sexta-feira, 4 de julho de 2008

O ESPIRITISMO SEGUNDO O EVANGELHO- Vários Irmãos

O ESPIRITISMO SEGUNDO O EVANGELHO
Por vários irmãos

INTRODUÇÃO

Não é nossa proposta disponibilizar neste site qualquer material que não seja de cunho positivo quanto às Boas Novas, o Evangelho de Jesus Cristo. Nosso interesse é o de servir à Verdade, ou seja, Jesus Cristo, naquilo que realmente importa: falar de Seu Amor, de Sua Obra Redentora, de Sua Pessoa. A necessidade de se escrever acerca do Espiritismo deve-se ao fato de que tal movimento filosófico-religioso busca escorar-se – seletivamente, como veremos – na Bíblia Sagrada e em Jesus Cristo para alavancar suas doutrinas. Não fôra este fato não se haveria de encontrar qualquer menção ao Espiritismo nestas páginas, assim como não se encontram textos acerca do Budismo, ou Hinduísmo, ou Cientologia, ou Macumba.
Tal como estes, o Espiritismo deveria seguir seu próprio caminho sem tentar ostentar uma aparência cristã, pois não a possui, nem pode possuir. O título deste artigo é declaradamente uma contestação ao famoso livro escrito por Allan Kardec, uma vez que nosso objetivo é esclarecer, a cristãos e espíritas, quanto à absoluta impossibilidade de aproximação do espiritismo com o cristianismo. Portanto, pedimos a todos que leiam este artigo por completo, a fim de se evitar qualquer interpretação equivocada.

UM POUCO DE HISTÓRIA
A necromancia (comunicação com os “mortos”) remonta a tempos muito antigos. Dele tomamos conhecimento através da Bíblia, como advertência para que não nos envolvamos com tais práticas que confrontam com a Palavra de Deus (vejam na Bíblia, no Livro de Deuteronômio, cap. 18, versos 09 a 12).
O espiritualismo, como o conhecemos hoje, surgiu em meados do século XIX, diante de certas ocorrências que aconteceram com uma família na América do Norte, em Hydesville (Nova Iorque), em 1848.
Esta família chamava-se Fox. O casal tinha duas filhas, Margarida (Margaret), de 14 anos, e Catarina (Kate), de onze, que foram protagonistas de fatos que desencadearam o atual espiritualismo.
Em meados de março de 1848, começaram a se ouvir golpes nas portas e a se avistar objetos que se moviam de um lugar para outro, sem auxílio de mãos, assustando as crianças. Às vezes, a vibração era tamanha que sacudia as camas. Finalmente, na noite de 21 de março de 1848, a jovem Kate desafiou o poder invisível e repetiu o barulho como um estalar de dedos. O desafio foi aceito e cada estalar de dedos era repetido, o que surpreendeu toda a família. Dessa forma se estabeleceu contato com o mundo invisível, e a notícia alastrou-se por outras partes, admitindo-se que tais espíritos eram dos mortos.
Partindo desse acontecimento, que recebeu ampla cobertura dos meios de comunicação da época, propagou-se o espiritismo por toda a América do Norte e Inglaterra. Na época, outros países da Europa também foram visitados, com sucesso, pelos espíritas norte-americanos. As irmãs Fox passaram à História como as fundadoras do Espiritualismo moderno.
No fervilhar destes acontecimentos, um intelectual francês foi alcançado, Allan Kardec, que viria a ser a figura máxima do espiritismo. Allan Kardec chamava-se Hippolyte Léon Denizard Rivail, nascido em Lyon, em 3 de outubro de 1804. Era formado em letras e ciências, doutorando-se em medicina. Estudou com Pestalozzi, de quem se tornou fiel discípulo e cujo sistema educacional ajudou a propagar.
Rivail tomou conhecimento de um algo extraordinário que acontecia no momento, e que causava um grande alvoroço na sociedade francesa: o fenômeno das mesas girantes e falantes, que afirmavam ser, um resultado da intervenção dos espíritos. A princípio ele não acreditou e rejeitou esta idéia, por considerá-la absurda. Porém, assistiu a uma reunião na casa da Sra. Plainemaison, onde presenciou fenômenos que o impressionaram profundamente, como ele próprio relatou depois.
Daí foi um passo para manter contato com os espíritos que o orientaram a escrever e codificar seus ensinos. Dentre tais “espíritos” um em particular alegava ter sido seu amigo em outra encarnação e o incentivou a adotar o nome que usava então: Allan Kardec. Dizia Kardec que havia recebido a missão de pregar uma nova religião, o que começou a fazer a 30 de abril de 1856. Um ano depois, publicou "O LIVRO DOS ESPÍRITOS", que contribuiu para propagação desta "doutrina". Dotado de inteligência e inigualável sagacidade escreveu outros livros que deram mais força ao espiritismo: O Evangelho Segundo o Espiritismo, A Gênese, O Céu e o Inferno, e, O Livro dos Médiuns. Foi ele o introdutor no espiritismo da idéia da reencarnação. Fundou "A Revista Espírita", periódico mensal editado em vários idiomas.
Rivail (Allan Kardec) morreu em 1869.
Até Kardec a crença na reencarnação não existia no espiritismo. O Espiritualismo, que serviu de fonte para que Kardec desenvolvesse seu sistema (espiritismo), ensinava uma espécie de renascimento em corpos espirituais, num contínuo crescente, entretanto, com Kardec popularizou-se a crença em um renascimento corporal.


ENSINAMENTOS
Sobre Deus - A doutrina espírita acerca de Deus é ambígua, ora assumindo aspectos deístas, ora panteístas (*pantesabor panteísta. Senão, sus Cristo, e ora confundindo-se com a doutrina de Deus do Cristianismo histórico. Os autores espíritas parecem não conseguir estabelecer um consenso sobre esse assunto de vital importância. Até mesmos nas obras de um único autor encontram-se contradições flagrantes.
Sobre as qualidades de Deus, Allan Kardec define: "Deus é eterno, infinito, imutável, imaterial, único, todo-poderoso, soberanamente justo e bom". (O Livro dos Médiuns, cáp. I, 13)
A fim de explicar a existência de Deus, Allan Kardec, se vale de argumentos clássicos do deísmo, de que "não há efeito sem causa". De acordo com o conceito deísta, Deus teria criado o universo e depois se retirado dele, deixando-o entregue à ação das leis físicas que, desde então, governam, como se o universo fosse um grande relógio.
No Capitulo II, item 19, de "A Gênese" (Allan Kardec), lê-se uma declaração que indica atributos de Deus: "Deus é, pois a suprema e soberana inteligência; é único, eterno, imutável, imaterial, todo poderoso, soberanamente justo e bom, infinito em todas as suas perfeições, e não pode ser outra coisa". Esta conceituação concorda com o que o Cristianismo histórico reconhece como alguns atributos divinos. Porém, o fato de uma determinada religião ou seita ter pontos em comum com o Cristianismo bíblico não é suficiente para lhe qualificar como cristã.
Embora o conceito espírita de Deus tenha nuanças deístas e ao mesmo tempo uma certa semelhança com a doutrina bíblica, é inegável que ela às vezes também possui um forte sabor panteísta. Vejamos o que León Denis escreveu: "Deus é a grande alma universal, de que toda alma humana é uma centelha, uma irradiação. Cada um de nós possui, em estado latente, forças emanadas do divino foco." (Léon Denis, Cristianismo e Espiritismo, 5a. ed., pág. 246). Conceito totalmente panteísta!
Em outro lugar, Denis faz as seguintes assertivas acerca de Deus e sua relação com o universo (conceitos também panteísta): "Deus é infinito e não pode ser individualizado, isto é, separado do mundo, nem subsistir à parte... [Deus é o] Deus imanente, sempre presente no seio das coisas [sendo que] o Universo não é mais essa criação, essa obra tirada do nada de que falam as religiões. É um organismo imenso animado de vida eterna... o eu do Universo é Deus." (Léon Denis, Depois da Morte, pág. 114, 123, 124 e 349).

Entretanto a Palavra de Deus (a Bíblia) refuta com veemência estes ensinos. Façamos um rápido confronto doutrinário, em conformidade com a inspiração bíblica:
· Deus é um ser pessoal: "Ele é um ser individual, com autoconsciência e vontade, capaz de sentir, escolher e ter um relacionamento recíproco com outros seres pessoais e sociais." (Millard J. Erickson, Christian Theology, Baker Book House, Grand Rapids, 1986, p. 269). Citaremos a seguir algumas provas bíblicas da personalidade de Deus:
· Ele fala: "E disse Deus: Haja luz; e houve luz." (GN 1:3)"HAVENDO Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho,"
"A quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo." (HB 1:1 e 2)
· Ele tem emoções (sentimentos):
Misericórdia: "Misericordioso e piedoso é o SENHOR; longânimo e grande em benignidade.""Assim como um pai se compadece de seus filhos, assim o SENHOR se compadece daqueles que o temem." (SL 103:8 e 13)
Amor: "Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor." (1JO 4:8)"E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado." (RM 5:5)
· Ele tem vontade própria: "Mas o nosso Deus está nos céus; fez tudo o que lhe agradou." (SL 115:3)
· Deus é transcendente e imanente e também distinto de sua criação: A Bíblia mostra claramente que Deus não é um ser distante, que teria criado o universo e depois se ausentado dele, como pensa o deísmo. "Faz crescer a erva para o gado, e a verdura para o serviço do homem, para fazer sair da terra o pão," (SL 104:14)"Porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos." (MT 5:45)
Pode-se ver, assim, que ele está presente na criação, tem interesse nela e cuida dela, principalmente do homem, criado à sua imagem e semelhança.
Transcendência: "Mas, na verdade, habitaria Deus na terra? Eis que os céus, e até o céu dos céus, não te poderiam conter, quanto menos esta casa que eu tenho edificado." (1RS 8:27)
Imanência: "Esconder-se-ia alguém em esconderijos, de modo que eu não o veja? diz o SENHOR. Porventura não encho eu os céus e a terra? diz o SENHOR." (JR 23:24)
"ASSIM diz o SENHOR: O céu é o meu trono, e a terra o escabelo dos meus pés; que casa me edificaríeis vós? E qual seria o lugar do meu descanso?" (IS 66:1)

Sobre Jesus Cristo - Para falarmos na Divindade de Jesus Cristo, temos de falar também no assunto da Trindade, pois estes fatos são básicos e essênciais ao Cristianismo bíblico e histórico e fazem parte do fundamento doutrinário que o distingue de todas as demais religiões e também da maioria das seitas pseudo-cristãs. O espiritismo, em geral, através de suas autoridades exponenciais, negam tanto a Trindade, quanto a Divindade de Jesus. Isto porque, em sua tentativa de oferecer ao homem um sistema religioso de auto-salvação, isto é, em que ele se salva por seus próprios méritos, excluem e negam a existência do Deus trino. Entretanto, a revelação bíblica aponta para a impossibilidade de o homem efetuar sua própria salvação, e mostra como o próprio Deus se encarnou para tornar possível ao homem o acesso ao seu Criador.
Grande parte dos escritores espíritas assumem uma posição frontalmente contrária à crença da Trindade. Para eles, Deus é um ser monopessoal, existindo em forma de uma só pessoa, o Pai, e negam que o Filho seja Deus e até rejeitam a existência do Espírito Santo como ser pessoal. O Jornal Espírita de março de 1953 respondendo à pergunta sobre se há mais de uma pessoa em Deus, declara o seguinte: "Não; a razão nos diz que Deus é um ser único, indivisível; que o Pai celeste é um só para todos os filhos do Universo". (Jornal Espírita, Rio de Janeiro, março 1953, p. 4)
A Bíblia, a Palavra de Deus, revela-nos um Deus trino, isto é um Deus eternamente subsistente em três pessoas, iguais entre si em natureza, essência e poder.
Muitos usam as passagens seguintes para dizer que Deus é um só, ou seja, uma unidade absoluta:
· "Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR." (DT 6:4)
· "Vós sois as minhas testemunhas, diz o SENHOR, e meu servo, a quem escolhi; para que o saibais, e me creiais, e entendais que eu sou o mesmo, e que antes de mim deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá." (IS 43:10)
· "Eu sou o SENHOR, e não há outro; fora de mim não há Deus; eu te cingirei, ainda que tu não me conheças;" (IS 45:5)
"Para que se saiba desde o nascente do sol, e desde o poente, que fora de mim não há outro; eu sou o SENHOR, e não há outro." (IS 45:6)
Essas passagens bíblicas realmente afirmam a unidade de Deus e demonstram que a natureza divina é indivisível. Poderíamos acrescentar outras passagens para reforçar esse aspecto da natureza de Deus. Entretanto, devemos levar em consideração que muitas vezes as Escrituras, principalmente no Antigo Testamento, apresentam determinadas realidades como sendo constituídas de uma unidade composta.
Por exemplo: o casamento. A Bíblia diz que "deixa o homem pai e mãe, e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne" (Gn 2:24). É evidente que a unidade constituída por marido e mulher é uma unidade composta e não uma unidade simples ou absoluta. Da mesma forma, pode-se dizer que há no Antigo Testamento muitas evidências de que a unidade de Deus é uma unidade composta, como é indicado por muitas passagens, que revelam uma pluralidade de pessoas na Divindade. No Novo Testamento, por sua vez, a doutrina da Trindade é apresentada com mais intensidade. Enfim, a doutrina acerca da Trindade é inerente ao Cristianismo e dele não se pode separar. Qualquer negação da Trindade e da Divindade de Jesus Cristo constitui-se em heresia.
O espiritismo não só nega a Divindade de Jesus, assim como defende a tese de que seu corpo não era real, de carne e ossos, mas fluídico, dando apenas a impressão de real.
Léon Denis, seguindo a mesma linha de pensamento de Kardec, segundo a qual Jesus teria sido mero homem e elevado à categoria de Deus por seus seguidores. Diz ele:
· "Com o quarto Evangelho e Justino Mártir, a crença cristã efetua a evolução que consiste em substituir a idéia de um homem honrado, tornado divino, a de um ser divino que se tornou homem. Depois da proclamação da divindade de Cristo, no século IV, depois da introdução, no sistema eclesiástico, do dogma da Trindade, no século VII, muitas passagens do Novo Testamento foram modificadas, a fim de que exprimissem as novas doutrinas."
Assim se expressa Roustaing quanto à natureza do corpo de Jesus:
· "A presença de Jesus entre vós, durante todo aquele lapso de tempo, foi, com relação a vós outros, uma aparição espírita, visto que, pelas suas condições fluídicas, completamente fora dos moldes da vossa organização, seu corpo era harmônico com a vossa esfera, a fim de lhe ser possível manter-se longo tempo sobre a Terra no desempenho da missão com que a ela baixara."
Não podemos negar que Cristo veio em plena humanidade, pois a Bíblia afirma reiteradas vezes a plena humanidade do Filho de Deus, mas também declara tantas outras vezes a plenitude de sua Divindade. O apóstolo João condenou os ensinos gnósticos de sua época, que entre outros ensinos negavam que Jesus tivesse vindo em carne, dizendo que o seu corpo humano era mera aparência. Diz o apóstolo:
· "AMADOS, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo." (1JO 4:1)
"Nisto conhecereis o Espírito de Deus: Todo o espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus;" (1JO 4:2)
Quanto ao corpo de Jesus, vejamos o que o relato bíblico nos diz:
· "Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e vede, pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho." (LC 24:39)
Embora o corpo ressuscitado de Jesus tivesse propriedades extraordinárias, como a capacidade de materializar-se e desmaterializar-se:
· "Abriram-se-lhes então os olhos, e o conheceram, e ele desapareceu-lhes." (LC 24:31)"E falando eles destas coisas, o mesmo Jesus se apresentou no meio deles, e disse-lhes: Paz seja convosco." (LC 24:36)
Tinha também a propriedade de entrar em ambientes fechados:
· "Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus, e pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja convosco." (JO 20:19)
Apesar das características acima, seu corpo era constituído de carne e ossos: "Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e vede, pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho." (LC 24:39)
Embora não seja nossa intenção nos aprofundarmos num estudo sobre a humanidade de Jesus, acrescentamos que Cristo experimentou sentimentos e necessidades humanas como:

· Cansaço: "E estava ali a fonte de Jacó. Jesus, pois, cansado do caminho, assentou-se assim junto da fonte. Era isto quase à hora sexta." (JO 4:6)
· Sede: "Depois, sabendo Jesus que já todas as coisas estavam terminadas, para que a Escritura se cumprisse, disse: Tenho sede." (JO 19:28)
· Fome: "E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome;" (MT 4:2)

Sobre o Plano de Salvação no Espiritismo - O espiritismo ensina que o homem, através de sucessivas reencarnações, pelos seus próprios esforços e pela prática das boas obras vai aprimorando-se a si mesmo, sem necessidade do sacrifício vicário de Jesus Cristo. A Bíblia nos diz que a nossa salvação é obra divina; o espiritismo diz que é esforço humano. A Bíblia diz que o sofrimento de Cristo visa a nossa expiação; o espiritismo diz que Jesus foi mero espírito adiantado, que nos serve apenas de exemplo. A Bíblia diz que o sangue de Cristo nos purifica de todo pecado e que o Espírito Santo nos ensina toda a verdade; o espiritismo, ignora a Trindade Divina, reduz toda a expiação à obra dos "espíritos" - os espíritos dos mortos, que nos orientam e aconselham, e o espírito de Cristo, que, tendo alcançado um nível superior, não obstante se encarnou para servir como exemplo.
Diz-nos Kardec, sobre a graça: "... se fosse um dom de Deus, não daria merecimento a quem a possuísse. O espiritismo é mais explícito, porque ensina que quem a possui a adquiriu pelos próprios esforços em suas sucessivas existências, emancipando-se pouco a pouco das suas imperfeições." (Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, Introdução, IV, XVII)
Que contradição com as Escrituras! Deus não nos salva com base em quaisquer méritos pessoais nossos, mas unicamente por sua graça: "Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus;""Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus." (Rm 3:23 e 24)
O ensino espírita segundo o qual "Fora da caridade não há salvação" identifica a salvação com a prática de boas obras. Entretanto, as boas obras não salvam, nem ajudam ninguém a salvar-se. Paulo afirma em Efésios:"Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus.""Não vem das obras, para que ninguém se glorie;" (EF 2:8 e 9)
Ele declara que fomos criados em Cristo para as boas obras: "Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas." (EF 2:10). Portanto, não somos salvos pelas obras, mas para as boas obras.
As boas obras são o resultado da nossa fé em Cristo, pois quando nos tornamos novas criaturas, mediante a fé nele, abandonamos as práticas más e nos voltamos para a prática do bem. "Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo." (2CO 5:17)
Logo, as boas obras são a manifestação do amor que a pessoa tem a Deus.
A Bíblia nos mostra claramente que todo o problema do homem é motivado pelo pecado, pois "todos pecaram e carecem da glória de Deus" (Rm 3:23). Deus ama os pecadores, porém o pecado separa o homem de Deus:"EIS que a mão do SENHOR não está encolhida, para que não possa salvar; nem agravado o seu ouvido, para não poder ouvir."
"Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça." (IS 59:1 e 2)
O homem nada pode fazer para alcançar justificação diante de Deus. O sofrimento e as boas obras, como apregoa o espiritismo, jamais serão suficientes para vencer a distância que o separa de Deus, pois, como expressou o profeta Isaías, "... todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniqüidades como um vento nos arrebatam." (IS 64:6)
O estado do homem é profundamente desesperador, porém não irremediável, "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna." (JO 3:16)Jesus Cristo veio ao mundo com objetivo específico de "dar a sua vida em resgate de muitos" (Mc 10:45)
Cristo se ofereceu a si mesmo a Deus pelos nossos pecados, para que possamos obter a salvação:
· "Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito;" (1 Pe 3:18)
· "Levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados." (1 Pe 2:24)
Que contraste com o que ensina o espiritismo! Vejamos o que escreveu Léon Denis ao negar o valor do sacrifício de Cristo em nosso lugar:
· "Não; a missão do Cristo não era resgatar com o seu sangue os crimes da humanidade. O sangue, mesmo de um Deus, não seria capaz de resgatar ninguém. Cada qual deve resgatar-se a si mesmo, resgatar-se da ignorância e do mal. Nada de exterior a nós poderia fazê-lo. É o que os espíritos, aos milhares afirmam em todos os pontos do mundo".
Percebe-se aqui uma contundente tentativa de negar o valor da obra expiatória de Cristo na cruz. Ao dizer que o sangue, "mesmo de um Deus", não poderia resgatar ninguém, Denis está implicitamente, mais uma vez, negando a divindade de Jesus, a qual, como vimos, é afirmada pelas Escrituras.
O conceito espírita de salvação é aquele que a Bíblia chama de "outro evangelho". Ele é tão contrário ao caminho da salvação de Deus que a Escritura o colocou sob a maldição divina:
"Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho qual não é outro, mas há alguns que vos inquietam e querem transtornar o evangelho de Cristo. Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema." (GL 1:6 a 8).
A salvação vem unicamente pela graça (favor imerecido) de Deus e não por qualquer coisa que a pessoa possa fazer para ganhar o favor de Deus, ou pela sua retidão pessoal. "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie". (Ef 2:8 e 9).

A Bíblia no Espiritismo - O espiritismo nega textualmente a inspiração divina da Bíblia, ensina que o registro bíblico não deve ser tomado literalmente.
Eis o que Kardec diz a respeito das Escrituras:
"A Bíblia contém evidentemente narrativas que a razão desenvolvida pela ciência, não poderia aceitar hoje em dia; igualmente, contém fatos que parecem estranhos e repugnantes, porque se ligam a costumes que não são adotados... A ciência, levando suas investigações até a entranhas da terra, e à profundeza dos céus, tem pois demonstrado de modo irrecusável os erros da Gênese mosaica tomada à letra, e a impossibilidade material de que as coisas se hajam passado tal com estão relatadas textualmente... Incontestavelmente, Deus, que é todo verdade, não pode induzir os homens ao erro, nem consciente, nem inconscientemente, pois então não seria Deus. E, pois, se os fatos contradizem as palavras que a ele são atribuídas, necessário se torna concluir, logicamente, que ele não as pronunciou, ou que elas foram tomadas em sentido diverso... Acerca desse ponto capital, ela [a ciência] pôde, pois, completar a Gênese e Moisés, e retificar suas partes defeituosas." (Allan Kardec, A Gênese, IV, 6, 7, 8 e 11).
Léon Denis, outra autoridade do espiritismo, assim se expressa sobre o valor da Bíblia;
"... não poderia a Bíblia ser considerada "a palavra de Deus" nem uma revelação sobrenatural. O que se deve nela ver é uma compilação de narrativas históricas ou legendárias, de ensinamentos sublimes, de par com pormenores às vezes triviais". (Léon Denis, Cristianismo e Espiritismo, FEB, São Paulo, s.d., 7a. ed., pág. 267).
Assim, o espiritismo, através de suas maiores autoridades, nega a revelação divina encontrada nas Escrituras, relegando-as ao nível de uma mera compilação de fatos históricos e lendários.
É curioso, entretanto, que querendo dizer-se cristão, o espiritismo freqüentemente lance mão das Escrituras, citando-as com profusão quando lhe convém.
Isto significa que para os espíritas não faz diferença se a Bíblia é ou não a Palavra de Deus - desde que possam usá-la quando desejam dar à sua crença uma aparência cristã, ou seja, citando passagens isoladas que parecem dar apoio à teorias espíritas. Quando, porém, o ensino claro das Escrituras refuta essas mesmas teorias, dizem então que elas não são a inerrante Palavra de Deus pela qual devemos testar o que cremos.
Portanto, o espiritismo não é uma religião cristã, pois nega a inspiração do Livro que é a base do cristianismo, assim como os seus ensinos. Com o que concorda o escritor espírita Carlos Imbassy, quando escreveu:
"O espiritismo não é um ramo do Cristianismo como as demais seitas cristãs. Não assenta seus princípios nas Escrituras... a nossa base é o ensino dos espíritos, daí o nome - Espiritismo." (Carlos Imbassy, À Margem do Espiritismo, p. 126)

Conclusão
O Espiritismo definitivamente nada tem a ver com Jesus Cristo e o cristianismo autêntico, muito pelo contrário, pelo exposto e diante das evidências, a Palavra de Deus condena o espiritismo e proscreve-o em todas as suas formas, tanto antigas como modernas.
Como dito no início nossa intenção não é elaborar um estudo sistematizado para desconstruir a validade das proposições espíritas diante do que Deus nos disse em Sua Palavra, isso seria motivo para um estudo aprofundado, que certamente consumiria muitas páginas e muito tempo. Basta-nos concluir que o espiritismo em sua base filosófico-religiosa e sua moral e ética simplistas afasta-se do que ensina a Bíblia, antes disso, na realidade, opõe-se aos ensinos das Escrituras, portanto, Segundo o Evangelho, o Espiritismo é tão irreconciliável com o Cristianismo quanto o é as trevas com a luz.

Apelamos a você que leu este artigo e que até aqui tinha achado refúgio nas doutrinas espíritas que pare para refletir diante de algumas questões:
Se a humanidade vem em um processo de reencarnações aprimorativas qual a razão de vermos tão claramente toda a maldade humana se manifestando como nunca?
Não seria a proposta do espiritismo, que oferece às pessoas a possibilidade de "conquistarem o céu com seus próprios esforços", a mesma que a serpente fez a Eva ("se comerem da árvore do conhecimento do bem e do mal - ou seja, se viverem independentemente de Deus - serão como Deus")?
Com quem está a verdade? Com um sistema idealizado no século passado por um homem que aceitou como sendo dos mortos os espíritos que lhe falavam ou com a Bíblia, composta divinamente por Deus através de milhares de anos e que teve como suprema Revelação a Jesus Cristo, Filho de Deus, que "morreu e ressuscitou e agora vive para sempre"?

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