quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

O Templo de Deus- Gino Iafrancesco

Traduzido do Livro "El templo de Dios" de autoria de Gino Iafrancesco, pelos irmãos da cidade de Jaguarão-RS. A medida que for sendo traduzido será postado aqui no Filho Varão.

CAPÍTULO I

O MOMENTO DA EDIFICAÇÃO DA CASA DE DEUS

UM PLANO PROGRESSIVO DE REVELAÇÃO

Começamos este ano uma nova série às sextas-feiras. Os irmãos sabem que no NT há muitas classes de reuniões. Há reuniões para compartilhar, há reuniões de oração, reuniões de estudo e de outras coisas e há também reuniões de ensino e reuniões da obra. Diz a escritura que os apóstolos, todos os dias, dentro e fora das casas, não cessavam de ensinar, de pregar a Jesus Cristo. Essas são reuniões de ministério da palavra. Separamos, com a ajuda do Senhor, e entregando-a a Ele, a reunião das sextas, para que seja uma reunião de ensino da palavra. Os irmãos que vem as sextas, por favor, não levem uma impressão parcial de que é o único tipo de reunião que existe. Há muitas outras reuniões outros dias na localidade e com toda a liberdade. Mas separamos essas reuniões das sextas feiras colocando-a sempre nas mãos do senhor para que se Ele assim quer e aprova com seu espírito, então estejamos esquadrinhando a palavra do senhor.
O senhor quer que a comunhão da igreja, a palavra de Cristo abundem e que o compartilhar da igreja seja na palavra de Cristo. Os irmãos sabem que ainda que o Senhor seja imutável, sua revelação e seu dispensar é progressivo. Ele se propôs encher toda a terra com o conhecimento de sua glória. Ele não será mais glorioso do que quando começou. O Deus não se pode agregar nada à sua essência, entretanto, sua revelação para suas criaturas é progressiva. Ele foi revelando-se progressivamente e quando se completou o cânon das escrituras, com a revelação completa, também depois que a fé foi uma vez dada para sempre aos santos, ainda assim o Espírito Santo nessa única fé a igreja, aprofundando nela à medida que passam os séculos e a igreja de Deus, pelo espírito, sendo guiada a toda verdade, vai entendendo cada vez mais e cooperando com Deus em seu plano, em seu programa.
Há coisas que na palavra do senhor começaram a revelar-se através de pequenos indícios que logo foram desenvolvidos pelo senhor para com seu povo. Também na história da igreja o Espírito Santo começou a mostrar algumas outras coisas e depois foi mostrando mais. E se nós damos lugar a ele, o espírito do senhor irá nos mostrar cada vez mais, não coisas novas no sentido de uma revelação fora da fé que uma só vez foi dada aos santos, mas uma compreensão cada vez mais ajustada, mais profunda e mais rica do que Ele quis dar ao seu povo. De fato, essa rota é imutável da parte dele e já está estabelecido que seria assim. Ele já tipificou o reino dos céus como o crescimento de uma plantinha. Essa semente que é a fé uma vez dada aos santos, a palavra completamente centrada na primeira geração apostólica, devia produzir primeiramente a erva, depois a espiga, depois os grãos verdes nas espigas, depois grãos maduros para colheita. Então, isso quer dizer que o espírito santo estaria cada vez mais nos conduzindo toda a sua igreja à maturidade em Cristo, até o plano de Deus. O espírito Santo sempre dirige até o cumprimento do plano de deus.

A REVELAÇÃO DA CASA SE DEU EM BETEL

Sabemos pelas escrituras como na ocasião na qual deus começou a revelar sobre os patriarcas, falou a Jacó em hebreu e deu-lhe os primeiros indícios de seu plano de edificar para si mesmo uma casa. Entretanto o conceito de casa parecia muito simples naquela primeira revelação, quando Jacó pos-lhe o nome de Betel. Já aqui com os irmãos e em outros lugares estudamos o assunto da edificação do tabernáculo. Ali o conceito de Betel foi um pouco mais desenvolvido. Avançamos um pouco porque já era hora de que deus passasse do simples para algo mais complexo.
E deus não parou sua edificação, a edificação continua e a edificação é a edificação da igreja. Assim como a tipologia passou do simples ao medianamente complexo e ao mais complexo, assim ao final e através da tipologia o senhor está revelando aspectos diferentes da edificação que Ele quer realizar. Também é necessário que continuemos na mesma linha do Espírito de Deus, que é uma linha de edificação conforme o programa de Deus. Logo, como numa época vimos o assunto de Betel e logo mais vimos o assunto do tabernáculo, agora necessitamos passar uma pouco mais adiante, ao assunto do templo, até que eventualmente cheguemos ao assunto da Nova Jerusalém, que é a consumação final. Porém, não se pode ir de golpe, mas por partes, progressivamente. Então, vamos iniciar a série, com a ajuda do senhor, acerca do templo de Deus. Betel e o tabernáculo foram a base, mas, no que se refere ao templo, temos algo mais complexo. Mas não podemos começar pelo templo, tínhamos que começar por Betel e logo a seguir com o tabernáculo, e ainda assim o Espírito Santo não parou, mas continuou.

A SOMBRA DOS BENS VINDOUROS

Então, aos irmãos que desejem acompanhar-me com suas bíblias, peço que abram no livro que fala precisamente dessa época, que é 1 Reis, considerando que aqui nessa versão como 1 Reis, pois em outras é considerado como terceiro livro de Reis, pois originalmente os livros de Samuel forma chamados primeiro e segundo Reis. Abrimos o capítulo 6 de 1 Reis. Com a ajuda do senhor, vamos fazer um seguimento, que esperamos seja minucioso, para que possamos aproveitar os detalhes. Certamente que a interpretação tipológica é obrigada nesses casos, já que no NT o autor da epístola aos Hebreus, possivelmente Lucas, disse que as coisas que estavam na lei ou na tora, ou seja, no AT, principalmente no Pentateuco, mas também na Torá, abarca o AT em geral, que todas essas coisas eram sombra dos bens vindouros. Ainda a história dos patriarcas, a história de Israel foram alegorias e exemplos. Isso ensina o NT. Logo, quando estamos lendo os livros históricos, em primeiro lugar estamos lendo história, mas o NT nos deu a chave para interpretar essa história com um sentido alegórico, pois era uma história na qual Deus estava alegorizando, com a qual Deus está exemplificando e tipificando seu filho. Então, vemos no NT que nos autoriza e creio até mesmo que nos obrigue a ler com chave tipológica as passagens do AT, especialmente onde Deus é tão minucioso em muitos detalhes, que se não tivessem um sentido espiritual, não haveria necessidade de tanta minúcia. Entretanto, se houve minúcias por parte do Espírito, é porque Deus tem algo a dizer. É como está escrito em Romanos 16: 25-28, que o mistério que estava oculto em Deus deve ser dado a conhecer com as escrituras do AT, segundo o mandamento do Deus eterno, como diz ali.

OS PRINCIPAIS TRAÇOS DA CASA DE DEUS

Então vamos ler com a chave do NT, do novo pacto, estes capítulos históricos. Vamos ler a história e por detrás da história ler o sentido espiritual, que o NT ensina que tem a história do AT. Iniciaremos fazendo uma leitura dos primeiros catorze versos. Fazemos uma leitura inicial para ter uma visão panorâmica dos principais traços da casa de Deus. Depois de fazermos a leitura panorâmica, então voltaremos verso por verso, para entrarmos no sentido. Inicialmente lemos 1 Reis 6: 1-14:
‘’ E sucedeu que no ano de quatrocentos e oitenta, depois de saírem os filhos de Israel do Egito, no ano quarto do reinado de Salomão sobre Israel, no mês de Zif (este é o mês segundo), começou a edificar a casa do SENHOR. E a casa que o rei Salomão edificou ao SENHOR era de sessenta côvados de comprimento, e de vinte côvados de largura, e de trinta côvados de altura. E o pórtico diante do templo da casa era de vinte côvados de comprimento, segundo a largura da casa, e de dez côvados de largura diante da casa. E fez para a casa janelas de gelósias fixas. E edificou câmaras junto ao muro da casa, contra as paredes da casa, em redor, tanto do templo como do oráculo; e assim lhe fez câmaras laterais em redor. A câmara de baixo era de cinco côvados de largura, e a do meio de seis côvados de largura, e a terceira de sete côvados de largura; porque pela parte de fora da casa, em redor, fizera encostos, para que as vigas não se apoiassem nas paredes da casa. E edificava-se a casa com pedras preparadas, como as traziam se edificava; de maneira que nem martelo, nem machado, nem nenhum outro instrumento de ferro se ouviu na casa quando a edificavam. A porta da câmara do meio estava ao lado direito da casa, e por caracóis se subia à do meio, e da do meio à terceira. ¶ Então veio a palavra do SENHOR a Salomão, dizendo: Quanto a esta casa que tu edificas, se andares nos meus estatutos, e fizeres os meus juízos, e guardares todos os meus mandamentos, andando neles, confirmarei para contigo a minha palavra, a qual falei a Davi, teu pai, e abitarei no meio dos filhos de Israel e não desampararei o meu povo de Israel. Assim edificou Salomão aquela casa e a acabou.












CELEBRAÇÃO ESPIRITUAL DAS FESTAS

Há muitas coisas nessa primeira parte. Voltemos ao primeiro verso. Meus irmãos recordam de 1 Coríntios 5:7, onde o Apóstolo Paulo diz: ‘’porque a nossa páscoa, que é cristo, já foi sacrificada por vós. Então celebremos, não com velha levedura, nem com levedura de malícia e maldade, mas sim com pães sem levedura, de sinceridade e de verdade’’. Então aí nos damos conta de como Paulo está usando a linguagem da festa da páscoa, que ia junto aos ázimos e das primícias, mas está aplicando isso a uma celebração espiritual própria do NT. Portanto, no NT, a festa da páscoa está tipificando um aspecto fundamental de Cristo, o qual é muito rico e que deve ser tipificado com outras festas e outras coisas. O ciclo das festas começa com a festa da páscoa. Ali diz Deus em Êxodo 12: ‘’para vós este, o mês de Abib, será o primeiro mês do ano. Então, havia um sentido espiritual, que todo o ciclo de festas representa diferentes aspectos de Cristo e do trabalho e da gestão da economia de Cristo com seu povo, que está tipificado nas festas. Havia datas e ordens e associações de umas com outras e distâncias de umas e outras , que representam realidades espirituais.
Quando estamos vendo o assunto das datas, não entender somente o sentido cronológico, mas sim que além do sentido histórico gramatical, há o espiritual. Não passemos por alto, então, os detalhes das datas, porque o interessante não é somente entender o significado, mas captar o princípio espiritual que revela esse significado, com que o senhor quer governar a edificação de sua casa.

UM SENTIDO ESPIRITUAL EM CRONOLOGIA

Há um princípio espiritual que é revelado no significado e esse sentido espiritual é uma delicadeza de Cristo em nosso interior que está simbolizada, representada com alguns detalhes às vezes, uma pequena frase utilizada pelo Espírito Santo para fazer consciente em teu espírito uma delicadeza do caráter de Cristo. Então ponhamos atenção nesses detalhes. Em primeiro lugar diz: E sucedeu que no ano de quatrocentos e oitenta, depois de saírem os filhos de Israel do Egito, no ano quarto do reinado de Salomão sobre Israel, no mês de Zive (este é o mês segundo), começou a edificar a casa do SENHOR.
Sei que não sou o primeiro e não serei o último que me pus a fazer uma cronologia da história bíblica e quando me pus a fazer essa cronologia e os irmãos sabem que na biblioteca de casa há muitos livros, aproximação a Crônicas, de onde se tira uma cronologia com os dados inspirados que aparecem na mesma bíblia desde gênesis, com os anos dos respectivos nascimentos patriarcas antediluvianos e sua morte, até o dilúvio, porque a bíblia traz muitos dados históricos e tu podes fazer o seguimento. Quando fiz o quadro cronológico com os dados da bíblia, e não dados fora dela, encontrei que não coincidia.Com Salomão fiz essa revisão várias vezes somando os períodos de uns anos com outros, com os anos de tal juiz, com os anos que estiveram fora. Isso me dava mais de 480. Passava alguns séculos. Pensei que fazia mal os cálculos, porque era mais coerente que eu me equivocasse do que a bíblia.
Entretanto, resulta que os filhos de deus e historiadores que também se interessaram neste aspecto cronológico encontraram o mesmo problema que encontrei. Não encontrava uma solução e ao irmão Watchman Nee, da China, sucedeu a mesma coisa. Ele fala sobre isso num livro chamado ‘’ Examinando as Escrituras’’.No entanto, o Espírito do Senhor deu a ele a solução do enigma. Isso eu não recebi diretamente, então reconheço que aprendi com o irmão Watchman Nee. Ele contabilizou o tempo e resultava nas mesmas datas que eu havia achado, então ele passou a contar somente o tempo que Deus reinava sobre Israel e não quando reinava os filisteus, os midianitas ou outros de fora. Portanto, somando o tempo que deus realmente reinava sobre Israel, por alguns dos juízes, aí sim, ao somar-se os períodos, aí sim somavam 480. Mas se tu somas quando os opressores de Israel, seja filisteus ou medianitas ou Edom, todos esses que aparecem em juízes e outros lugares,então a conta não fecha. Logo me dei conta que a cifra tinha um sentido espiritual e não s, somente um sentido histórico cronológico. Por quê? Porque para Deus não conta o tempo durante o qual ele não reina. Tempo perdido. Era como se não houvesse passado esse tempo. Para Deus, o tempo que realmente contava era o que Ele era rei sobre Israel e Israel lhe obedecia.

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO E A CASA DE DEUS

Quando eles se rebelavam e Deus os colocava sob a opressão de outros como castigo, esse tempo em que Deus não estava sendo aceito por seu povo, em seu povo andava em outros caminhos, esse tempo não contava para Deus, não tinha significado. Logo, o que tinha significado era o tempo que ele realmente estava reinando. Então quando se completaram 480 anos no templo de deus, chegou o momento de edificar a casa. Esse 480 é muito signficativo, em primeiro lugar porque está formado por três números que são significativos na bíblia, que são 6,10 e 8, que vamos ver aparecer várias vezes nos detalhes das medidas da casa. Observem que o número 6 é o número do homem e o número 10 é o número das nações, que conforma o número 60, mas se fosse 6 x 10, que são 60, juntando as nações da humanidade, ainda não seria casa de Deus, se não estivesse mesclado com o número 8, que o número da ressurreição, que é o número de Cristo. Assim como o número do Anticristo é 666, o número de Cristo é 888 e o número 8 é o número da ressurreição. Repetidas vezes o 8 e números combinados com o 8 fazem referência à ressurreição. O 6 refere-se à humanidade e 10 refere-se às nações e 480 é a combinação do número do homem, com o número das nações e o número de Cristo, da ressurreição de Cristo.
Não há casa de deus entre os homens sem a ressurreição de cristo. Ou seja,a casa de Deus só pode ser edificada a partir da ressurreição de cristo com todos os homens. Enquanto não se completasse esse processo, esses 480 anos , seria como se dissesse: enquanto Cristo não ressuscite e restaure em si a humanidade e um novo homem, não há casa de Deus. Então, o número não é somente cronológico, é um número com sentido espiritual, porque se fores seguir a história cronológica não vais encontrar 480 anos, número esse que só encontras se levar em conta os detalhes espirituais. Aí sim, dá.

PRIMEIRO O FUNDAMENTO, DEPOIS A EDIFICAÇÃO

A bíblia é um livro primeiramente espiritual, ainda que relate coisas históricas. Não fala de todas as coisas históricas que interessam aos historiadores, mas as interessam a Deus. Se alguém quer estudar história, pode consultar um livro de Arqueologia e outras coisas, mas se quer estudar Deus na história, então já é outro assunto. Diz: ‘’E sucedeu que no ano de quatrocentos e oitenta, depois de saírem os filhos de Israel do Egito, no ano quarto do reinado de Salomão sobre Israel’’ . E outra vez o quatro, porque o terceiro é outra vez o número da ressurreição. O Senhor resuscitou ao terceiro dia, ou seja, a casa de Deus não começou a ser edificada no primeiro ano, nem no segundo, nem no terceiro. Tinha que passar pelos três primeiros, assim como Israel tinha que esperar 3 dias antes de cruzar, como o senhor tinha de esperar 3 dias para a ressurreição. Assim, tinham que passar tinham que passar esses 3 dias para ressurreição de Cristo, então depois foram 4, o número da criação. A criação foi envolvida na ressurreição de Cristo. Então, ali começa dizendo: ‘’ ao quarto ano do princípio do reino de Salomão sobre Israel’’, começou ele a edificar a casa de Jeová’’. Porque não começa a edificação no primeiro mês, mas no sehundo. Isto é muito interessante, porque não se pode sem base, porque não se pode edificar sem fundamento.
O primeiro é o mês de Abib. O senhor disse ao seu povo: ‘’ Este mês será o princípio dos meses, para vós será o primeiro dos meses do ano. (Êxodo 12:2). ‘’ Vós saístes hoje do Mês de Abib (Êxodo 13:4). O que chamam aqui de semana santa. Ou seja, realmente, a chamada semana santa é o ano novo aos olhos de Deus na Bíblia. Que diz Deus a seu povo? Para vós este será o primeiro mês ano e o mês em que se celebrava a páscoa com os pães ázimos e as primícias. Esse era o mês de Abib, o primeiro mês. O segundo mês, que era o mês de Zif, era o mês de começo de edificação da casa. Porque quando aparece a casa começando a ser edificada no segundo mês, significa que não pode edificar sem fundamento, que é Cristo e a obra de Cristo e isto é um princípio muito importante que devemos ter em conta. Não podemos edificar a casa de Deus, sem estarmos em uma medida com cristo. Às vezes queremos edificar uma casa ecumênica, descuidando as delicadezas de Cristo. Então não vai resultar na casa de Deus, mas na guarida babilônica do mundo.

PRIMEIRO A DOUTRINA DE CRISTO

Observem que o apóstolo Paulo, ainda que é chamado, com justiça, de apóstolo do amor, diz frases tão sérias como esta referindo-se à doutrina de Cristo ‘’Se alguém vem ter convosco, e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem tampouco o saudeis. Porque quem o saúda tem parte nas suas más obras.( 2 Jo 10-11)’’.
Vemos que o apóstolo do amor não é um apóstolo ingênuo. Ele sabia que assuntos tratar primeiro,mas com relação a pessoa de Cristo, para depois tratar do relativo a igreja, porque se começamos a misturar na igreja qualquer espírito de anticristo com erro, relativo ao Pai, ao Filho e à obra do filho e o Espírito Santo, não se vai edificar a casa de Deus, mas sim do enganador.
Quando na tipologia, como no livro de números, por exemplo, o povo do senhor tinha que marchar, tinha que passar de uma instância a outra, de uma situação espiritual a outra. Deus havia estabelecido uns cuidados com relação ao avanço do povo de Deus e nesses cuidados havia dito: primeiramente se deve tratar daquilo que é relativo à arca e trasladar a arca com os devidos cuidados, então depois se tem de tratar dos paães e da mesa dos pães. Depois disso se trata do candeeiro e do altar de ouro e o incensário.
Observem que não começa com orar juntos,não. Pois aqui todos temos a unidade de deus, então vamos orar com budistas, rosacruzes e cristãos dizem alguns. Isso é ecumenismo. Aqui em Bogotá, a cada dia 19 há reunião ecumênica com gente de todas as religiões. Disso resulta que se muda a ordem de Deus e se pões primeiro a andar o incensário, antes da arca. É uma babilônia, uma mescla de espíritos, então o senhor não quer que nos misturemos com isso. Antes de oferecer incenso, tem que estar em seu lugar o candeeiro, a mesa e a arca. Vemos então que deus estabeleceu uma ordem nas coisas espirituais e a proeminência cabe à arca. A arca representa Cristo, logo tudo que representa a Cristo deve ser tratado em primeiro lugar, antes de qualquer outra coisa.

CONSULTAR A PALAVRA DE DEUS

Podem aparecer muitos grupos e todos podem dizer que somos cristãos e perguntarem por que não estamos todos juntos. Isso é o que quer Satanás. Ele quer nos meter na mesma panela, para que quando estivermos todos ali, com toda a ingenuidade e boa vontade da nossa parte, começa a introduzir doutrinas erradas, para roubar o que é de Deus para um falso profeta ou para o anticristo. Então, por isso, o senhor não permite que se façam as coisas de qualquer maneira, mas como Ele ordenou. Vocês recordam,que Davi tinha uma boa intenção, ele queria um avivamento no meio do povo. Nos narra também em Crônicas, nos narra Samuel e nos diz que ele consultou o povo se eles queriam ter a arcano meio deles e, claro, todo mundo queria ter a arca. Então, organizaram uma festa, não faltaram emoções religiosas. O povo estava de acordo, estavam de acordo as emoções,a arca foi posta no carro de bois e estavam todos em festa. Quem iria imaginar que no meio dessa festa e emoções de adoração e de danças diante de deus estavam provocando a ira do senhor? Quem iria imaginar? Somente se poderia saber pela palavra. Naquela ocasião não foram suficientes as emoções, não foi suficiente o acordo do povo. Era a palavra que mostrava onde estava o erro, não o acordo. As emoções estiveram presentes, mas quando Uza meteu a mão, caiu morto e Davi se perguntou: então como vou trazer a arca? Mas se houvesse consultado antes, evitaria muitos problemas, mas se a gente não faz a pergunta de como se deve trazer a arca, se embarca em coisas que são da multidão, às vezes movidos por emoção, boa vontade, bons desejos. Mas a palavra de deus dizia diferente e isso era justamente o que não se levou em conta, ou seja, substituiu-se a direção de deus pelo voto da maioria e pelo bem estar geral, sentimento agradável e religioso da maioria.




O SUTIL ENGANO DO CULTO BABILÔNICO

Por isso não tem credenciais para substituir a clara palavra de Deus. Então o Senhor estabeleceu uma ordem de prioridades nos assuntos e nessa ordem de prioridades, o primeiro é a arca. Primeiro temos que tratar o relativo a Cristo. Como vamos edificar a igreja com pessoas com pessoas que não estão em Cristo ou estão em outro espírito? O apóstolo Paulo fala claramente em 2 Co 11:3-4:
‘’Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo. Porque, se alguém for pregar-vos outro Jesus que nós não temos pregado, ou se recebeis outro espírito que não recebestes, ou outro evangelho que não abraçastes, com razão o sofrereis.’’ O problema é que a outro evangelho e a outro espírito, bem o recebeis, bem o tolerais e não dicernes que há outro Jesus, outro espírito, outro evangelho disfarçado no meio da parafernália do show religioso, porque há culto babilônico. Aí aparecem cânticos e danças e o que menos imaginamos é que se está pregando outro Cristo. Logo, tínhamos que ter cuidado com o relacionado a Cristo, antes de entrar e composições com grupos que se dizem cristãos. Nós devemos ver se estão ou não em cristo e tomara que possamos discernir.

A REDENÇÃO ANTES DA IGREJA

Por essa razão a casa não podia ser edificada no primeiro mês, o mês de Abib, porque essa prioridade corresponde a Cristo e sua obra . Apenas no segundo mês, o mês de Zif, aí começa a edificação da casa, significa que não se pode começar a edificação com as coisas relativas à casa, antes de começar a edificar com o relativo a Cristo. Primeiro é a arca, o relativo ao filho de Deus, enquanto filho de Deus com o Pai, enquanto divino, enquanto humano. Logo então vem o relativo à sua obra e participação nossa com sua obra. A expiação e depois o relativo à expiação e então agora sim a pessoa está em Cristo e está no evangelho, então sim está na Igreja. Agora sim podemos passar do primeiro mês para o segundo e começar a edificar a casa. Entretanto, não se pode edificar a casa sem primeiro constatar que o fundamento foi evidentemente colocado, o qual é Jesus Cristo.

A PRIORIDADE É A ARCA

Aos irmãos que são acostumados a ir visitar e ter comunhão com outros irmãos sugiro que antes de falar da igreja, falemos de Cristo. Então sim, a conseqüência natural é pertencer a mesma igreja. Mas se não, vamos pegar os tesouros da casa de Deus, os vasos próprios do ministério e vamos entregá-los à Babilônia e a Babilônia vai se enriquecer e vai enriquecer o sistema fora de Cristo, com as coisas da casa de Deus e vão colar-se às coisas da Babilônia, como aconteceu a Ezequias que abriu seus tesouros aos emissários da Babilônia e então vieram aqueles da Babilônia e disseram: ‘’queremos isso,mas não aqui e sim lá na Babilônia, para enriquecer nossas orgias, não queremos os aqui, queremos os vasos lá e por isso Deus admoestou por Isaías a Ezequias e lhe disse: Mostraste todos os tesouros aos emissários da Babilônia? E ele disse: sim, os mostrei todos, não deixei de mostrar nada. Então agora eles vão vir e vão levar estes tesouros para a Babilônia (3). Por isso diz a Escritura: ‘’ Aquele que abre demasiado a porta busca sua ruína’’ (Prov 17:19). Por isso mais adiante vamos ver que a casa de deus tem certos pórticos, muros e janelas e não se pode entrar na casa de Deus por qualquer lugar, mas sim pela porta e a porta tem medidas especiais e somente entrando por essa porta se pode estar dentro da casa. Não se pode tratar o relativo à Igreja, a inclusividade da igreja, quem está dentro, quem está fora, quem está entrando, quem está meio fora,sem primeiro entender o relativo a Cristo e à salvação.
A arca e a mesa dos pães primeiro, depois o assunto do candeeiro. Não se pode começar a tratar da Igreja e misturar as coisas, porque todo mundo vai dizer: ‘’ sim, a igreja, nós somos a igreja. Mas, qual é seu conteúdo? São o tabernáculo, mas o que tem no santíssimo? A arca. Não, não, lá temos uma cabeça de burro,como diziam alguns cristãos. Deve-se ter a arca primeiro. Eu creio que essa delicadeza é necessário que tenhamos e não sejamos ingênuos, porque existem portas, pórticos na casa de Deus e existem guardas nas portas e não é porque entendemos que o corpo de Cristo é um, que vamos confundir a unidade do corpo com o ecumenismo da Babilônia, que não é o mesmo.

O ESPÍRITO DA VERDADE

Primeiro precisamos aprofundar em Cristo e entronizar a arca devidamente. Uma vez que a arca, todo o relativo a Cristo está claramente definido e formado em nós, então temos com que discernir o Cristo pregado e o espírito e o evangelho pregado por outros é ou não é o espírito de Deus e o dos apóstolos. O apóstolo João disse: ‘’ Nisso distinguimos o espírito da verdade e o espírito do erro. O espírito da verdade nos ouve, ouve os apóstolos do NT (2)’’ 1 Jo 4:6. O Cristo apostólico é o cristo da Bíblia. Há muitas pessoas falando Jesus Cristo. Os espíritas falam do grande mestre Jesus, os rosacruzes falam de Jesus, os Testemunhas de Jeová, que negam sua divindade, falam de Jesus. Os unitários, que negam a permanência pessoal como filho com o Pai, falam dele também, mas realmente o negam ao dizer que não há senão a pessoa do Pai, não a do Filho com o Pai. Então, confessando-o por fora, o negam por dentro. As testemunhas de Jeová, confessando-o por fora, negam sua divindade por dentro. Os gnósticos se chamam cristãos e se apresentam como Igreja Cristã Gnóstica e põem primeiro ‘’cristã’’ e depois o sobrenome gnóstica. Porém, a igreja gnóstica cristianóide ou pseudocristã não é cristã. Se é cristã, não pode ser gnóstica e se é gnóstica não pode ser cristã. É pseudocristã.
Neste assunto da casa de Deus, temos que ter esta prioridade, a prioridade de Cristo. Temos que estar nisso primeiro com muita claridade.O primeiro que a igreja deve fazer é conhecer a Cristo. Conhecê-lo em tudo o que Ele revelouo que Deus revelou, o que o Espírito revelou, o que a palavra revelou, o que os apóstolos confessaram a acerca de Cristo em todos os seus aspectos: sua eternidade, sua divindade, sua humanidade, sua obra na cruz,a sua expiação,a justificação a ressurreição e a vinda. Essas coisas são essenciais. Não é bom nos abrirmos ao ecumenismo descuidando-nos disso. Há uma ordem de prioridades que devemos aprender dessas datas, dessa data que diz que no Mês de Zif, que é o mês segundo, começou a edificar a casa de Jeová, ou seja, não antes de desfrutar a festa da Páscoa, dos ácimos, das primícias, somente depois se podia edificar.
Uma pessoa que não nasceu de novo, não pode nem sequer entrar ou ver o Reino de Deus (Jo 3: 3-5). Organizações haverá muitas com personalidade jurídica, títulos, edifícios, mas não haverá discernimento espiritual do governo de Deus se não se nasce de novo. As coisas espirituais são discernidas no espírito, pelo novo nas cimento. Se a pessoa não recebe a Jesus como filho de Deus,conforme a confissão apostólica, porque pode ser um cristianismo nominal, não se é ainda um membro da casa, não se entrou pela porta e as janelas são muitas. Por dentro são largas, não por fora. Por fora são estreitas. Vamos nos deter um pouco nas janelas. Estamos vendo agora as datas, o significado espiritual das datas da edificação da casa de Deus. Não se pode edificar a casa de Deus sem o fundamento suficiente. Então por hoje, vamos nos deter neste primeiro aspecto.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Os Vencedores e a Justiça- Arcadio Sierra Diaz

O pecado e os pecados

Para ter clareza sobre o real significado do que poderíamos chamar “nossa justiça própria frente à verdadeira justiça de Deus”, é supremamente necessário poder distinguir entre o que é o pecado e os pecados. O pecado é uma lei ou poder ou principio que está dentro de nós, em nossa carne, que controla nossos membros e que nos impulsiona a cometer toda sorte de atos pecaminosos (cfr. Romanos 7:23), ou seja, os pecados. O pecado se relaciona com nossa vida natural herdada de Adão (cfr. Ro 5:19), tanto que os pecados estão relacionados com nossa conduta, nossas obras, nossos atos. Os pecados são uma conseqüência do pecado que mora em nós. O pecado gera os pecados. É verdade que a lei do Espírito de vida em Cristo nos livra da escravidão dessa lei do pecado; não obstante, um crente pode seguir servindo a Deus em sua mente, em seu desejo, mas com a carne seguir servindo à lei do pecado (cfr. Ro 7:25); de maneira que um crente pode continuar com a tendência de continuar pecando, e de fato todo crente peca.
O que acontece com esses pecados dos crentes depois de serem salvos? Se o crente os confessa e se aparta, lhe são perdoados por Deus pela justiça do Senhor Jesus (1 Jo 1:9); do contrário, esses pecados serão tratados por Deus nesta era da Igreja ou durante o reino milenar, como estamos expondo no presente trabalho. Há de se ter presente que ainda que sejamos santos em Cristo, e temos recebido uma salvação completa pela graça mediante a fé no Senhor Jesus, entretanto, seguimos sendo pecadores. Deus é justo. Uma vez somos salvos pela graça, entramos a ser Seus filhos e colaboradores, e todo o resultado de nosso trabalho será recompensado, mas assim mesmo disciplinados se o resultado é negativo.
Não só basta tratar com os pecados em si, como a lascívia, auto-estima, desafeto, infidelidade e muitos outros, tem que se tratar com o pecado maior, o verdadeiro produtor de pecados; de faltas em nossa conduta diária, e que seu tratamento só pode levar a cabo com a cruz e uma íntima comunhão com o Senhor Jesus, e relação de inteira confiança, até que sejamos liberados do pecado, esse principio natural herdado que nos faze pecar.
Entre os aspectos do perdão, o primeiro é o perdão para salvação. Ao salvar-nos, Deus nos perdoa eternamente; mas já como filhos de Deus, voltamos a pecar, e isso não significa que perdemos nossa salvação, mas se perdemos nossa comunhão com Deus, de maneira que necessitamos um novo perdão para restaurar a comunhão com Deus. Nossos pecados passados já têm sido perdoados; nossos pecados presentes também podem ser perdoados se os confessarmos, se nos arrependermos, apartando-nos da situação que nos tem envolvido no pecado, fazemos a devida restauração, reparando o dano causado, em fim, arrumando devidamente nossos assuntos, e assim restauramos nossa comunhão com Deus; mas tenhamos em conta que somos filhos de Deus e que, como tais, temos nossas responsabilidades. De maneira que há perdão para salvação e perdão para restaurar a comunhão.
Quando os hebreus foram liberados da escravidão do Egito pelo sangue do cordeiro pascal, essa liberação foi irreversível, jamais voltaram à escravidão egípcia, mas depois, já como povo de Deus, deviam estar oferecendo sacrifícios expiatórios por seus pecados. Não somos responsáveis pela salvação que já temos recebido por graça, porque é um presente de Deus; nem tampouco Deus nos pede que preservemos agora essa nossa salvação eterna com base em nossos próprios méritos e nossas boas obras. A salvação é um presente, não um crédito que tenha que pagá-lo depois; a salvação não é como um eletrodoméstico comprado a crédito, que se não pagas às parcelas, eles podem tirá-la de ti. Tudo é gratuito. Em Apocalipse 22:17b, diz: " Aquele que tem sede venha, e quem quiser receba de graça a água da vida". Nossas responsabilidades agora não se referem a nossa salvação eterna, senão à salvação de nossa alma com relação ao reino milenar, às coroas, aos prêmios e recompensas, ou a... A disciplina dispensacional.

A justiça de Deus

Levamos em conta que Deus não nos salva sem tratar com os pecados conforme a lei, já que está por meio da Sua justiça; ou seja, Deus nos salva legalmente. Na cruz recaiu em Cristo todo o peso da lei de Deus, e o Senhor Jesus veio ser nossa justiça. Se Deus passasse por alto a obra de Cristo na cruz para salvar-nos, violaria sua Justiça. Deus quer que nossa salvação seja totalmente ajustada à lei. Qualquer que creia em Seu Filho é justificado por Deus; uma salvação sem sombra de dúvida, legal, aprovada, vicária. Muitos se esforçam por buscar uma salvação errada, fraudulenta, comprada com dinheiro ou com obras de justiça própria. O faz assim Deus? Não. Deus nos salvou "não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo " (Tt. 3:5). Deus nos salva legalmente, mas nos salva também aparte da lei. A lei de Deus nos condena, mas Deus nos salva por Sua graça em Sua Justiça. Desde antes da fundação do mundo, Deus se comprometeu a nos salvar por meio de Seu próprio Filho. Diz Watchman Nee:
"O que é a justiça de Deus? A justiça de Deus é a maneira em que Ele faze as coisas. O amor é a natureza de Deus, a santidade é a disposição de Deus e a glória é Deus mesmo. Entretanto, a justiça é o procedimento de Deus, Sua maneira e Seu método. Posto que Deus é justo, Ele não pode amar ao homem só com seu amor. Ele não pode conceder graça ao homem só porque quer. Ele não pode salvar ao homem por que Seu coração lhe disse. É verdade que Deus salva ao homem porque o ama. Mas Ele deve fazê-lo conforme a Sua justiça, Seu procedimento, Seu nível moral, Sua maneira, Seu método, Sua dignidade e Sua majestade". (Watchman Nee. O Evangelho de Deus. Tomo I. LSM. 1994. pág.90).
Vemos, pois, que Deus, para nos salvar, pelo fato de que nos ama, não toma uma atitude tolerante frente ao pecado. Para salvar-nos, o amor de Deus não trabalha sem justiça. Os pecados dos homens devem ser julgados. Enviando a Seu Filho, ao Senhor Jesus, a que encarnasse e morresse por nós na cruz e carregasse os nossos pecados, Deus satisfaz Seu amor e Sua justiça. Para nos salvar, deve haver um equilíbrio entre o amor e a justiça de Deus. De maneira que enquanto a nossa posição de salvos e filhos de Deus, já nós fomos julgados na cruz com Cristo. Nós recebemos a salvação como um presente, mas Deus pagou um altíssimo preço por esse presente.
No Antigo Testamento, o sumo sacerdote entrava uma vez ao ano no Lugar Santíssimo do tabernáculo; ali estava a arca do pacto, em cuja coberta, o propiciatório, vertia o sangue dos animais sacrificados, para achar graça de Deus por seus próprios pecados e os do povo. Agora Jesus se tem convertido em propiciatório e Sumo Sacerdote à vez, oferecendo Seu próprio sangue para que nós venhamos pela fé a Deus. Isto o fez Deus à parte da lei; porque se Deus manifesta Sua justiça com base na lei, todos teriam que pagar com a morte eterna. Quão desgraçados seríamos! Não agradamos a Deus mediante nossa própria justiça. O legalismo e o judaísmo levam às pessoas a estabelecerem sua própria justiça, mas a Palavra de Deus não aprova este procedimento. Por exemplo, lemos em Romanos 10:3-4: "3 Porquanto, desconhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à que vem de Deus.4 Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê". Há pessoas que se esforçam por praticar o bem a fim de apresentarem-se justos diante de Deus; mas Deus tem estabelecido Sua própria justiça na obra que Deus cumpriu em Seu próprio Filho, o Senhor Jesus, e a essa justiça devemos nos sujeitar a fim de sermos salvos.
Nossa própria justiça não é suficiente; pelo contrário, nossa própria justiça nega a eficácia da obra do Senhor na cruz. Com base na obra de Cristo na cruz, Deus nos dá total confiança e segurança de que somos salvos eternamente. Na obra de Cristo na cruz se manifesta a justiça de Deus a favor de nós. Ele tem se comprometido nele firmemente por meio de um pacto eterno. Deus jamais invalida Seus pactos.

Nossa justiça objetiva

Nossa justiça objetiva é Cristo, e por Ele somos justificados diante de Deus quando cremos. Ele morreu na cruz para que todo o que creia Nele seja salvo, e todas as transgressões cometidas no passado são perdoadas, e renascemos em nosso espírito, recebendo a vida de Deus em nós. Lemos em 1 Coríntios 1:30: " Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção". Também em Romanos 3:26 diz a Escritura:

" tendo em vista a manifestação da sua justiça no tempo presente, para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus". No Calvário o Senhor nos justificou; agora vivendo em nós, Ele nos faz justos. Cristo é nossa justiça diante de Deus por meio da fé. Lemos em Romanos 3:20-26: " 20 visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado.21 Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas;22 justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos e sobre todos os que crêem; porque não há distinção,23 pois todos pecaram e carecem da glória de Deus,24 sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus,25 a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos;26 tendo em vista a manifestação da sua justiça no tempo presente, para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus".
Alguns buscam ser justificados diante de Deus observando a lei e cumprindo mandamentos, mas vemos no verso 20 que isto é impossível. Então, como nos justificamos diante de Deus? Por meio da fé em Jesus Cristo, e o objetivo da fé é o próprio Cristo. A fé é como uma semente semeada no homem, que o Espírito Santo faz desenvolver para que o homem creia no Senhor Jesus, e seja justificado pela obra de Cristo na cruz. Cristo é a justiça de Deus. Não há outra. Não crer em Cristo nos separa de Deus eternamente. A justificação que temos em Cristo se baseia na graça de Deus, e não tem nada que ver com nossas próprias obras. O sangue de Jesus Cristo nos tem justificado. Nunca temos tido nada a oferecer a Deus que saia de nós, porque nada bom tem havido em nós diante de Deus; de maneira que a Deus só podemos oferecer o sangue de Seu próprio Filho, a qual é o único que nos pode justificar quando somos salvos. A base para lutar e ser vencedor, é o sangue do Senhor Jesus, em seu justo valor, não nossa própria justiça nem méritos, nem progressos espirituais. A justiça objetiva se relaciona com a salvação do crente, em tanto que a justiça subjetiva se relaciona com a vida vitoriosa do crente. A primeira tem a ver com a obra de Cristo na cruz, e a segunda com a vida de Cristo em nós. A primeira precede e determina a segunda.

Nossa justiça subjetiva

Somos chamados a ser a imagem de Cristo. Como se consegue isso? Deus tem um nível de vida que quer que nós vivamos, mas acontece que nós não podemos viver. Não temos essa capacidade; não podemos viver o nível de vida exigido por Deus. Só Cristo pode viver. Cristo vive esse nível de santidade, de obediência, de fidelidade, de sofrimento. Cristo é tido às vezes como um modelo para nós, mas nós não temos capacidade para imitá-lo; ninguém pode imitar a Cristo. Cristo é o nível de vida para o cristão normal, o vencedor. Então, quem pode satisfazer esse nível de vida de Deus? O único que pode satisfazer essa demanda de Deus é Cristo; de maneira que se não é Cristo vivendo Sua própria vida em ti, tu nunca o lograrás. Diz Paulo em Gálatas 2:20: " logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim ".
Isso de que há crentes que não pecam, não tem respaldo bíblico nem se cumpre na vida real. Todos somos pecadores, de modo que por nós mesmos não podemos satisfazer a expectativa de Deus. O que fazer? Nosso eu deve morrer; é necessário que seja Cristo vivendo em nós. Não se trata que eu viva como Cristo, que o imite, e sim que Cristo esteja vivendo Sua vida em mim. "Porquanto, para mim, o viver é Cristo" (Fp.1:21), dizia Paulo; não minha própria vontade, nem a lei, nem os ritos, nem as obrigações religiosas, nem meu mérito depende de que seja membro de determinada religião; meu viver é Cristo, porque Ele e eu somos uma só pessoa; "não tendo justiça própria, que procede de lei, senão a que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé" (Fp 3:9); ou seja, se meu viver é Cristo, não agrado a Deus por guardar alguma lei, nem por meus esforços pessoais, senão por uma união orgânica com Cristo por meio de nossa fé Nele.
Em Apocalipse 19:8 fala dos atos de justiça dos santos. Ali diz: "pois lhe foi dado vestir-se de linho finíssimo, resplandecente e puro. Porque o linho finíssimo são os atos de justiça dos santos ". Estes atos de justiça dos santos vencedores são subjetivos; isto só se logra pela vida de Cristo no crente. Diz em Mateus 6:33: "buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas". A vida eterna se recebe pela fé, pela graça de Deus em Cristo, mas o reino se obtém cumprindo uns requisitos exigidos pela justiça do Pai. O reino de Deus tem seus próprios princípios, muito mais estritos que os da antiga lei mosaica, a praticada pelos escribas e fariseus. Diz em Mateus 5:20: "Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus". Esta é nossa justiça subjetiva, relacionada com nossa íntima comunhão com Cristo em nós. Quem quer participar no reino dos céus, isso depende de sua própria vontade, que esteja disposto a permitir ao Espírito Santo que trabalhe para que, uma vez perdida a nossa alma aqui, possamos começar a viver a realidade do reino desde agora. Para participar no reino futuro, é necessário estar participando desde agora em obedecer seus princípios.
A vida religiosa dos fariseus aparece nas Escrituras revestida de aparência de piedade. Trata-se de meras vestiduras religiosas. A hipocrisia se costuma revestir de aparência de piedade. A Escritura fala da manifestação nos últimos tempos de homens amadores de si mesmos; e por certo serão religiosos, porque 2 Timoteo 3:5 diz que "tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge também destes.". O que acontecerá com os crentes com aparência de piedade? Isso o contesta Mateus 7:21-23: "21 Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.22 Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres?23 Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade".
Note que para entrar no reino dos céus temos que fazer a vontade do Pai celestial; não uma mera aparência. Se não obedecemos, ou simplesmente nos deleitamos em fazer nossa própria vontade, não seremos aprovados no dia do Senhor. Há um afã desmedido por crescer em muitas coisas, mas o verdadeiro crescimento espiritual experimentamos na medida em que minguamos.
Por que Deus nos tem escolhido? Diz a Escritura: "Entretanto, devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados pelo Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade" (2 Ts. 2:13).

"4 assim como nos escolheu nele (Cristo) antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor5 nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade " (Ef 1:4-5). Deus Elege as pessoas porque encontra nelas algo especial? Não; em nossa eleição o que entra em jogo é a vontade e a graça soberanas de Deus. Deus é amor, e esse amor se põe em ação por sua misericórdia, vendo o homem perdido, e manifesta sua graça em Cristo produzindo nossa salvação. Deus tem misericórdia de quem quer ter misericórdia; Ele é soberano. Primeiro elege a Isaque ao invés de Ismael; logo a Jacó ao invés de Esaú; e o Senhor escolhe a Jacó com conhecimento de que ia ser uma pessoa supremamente egoísta; entretanto, lhe dá as promessas, o aperfeiçoa (Fp 1:6) e faz dele um instrumento espiritual (Jo 6:39).
A nós nos conheceu em forma especial desde o princípio, e nos predestinou; chegado o momento nos chamou, nos justificou por Seu Filho e por último nos glorificou. Agora vive em nós e quer engrandecer-se em cada um de nós. Quando Cristo se engrandece em ti, é porque tua vida é iluminada por Deus, e começas a ver as coisas como Deus as vê.

A quinta promessa

"O vencedor será assim vestido de vestiduras brancas, e de modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida; pelo contrário, confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos" (Ap. 3:5). O versículo anterior faz parte da carta à igreja local de Sardes. Como profecia que é; Sardes representa o protestantismo, ou seja, um cristianismo de sistemas mortos (Apocalipse 3:1b), onde tem que vencer uma morte que não conclui, onde abunda a vida artificial, e isso é devido a que no protestantismo os membros do Corpo de Cristo têm suas funções anuladas porque não há vida. Os membros que são olhos, não vêem; os que são pés, não caminham, estão atrofiados. Tu podes observar uma congregação denominacional, e por grande e numerosa que seja a membresia, a grande massa se contenta com assistir à reunião dominical, como quem assiste a missa; só são ativos o pastor e uns poucos achegados. Ao haver se oficializado o nicolaísmo em Tiatira, posteriormente Sardes herdou que só o pastor e seus convidados especiais podem falar nas reuniões; os demais estão restringidos porque são laicos; e todo membro do corpo que não se usa, se vai atrofiando e suas funções vão se aniquilando, e se experimenta uma morte que jamais termina. É necessário vencer a morte espiritual.
Dentro dos sistemas religiosos do protestantismo prevalece um estado latente de morte organizacional. As organizações são sectárias, pois rompem a expressão da unidade do Corpo de Cristo, então, de fato nascem mortas, sem a vida de Deus, mas individualmente os cristãos que agora fazem parte das mesmas, podem vencer essa situação e andar de acordo com a vontade de Deus. Ao ser vencedor, ao ter a disposição permanente de obedecer e ser fiel ao Senhor, o crente será objeto de um prêmio no reino vindouro. De acordo com o andar nesta era da graça, com a obediência ao Pai, com o sofrimento por causa de Cristo, com o renunciar o mundo e seus deleites, com a fidelidade ao nome do Senhor Jesus Cristo e não a outro nome, assim será a retribuição na era do reino. Aqui aparecem três recompensas para os vencedores de Sardes, os do período que representa o sistema denominacional: (1) Vestiduras brancas, (2) não serão apagados seus nomes do livro da vida e (3) serão confessados seus nomes diante do Pai celestial e Seus anjos.

Vestiduras brancas

Algumas pessoas em Sardes não têm contaminado suas vestiduras; isso significa que seu andar e seu viver o têm feito na apropriada aprovação do Senhor; não há contaminação de morte em suas vestiduras. Se tu vives agora na vida de Cristo, e não contaminado com a morte das organizações protestantes, tens parte com Ele em Seu reino. Pode que neste momento faças parte de una organização religiosa com nome, mas teu espírito esta em uma disposição de comunhão do Corpo de Cristo, em vigilância, de fidelidade e obediência em teu andar com o Senhor. As do cristão são duas vestiduras diferentes. A vestidura do verso 4, representa ao Cristo que nos salvou, Cristo como nossa justiça, que nos reveste de Sua justiça, que recebemos e que vem a nós dando-nos a vida de Deus, sendo feito para nós justificação, redenção e salvação em forma objetiva; de maneira que é uma vestidura objetiva " Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção" (1 Co. 1:30). Ao sermos justificados recebemos uma vestidura de justiça objetiva: "O pai, porém, disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés" (Lucas 15:22), a qual é diferente de nossas ações justas determinadas pela vida de Cristo em nós.
A vestidura de Apocalipse 3:5 representa o Cristo que mora em nós, que vivemos em nosso andar, nossa justiça subjetiva, pela qual possamos dizer como Paulo: "21 Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro. e ser achado nele, não tendo justiça própria, que procede de lei, senão a que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé" (Fp. 1:21; 3:9). Levemos em conta que em nós não há justiça própria, pois fora de Cristo, nenhuma pessoa humana é justa por si mesma. Cristo "não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo" (Ti. 3:5). As vestiduras de linho fino de Apocalipse 19:8, são as atos de justiça dos santos, subjetivos, o que reflete a vida de Cristo em nós; mas isso não se deve confundir com a justiça que recebemos quando fomos salvos, que é Cristo (1 Co. 1:30), e que é uma justiça objetiva.
Diz Mateus 22:11-14: " 11 Entrando, porém, o rei para ver os que estavam à mesa, notou ali um homem que não trazia veste nupcial12 e perguntou-lhe: Amigo, como entraste aqui sem veste nupcial? E ele emudeceu.13 Então, ordenou o rei aos serventes: Amarrai-o de pés e mãos e lançai-o para fora, nas trevas; ali haverá choro e ranger de dentes.14 Porque muitos são chamados, mas poucos, escolhidos". Na parábola das bodas encontramos a alguém que assistiu às bodas, em sua qualidade de salvo que era, mas não estava vestido com o vestido de linho fino, bordado, limpo e resplandecente próprio dos vencedores; de maneira que foi atado e lançado temporariamente às trevas exteriores. Como salvo que era, já tinha o vestido da justiça objetiva de Cristo; tanto é assim que logrou entrar às bodas, mas não permaneceu nela gozando e desfrutando do reino dos céus, porque não estava vestido com sua vestidura de justiça subjetiva, o bordado mencionado no Salmo 45:14, o de seu andar em vida com Cristo. Lemos em Romanos 8:30 que aos que Deus predestinou para ser salvos, a estes chamou, ou seja que todo salvo é chamado; mas não todos os chamados são escolhidos para receber a recompensa no reino.

Não serão apagados os nomes dos vencedores

Muitos mestres da Bíblia ensinam que ser apagado o nome de alguém do livro da vida significa que essa pessoa era salva e perde a salvação. Já temos lido nas Escrituras que o que crer no Senhor Jesus Cristo tem vida eterna, sem que tenha que fazer nada para ganhá-la ou perdê-la, pois é um presente (Jo 3:16; Ro 6:23; Ef 2:8,9), e seu nome foi incluído no registro divino de todos os predestinados para serem salvos desde antes da fundação do mundo (Ef 1:3,4). O nome do vencedor não será apagado do livro da vida. E o dos demais salvos? Para entender isto é necessário saber que existe um livro nos céus onde tem sido escritos os nomes de todos os santos escolhidos por Deus e predestinados para participar das bênçãos que Deus tem preparado para eles; as quais são dadas na era da Igreja, logo durante o milênio depois que o Senhor regressar, e por último na eternidade, no novo céu e a nova terra. Então, o que acontecerá?

Seus nomes serão confessados diante do Pai celestial e diante de Seus anjos. No protestantismo há diversidade de nomes de organizações, missões, ministérios e doutrinas; e muitos têm preferido rotular seu cristianismo com tais nomes, ainda por cima do nome do Senhor. Muitos preferem chamar-se católicos, anglicanos, adventistas, batistas, presbiterianos, metodistas, wesleyanos, pentecostais, carismáticos, quadrangulares. A esse respeito disse Watchman Nee:
" No começo do reino, frente ao tribunal, os anjos de Deus levarão os cristãos diante de Deus. O livro da vida estará ali. No livro da vida estão escritos todos os nomes dos cristãos. Haverá muitos anjos e muitos cristãos. O Senhor Jesus também estará ali. Um ou mais anjos lerão os nomes do livro da vida, e o Senhor Jesus confessará alguns dos nomes. Aqueles nomes que Ele confessar, entrará no reino. Quando os nomes de outros forem lidos, o Senhor não dirá nada; em outras palavras, Ele não confessará seus nomes. Então os anjos marcarão estes nomes; portanto, os nomes dos vencedores estarão limpos no livro da vida. Um grupo não tem seus nomes inscritos no livro; outro grupo tem seus nomes escritos, mas seus nomes estão marcados; e o terceiro grupo, na era do reino, tem seus nomes preservados na mesma forma em que foram escritos a primeira vez". (Watchman Ne. O Evangelho de Deus. LSM. 1994, pág. 476).
"alegrai-vos, não porque os espíritos se vos submetem, e sim porque o vosso nome está arrolado nos céus" (Lc. 10:20b). Não é necessário que nossos nomes estejam registrados nos livros das organizações eclesiásticas. Devemos estar seguros de nossa salvação em Cristo Jesus. Estás tu seguro de tua salvação? No caso de que não estejas seguro de tua salvação, a que se deve isso? O Senhor nos dá a segurança de nossa salvação. " 27 As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem.28 Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão " (Jo. 10:27,28). Se teu nome está escrito no livro da vida, agora és objeto de muitas benção, tais como a redenção, o perdão dos pecados, a vida eterna, a regeneração, a natureza de Deus, a santificação, a renovação, a justificação e outras. Se durante o tempo da graça, enquanto vives nesta terra, tu cresces em tua vida espiritual, amadureces, cada dia é fortalecido teu homem interior, e o Espírito te dá testemunho de que és um vencedor, se teu andar é com Cristo e teu eu experimenta cada dia a ação da cruz, e vai minguando, então o Senhor não apagará teu nome durante o juízo da Igreja, senão que como prêmio o Senhor te permitirá participar com Ele no reino milenar, incluindo as bênçãos de Seu gozo e repouso, e serás vestido de vestiduras brancas de acordo a como houveres andado nesta era. "Disse-lhe o senhor: Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor " (Mt. 25:21).
O Senhor tem vindo a viver dentro de nós, em nosso espírito, para Ele poder viver Sua vida e realizar Sua obra. Nós somos seus colaboradores; mas nesta era da Igreja, em meio deste chamativo mundo, alguém, como humano, necessita de certos incentivos para poder cooperar com a graça de Deus e fazer a correta e verdadeira obra do Senhor na construção da Igreja; e o único que nos pode incentivar é o Senhor. Por isso é necessário ver isto com toda a seriedade.
Diz a Escritura: "desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor;
13 porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade" (Fp 2:12b-13). Se refere à salvação diária, não à eterna; é Cristo vivendo em nós, operando em nós por Seu Espírito, e isto inclui obediência; porque o Senhor põe dentro de ti o querer, e fora de ti o fazer; é algo de dentro para fora; de teu espírito para a tua alma, onde está tua mente, tua vontade, tuas emoções, e logo de tua alma a teu corpo, para que todo teu ser entre em ação; mas se tu não avanças com Ele, se te contentas de pronto com ser um crente a mais na multidão, um menino na vida espiritual; se não te interessa vencer sobre o que ocorre em teu entorno religioso, se negas o nome do Senhor por exaltar o nome de alguma organização religiosa ou de algum proeminente líder religioso, ou a ênfase de uma doutrina em especial tem te deixado sectário, então teu nome é apagado do livro da vida durante a dispensação do reino e não terás participação com o Senhor nele mesmo, nem receberás as bênçãos para esse tempo. Significa isso que perdem a salvação? De maneira nenhuma; senão que durante esse tempo, os que não houverem vencido, serão disciplinados como o servo mal que foi lançado às trevas exteriores, e desse castigo não sairá até que tenha alcançado a maturidade necessária para participar das bênção que Deus tem prometido para a eternidade na Nova Jerusalém, quando seus nomes serão escritos novamente no livro da vida. Quais são essas bênçãos eternas? O reinado eterno com Deus na Nova Jerusalém, o sacerdócio eterno, a árvore da vida, a água da vida.
" 3 Nunca mais haverá qualquer maldição. Nela, estará o trono de Deus e do Cordeiro. Os seus servos o servirão,4 contemplarão a sua face, e na sua fronte está o nome dele.5 Então, já não haverá noite, nem precisam eles de luz de candeia, nem da luz do sol, porque o Senhor Deus brilhará sobre eles, e reinarão pelos séculos dos séculos. 14 Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro, para que lhes assista o direito à árvore da vida, e entrem na cidade pelas portas. 17 O Espírito e a noiva dizem: Vem! Aquele que ouve, diga: Vem! Aquele que tem sede venha, e quem quiser receba de graça a água da vida" (Ap. 22:3-5,14,17).
Nem todos serão vencedores. Parece ser que os vencedores são uma minoria. Há pessoas que dizem que andam na luz, mas a realidade demonstra que andam em trevas (1 Jo 2:8,9). Surpresas se darão! Os nomes dos vencedores também serão confessados pelo Senhor diante do Pai e de Seus anjos na era do reino milenar na terra. A experiência nos diz que é agradável para muitas pessoas que seus nomes sejam confessados diante de altas personalidades e figuras de certo prestígio. Isso tem algo a ver com o estado em que se encontra a cristandade? Desde suas raízes a história do protestantismo se tem visto relacionada com a vinculação de altos personagens, imperadores, reis, príncipes, eleitores, prelados, dignitários políticos e religiosos, que vão abrindo passo e escalando certas posições as vezes por meios não bíblicos, como o da política e as contendas belicosas. Mas a casa construída pelos homens, e usando métodos humanos, será deixada deserta (cfr. Mateus 23:38). A chave é Deus em nós em Cristo e por Seu Espírito. Um crente não tem nenhum motivo para gloriar-se; não importa que seja muito sábio ou muito ignorante; não importa a posição que ocupe no mundo religioso; se tudo tem feito o Senhor, se em algo devemos gloriar-nos é no Senhor.

O Corpo de Cristo- Watchman Nee

Cristo, a Igreja e o Corpo

"Porque a vós vos foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer nele, como também padecer por ele, tendo o mesmo combate que já em mim tendes visto e agora ouvis estar em mim” (Fp 1: 29,30 ACF)

A versão de Darby acrescenta, entre parêntesis: "Nós somos Sua carne e Seus ossos.”
No Antigo Testamento, Deus nos mostra que Ele tomou uma costela de Adão e formou a Eva. Eva saiu de Adão, ou, para usar outra expressão, Eva era de Adão. De modo similar, se perguntamos: “Que é a Igreja?” a resposta é que a Igreja sai de Cristo. Assim como Deus formou a Eva do que havia tirado de Adão, Ele edifica a igreja com o que tirou de Cristo.
Cristo nos deu, não só Seu poder de Graça, natureza e vontade, mas também Seu próprio Corpo. Ele nos deu Seus ossos e Sua carne. Ele se nos deu a si mesmo, tal como Adão deu seu osso a Eva.
A Bíblia nos diz que Cristo é a cabeça da igreja, e a igreja é o corpo de Cristo. Individualmente, cada cristão é um membro do corpo de Cristo, ´porque cada um sai Dele.
Uma coisa que temos de notar de modo especial é que o corpo de Cristo está na terra. Está na terra, ainda que não pertença à terra. É celestial, porém está na terra. Não pensemos que o corpo de Cristo está no céu. Quando Paulo perseguia a igreja, o Senhor Jesus o deteve no caminho de Damasco e lhe disse : “Saulo, Saulo, por que me persegues?" Não lhe disse: “Por que persegues a minha igreja?" Assim foi revelado a Paulo que a igreja e Cristo são um. A unidade da igreja e Cristo é de uma natureza tal que o perseguir a igreja é perseguir a Cristo. Além disso, o incidente no caminho de Damasco indica que o corpo de Cristo é algo que está na terra. Se estivesse no céu, não seria perseguido nem poderia ser perseguido. Porém, hoje, a igreja na terra é o corpo de Cristo. Por isto Saulo podia perseguir a igreja. Muitos sustentam que a manifestação do corpo é um assunto celestial, de modo que esta manifestação tem que esperar até que cheguemos ao céu. Se este fosse o caso, então Paulo, Saulo, não teria podido perseguir ao Senhor.
Como a igreja é o corpo de Cristo na terra, tem que ser manifestada aqui. Ainda que a cabeça está no céu e o corpo na terra, contudo são um. O que está no céu e o que está na terra são um. Daí porque a perseguição da igreja seja a perseguição do Senhor; o perseguir co corpo é perseguir à cabeça. A união é tão perfeita que não podem ser separados.
Muitas pessoas perguntam: “Como pode o corpo de Cristo ter estado na terra durante o tempo em que viveu Paulo? Durante os dois mil anos desde aquele tempo até o presente, ingentes multidões têm sido salvas, e acrescentadas ao corpo de Cristo. Como, pois, podia a igreja ser o corpo de Cristo naquele período primitivo?” J. B. Stoney, um irmão muito espiritual e muito usado por Deus no século passado, deu uma ilustração muito boa disto:
Disse que a igreja é como um pássaro pequeno. Quando começa a aparecer pela casca do ovo, é chamado de pássaro, apesar de que suas plumas ainda vão aparecer. Mais tarde, quando cresce, ainda se chama pássaro. Não lhe é negado o nome de pássaro quando suas plumas não são de todo visíveis. As plumas crescem lentamente a partir de seu interior; ainda não estão nas asas, visíveis de fora. Todo o crescimento vem de dentro, até que, gradualmente, o pássaro chega a ser um pássaro adulto. E isto é o mesmo que ocorre com a igreja que existe na terra. Ainda que ela, no tempo de Paulo, estava só começando, apesar disso era o corpo de Cristo. Hoje em dia cresceu muito, porém não se lhe acrescentou nada estranho. Todo o crescimento veio de dentro.
Apesar de o número dos que se salvam na igreja ser ainda incompleto, contudo, a igreja é perfeita por dentro. O que está dentro tem que ser desenvolvido plenamente, isto é, Cristo tem que ser manifestado desde dentro dela. Por tanto, a igreja hoje, como a igreja de ontem e a igreja de amanhã, é o corpo de Cristo. Deus não salva as pessoas e as acrescenta à igreja exteriormente, mas é o corpo de Cristo que vai crescendo continuamente, a partir de dentro, da Cabeça.
A igreja não é outra coisa que o que vem de Cristo. Sai da cabeça, que está no céu, porém reside na terra. É um corpo. Como o passarinho, necessita crescer até conseguir chegar ao pleno amadurecimento. A igreja, pois, é uma do começo até o fim.
A Bíblia nos mostra que a base da igreja é o corpo de Cristo. Tudo o que não está fundado no corpo de Cristo não é a igreja. A palavra de Deus reconhece só uma igreja, o corpo de Cristo. Não importam as razões ou quão espirituais sejam seus argumentos, se algo não se baseia no corpo de Cristo, não pode ser reconhecido como igreja. a. Quando a influência do protestantismo estava em seu auge na Europa, além das igrejas nacionais, apareceram muitos grupos e denominações que discordavam (entre si). Durante este período, as igrejas estabelecidas pelos homens brotaram como os bambus na primavera, depois de uma chuva fresca. Escaparam da servidão da Igreja Católica Romana; fugiram da liberdade das igrejas protestantes. Creram que tinham a liberdade de estabelecer igrejas. Porém, as igrejas que estabeleceram estavam fundadas no princípio do corpo?
É imperativo que vejamos com precisão, diante de Deus, o que é a igreja. A igreja é o corpo de Cristo. Tudo o que seja menor que o corpo de Cristo não pode ser usado como base de uma igreja. Por exemplo, nós os irmãos em Shangai temos uma igreja porque aprendemos a estar fundados no corpo e recebemos a todos os membros do corpo de Cristo em nossa comunhão. Só temos uma condição para receber aos irmãos e rimas na igreja aqui, e é esta, que pertençam ao corpo de Cristo, que estejam no corpo. Só isto justifica o fato de que sejamos uma igreja.
Uma vez que temos uma igreja aqui, em Shangai, suponhamos que um dia alguns irmãos estão em desacordo com certas doutrinas ou crêem que algumas verdades sustentadas pela igreja são deficientes. Têm eles o direito de fundar outra igreja? Não, porque não tem base para isto. A base da igreja é o corpo de Cristo. O fundar uma igreja com vistas a defender uma verdade isolada não é suficiente justificativa. Se a igreja em Shangai não é o corpo de Cristo, então estes irmãos podem estabelecer uma igreja. Porém, se ela o é, então têm de continuar sua comunhão com ela.

Não podem estabelecer outra igreja.

Suponhamos que alguns irmãos declaram que não consideram aceitáveis, com relação Às doutrinas da Bíblia, nossa interpretação com relação ao ministrar alimento espiritual aos filhos de Deus. Não, outras sociedades podem estabelecer-se à vontade, porém uma igreja, não! Podem organizar um esforço cristão, uma escola dominical, um clube santo, porém não podem instituir uma igreja. O proporcionar alimento espiritual não é uma base suficiente para formar uma igreja. Só sobre uma base pode ser estabelecida uma igreja, isto é, ela tem de incluir a todos os filhos de Deus. Para dizê-lo de outra forma, a igreja tem que tomar o corpo de Cristo como sua unidade. Se outras pessoas falham em congregar-se na base desta unidade, a responsabilidade é sua, porém uma igreja não pode ter nenhuma condição à parte de pertencer ao corpo. O corpo é, pois, a única condição. A igreja tem de ser compreensiva no mesmo grau que o corpo; ela não pode ser menor que o corpo. Todos os que pertencem a Cristo estão incluídos na igreja. Ninguém no corpo pode ser rechaçado.
Segundo a Bíblia, a igreja de Cristo é o corpo de Cristo, e o corpo de Cristo é a igreja de Cristo. Nem ainda uma doutrina pode ser usada como justificativa para fundar uma igreja. A santidade é importante, porque sem santidade ninguém pode servir a Deus. A fé é muito necessária, porque pela fé somos justificados. Porém, nem a santidade nem a fé podem servir como razão para estabelecer uma igreja, porque a igreja é o corpo de Cristo. Não é a congregação dos que crêem na doutrina da santidade, nem uma assembléia dos que advogam pela justificação pela fé.
Certamente a nacionalidade não pode ser a base da igreja, tal como a igreja luterana da Alemanha, ou a igreja anglicana da Inglaterra. Uma vez Deus deu a Martin Lutero a verdade da justificação pela fé: foi feito o instrumento da extensão do movimento protestante. Porém isto não lhe deu, nem a ele ou a seus seguidores, o direito de estabelecer uma igreja nacional. Se há só dez cristãos hoje, fundamentados no terreno do corpo de Cristo, tem o direito de formar uma igreja. Porém a Alemanha, com seus vinte milhões de cristãos, não pode organizar uma igreja. O fato de ter tantas pessoas, não é causa suficiente para o estabelecimento de uma igreja nacional.
O terreno da igreja, pois, é o corpo de Cristo em uma localidade. Não está baseado em uma doutrina ou uma nação, ou no alimento espiritual ou na interpretação bíblica. Aonde quer que formos, temos que ter bem clara esta posição: que a igreja é o corpo de Cristo. Se uma igreja local se forma sobre esta base, não é sectária.
Se alguns irmãos e irmãs sustentam pontos de vista e interpretações diferentes de ti e, portanto, insistem em estabelecer uma congregação separada, seu terreno é equivocado. Como tu estás no corpo de Cristo, tens o terreno próprio e justo. Eles não tem base, porque seu terreno está baseado em pontos de vista e interpretações. Das chamadas “igrejas” no mundo, só as que estão no corpo de Cristo são igrejas. O resto não tem base suficiente para serem consideradas como igrejas.
Se os filhos de Deus vêem claramente que o corpo é a única base da igreja, não vão dividir-se em seitas. Está muito bem ter uma igreja com somente três ou cinco pessoas; porém, pode não ser reto o estabelecer uma com cem ou mil pessoas. Estamos convencidos que a igreja tem uma só base: o manifestar plenamente o corpo de Cristo. Não nos congregamos em nenhuma outra posição que não a do corpo de Cristo. Espero que os crentes possam ver que ali, onde um grupo em uma localidade excede ou cava por baixo, mina o corpo de Cristo, este grupo não pode ser reconhecido como uma igreja. O grupo que excede o corpo de Cristo é o que recebe a pessoas que não pertencem ao corpo; deixa entrar os não-crentes. Estes grupos passam a ser uma mescla e perdem a categoria de igrejas. Por outro lado, todo grupo que mina o corpo de Cristo é o que faz mais estreita a sua comunhão. Pode ser um grupo de santidade, ou do sétimo dia, ou um grupo batista. Estes grupos restringem o corpo de Cristo mais do que é devido; não têm suficiente base para serem reconhecidos como uma igreja.

Nesse Tempo do Fim- Almir R. P. Andrade

Nesse tempo do fim, nosso adversário, mais do que nunca, investe contra a unidade
da igreja, pois ele sabe que ela traz o testemunho do Senhor (João 17:21). Não
devemos ignorar os ardis de Satanás. Ele anda ao nosso derredor, bramando como
leão, buscando a quem possa tragar (I Pedro 5:8).
“Derredor” dá a idéia de que ele está por fora, porém perto. Mas, na comunhão, na
unidade, estamos guardados.
Certa vez, ao assistir um documentário sobre animais, vi o comportamento das zebras,
sua estratégia para se proteger dos leões. Vi como, de certa forma, se assemelha à
nossa posição em comunhão. As zebras andam em grandes grupos, caminhando bem
próximas uma das outras. Isso tem um sentido. Ao estarem próximas, suas listras
confundem a visão do leão. Ele vê apenas uma grande massa e não consegue discernir
onde começa ou termina uma zebra. Porém, ele é astuto. Passa, então, a perseguir o
grande bando de zebras. Com isso, a zebra mais debilitada vai ficando para traz, se
distanciando das demais e, sozinha, cai nas garras do leão que a devora.
O escritor aos Hebreus nos adverte a seguir a paz com todos e também quanto ao
perigo de deixar brotar a raiz de amargura, o que nos separará da comunhão e ainda
poderá contaminar a outros. Como é importante e seguro estarmos juntos, em
unidade. Paulo, quando escreveu aos Efésios, disse que devemos nos esforçar
diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz (4:3).
Vê-se que há a necessidade de um “esforçar-se”.
O inimigo, para nos atacar, muitas vezes se vale da nossa natureza humana,
potencializando-a. Por isso não podemos ignorá-la. O homem tende a se separar, a
buscar seus próprios interesses. Esta é sua natureza (Provérbios 18:1). A lei natural é
esta, mas não estamos mais debaixo desta lei, como diz em Romanos 7:4-6: “Assim,
meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que
sejais doutro, daquele que ressuscitou de entre os mortos, a fim de que demos fruto
para Deus. Porque, quando estávamos na carne, as paixões dos pecados, que são pela
lei, operavam em nossos membros para darem fruto para a morte. Mas, agora,
estamos livres da lei, pois morremos para aquilo em que estávamos retidos; para que
sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra”.
Devemos crucificar a nossa vontade, o nosso ego, nossos interesses egoístas. Creio
que o “esforçar” que Paulo falou é tomar cada um sua cruz e seguir a Jesus (Mateus
16:24). Só assim poderemos caminhar juntos. Só a vida de Cristo em nós, que é
manifestada quando morremos com Ele, é capaz de nos fazer buscar o interesse de
outrem, e não o nosso (I Coríntios 10: 24 e 33). “Porque a lei do Espírito de vida, em
Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte” (Romanos 8:2).
Quando damos vazão à nossa natureza terrena, passamos a ver defeitos nos irmãos,
ignorando os nossos. Recentemente, minha esposa me fez lembrar de uma ministração
sobre Mateus 7:3-5. Dizia o irmão que, quando estamos com uma trave em nossos
olhos, eles começam a lacrimejar e, conseqüentemente, nossa visão fica turva.
Passamos então a ter uma visão distorcida de nosso irmão. Não vemos mais Cristo
nele e, sim, somente o homem, com todos os seus defeitos. Que o Senhor nos livre

disto. Que tiremos primeiro a trave de nossos olhos, para depois ajudarmos nosso
irmão, tirando o cisco de seu olho.
Quantas bênçãos temos na comunhão! Não nos privemos delas! A Palavra diz que na
comunhão o Senhor ordena as bênçãos (Salmo 133). A comunhão, a unidade dá
testemunho do Senhor. Na unidade somos aperfeiçoados (João 17:23), somos
trabalhados, como pedras vivas que, para comporem um edifício, são trabalhas e
raspadas, a fim de se encaixarem umas às outras. Cada pedra, ou cada membro, é
importante, tem a sua função no corpo, no edifício do Senhor (Efésios 4:16 e I Pedro
2:5).
Irmãos, se julgamos ter esta visão, vivamos piedosamente neste tempo do fim,
servindo uns aos outros, “suportando uns aos outros e perdoando uns aos outros, se
algum tiver queixa contra outro; assim como Cristo nos perdoou, também perdoemos”
(Colossenses 3:13).
Que busquemos ser como o Senhor Jesus, que não veio ao mundo para ser servido,
mas para servir e dar a Sua vida em resgate de muitos (Mateus 20:28).

A Oração em relação com as reuniões de oração- C.H.Mackintosh

Extraído do site www.verdadespreciosas.com.ar e traduzida para o Português pelos irmãos de Cidade de Alegrete-RS

Ao considerar o tema tão importante da oração, duas coisas reclamam nossa atenção; primeiro, a base moral da oração; em segundo lugar, suas condições morais.

1. A base moral da oração

A Escritura nos apresenta a base moral da oração em palavras tais como estas: “Se permanecerem em mim, e minhas palavras permanecem em vós, pedireis o que quiserdes, e lhes será feito” (Jo15:7). “Amados, se nosso coração não nos repreender, confiança temos em Deus; e qualquer coisa que pedirmos a receberemos dele, porque guardamos seus mandamentos, e fazemos as coisas que são agradáveis diante dele” (1 João 3:21, 22). Quando o apóstolo desejou que os crentes orassem por ele, apresentou-lhes a condição moral de seu rogo ao dizer: “Orem por nós; pois confiamos em que temos boa consciência, desejando nos conduzir bem em tudo” (Hebreus 13:18).

Destas passagens e de muitos outros de similar importância, aprendemos que, para que a oração seja efetiva, é necessário um coração obediente, uma mente reta e uma boa consciência. Se não estarmos em comunhão com Deus, se não permanecermos em Cristo, se seus mandamentos não nos governarem, se não temos “um olho singelo”, como podemos esperar respostas a nossas orações? Estaríamos fazendo o que Tiago diz: “Pedem mau, para gastar em seus deleites” (4:3). Como pode Deus, sendo um Pai santo, nos conceder tais petições? Impossível!

Quão necessário é, pois, prestar a mais séria atenção à base moral sobre a qual apresentamos nossas orações. Como podia o apóstolo Paulo pedir aos irmãos que orassem por ele se ele não tivesse tido uma boa consciência, um olho simples e um coração reto, a persuasão interior de que em todas as coisas desejava realmente viver honestamente? Teria sido impossível.

Podemos cair no hábito de pedir a outros, de forma costumeira e regularmente, que orem por nós. Freqüentemente repetimos a frase: «Tem presente em suas orações», e, certamente, não há nada mais precioso que saber que somos levados no coração do amado povo de Deus quando se aproximam do trono da graça. Mas damos a devida importância à base moral? Quando dizemos: «Orem por nós, irmãos», podemos adicionar, como na presença do que esquadrinha os corações: “Pois confiamos em que temos boa consciência, desejando nos conduzir bem em tudo” (Hebreus 13:18)? E quando nos inclinamos ante o trono da graça, temos um coração que não nos condena, um coração reto e um olho singelo, uma alma que permanece seriamente em Cristo e que guarda seus mandamentos?

Estas perguntas sondam o coração, e chegam ao mais profundo dele; descem até as próprias raízes das fontes morais de nosso ser. Mas é bom que nossos corações sejam profundamente esquadrinhados com respeito a todas as coisas, mais particularmente no que respeita à oração. Há muita falta de realidade em nossas orações, uma triste falta de base moral, muito de “pedem mal”; daí que nossas orações não tenham poder nem efetividade; daí a formalidade, a rotina, e até a positiva hipocrisia. Por isso o salmista disse: “Se eu no coração contemplara a vaidade, o Senhor não me teria ouvido” (Salmo 66:18). Que solene! Nosso Deus quer a realidade das coisas, ele ama “a verdade no íntimo”. Ele —bendito seja seu Nome— é verdadeiro conosco; e quer que nós sejamos verdadeiros com ele. Quer que vamos a ele como somos em realidade, com o que verdadeiramente procuramos.

Infelizmente, quão freqüentemente nossas orações privadas e públicas não são assim! Quão freqüentemente nossas orações são mais discursos que petições; mais exposições doutrinais que expressões de necessidade! É como se quiséssemos explicar a Deus os princípios e lhe dar uma grande quantidade de informação.

Estas coisas são as que freqüentemente exercem uma influência tão dessecante sobre nossas reuniões de oração e lhes roubam frescura, interesse e valor. Aqueles que sabem realmente o que é a oração, que experimentam o valor dela, e que são conscientes da necessidade de orar, vão à reunião de oração para orar, não para escutar discursos, conferências nem exposições de pessoas ajoelhadas. Se tiverem necessidade de aprender, podem assistir às reuniões ou conferências onde se estuda a Palavra de Deus; mas quando vão à reunião de oração, é para orar. Para eles a reunião de oração é o lugar para expressar as necessidades e esperar a bênção. É o lugar no que se expressa a debilidade e se espera o poder. Esta é sua idéia do lugar “onde está acostumado a fazê-la oração” (cf. Atos 16:13); e, por esse motivo, quando estes cristãos se reúnem ali, não estão dispostos nem preparados para escutar largas pregações em forma de oração, com muita dificuldade suportáveis se fossem verdadeiras pregações, mas desta forma, intoleráveis.

Escrevemos claramente porque sentimos a necessidade de uma grande sinceridade de linguagem; sentimos uma profunda falta de realidade, sinceridade e verdade em nossas orações individuais e em nossas reuniões de oração. Às vezes acontece que o que chamamos oração, não é absolutamente uma oração, a não ser a profusa exposição de certas verdades conhecidas e reconhecidas, cuja constante repetição se volta extremamente pesada e tediosa. O que pode ser mais penoso que escutar a uma pessoa de joelhos como explica princípios e desenvolve doutrinas? É impossível escapar à pergunta: Este homem está falando com Deus ou a nós? Se estiver falando com Deus, nada pode ser mais irreverente ou profano que tratar de explicar as coisas a ele. Se a pessoa nos está falando , então isso não é oração, e quanto mais logo deixemos a atitude de «oração» tão melhor, porque seria mais proveitoso que desse uma conferência de pé e nós estivéssemos sentados em nossos assentos para escutar.

Ao falar da atitude, quero com todo amor chamar a atenção dos Santos sobre um assunto que, a nosso julgamento, demanda uma séria consideração. Referimo-nos ao hábito de permanecer sentados durante os Santos e solenes exercícios da oração. Reconhecemos plenamente que o importante, na oração, é ter a atitude correta no coração. Sabemos, além disso, e não devemos esquecê-lo, que muitos dos que vão às reuniões de oração são de idade avançada, estão doentes, delicados, e que não se podem ajoelhar por momentos longos, se é que o podem fazer. Em outros casos pode acontecer que, mesmo que não haja debilidade física e exista um verdadeiro e sincero desejo de ajoelhar-se, no sentimento de que tal é a atitude que convém diante de Deus, resulte impossível, por falta de espaço, trocar de posição para ajoelhar-se.

Todas estas coisas devem ser tomadas em consideração. Mas, permitindo a maior margem possível a estes casos particulares, vemo-nos entretanto forçados a reconhecer que há freqüentemente uma lamentável falta de reverencia em muitas de nossas reuniões públicas de oração. Freqüentemente vemos jovens que não podem invocar nem debilidade física nem falta de espaço, sentados durante toda a reunião de oração. Isto, devemos dizê-lo, é chocante e irreverente, e não podemos a não ser acreditar que isso entristece ao Espírito do Senhor. Devemos nos ajoelhar sempre que nos seja possível. Esta atitude expressa respeito e reverência. O bendito Mestre, “posto de joelhos orou” (Lucas 22:41). O apóstolo Paulo fez o mesmo: “Quando houve dito estas coisas, ficou de joelhos, e orou com todos eles” (At 20:36).

E não é adequado e conveniente que seja assim? Pode haver algo mais inadmissível que ver em uma assembléia algumas pessoas sentadas, alargando-se e estendendo-se no assento com toda comodidade, distraídas, enquanto que se oferece a oração? Consideramos todas estas coisas muito irreverentes, e suplicamos aqui urgentemente a todos os filhos de Deus que dêem a este tema sua solene consideração, e que façam todos os esforços possíveis, tanto mediante o exemplo como mediante o conselho, para promover o piedoso e bíblico costume de inclinar nossos joelhos nas reuniões de oração. Aqueles que tomam parte na reunião, voltariam tudo isto muito mais fácil mediante orações curtas e ferventes. Mas deixaremos este tema para mais adiante.

2. As condições morais para orar

Vamos considerar agora, à luz da Palavra de Deus, as condições morais ou os atributos da oração. Nada é mais precioso que ter a autoridade das Escrituras para todo ato de nossa vida cristã prática. A Escritura deve ser nosso único, grande e supremo árbitro em todas nossas dificuldades; não o esqueçamos jamais.

O que, pois, diz a Escritura quanto às condições morais necessárias da oração em comum, dado que este é o tema que nos ocupa aqui? Abramos a Bíblia em Mateus 18:19: “Outra vez lhes digo, que se dois de vós se puserem de acordo na terra a respeito de algo que pedirem, ser-lhes-á feito por meu Pai que está nos céus.”

Aqui aprendemos que uma das condições que requerem nossas orações é a unanimidade —acordo sincero e de coração—, completa unidade de pensamento. A verdadeira força das palavras é: «Se dois de vós estão acordes» (do grego: συμφωνησωσιν = sumphonesosin», de onde vem sinfonia), emitirão um só som. Não deve haver nenhum ruído desagradável, nada discordante.

Se, por exemplo, reunimo-nos para orar pelo progresso do Evangelho, a conversão das almas, devemos estar unidos como uma só mente neste tema, devemos produzir um só som diante de Deus. De nada serve que cada um tenha algum pensamento particular. Devemos vir ante o trono da graça com a Santa «harmonia» de mente e espírito se quisermos uma resposta de acordo com Mateus 18:19.

Este é um ponto de imensa importância moral, e que influi muitíssimo no tom e o caráter de nossas reuniões de oração. Sem dúvida não damos a este tema a suficiente atenção. Acaso não devemos deplorar o caráter sem objetivo de nossas reuniões de oração, quando deveríamos nos reunir com um propósito definido em nossos corações para poder esperar todos juntos em Deus? O livro de Atos, capítulo 1, diz-nos que os primeiros discípulos “perseveravam unânimes em oração e rogo, com as mulheres, e com Maria a mãe de Jesus, e com seus irmãos” (V. 14)1. Em Atos 2 lemos: “Quando chegou o dia do Pentecostes, estavam todos unânimes juntos” (V. 1).

Estavam esperando, de acordo com as instruções do Senhor, a promessa do Pai, o dom do Espírito Santo. Eles tinham a segura palavra da promessa. O Consolador, indefectivelmente, viria; mas isto, longe de os dispensar da oração, constituía a própria base deste bendito exercício. Estavam em um mesmo lugar, orando unânimes. Estavam completamente de acordo. Todos tinham um propósito definido em seu coração. Estavam esperando a promessa do Espírito Santo e continuaram esperando unânimes até que chegou! Todos, homens e mulheres, estavam cativados por um só objetivo. Dia após dia esperaram com santo acordo, com feliz harmonia, ardentemente, com ardor, até que do alto foram revestidos do poder prometido.

Não deveríamos nós fazer o mesmo? Acaso não há uma lamentável falta deste princípio de “unanimidade” e de nos reunir “juntos” (em um só lugar), entre nós (Atos 2:1)? É certo —bendito seja Deus— que não temos que pedir que o Espírito Santo venha porque já veio, mas sim temos que pedir a manifestação de seu poder em nossas reuniões. Suponhamos que nos haja tocado de estar em um lugar onde reinam a morte e as trevas espirituais; onde não há um só hálito de vida, uma só folha que se mova; onde os céus parecem como bronze, e a terra como ferro. Onde nunca se ouça nem sequer que tenha havido uma conversão. Onde um formalismo dessecante domina por todos os lados. Onde uma profissão sem poder, uma rotina morta e uma religiosidade mecânica, estão à ordem do dia. O que devemos fazer? Nos deixar paralisar ou ganhar por esta atmosfera insalubre e mortal? Certamente que não! O que, pois, devemos fazer? Reunir-nos —embora sejam só dois os crentes que se dêem conta da triste condição das coisas—, e, unânimes, derramar nossos corações diante de Deus. Esperemos nele unidos, com santo acordo e com um firme objetivo, até que envie uma abundante chuva de bênçãos sobre o lugar seco e estéril. Não nos cruzemos de braços nem digamos: “Não chegou ainda o tempo” (Ageu 1:2), nem nos deixemos levar por esse pernicioso raciocínio de uma teologia torcida, justamente chamada fatalismo e que diz: «Deus é soberano e faz tudo de acordo com sua própria vontade, de modo que só fica esperar seu tempo. Todo esforço humano é inútil. Não podemos suscitar um avivamento. Devemos nos cuidar da mera excitação. »

Todos estes raciocínios parecem plausíveis, e tão mais quanto têm uma medida de verdade. Por certo que tudo isto é verdade, mas só é uma verdade parcial. É a verdade e nada mais que a verdade; mas não é toda a verdade. Desde aí sua perniciosa influência. Não há nada mais terrível que tomar um só lado da verdade! É muito mais perigoso que o engano positivo e evidente! Muitas almas ferventes tropeçaram e se desviaram completamente do caminho reto por meias verdades ou por verdades mal aplicadas. Muitos fiéis e úteis servos de Deus se esfriaram, desanimado e até saído do campo da colheita pela insistência pouco judiciosa que se pôs na enunciação de certas doutrinas que tinham uma medida de verdade, mas não toda a verdade de Deus.

Nada, entretanto, pode tocar a verdade ou debilitar a força da declaração do Senhor em Mateus 18:19. Ela permanece com toda sua bendita plenitude, liberdade e valor ante os olhos da fé. É clara e não pode haver equívoco. “Se dois de vós se puserem de acordo na terra a respeito de algo que pedirem, ser-lhes-á feito por meu Pai que está nos céus.” Aqui está nosso certificado para nos reunir em oração para algo que esteja em nosso coração. Doemo-nos pela frieza, a esterilidade e a morte espiritual que hoje em dia há ao nosso redor? Desanimamo-nos pelo aparente pouco fruto da pregação do Evangelho, a falta de poder na mesma pregação e a falta de resultados práticos? Dói-nos o coração a esterilidade, a preguiça, o peso e o tom pouco elevado de todas as nossas reuniões, já seja à Mesa do Senhor, ante o trono da graça ou ao redor da fonte das Santas Escrituras? O que devemos fazer? Devemos cruzar de braços com fria e incrédula indiferença, nos dar por vencidos com desespero, nos queixar, murmurar, nos zangar ou nos irritar? Não, Deus não o permita! Devemos nos reunir “todos unânimes juntos” e nos prostrar sobre nossos rostos diante de nosso Deus, e derramar nossos corações como se fora um só coração, e suplicar que se cumpra Mateus 18:19.

Este é o grande remédio, o recurso infalível. É certo que «Deus é soberano», mas por isso mesmo devemos esperar nele. É verdade que «o esforço humano é inútil», e por essa mesma razão terá que procurar o poder divino. É perfeitamente certo que «não podemos suscitar um avivamento», e por isso devemos o procurar de joelhos. E é certo também que «devemos nos cuidar da mera excitação», mas, ao mesmo tempo, terá que se cuidar da indiferença fria, morta e egoísta.

Enquanto Cristo estiver à mão direita de Deus, enquanto o Espírito Santo estiver em nosso meio e em nossos corações, enquanto tenhamos a Palavra de Deus em nossas mãos, enquanto Mateus 18:19 brilhar diante de nós, não há nenhuma desculpa para a esterilidade, o intumescimento e a indiferença, nenhuma desculpa para que as reuniões sejam pesadas e sem proveito, nem para a falta de frescura em nossas assembléias nem para que falte o fruto de nosso serviço. Esperemos em Deus com santo acordo. Então, com segurança virá a bênção.

3.

Em Mateus 21:22 encontramos outra condição moral essencial para a oração efetiva. “E tudo o que pedireis em oração, acreditando, o receberão.” Esta é uma afirmação verdadeiramente maravilhosa! Abre-lhe à fé a tesouraria do céu. Não há nenhum limite. Nosso bendito Senhor nos assegura que vamos receber o que pedirmos com fé singela.

O apóstolo Tiago, sob a inspiração do Espírito Santo, dá-nos uma segurança parecida quando pedimos sabedoria: “Se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, o qual dá a todos abundantemente e sem recriminação, e lhe será dada. Mas” —aqui está a condição moral— “peça com fé, não duvidando nada; porque o que dúvida é semelhante à onda do mar, que é arrastada pelo vento e arremesso de uma parte a outra. Não pense, pois, quem tal faça, que receberá coisa alguma do Senhor” (Tiago 1:5-7).

Destas duas passagens aprendemos que, para que Deus responda nossas orações, estas devem ser orações de fé. Uma coisa quer dizer palavras em forma de oração, e outra muito distinta orar com fé singela, com a segurança completa, clara e firme de que teremos o que pedimos. É de se temer que muitas das que chamamos orações não passam do teto do lugar em que as pronunciamos. Para alcançar o trono de Deus, nossas orações devem ser levadas nas asas da fé e provir de corações unidos e mente de acordo, com o santo propósito de esperar em Deus por tudo o que necessitamos.

Não é certo que nossas orações e reuniões de oração são tristemente deficientes neste sentido? E esta deficiência se manifesta pelo fato de que nossas orações têm tão pouco resultado. Não deveríamos nos examinar seriamente e nos dar conta da medida em que realmente entendemos estas duas condições da oração: o acordo ou unanimidade e a confiança de fé? Cristo disse que, se duas pessoas ficarem de acordo para pedir com fé, podem pedir o que quiserem e lhes será feito. Por que, então, não vemos respostas mais abundantes a nossas orações? Não será nossa a falta? Não estaremos falhando na unanimidade e a confiança?

Em Mateus 18:19 o Senhor desce ao número menor, fala da congregação menor —a de “dois”— embora, é obvio, a promessa também se aplica ao número de pessoas que fosse. O ponto essencial é que, embora haja só dois, devem estar completamente de acordo e plenamente convencidos de que receberão o que pedem. Se isto fosse assim no que respeita a nós, nossas reuniões de oração também teriam um tom e um caráter muito distintos. As faria muito mais efetivas do que, infelizmente, vemos freqüentemente: reuniões de oração pobres, frias, mortas, sem objetivo nem ilação, mostrando qualquer outra coisa menos o sincero acordo e a fé sem incerteza.

Que diferença tão grande haveria se nossas reuniões de oração fossem o resultado de um verdadeiro acordo de coração e de pensamento feito entre dois ou mais crentes que juntos chegam para esperar de Deus algo específico, e logo perseveram na oração até receber a resposta! O que pouco se vê isto! Pode que todas as semanas vão à reunião de oração —e que bom que o façamos—, mas, diante de Deus, não deveríamos ser exercitados a fim de nos dar conta até que ponto nos pomos de acordo entre nós quanto ao assunto ou aos assuntos que temos que pôr diante do trono da graça? A resposta a esta pergunta se vincula com outra das condições morais da oração.

Leiamos Lucas 11: “Disse-lhes ainda Jesus: Qual dentre vós, tendo um amigo, e este for procurá-lo à meia-noite e lhe disser: Amigo, empresta-me três pães, 6 pois um meu amigo, chegando de viagem, procurou-me, e eu nada tenho que lhe oferecer. 7 E o outro lhe responda lá de dentro, dizendo: Não me importunes; a porta já está fechada, e os meus filhos comigo também já estão deitados. Não posso levantar-me para tos dar; 8 digo-vos que, se não se levantar para dar-lhos por ser seu amigo, todavia, o fará por causa da importunação e lhe dará tudo o de que tiver necessidade. 9 Por isso, vos digo: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. 10 Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e a quem bate, abrir-se-lhe-á” (V. 5-10).

Estas palavras são extremamente importantes, posto que são parte da resposta do Senhor à petição dos discípulos: “Senhor, ensina-nos nos a orar.” Que ninguém se imagine nem por um instante que tomaríamos o atrevimento de ensinar às pessoas a orar. Deus não o permita! Nada mais longe de nossos pensamentos! Procuramos simplesmente pôr às almas de nossos leitores em contato direto com a Palavra de Deus —as verdadeiras palavras de nosso bendito Senhor e Mestre—, a fim de que, à luz destas palavras, possam julgar detrás si mesmos se nossas orações e nossas reuniões de oração são o que devessem ser.

O que, pois, nos ensina Lucas 11? Quais são as condições morais que nos apresenta esta passagem? Em primeiro lugar, ensina-nos a ser específicos em nossas orações. “Amigo, me empreste três pães.” Há uma necessidade positiva, sentida e expressa; um objeto específico em sua mente e em seu coração, e ele se limita a este único objeto. Não faz uma exposição larga, com rodeios, sem ilação, em que menciona todo tipo de coisas. Sua demanda é clara, direta e pontual: «me empreste três pães; é um caso urgente e não posso ir sem eles»; a hora está avançada; todas as circunstâncias fazem que a súplica seja mais imperiosa e precisa. O homem não pode renunciar a aquilo que deve buscar: “Amigo, me empreste três pães.”

Sem dúvida parecia um momento muito inadequado para vir —“meia-noite”—. Tudo parece desalentador. O amigo já se deitou e fechado a porta, os meninos já estavam deitados, não podia levantar-se. Entretanto, a necessidade específica é recalcada: tem que ter três pães.

Esta é uma grande lição prática que pode aplicar-se com imenso proveito a nossas orações e reuniões de oração. Estas —devemos confessar— sofrem orações largas, cheias de rodeios e sem nenhum objeto preciso. Muitas vezes mencionamos um montão de coisas pelas que seriamente não sentimos necessidade e em relação às que em realidade não esperamos uma resposta. Não é certo que freqüentemente não teríamos uma resposta que dar se, ao final de nossas reuniões de oração, nos aparecesse o Senhor e nos dissesse: «O que é o que realmente querem que eu faça ou que vos dê?».

Tudo isto reclama de nossa parte uma séria consideração. Se nós fôssemos à reunião de oração com necessidades precisas em nosso coração, pelas quais poderíamos pedir a comunhão de nossos irmãos, isso faria que as reuniões tivessem grande ardor, frescura, brilho, profundidade, realidade e poder. A alguns de nos parece necessário fazer uma oração larga mencionando toda classe de coisas, muitas das quais são sem dúvida corretas e boas; mas a mente se perde na multiplicidade de temas. Quanto melhor é levar ante o trono uma só petição, implorar com esforço, e logo esperar, de modo que o Espírito Santo possa guiar a outros, de igual maneira, para orar pelo mesmo, ou por alguma outra coisa igualmente definida.

As orações largas em nossas reuniões são cansativas; e certamente em muitos casos são uma positiva calamidade. Pode ser que alguém nos diga que não devemos pôr nenhum limite de tempo ao Espírito Santo: longe de nós tão terrível pensamento! Simplesmente estamos comparando o que encontramos nas Escrituras com o que freqüentemente —embora não sempre, graças a Deus— achamos em nossas reuniões de oração (leia-se Mateus 6; João 17; Atos 4:24-30; Efésios 1; 3, etc.). Tenhamos em conta, pois, que, nas Escrituras, as “largas orações” não são a regra. O dito em Marcos 12:40 se refere a elas em termos fortemente condenatórios. As orações ferventes, breves e pontuais dão frescura e interesse à reunião de oração, enquanto que, em geral, as orações largas e sem um propósito definido causam profunda depressão em todos os assistentes.

Mas há ainda outro muito importante traço moral da verdadeira oração no ensino do Senhor em Lucas 11, e é a “importunidade” ou insistência. O Senhor nos diz que o homem obtém seu objetivo simplesmente por sua grande insistência. Não se deu por vencido; tinha que levar os três pães. A insistência prevaleceu inclusive quando os direitos da amizade não eram suficientes. O homem estava decidido a obter seu propósito. Não tinha alternativa. Apresentou-se uma necessidade, e ele não tinha nenhuma resposta: “meu amigo veio a mim de viagem, e não tenho o que lhe pôr diante”; e não ia aceitar uma negativa.

Até que ponto compreendemos esta grande lição? O ponto aqui não é que Deus —bendito seja seu nome— sempre nos responderá “de dentro”. Que jamais nos dirá: “Não me incomode”, ou “Não posso me levantar e lhe dar isso Ele é sempre nosso “Amigo” fiel, e sempre está disposto; é um Doador que sempre dá alegre e abundantemente, e sem fazer recriminações. Entretanto, ele anima a importunidade, a insistir, e devemos recordar sempre seu ensino. Mas freqüentemente em nossas reuniões de oração há uma grande falta disto, assim como de especificar o que queremos. Estas duas coisas vão muito mas muito juntas. Quando o que se busca é tão definido como “três pães”, pelo geral haverá insistência de pedir por eles, e teremos a firme intenção de obtê-los. O simples fato é que somos muito vagos no que pedimos e, em conseqüência, muito indiferentes. Mas em nossas reuniões de oração freqüentemente não nos levamos como pessoas que pedem o que querem e logo esperam o que pediram. Isto é o que arruína nossas reuniões de oração, e o que as volta apagadas, sem propósito, sem poder, e só terminam sendo reuniões de ensino ou bate-papos fraternais, em lugar de ser a ocasião em que apresentamos a Deus nossas ferventes e tenazes solicitações. Estamos convencidos de que toda a Igreja de Deus precisa ser despertada a este respeito, e esta convicção é o que nos anima a apresentar estas idéias e estas reflexões.

4.

Quanto mais meditamos o tema que veio ocupando nossa atenção, mais consideramos o estado de toda a Igreja de Deus e mais estamos convencidos da necessidade urgente de um completo despertar, em todo lugar, quanto à oração. Tratamos de apresentar a nossos leitores algumas reflexões e alguns conselhos sobre este ponto tão importante. Assinalamos nossa falta de confiança, de unanimidade, de precisão e de importunidade. Falamos, em termos claros, de muitas coisas que são sentidas por todos aqueles que são verdadeiramente espirituais entre nós. Falamos que as orações que pregam, das orações largas, fatigantes e sem propósito, que destroem o verdadeiro poder e a bênção das reuniões de oração, o qual, em alguns casos, provocou que os queridos filhos de Deus tenham deixado de assistir a elas. Em lugar de sentir-se refrescados, consolados e fortalecidos, só sentem cansaço, aflição e desgosto. Por isso, as pessoas preferem não ir. Pensam que é mais proveitoso passar uma hora de tranqüilidade no privado de seu próprio quarto, onde podem derramar seus corações diante do Senhor em ferventes orações e súplicas, que ir a uma «reunião de oração» em que se cansam com o esvaído canto dos hinos ou com largas orações-sermões.

Estamos plenamente persuadidos de que este proceder é errôneo, e de que esta não é a forma de resolver o problema ao que nos referimos. Se for bom reunir-se para orar e fazer súplicas —e quem poderia duvidá-lo?—, então não é correto que alguém falte simplesmente por causa da debilidade, das faltas ou até a insensatez de alguns dos participantes da reunião. Mas se todos os membros verdadeiramente espirituais não fossem às reuniões por tais razões, o que seria da reunião de oração? Muito pouco nos damos conta de quão importante são os elementos que compõem uma reunião. Embora não tenhamos uma participação audível na oração, se assistirmos com o espírito correto, para esperar realmente em Deus, sempre podemos ser de muita ajuda para manter o tom da reunião e assegurar a bênção.

Devemos recordar também que, ao assistir a uma reunião, não o fazemos só por nossa comodidade, proveito e bênção, mas sim devemos pensar na glória do Senhor. Devemos procurar ser conduzidos por sua bendita vontade e no possível tratar de promover o bem de outros. Nenhum destes fins —estejamos seguros disso— pode se obter se a propósito nos ausentarmos do “lugar onde está acostumado a fazê-la oração”.

Falamos —e o repetimos com ênfase— de nosso afastamento voluntário e a propósito, sob o pretexto de que não achamos nenhum proveito pelo que acontece a reunião. É certo que há muitas coisas que às vezes impedem que estejamos presentes: enfermidade, deveres de família, reclamações legítimas de nosso tempo se estivermos em relação de dependência trabalhista. Todas estas coisas têm que se ter em conta. Mas, por regra geral, é um fato que o que se ausenta da reunião de oração deliberadamente, está em mal estado espiritual. A alma que está em um bom estado, uma alma saudável, feliz, fervente e diligente, estará com toda segurança na reunião.

Tudo o que nos precede conduz naturalmente a outra destas condições morais da oração, que nos ocuparam até aqui. Leiamos Lucas 18:1-8. “Disse-lhes Jesus uma parábola sobre o dever de orar sempre e nunca esmorecer: 2 Havia em certa cidade um juiz que não temia a Deus, nem respeitava homem algum.
3 Havia também, naquela mesma cidade, uma viúva que vinha ter com ele, dizendo: Julga a minha causa contra o meu adversário. 4 Ele, por algum tempo, não a quis atender; mas, depois, disse consigo: Bem que eu não temo a Deus, nem respeito a homem algum; 5 todavia, como esta viúva me importuna, julgarei a sua causa, para não suceder que, por fim, venha a molestar-me. 6 Então, disse o Senhor: Considerai no que diz este juiz iníquo. 7 Não fará Deus justiça aos seus escolhidos, que a ele clamam dia e noite, embora pareça demorado em defendê-los? 8 Digo-vos que, depressa, lhes fará justiça.”

Aqui nossa atenção se dirige para a importante condição moral da perseverança. Os homens deveriam sentir “a necessidade de orar sempre, e não esmorecer”. Isto está muito relacionado com a necessidade de orar de forma específica e insistente. Queremos algo e não podemos viver sem isso. Esperemos em Deus com insistência, unidos, acreditando e perseverando, até que, em sua graça, ele nos dê a resposta, como certamente o fará se a base e as condições morais se mantêm apropriadamente.

Mas devemos perseverar! Não devemos esmorecer e nos dar por vencidos se a resposta não vem tão rápido como esperávamos. Pode ser que a Deus agrade exercitar nossas almas ao nos manter esperando nele por dias, meses ou talvez anos. Tal exercício é bom. É moralmente saudável. Tende a nos fazer mais genuínos. Faz-nos descer até a raiz das coisas. Olhemos, por exemplo, a Daniel. Permaneceu durante “três semanas” em aflição, sem comer, esperando em Deus, em um profundo exercício de alma: “Naqueles dias eu Daniel estive aflito por espaço de três semanas. Não comi manjar desejável, nem entrou em minha boca carne nem vinho, nem me ungi com ungüento, até que se cumpriram as três semanas” (Daniel 10:2-3).

Tudo isto era para o bem de Daniel. Recolheu uma profunda bênção nos exercícios espirituais através dos quais este fiel servo de Deus foi chamado a passar durante essas três semanas. E, o que é particularmente digno de notar, é o fato de que a resposta a seu clamor já tinha sido enviada do trono de Deus desde o começo mesmo de seu exercício, como o lemos no V. 12: “Então me disse: Daniel, não temas; porque do primeiro dia que dispôs seu coração a entender e a te humilhar na presença de seu Deus, foram ouvidas suas palavras; e por causa de suas palavras eu vim. Mas” —quão maravilhoso é este mistério!— “o príncipe do reino da Pérsia me opôs durante vinte e um dias; mas eis aqui Miguel, um dos principais príncipes, veio para me ajudar, e fiquei ali com os reis da Pérsia. vim para te fazer saber o que tem que vir a seu povo nos últimos dias” (Daniel 10:12-14).

Daniel estava aflito, castigando-se a si mesmo e esperando em Deus. O mensageiro angélico já vinha de caminho com a resposta. Deus permitiu ao inimigo que estorvasse, mas Daniel continuou esperando. Seguiu orando sem deprimir e a resposta chegou ao seu devido tempo.
Acaso não há aqui uma lição para nós? É possível que nós também tenhamos que esperar comprido tempo na Santa atitude e com espírito de oração; mas nos daremos conta de que este tempo de espera é de muito proveito para nossas almas. Muitas vezes nosso Deus, em sua sabedoria e fidelidade em seu trato conosco, considera que é melhor reter a resposta simplesmente para provar a realidade de nossas orações. O grande ponto para nós é que tenhamos um objetivo em nossos corações que o Espírito Santo tenha posto, um propósito em relação ao qual possamos pôr o dedo da fé sobre alguma promessa específica da Palavra, e logo, perseverar na oração até receber o que necessitamos. “Orando em todo tempo com toda oração e súplica no Espírito, e velando nisso com toda perseverança e súplica por todos os Santos” (Efésios 6:18).

Tudo isto demanda de nossa parte a mais séria consideração. Temos uma lamentável falta de perseverança, da mesma forma que nos falta ser específicos e insistentes; e isso faz que nossas orações sejam débeis e nossos serviços de oração frios. Não nos reunimos com um propósito definido e, portanto, não somos insistentes nem perseveramos. Em resumo, nossas reuniões de oração, freqüentemente só são uma aborrecida rotina, um serviço frio e mecânico, uma sucessão de hinos e orações sem unção nem poder, que faz que nosso espírito se queixe baixo a pesada carga de um mero exercício corporal sem nenhum proveito.

Falamos abertamente e com força, porque o sentimos vivamente. Deve nos permitir falar sem reserva. Suplicamos a toda a Igreja de Deus, em todo lugar, que enfrente com sinceridade esta questão, olhando a Deus e julgando-se a si mesmo a respeito. Sentimos a falta de poder em nossas reuniões públicas? Por que há tempos estéreis ante a Mesa do Senhor? Por que o aborrecimento e a debilidade na celebração desta preciosa festa que deveria sacudir as partes mais profundas de nosso ser renovado? Por que há falta de unção, de poder e de edificação em nossas pregações? Por que as néscias especulações e as vãs questões suscitadas e respondidas tantas vezes durante estes últimos quarenta anos? Por que todas estas misérias de que falamos, e sobre as quais tanto se lamentaram por toda parte aqueles que são verdadeiramente espirituais? Por que a esterilidade de nosso serviço na evangelização? Por que tão pouca ação da Palavra em nossas almas? Por que tão pouco eficaz o poder que congrega?

Amados irmãos no Senhor, despertemos e consideremos seriamente este importante tema. Não nos contentemos com a presente situação. Fazemos uma chamada a todos os que reconhecem a verdade do que temos exposto nestas páginas sobre a oração e as reuniões de oração, para que se unam de comum acordo, com ferventes orações e súplicas. Procuremos nos reunir segundo Deus, vamos a ele como um só homem, nos prostremos ante o trono da graça e esperemos em Deus com perseverança para que dê um avivamento a sua obra, para o progresso do Evangelho e para a reunião e a edificação de seu amado povo.

Que nossas reuniões sejam verdadeiras reuniões de oração, e não a ocasião de indicar nossos cânticos favoritos e de entoar as estrofes que nos fascinam. A reunião de oração devesse ser o lugar para expressar as necessidades e onde se espera a bênção; o lugar onde a gente expõe sua debilidade e onde se espera a força; o lugar onde os filhos de Deus se reúnem de comum acordo para agarrar do mesmo trono de Deus, para penetrar no tesouro próprio do céu, e tirar dali tudo o que necessitamos para nós mesmos, para nossas casas e para a vinha de Cristo.

Tal devesse ser uma reunião de oração, se somos ensinados pelas Escrituras. Que isto possa ser uma realidade mais plena em todos os lados! Que o Espírito Santo desperte a todos e nos faça sentir poderosamente o valor, a importância e a necessidade urgente da unanimidade, da confiança da fé, de ser específicos, de insistir e perseverar em todas nossas orações e reuniões de oração!



NOTAS

1 É interessante ver “a Maria a mãe de Jesus” mencionada aqui como estando presente na reunião de oração. O que teria pensado ela se alguém lhe houvesse dito que, mais tarde, milhões de cristãos professos dirigiriam suas orações a ela?

Irmãos em Cristo Jesus.

Irmãos em Cristo Jesus.
Mt 5:14 "Vós sois a luz do mundo"