monte Sião será também demarcado (cf. Sl 125.1; Ob v.17; Ap 14.1). Todos esses acima citados, se transformarão no “deserto de Deus” preparado para a “mulher perseguida” (o Israel fiel) durante o tempo da “angústia de Jacó”. Vide as seguintes escrituras sobre o assunto: (Sl 60.8-12; Is 16.4; 26.20; 64.10; Jr 32.2; 40.8-9; Ez 20.35; Dn 11.41; 12.1; Os 2.14; Ob vs. 17, 20; Mt 24.36; Ap 12.13-17).
6. A mulher perseguida nesta passagem, representa, sem dúvida, o “remanescente de Israel” (Sl 3.13). Nos dias de Elias, este remanescente foram os 7.000 que não se dobraram diante de Baal (1Rs 19.18; Rm 11.4); “Nos dias de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá”, Deus reservou para SI “um resto”, como declara o profeta Isaías (Is 1.9; Rm 9.29); os que voltaram do cativeiro com Neemias e Esdras, eram remanescentes (Ed capítulo 2 e Ne capítulo 7). No Novo Testamento, são eles: Os pastores, Zacarias, Izabel, Simeão, a profetisa, Ana, Maria, mãe de Jesus e João batista; durante o tempo presente, o restante se compõe dos judeus crentes (Rm 11.4-5); durante a Grande Tribulação: “Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o REMANESCENTE é que será salvo” (Rm 9.27). O remanescente desta secção se compõe de duas partes (os 144.000 e o restante da semana da mulher). Nessa época, eles são comparados a ‘orvalho”, e no Milênio, a “leão” (Mq 5.7-8), alguns deles sofrerão a morte, par completar um número. (Cf. 6.11), o restante será assinalado e guardado por Deus “no deserto”.
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