sexta-feira, 4 de julho de 2008

O que é "o mundo" e quais são as "coisas que estão no mundo"? W. Kelly

O que é "o mundo" e quais são as "coisas que estão no mundo"?
Meditações sobre 1. João 2:14-17
Artigo Traduzido pelos irmãos da cidade de Alegrete-RS



Filhinhos, eu vos escrevi, porque conheceis o Pai. Pais, eu vos escrevi, porque conheceis aquele que existe desde o princípio. Jovens, eu vos escrevi, porque sois fortes, e a palavra de Deus permanece em vós, e tendes vencido o Maligno. Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo. Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente.
"O mundo" O segredo destes "jovens" radicava em sua força", que não era a energia natural, a qual nada tem a ver com a graça, mas eles foram caracterizados pelo vigor e poder espiritual. E o que mantinha e controlava essa força era a Palavra de Deus que permanecia neles. No entanto, esses mesmos jovens são exortados a não amar o mundo: "Não ameis do mundo." Porquê esta advertência é dirigido especialmente a eles? Não se diz a mesma coisa sobre os "pais" ou os "filhinhos". Mais tarde será dito muito mais sobre os "filhinhos", mas sobre os "pais" não foi dito mais nada além do que já foi dito antes em primeiro lugar. A caráter particular destes últimos é como quando Maria "sentou aos pés do Senhor, e ouviu a sua palavra" (Lucas 10:39). Não era isto estar cheio de Cristo? A Palavra de Cristo habita em todos eles em abundância na sabedoria e entendimento espiritual (Colossenses 3:16). Não só isso, como o próprio Cristo, como foi mostrado aqui, geralmente era para eles como o principal objeto de alegria e de comunhão com o Pai. Mas estes jovens fortes, recebem um aviso: "Não ameis do mundo." Pode parecer estranho que o apóstolo João teve de fazer essa advertência para as pessoas de semelhante força espiritual. Mas essa mesma força, por mais espiritual que for, cria um perigo. Eles haviam saído com um forte desejo de difundir a verdade e o testemunho de Cristo, sem medo, pela Palavra que se manteve neles, e pelo poder do Espírito Santo que operava neles. No entanto, essas vitórias mostram a existência de um risco, o contato com os homens expõe ao crentes a amar o mundo antes de saber até onde chegará sua influência sobre nós. Pois, não devemos supor que o amor ao mundo é apenas uma inclinação pelas aparências ou o prazer, música ou teatro, caça, pesca, corrida de cavalos, jogos ou talvez pior. O mundo é uma armadilha, muito mais sutil do que carne. Por ceder à concupiscência da carne, um homem despreza a si mesmo, e outros que são intensamente envolvido em todo o mundo, pode sentir a vergonha desse caminhos. Mas "desejos mundanos" são outra coisa, se apresentam como algo eminentemente respeitável, pois, não é isso que faz todo mundo de certa posição social ?. É desejar aquilo que agrada a sociedade; desejar ser aquilo que é considerado luz, guias, pessoas carismáticas, pensam aquilo que é conveniente para ambos, homens e mulheres. Esse agradável atrativo exerce uma poderosa influência, especialmente entre os jovens, os jovens fortes que conhecem ao Senhor e têm um sincero desejo de fazer conhecer a verdade. Pelo fato de ter recebido essas boas novas para proclamar, eles pensam que podem ir em qualquer lugar, mas aonde quer que forem com esse entusiasmo, o risco está presente. Conhecem, ao menos, um Salvador desconhecido pelo mundo, e onde não podiam ir? Neste zelo, eles são particularmente advertidos quanto ao mundo. Mas Deus não havia feito o mundo nesse sentido.O que é, portanto, "o mundo"?. "O mundo", no sentido moral, é o que o diabo desenvolveu após a queda do homem. O "mundo" começa com Caim e seus descendentes. O que vemos em Caim? Condenado a ser errantes e fugitivo sobre a terra, lutou para eliminar esta sentença, e construiu uma cidade, não satisfeito com o viver um por um lado e outro por outro, ele e os seus descendentes sentiram a necessidade de se unir. "Unidade é a força", dizem os homens. Além disso, um homem inteligente lida com coisas de maneira rápida e fácil de alcançar o topo, e muitos abrigam a esperança de subir esses escalões para chegar a estes também algum dia, de qualquer forma ou a qualquer custo. Deus e o pecado são rapidamente esquecidos nestes esforços. Assim também, Caim construiu uma cidade e a chamou conforme o nome de seu filho. Manifestou a busca de satisfação pessoa e orgulho, bem como o desejo de agradar outras pessoas sem qualquer reflexão sobre Deus. A partir desta família nasceram as grandes invenções (Gênesis 4). Um homem de um espírito que não é encontrado em Abel, e até mesmo em Sete, que é substituído por Abel, mas é absolutamente expressado em Caim e sua descendência. Aqui começou a poesia da sociedade, quando escreveu Lameque de forma agradável para suas mulheres, pois foi ele que introduziu a poligamia, e justificou o homicídio em caso de defesa própria, o que poderíamos chamar uma poesia dedicada aos objetos de seus próprios afetos. Não era Deus, senão suas mulheres a ocuparem seus pensamentos em relação aos acontecimentos que deviam lhe afligir. Lameque não só fez uma apologia da história de Caim, mas encontrou um pretexto para justificar o seu próprio caso. Ali encontramos também a origem da orgulhosa vida dos nômades, e dos mais civilizados deleites de instrumentos de sopro e corda. De modo que desde cedo, "o mundo" já estava em plena atividade. Não é esse o caráter "do mundo"? Sem dúvidas que muitas coisas que são convenientes que se encontram no mundo pode ser usado por um cristão. Mas somente uma mancha negra tem "o mundo": a ausência de um Cristo que, desprezado pelo mundo, é tanto mais amado pelos seus. Citem-me uma só coisa no mundo em que Cristo colocou o seu selo de aprovação. Onde se encontra tudo o que Cristo apreciava? Onde esta aquele em que Ele vivia, e o que Ele amava? Tudo que está fora de Cristo é capaz de ser um objeto para o coração do homem caído, e isso é o mundo. Alguns se empenham no estudo da ciência, outros preferem literatura, outros estão relutantes para a política. Desgraçadamente, até é possível dedicar-se à religião, à obra e à adoração ao Senhor, num espírito mundano, e de uma forma egoísta, ou à procura de qualquer proveito para si próprio ou fama com ele! e de quantas maneiras os homens procuram popularidade com estas coisas! Isto também é "o mundo". O nome do Senhor tomado à parte da Sua vontade e Sua glória não é nenhuma salvaguarda. Alguns autores empregam desta maneira: escreveram sobre os assuntos relacionados com as Escrituras, mas o que ganharam com isso? uma vez que ainda permaneceram completamente sem Deus, e, muitas vezes, declarados como inimigos de Cristo. Por isso, o mundo tornar-se-ia um perigo grave para os jovens espiritualmente – por mais forte que pudessem ser-, se não mantivessem o sentimento sempre crescente de sua relação com o Pai, porque até mesmo os "filhinhos" tinham esse conhecimento, os quais se caracterizavam pelo sentido dessa bendita relação, e se satisfaziam nela. Eles, como todos, tinham a segurança do perdão. Se bem que eram "filhinhos", acrescentou a esta alegria o conhecimento do Pai, que é um precioso privilégio. Mas também vemos que há muitos cristãos que são avançados em pensamentos, ou que se consideram assim, mas que, no entanto, não ousam tomar esse caminho. Porque eles não têm segurança completa, e a maioria deles invocam a Deus, mas não como "Pai", no sentido amplo, mas, como "o Poderoso", como "Senhor" como "o Deus de Abraão…" etc. como se fossem judeus. Todos nós devemos ver que este é o estado do cristianismo de hoje, especialmente aqueles que se jactam na antiguidade da religião e nos grandes números dentro dela. Cristianismo tem um caráter judaico. Mas Cristo, no cristianismo, o leva pra longe de tudo o que é terreno, tanto dos judeus como dos Gentios, e estampa o seu nome nele desde o início de sua nova vida e durante toda a sua marcha de peregrino. Tal como ele próprio disse sobre aqueles a quem lhe deu o Pai: "Eles não são do mundo, nem sou do mundo" (João 17:16). Aqueles que eram jovens fortes espiritualmente são os que particularmente deviam guardar-se do "mundo", porque, em seu zelo, este poderia se tornar um objeto de valor aos seus olhos. Eles poderiam dizer que o seu único desejo era o de ganhar o mundo para Cristo, que o seu objetivo era fazer que o mundo conhecesse a Cristo e seu Evangelho. No entanto, é necessário que sejamos dependentes Dele e guiados pelo Seu Espírito para saber quando, onde e como ir. Não basta que o nossos propósitos e nossas metas sejam boas. O principal perigo que temos de nos guardar é a maneira de fazer as coisas. Sempre podemos falhar em “Como” o fazemos. Os Fins Podem ser bons mas os meios devem estar também com a vontade e a palavra de Deus. Quem pode guiar-nos e guardar-nos nos meios que devemos adotar? Unicamente aqueles a que pertencemos, Quem trabalha em nós pela sua Palavra e seu Espírito

"As coisas que estão no mundo" No entanto, vemos que os "jovens" são advertidos não só de uma maneira geral, mas se os faz outra advertência particular: eles são exortados a não amarem as "coisas que estão no mundo." Isso pode ser ainda mais insidioso e sutil que o próprio mundo. Tome, por exemplo, a religião do mundo, das multidões, dos grande, dos nobre, dos sábio, dos estudiosos. Que homem natural se livra de cair nesta armadilha, a menos que seja absolutamente profano? Então, Caim tinha o seu próprio culto e de seu mundo em meio às trevas e à distância de Deus. E não é esta uma armadilha muito sedutora para muitos crentes, e um forte convite para colocar seu "poder" nele? Porque muitos cristãos diriam: 'Eu não ouso amar o mundo; mas aqui se me oferece uma tentadora oportunidade de fazer muito mais e melhores coisas do que em qualquer outro lugar, e até se me permite falar, não importando quais possam ser as circunstâncias ou associações. "Mas isso implica compromisso com a verdade. É uma das muitas coisas que "estão no mundo", e não devemos amar. Repito: o que pode ser mais comum que o erro de se ter um determinado objeto que nos atrai, um "hobby" ou da ocupação predileta, independentemente da sua natureza, que não tem qualquer vínculo com Cristo? Todas estas coisas se tornam ídolos, porque, juntamente com os nossos deveres e relacionamentos conhecido, é Cristo que tem o direito ao amor supremo. Cristo é o objeto que nosso Pai coloca diante de nós, e se os nossos olhos são sensíveis sobre a respeito Dele, podemos ter a certeza que todo o nosso corpo está cheio de luz (Mateus 6:22-23). É impossível que uma alma seja fiel a Cristo se tem seus olhos postos em e faz de Cristo o Objeto de seu trabalho e de seu caminho diário, mas toma aquilo que ele não aprova. É Míster que a Palavra de Deus permaneça no crente. Se um se contenta em só empreender o que agrada Cristo, Ele seguramente o ajudará. Mas não falta a enceguecedora influência do mundo, e o zelo no serviço pode ser transformado em presunção e levar à predominância da sua própria vontade. Todo o verdadeiro zelo nos expõe ao perigo, e é por isso que ele fez a advertência: "Não ameis o mundo, ou coisas que estão no mundo", seguida por uma outra muito solene: "Se alguém ama o mundo, o amor de Pai não está nele. "João entretanto apresenta uma coisa como princípio absoluto, sem notar quaisquer circunstâncias que possam alterar. Quando afirma: "Se alguém ama o mundo," não introduzem qualquer paliativos. Ele deixa intacto o princípio. E, se teus princípios e teu caminho prático consistem em amar o mundo, o amor do Pai dificilmente pode se tornar uma realidade em ti. Mas, quando observamos os cristãos em seu viver prático, muitas vezes vemos uma triste mistura. Os motivos que operam podem ser bons e maus, mas nesta epístola não nos é apresentado esse. Outras partes da Palavra de Deus podem encarar estes aspectos, mas a missão específica que é atribuído aqui é o de apresentar o princípio correto de forma absoluta, bem como o princípio errado também. Por isso, se estabelece que se um ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Isso é saudável e verdadeiro, porquanto supõe um ou outro princípio levado a cabo. O apóstolo,em seguida, trata as diferenças particulares a respeito dos desejos do mundo: "Porque tudo no mundo, a concupiscência da carne" (a atividade própria do homem interior) " a concupiscência dos olhos" (o que me atrai fora de mim), juntamente com a terceira armadilha ", a soberba [orgulho, vanglória] da vida." O Qual pode se tratar de manter-se uma posição social no mundo, costumes e sentimentos que pertencem ao mundo. Vejamos, por exemplo, um homem da nobreza, um cavaleiro, ou alguém de uma hierarquia social muito maior que gosta de ser assim. Quando se ama estas coisas, onde está Cristo? É possível supor que Cristo iria aprovar em seus discípulos, a categoria natural que um tivesse a possibilidade de adquirir da maneira que for? O que o Senhor queria dizer quando ele disse: "Eles não são do mundo, como tampouco eu não sou do mundo" (João 17:14)? Será que o mundo é o que os cristãos devem manter como uma oferta agradável a Cristo? Muitos cristãos mantém a sua dignidade, e a oferecem, como se costuma dizer, à Cristo, como se isso tivesse valor para ele! Será isto o que o Senhor expressou nas palavras que acabamos de ler, ou é acaso a forma como faziam os apóstolos e outros crentes fiéis? Para um coração sensível, purificado pela fé, o que é que toca mais fundo em sua vida prática que a separação do mundo através do Senhor Jesus Cristo para o Pai? E, em muitos cristãos vemos precisamente o contrário, isso é fato conhecido por muitos, e isto sempre significa uma profunda dor e um pesado fardo para aqueles que sentem profunda reverência pelo nome e pela palavra do Senhor. "A soberba vida", em um cristão, é algo que o torna insensível aos outros, e algo abominável para o Pai. O que buscou Cristo? Não buscou vanglória para si, senão pecadores culpáveis de todas as classes. Ele buscou homens de posição social tanto baixa quanto alta, os quais foram todos igualmente culpados de seus pecados e insensatez, o seu orgulho e a sua vaidade, e tantas coisas em vãs que governam o coração humano. Também Cristo nos conheceu na base dessas misérias, mas, com o fim de arrancar da raiz todas as nossas vaidades, pondo sobre a ela a pena de morte. Será que algumas dessas "coisas do mundo" passaram desapercebidas na cruz? Então João, Seu servo, disse aqui que nenhuma destas coisas, em particular, e ainda como um todo, são do Pai, mas pertencem ao mundo que aborreceu a Ele e o seu filho. Que prazer pode ter Pai em qualquer uma das coisas das que tanto pensam os homens, e àquelas coisas que agarram tão tenazmente, quer por inveja de outros ou procurado-as para si mesmos? Em suma: a vanglória ou soberba da vida, não provém do Pai, Senão- do que é ainda pior ─ provém de Seu inimigo: o mundo. Pois bem, o que é o mundo? O mundo é o sistema que Satanás introduziu no meio do homem caído, a fim de apagar a memória de um paraíso perdido. E, desde então, tem crescido, e progredido, apesar da terrível catástrofe do dilúvio,até que se levantou em rebelião contra o Filho de Deus e o crucificou. Isto é o que finalmente fez o mundo, com as suas artes e letras, com sua religião e sua filosofia. O mundo então era composto de judeus e gentios. Ambos amavam o mundo, e os dois se juntaram para rejeitar e envergonha o "Senhor da glória." Pode o mundo, então, ser um objeto de amor para um cristão? Poderia ser algo que o faz parte integrante deste mundo? Poderia ser alguém de que se orgulhasse e tivesse prazer no mundo? Não seria isso traição contra o Pai e o Filho? Mas aqui enfatiza outra característica que tem o mundo. O mundo é passageiro, e tem a pena de morte que Deus colocou sobre ele. Há de passar por completo. O mundo passa e suas concupiscências, pois, quem poderá conservá-lo? Não importa se tratamos de rico, de alta posição social, de prazeres, de poder ou de qualquer outra coisa que pertença ao mundo, o fato é que se resume a nada (e seu orgulho às vezes, até mesmo na época atual, pode aparecer em um asilo de pobres). No entanto os homens são devorados pelo desejo de serem algo maior do que são, de modo que abaixo da superfície existe uma infelicidade que prazer nenhum não pode desvanecer. "E o mundo passa, e sua concupiscência, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre" (v. 17). Não é só a palavra que permanece para sempre, mas aquele que faz a vontade de Deus. Isto é de importância muito maior do que qualquer doutrina deduzida pelos homens, que qualquer artigo de fé, como é chamado. É sem dúvida necessário opor-nos ao que é falso e mau. Temos a obrigação de nos submeter-nos à palavra de Deus revelada e à sua vontade. Mas o erro se desliza com facilidade nas doutrina que formulam os melhores homens, a favor das quais muitos homens contendem, enquanto outros se opõem. Mas aqui somos informados que o que faz a vontade de Deus permanece para sempre. E isto ninguém é capaz de fazê-lo sem agarrar-se a Cristo e sem amar o Pai. Certamente que "o Filho permanece para sempre”. O cristão pode dormir, mas ele permanece para sempre. O Senhor vem para despertá-lo do sono da morte, ou para transformá-lo -então sobrevive- conforme Sua gloriosa semelhança, que irá se manifestar então e para sempre. Mas o cristão é chamado a reconhecer este fato como uma realidade atual, e dar seguimento a esta verdade todos os dias, de modo a não ser arrastado em caminhos poluentes do mundo, os quais são considerados muito agradável, mas cada um deles e Todos, em geral, são, pelo contrário, coberto e preenchido com o mal e impiedade.

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