Reuniões no Caráter de Igreja
John van Dijk
“Porque, antes de tudo, estou informado haver divisões entre vós quando reunis
na igreja; e eu, em parte, o creio” — 1 Coríntios 11:18
“Contudo, prefiro falar na igreja cinco palavras com o meu entendimento, para
instruir outros, a falar dez mil palavras em outra língua” — 1 Coríntios 14:19
“Se, pois, toda a igreja se reunir no mesmo lugar, e todos se puseram a falar em
outras línguas, no caso de entrarem indoutos ou incrédulos, não dirão, porventura, que
estais loucos?” — 1 Coríntios 14:23
“Mas, não havendo intérprete, fique calado na igreja, falando consigo mesmo e
com Deus.” — 1 Coríntios 14:28
“Se, porém, querem aprender alguma cousa, interroguem, em casa, a seu próprio
marido; porque para a mulher é vergonhoso falar na igreja.” — 1 Coríntios 14:35
Nestes versículos, o apóstolo se dirige aos Coríntios considerando o seu comportamento quando
estavam reunidos na Igreja. Não se trata aqui de uma instrução para o seu comportamento em qualquer situação. Se fosse assim, ele teria deixado fora as palavras “na igreja”. Não, ele os instruiu aqui acerca doseu comportamento durante os períodos quando estavam juntos, precisamente porque eram a igreja em
Corinto. Em outras palavras, ele os instruiu para as suas “reuniões como Igreja”.
O Senhor Jesus prometeu de estar no meio onde dois ou três estiverem reunidos em Seu nome
(Mateus 18:20). Freqüentemente, os cristãos fazem uso deste versículo para afirmar que o Senhor estásempre no meio quando cristãos estão juntos. Embora, se isto fosse o significado, o Senhor teria prometido de estar no meio dos dois ou três reunidos, sem as palavras restritivas: “em meu nome”. Esta distinção é importante. Nós notamos também que o Senhor diz: “foram reunidos”1, indicando assim que tem alguém que os reúne, o Espírito Santo.
Em todas aquelas passagens acima notamos, que implicam, que há tempos de estar reunidos não
no caráter de Igreja, isto é, não como aqueles reunidos ao nome do Senhor pelo Espírito. Nestas últimas ocasiões, de príncipio toda a igreja está reunida. Digo “de príncipio”, porque pode ter doentes, outros talvez estão trabalhando ou existem casos semelhantes, mas todos aqueles que pertencem ao Senhor têm o privilégio de se reunir e se espera deles que venham nestas ocasiões. Quem queria ficar a parte quando o Senhor reúne os Seus?
1 Coríntios 14:26-35 fornece instruções detalhadas como o comportamento de todos deveria ser
durante tais reuniões. No fundo, é o Espírito Santo, não tanto o homem, que opera e dirige as ações, portanto, tudo segue a ordem de Deus, o que permite aos profetas receberem instrução diretamente vindo do Senhor acerca da mensagem a ser traga naquela ocasião. Em Atos 2:42 nós temos as finalidades para as quais podiam estar juntos desta maneira: a doutrina (ou: para ensinar), o partir do pão e orações —todas as quais são oportunidades para ter comunhão.
Como já indicado, existem ocasiões, nas quais muitos — e talvez até todos — dos santos da
localidade estão reunidos para uma certa finalidade diferente das mencionadas acima. Pode acontecer que, por exemplo, um evangelista sugeriu uma reunião de evangelho. Talvez um mestre (ou: ensinador)
1 Uma tradução mais exata de Mateus 18:20 seria esta: “Porque, onde foram dois ou três reunidos para o meu nome, ali estou no meio deles”.Assim fica claro, que não são as pessoas que se reúnem, mas, sim, que existe alguém que os reuniu. — anotação do tradutor.
pediu que houvesse oportunidade para expor uma certa porção da Palavra de Deus. Ou acontece que foi combinada uma reunião para instruir as crianças ou aqueles que mostraram um certo interesse. Talvez as irmãs gostariam de contemplar um trecho da Palavra de Deus, enquanto estão preparando ajuda para os necessitados.
Qualquer uma destas reuniões não é uma reunião “sob a direção do Espírito Santo”. Isto não quer dizer de maneira nenhuma que o Espírito não seja aquele que manda o que deve ser feito ou que não seja Ele quem fala. Também significa que o Senhor não está no meio, mas, sim, presente como Ele sempre está, seja onde nós nos encontramos, mas não é Ele que é o Centro numa tal ocasião. Se assim fosse, seria Ele que teria a liderança e não seriam planos humanos que determinariam o decorrer da reunião.
No outro lado, não significa que não existiriam regras na Escritura para este tipo de reuniões
instruindo sobre o comportamento dos santos. Paulo nos diz na 1 Epístola a Timóteo que as irmãs nunca devem ensinar quando em companhia mista. Porém, podem ensinar crianças ou em reuniões de irmãs. Elas podem fazer um serviço considerável até tal forma que Febe foi especialmente recomendada por causa do serviço dela que fez na igreja de Cencréia. Dorcas, do mesmo modo, era uma irmã notável, ocupada para a bênção dos santos. E, mesmo que teve aparentemente uma certa contenda entre elas, Evódia e Síntique foram de grande ajuda para Paulo na divulgação do evangelho. Não nos é dito o que certinho fizeram; de outras passagens fica claro que elas mesmas não falaram publicamente. Talvez traziam outros para as reuniões, nas quais Paulo pregava as boas novas da salvação.
Concluindo, existem reuniões quando a Igreja como tal é reunida pelo Senhor por causa das suas
funções “familiares” que estão em relação com o corpo de Cristo. Fora disso, a Escritura deixa lugar para reuniões que ou têm um caráter de proclamação2 ou de comunhão. Estas últimas estão sob a direção individual de cristãos agindo na sua responsabilidade pessoal diante do Senhor. A reunião mais conhecida dentre destas é, talvez, a de estudo bíblico, na qual muitos dos irmãos participam e perguntas podem ser feitas, certos assuntos podem ser estudados e pensamentos comparados.
2 Quer dizer: pregar o evangelho, ensinar a Palavra etc. — anotação do tradutor.
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