Prefácio do Livro
" A Igreja de Jesus Cristo- Uma Perspectiva Histórico-Profética"
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Antes do final do primeiro século da era cristã já haviam igrejas locais em muitas cidades de algumas das nações aldeãs da bacia do Mediterrâneo, como Judá, Samaria, Galiléia, Síria, Grécia, Macedônia, Egito, o norte da África, Roma, nas regiões da antiga Mesopotâmia, Média; sobre toda a Ásia Menor; e o curioso é que de todas elas o Senhor escolheu preferencialmente sete, no tempo em que o apóstolo João foi confinado na ilha de Patmos, a fim de estampar em várias cartas as profecias referentes ao curso da história que eventualmente viveria a Igreja de Jesus cristo, é o que João registra magistralmente nos capítulos 2 e 3 de Apocalipse. De certa forma, o profundo conteúdo profético das sete cartas vem sendo subestimado, e daqui o desconhecimento que, sobre o particular, vem atrapalhando o entendimento do que é a Igreja de Jesus cristo, em seu sentido escritural e verdadeiro. Essas sete igrejas foram escolhidas na Ásia Menor como protótipos de setes diferentes períodos proféticos da história da Igreja, de tal maneira que as características locais e históricas de cada uma delas nesse tempo, simbolizam o desenrolar de determinado período profético de toda a Igreja nesta era até que o Senhor regresse, tema que queremos abordar panoramicamente no presente estudo histórico-profético e arquetípico.
Nas sete cartas encontramos a história completa da Igreja até o fim desta era. Tenhamos em conta que o Apocalipse é um livro eminentemente profético, e que as sete cartas de Apocalipse são sete profecias (Compare Apocalipse 1:3 e 22:18).quando dizemos “a Igreja”, de nenhuma maneira nos referimos a alguma das organizações religiosas históricas, quando infundavelmente pretendam exibir títulos de legitimidade apostólica ou reclamem direitos sucessórios e de Antigüidade, ostentem o nome que ostentarem, pois a Igreja de Jesus cristo não se confunde nem se identifica com nenhuma das organizações religiosas terrenas, mesmo que dentro de algumas dessas organizações cristãs haja povo de Deus. O Senhor jamais teve o propósito de criar uma organização hierárquica com cobertura imperial, mundial, nacional, ou provincial; não! Se essa fosse a realidade, seguramente ele haveria se dirigido a essa organização como a sua “representante visível”. O Senhor se dirigiu a sete igrejas representativas e tipológicas, em várias localidades da Ásia Procônsular. O que geralmente se é chamado cristianismo, envolve certo grau de imprecisão quanto à compreensão da verdadeira Igreja do Senhor. Tanta imprecisão encerra o termo “cristianismo”, que dentro de suas corrompidas estruturas religiosas, acontecem as maiores divisões, surpreendentes ódios, guerras, perseguições e contradições; não obstante, na comunidade cristã, Deus tem suscitado homens e mulheres aos quais tem revelado Sua vontade, lhes tem dado luz e lhes guia para seu momento histórico-profético e seu ambiente cultural, com visão da edificação da unidade de Seu Corpo.
Em cada época da marcha da humanidade, Deus trabalha para que surja uma perspectiva nova, novos acontecimentos são acrescidos, de acordo ao período profético que corresponda, porque Deus é também o Senhor da história, pois está estabelecido que da história da Igreja de Jesus Cristo nada pode por o ponto final. Não é nossa intenção expor os feitos somente abaixo da perspectiva histórica, senão também, e com maior consolidação, do ponto de vista profético, porque não nos limitamos a separar o acontecer histórico, senão que nossas raízes bebem as águas Límpidas da Palavra de Deus, a qual é eminentemente profética, eterna e verdadeira, digna, além disso, de toda confiança. A Palavra de Deus é imutável, infalível e não está sujeita a modificação; disto não temos a menor dúvida. Os princípios bíblicos estão vigentes como o primeiro dia, não obstante que na história têm sido obscurecidos pelas tradições eclesiásticas da cristandade professante. Os princípios bíblicos são subestimados nos altares da teologia da prosperidade material, poder temporal e o reconhecimento dos homens.
Do futuro, o historiador não pode oferecer mais que conjecturas; em troca o profeta de Deus está seguro e convencido dos planos e propósitos do Senhor, para todos os tempos. Que o diga um Daniel na Babilônia, um Jeremias em Jerusalém e um João em Patmos. Mas devemos ser justos ao declarar que a história e a profecia se entrelaçam, pois Deus tem um plano profético para a história, plano que têm sido revelado com riqueza de detalhes ao longo de toda a Sua Palavra. A encarnação do Verbo de Deus e a obra de Cristo na cruz são os acontecimentos históricos mais importantes para a Igreja. E durante os quatro primeiros séculos desta era se consolidou o registro canônico desses feitos, mas o processo de entendimento da Igreja acerca da revelação divina, incluídos esses feitos tão importantes, não teve o suficiente desenvolvimento em sua oportunidade, pelo contrário, sofreu sérios retrocessos no curso da história, e com o tempo a Igreja perdeu algumas coisas que recebeu no depósito, tratando à sua vez de justificar essa perda suplantando os princípios de Deus com argumentos de feitura humana. Mas Deus ia permitir que todos se perdessem? De maneira nenhuma. O Senhor vem trabalhando para que todo o perdido se recupere e se leve à prática da Igreja, o fruto do pleno entendimento de todo o propósito de Deus. A história do cristianismo corre paralela com a da humanidade; porém, mais que a história do cristianismo, é nosso interesse ir atrás dos contos do reino de Deus. Visto abaixo a perspectiva da Igreja do Senhor, o qual não se pode lograr senão com os olhos de quem é nascido de novo, porque o reino de Deus não é deste mundo, e não pode ser reconhecido pelos deste mundo, mesmo quando está diante de seus olhos. Não importa que se trate de um leigo ou um intelectual, um doutor em teologia, ou alguém que represente os interesses da cristandade nominal, em qualquer de suas facções. Para ver o reino de Deus é requisito indispensável pertencer a ele. O evangelho nos diz que Jesus regozijou-se no espírito por esta realidade, e por isso disse ao Pai: “Naquela hora, exultou Jesus no Espírito Santo e exclamou: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado.” (Lucas 10:21). Chegou o momento em que os sábios deste mundo intentaram tomar o controle e o governo da Igreja de Jesus pela supremacia de sua sabedoria, mas Deus enlouqueceu a sabedoria deste mundo, para que nada por meio dessa sabedoria enlouquecida pudesse chegar a Deus, senão por meio do que os sábios, intelectuais e filósofos desta era tratam de descartar apelidando-o de loucura, isto é, o evangelho e verdadeiro propósito de Deus com o homem e a criação, o qual nos revela a autêntica sabedoria de Deus, Seu Filho Jesus Cristo.
Não é o propósito do presente trabalho abundar em datas e detalhes históricos, mas apenas o suficiente para demonstrar o cumprimento histórico da palavra profética. Para o mundo greco-romano e sua interpretação filosófica, a história não era mais senão uma série de ciclos repetitivos moldurados em um destino incerto e por determinação da cega sorte, como uma tediosa e pessimista maneira de ver o destino humano. Em contraste, para o cristão a história começa em Gênese com a criação do homem pela mão de Deus, e há de continuar conforme os parâmetros traçados na Palavra de Deus, até que se cumpra a triunfal consumação de tudo, e o governo de Deus tenha sua expressão milenar, dando-lhe assim um significado diferente à história. Quando eventualmente ocorrer o fim da história, haverá amanhecido para a Igreja.
Arcadio Sierra Díaz
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