sexta-feira, 27 de junho de 2008

DOIS ASPECTOS DA VIDA ETERNA- Luiz Fontes




DOIS ASPECTOS DA VIDA ETERNA


Salvação Jurídica e Salvação Orgânica


No primeiro aspecto estudaremos sobre a vida entrando em nós. Este ponto enfoca a justificação, a regeneração; aqui temos o primeiro passo da salvação, a qual podemos chamá-la de salvação jurídica, que é o livramento do inferno. Mas ainda precisamos desenvolver nossa caminhada nesta salvação, porque o segundo passo é a salvação orgânica. Uma coisa é a vida entrando em nós, e a outra, somos nós entrando na vida.
Vamos ler o capítulo 10 de Lucas, desde o versículo 25 até versículo 37:
v.25: “E eis que certo homem, intérprete da Lei, se levantou com o intuito de pôr JESUS à prova e disse-lhe: Mestre, que farei para herdar a vida eterna?
v.26: “Então, JESUS lhe perguntou: Que está escrito na Lei? Como interpretas?”.
v.27: “A isto ele respondeu: Amarás o SENHOR teu DEUS de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento; e: Amarás o teu próximo como a ti mesmo”.
v.28: “Então, JESUS lhe disse: Respondeste corretamente; faze isto e viverás.
v.29: “ Ele, porém, querendo justificar-se, perguntou a JESUS: Quem é o meu próximo?”.
v.30: “JESUS prosseguiu, dizendo: Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e veio a cair em mãos de salteadores, os quais, depois de tudo lhe roubarem e lhe causarem muitos ferimentos, retiraram-se, deixando-o semimorto”.
v.31: “Casualmente, descia um sacerdote por aquele mesmo caminho e, vendo-o, passou de largo”.
v.32: “Semelhantemente, um levita descia por aquele lugar e, vendo-o, também passou de largo”.
v.33: “Certo samaritano, que seguia o seu caminho, passou-lhe perto e, vendo-o, compadeceu-se dele”.
v.34: “E, chegando-se, pensou-lhe os ferimentos, aplicando-lhes óleo e vinho; e, colocando-o sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e tratou dele”.
v.35: “No dia seguinte, tirou dois denários e os entregou ao hospedeiro, dizendo: Cuida deste homem, e, se alguma coisa gastares a mais, eu to indenizarei quando voltar”.
v.36: “Qual destes três te parece ter sido o próximo do homem que caiu nas mãos dos salteadores?”.
v.37: “Respondeu-lhe o intérprete da Lei: O que usou de misericórdia para com ele. Então, lhe disse: Vai e procede tu de igual modo”.

É importante considerar que o contexto desta história é o retorno dos setenta. No versículo 21, diz que o SENHOR JESUS exultou no ESPÍRITO SANTO e dando graças ao Pai disse: “Graças te dou, ó Pai, SENHOR do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado. Tudo me foi entregue por meu Pai. Ninguém sabe quem é o Filho, senão o Pai; e também ninguém sabe quem é o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar. E, voltando-se para os seus discípulos, disse-lhes particularmente: Bem-aventurados os olhos que vêem as coisas que vós vedes. Pois eu vos afirmo que muitos profetas e reis quiseram ver o que vedes e não viram; e ouvir o que ouvis e não o ouviram” – (Lc 10.21-24).
Aqui nós podemos notar a diferença entre aqueles que o SENHOR JESUS chama de pequeninos – no grego é nepios, uma criancinha imatura e inexperiente, que possui uma fé simples, e desse intérprete da lei – nomikos, um mestre da lei mosaica, cuja fé argumenta. O assunto aqui é como podemos herdar a vida eterna. Na Bíblia, o assunto da vida eterna está dividido em distintos planos.
Vamos analisar esse encontro do SENHOR JESUS com este mestre da Lei: Ele tem como propósito colocar o SENHOR JESUS à prova. Sua fé não era simples; com todo conhecimento, ele não tinha certeza da vida eterna. O SENHOR responde a ele fazendo uma pergunta: “Que está escrito na Lei? Como interpretas?”. E ele conhecendo os artigos da lei, diz: “Amarás o SENHOR teu DEUS de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento; e: Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. O SENHOR JESUS disse: “faze isto e viverás”. Esse intérprete da Lei querendo justificar-se, pergunta novamente: “E quem é o meu próximo?” A esta nova pergunta o SENHOR conta-lhe a parábola do Bom Samaritano.
Nesta parábola o SENHOR JESUS nos ensina que Ele é o Bom Samaritano, e nós, assim como aquele intérprete da lei, somos aquele moribundo caído, que fomos roubados, saqueados. A Bíblia diz que o diabo veio matar, roubar e destruir – (Jo 10.11). O homem de si e por si, jamais consegue amar “o SENHOR... de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todas as suas forças e de todo o seu entendimento; e o teu próximo como a si mesmo”.
A essência do ensino do SENHOR JESUS é que a vida eterna não é alcançada pelo conhecimento ou por qualquer coisa que o homem faça, e sim, pela fé simples, que a recebe como dom de DEUS. A Salvação do homem é um dom de DEUS. É importante considerarmos que aqui a vida eterna nos é apresentada no primeiro nível.
Escrito por Luiz Fontes às 17h51[ (0) Comente ] [ envie esta mensagem ] [ ]

if (mensagemaberta) separamensagem();
mensagemaberta = true;

Para dar seqüência ao nosso estudo, vamos ler capítulo 18 de Lucas, versículos 18 a 27:
v.18: “E perguntou-lhe um certo príncipe, dizendo: Bom Mestre, que hei de fazer para herdar a vida eterna?”.
v.19: “JESUS lhe disse: Por que me chamas bom? Ninguém há bom, senão um, que é DEUS”.
v.20: “Sabes os mandamentos: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não dirás falso testemunho, honra a teu pai e a tua mãe”.
v.21: “ E disse ele: Todas essas coisas tenho observado desde a minha mocidade”.
v.22: “E, quando JESUS ouviu isso, disse-lhe: Ainda te falta uma coisa: vende tudo quanto tens, reparte-o pelos pobres e terás um tesouro no céu; depois, vem e segue-me”.
v.23: “Mas, ouvindo ele isso, ficou muito triste, porque era muito rico”.
v.24: “E, vendo JESUS que ele ficara muito triste, disse: Quão dificilmente entrarão no Reino de DEUS os que têm riquezas!”.
v.25: “ Porque é mais fácil entrar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no Reino de DEUS”.
v.26: “E os que ouviram isso disseram: Logo, quem pode salvar-se?”.
v.27: “Mas ele respondeu: As coisas que são impossíveis aos homens são possíveis a DEUS”.

Agora, nestes textos vemos um jovem que pensava que estava cumprindo a lei desde a sua juventude. Vemos algo parecido com o intérprete da lei, que embora fosse cumpridor da lei, não tinha certeza da herança da vida eterna. Mas note que aqui o SENHOR JESUS vai tratar da vida eterna no que concerne ao reino. Como podemos ter certeza disto? É simples, devemos considerar o contexto; vejamos: A partir do versículo 15 você pode notar que trouxeram algumas crianças para que o SENHOR as abençoasse, e Ele disse: “Deixai vir a mim os pequeninos e não os impeçais, porque dos tais é o Reino de DEUS”. No versículo 17 Ele prossegue dizendo: “qualquer que não receber o Reino de DEUS como uma criança não entrará nele”. Então, quando este jovem questiona o SENHOR JESUS, dizendo: “que hei de fazer para herdar a vida eterna?”, ele está interrogando sobre o assunto da vida eterna no parâmetro do reino, e não da salvação.
Há um texto em 1 Timóteo 6.12, onde Paulo exorta a Timóteo quanto à vida eterna. Vejamos: “Milita a boa milícia da fé, toma posse da vida eterna, para a qual também foste chamado, tendo já feito boa confissão diante de muitas testemunhas”. Timóteo já tinha a vida eterna, ele já havia recebido ao SENHOR. O apóstolo João escreve em sua primeira epístola: “Estas coisas vos escrevi, para que saibais que tendes a vida eterna ...” - (1 Jo 5.13). Se ele já tinha a vida eterna pela justificação através da fé, ele já era uma pessoa regenerada; então como é que Paulo diz: “toma posse da vida eterna?”. O que Paulo está exortando a Timóteo é que ele entre na vida eterna, isto é, que venhamos desfrutar desta vida para que frutifiquemos para a glória de DEUS.

¿Qué es “el mundo” y qué son “las cosas que están en el mundo”? W. Kelly


¿Qué es “el mundo”
y qué son “las cosas que están en el mundo”?

Meditaciones sobre 1.ª Juan 2:14-17



“Os he escrito a vosotros, jóvenes, porque sois fuertes, y la palabra de Dios permanece en vosotros, y habéis vencido al maligno. No améis al mundo, ni las cosas que están en el mundo. Si alguno ama al mundo, el amor del Padre no está en él. Porque todo lo que hay en el mundo, los deseos de la carne, los deseos de los ojos, y la vanagloria de la vida, no proviene del Padre, sino del mundo. Y el mundo pasa, y sus deseos; pero el que hace la voluntad de Dios permanece para siempre” (1.ª Juan 2:14-17)

“EL MUNDO”

El secreto de estos “jóvenes” radicaba en su “fuerza”, que no era la energía natural, la cual nada tiene que ver con la gracia, sino que estaban caracterizados por el vigor y el poder espiritual. Y lo que mantenía y controlaba esta fuerza era la Palabra de Dios que permanecía en ellos.
Ahora bien, estos mismos jóvenes son exhortados a no amar al mundo: “No améis al mundo.” ¿Por qué esta advertencia se dirige particularmente a ellos? No se dice lo mismo acerca de los “padres” ni de los “hijitos”. Más adelante se dirá mucho más respecto de los “hijitos”, pero a los “padres” no se les dice nada más aparte de repetírseles lo que ya se les dijo al principio. El carácter particular de estos últimos es como el de María cuando “se sentaba a los pies del Señor, y oía su Palabra” (Lucas 10:39). ¿No era esto estar lleno de Cristo? La Palabra de Cristo moraba en abundancia en ellos en toda sabiduría y entendimiento espiritual (Colosenses 3:16). Y no sólo eso, pues Cristo mismo, tal como era aquí manifestado, estaba habitualmente ante ellos como el objeto primario de gozo y de comunión con el Padre.
Pero estos jóvenes fuertes, reciben una advertencia: “No améis al mundo.” Puede parecer extraño que el apóstol Juan haya tenido que hacer esta advertencia a personas de semejante fuerza espiritual. Pero esta misma fuerza, por muy espiritual que fuere, crea un peligro.
Habían salido con un vigoroso deseo de esparcir la verdad y de dar testimonio de Cristo, sin temor, por la Palabra que permanecía en ellos, y por el poder del Espíritu Santo que obraba a través de ellos. Ahora bien, las mismas victorias obtenidas demuestran la existencia de un peligro, y los negocios con los hombres exponen al creyente a amar al mundo antes de saber hasta donde llegará su influencia sobre nosotros. Pues no debemos suponer que el amor al mundo es solamente una inclinación por las apariencias o el placer, la música o el teatro, la caza, las carreras de caballos, el juego o tal vez cosas peores.
El mundo es una trampa, mucho más sutil que la carne. Por ceder a los deseos de la carne, un hombre se desprecia a sí mismo, y otros que están intensamente dedicados al mundo, pueden sentir la vergüenza de esos caminos. Pero los «deseos mundanos» son otra cosa; se presentan como algo eminentemente respetable, pues ¿no es acaso lo que hace todo el mundo de cierto rango social?. Es apetecer aquello que agrada a la sociedad; desear lo que aquellos que son considerados luz, guías y personas carismáticas, piensan que es lo conveniente para los hombres y para las mujeres.
Este agradable atractivo ejerce una poderosa influencia, especialmente en los jóvenes, y en los jóvenes fuertes que conocen al Señor y que tienen el sincero deseo de hacer conocer la verdad. Por el hecho de haber recibido esas buenas nuevas para proclamar, ellos piensan que pueden ir a cualquier parte, pero adondequiera que vayan con este entusiasmo, el riesgo se hace presente. Conocen al menos a un Salvador desconocido por el mundo; y ¿adónde no podrían ir? En este celo, ellos son particularmente advertidos en cuanto al mundo.
Pero Dios no había hecho al mundo en ese sentido. ¿Qué es, pues, “el mundo”?. “El mundo”, en el sentido moral, es lo que el diablo elaboró después de la caída del hombre. El “mundo” comienza con Caín y su descendencia. ¿Qué vemos en Caín? Condenado a ser errante y fugitivo en la tierra, luchó para borrar esta sentencia, y construyó una ciudad; no contentos con vivir el uno por un lado y el otro por otro, él y sus descendientes sintieron la necesidad de unirse. «La unión hace la fuerza», dicen los hombres. Por otra parte, un hombre hábil maneja fácil y rápidamente las cosas para llegar hasta lo más alto; y muchos albergan la esperanza de subir estos escalones para llegar también algún día, de la manera que fuere o a cualquier costo. Dios y el pecado son rápidamente olvidados en estos esfuerzos.
Así también, Caín construyó una ciudad y la llamó conforme al nombre de su hijo. Se manifestaron el orgullo y la búsqueda de la satisfacción personal, como así también el deseo de agradar a los demás, sin tener ningún pensamiento respecto de Dios. De esta familia nacieron las grandes invenciones (Génesis 4). Un hombre de un espíritu que no se halló en Abel, y ni siquiera en Set, quien es sustituido por Abel, pero que se manifestó abundantemente en Caín y su progenie.
Aquí comenzó la poesía de la sociedad, cuando Lamec escribió de forma agradable para sus mujeres; pues fue él mismo quien introdujo la poligamia, y justificó el homicidio en caso de defensa propia, lo que podríamos llamar un poema dedicado a los objetos de sus propios afectos. No era Dios sino sus mujeres lo que ocupaban sus pensamientos en relación con los acontecimientos que más bien debían de haberlo afligido. Lamec no sólo hizo una apología de la historia de Caín, sino que halló en ella un pretexto para justificar su propio caso. Allí encontramos también el origen de la orgullosa vida de los nómades, y de los más civilizados deleites de los instrumentos de viento y de cuerda. De modo que, desde temprano, “el mundo” ya estaba en plena actividad. ¿No es éste el carácter “del mundo”? Sin duda que muchas cosas convenientes que se hallan en el mundo pueden ser utilizadas por un cristiano. Pero esta sola mancha negra tiñe “al mundo”: la ausencia de un Cristo que, despreciado por el mundo, es tanto más amado por los suyos. Cíteme una sola cosa del mundo sobre la cual Cristo ponga su sello de aprobación. ¿Dónde se encuentra todo lo que Cristo apreciaba? ¿Dónde está aquello en lo que Él vivía y lo que Él amaba?
Todo lo que está fuera de Cristo es capaz de ser un objeto para el corazón del hombre caído; y eso es el mundo. Algunos emprenden el estudio de Ciencias, otros prefieren Literatura; otros se sienten inclinados por la política. Desgraciadamente, ¡hasta es posible dedicarse a religión, a la obra y a la adoración del Señor, en un espíritu mundano, y de una manera egoísta, buscando o bien algún provecho para sí o fama con ello! y ¡de cuántas maneras los hombres buscan popularidad con estas cosas! Esto también es “el mundo”. El nombre del Señor tomado aparte de Su voluntad y de Su gloria no es ninguna salvaguardia. Algunos autores lo emplearon de esta manera: escribieron sobre asuntos relacionados con las Escrituras, pero ¿qué ganaron con ello? ya que aún permanecieron completamente sin Dios, y a menudo como enemigos declarados de Cristo.

Por lo tanto, el mundo se volvería un serio peligro para los espiritualmente jóvenes —por más fuertes que pudiesen ser—, si no mantuviesen un sentimiento siempre creciente de su relación con el Padre; pues hasta los “hijitos” tenían este conocimiento, los cuales se caracterizaban por el sentido de esa bendita relación, y se gozaban en ella. Ellos, como todos, tenían la seguridad del perdón. Si bien eran “hijitos”, añadían a este gozo el conocimiento del Padre, lo cual es un precioso privilegio. Pero vemos también que hay muchos cristianos que son avanzados en pensamiento, o que se consideran así, pero que, sin embargo, no se atreven a tomar ese camino. Pues éstos no tienen una seguridad total; y la mayoría de ellos invocan a Dios, pero no como “Padre” en el más pleno sentido, sino como “el Todopoderoso”, como “Jehová”, como “el Dios de Abraham…”, etc., como si fueran judíos. Todos deberíamos ver que ése es el estado de la Cristiandad hoy en día, especialmente de aquellos que se jactan en la antigüedad de la religión y en los grandes números dentro de ella. La Cristiandad tiene un carácter judaico. Pero Cristo, en el Cristianismo, lo saca a uno fuera de todo aquello que es terrenal, tanto de lo judaico como de lo gentil, y estampa Su nombre en él desde el principio de su nueva vida y a lo largo de toda su marcha peregrina. Como Él mismo dijo de aquellos que el Padre le dio: “No son del mundo, como tampoco yo soy del mundo” (Juan 17:16). Los que espiritualmente eran jóvenes fuertes son los que particularmente debían guardarse del “mundo”, porque, en su celo, éste podía convertirse en un objeto de valor a sus ojos. Podrían decir que su deseo era sólo el de ganar el mundo para Cristo, que su objetivo era hacer que el mundo conociese a Cristo y su Evangelio.
Sin embargo, es necesario que seamos dependientes de Él y guiados por su Espíritu para saber cuándo, adónde y cómo ir. No basta que nuestro propósito y nuestras metas sean buenos. El peligro principal del cual debemos cuidarnos es la manera de hacer las cosas. Siempre podemos fallar en “cómo” lo hacemos. El fin puede ser bueno, pero los medios deben estar también de acuerdo con la voluntad y con la Palabra de Dios. ¿Quién puede guiarnos y guardarnos en los medios que debemos adoptar? Únicamente Aquel a quien pertenecemos, quien obra en nosotros por su Palabra y su Espíritu.

“LAS COSAS QUE ESTÁN EN EL MUNDO”

Ahora bien, vemos que los “jóvenes” son advertidos no sólo de un modo general, sino que se les hace a continuación otra advertencia particular: se les exhorta a no amar “las cosas que están en el mundo”. Esto puede ser aún más insidioso y sutil que el mundo mismo. Tómese por ejemplo la religión del mundo, de las multitudes, de los grandes, de los nobles, de los sabios, de los eruditos. ¿Qué hombre natural se libra de caer en esta trampa, a menos que sea totalmente profano? Hasta el propio Caín tenía su adoración y su mundo en medio de las tinieblas y a la distancia de Dios. ¿Y no es ésta una muy seductora trampa para muchos creyentes, y una fuerte invitación a que pongan su “fuerza” en ello? Porque muchos cristianos dirían: «Yo no oso amar al mundo; pero aquí se me ofrece una apetecible oportunidad por medio de la cual se me permite hacer muchas más y mejores cosas que en cualquier otra parte, y hasta se me permite hablar, sin importar cuáles puedan ser las circunstancias o las asociaciones.» Pero esto implica compromiso de la verdad. Es, pues, una de las tantas cosas que “están en el mundo”, y que no debemos amar. Lo digo de nuevo: ¿qué puede ser más común que el error de tener un objeto particular que nos atrae, un «hobby» u ocupación predilecta, de la naturaleza que fuere, que no tiene ninguna vinculación auténtica con Cristo? Todas estas cosas se convierten en ídolos, porque, junto con nuestros conocidos deberes y relaciones, es Cristo quien tiene el derecho al amor supremo. Cristo es el objeto que nuestro Padre pone delante de nosotros, y, si nuestro ojo es sencillo respecto de Él, podemos estar seguros de que todo nuestro cuerpo estará lleno de luz (Mateo 6:22-23). Es imposible que un alma sea fiel a Cristo si tiene sus ojos puestos en Cristo y hace de Cristo el objeto de su trabajo y de su camino diario, pero toma aquello que Él no aprueba. Es menester que la Palabra de Dios permanezca en el creyente. Si uno se contenta sólo con emprender lo que le agrada a Cristo, Él seguramente le ayudará. Pero la enceguecedora influencia del mundo no falta, y el celo en el servicio puede transformarse en presunción y dar lugar al predominio de la propia voluntad.
Todo verdadero celo nos expone al peligro, y por eso se les formula la advertencia: “No améis al mundo, ni las cosas que están en el mundo”, seguida por esta otra muy solemne: “Si alguno ama al mundo, el amor del Padre no está en él.” Juan a menudo presenta una cosa según su principio absoluto, sin hacer notar ninguna circunstancia que pueda alterarla. Cuando establece: “Si alguno ama al mundo”, no introduce ningún paliativo. Deja el principio intacto. Y si tus principios y tu camino práctico consisten en amar al mundo, el amor al Padre difícilmente pueda ser una realidad en ti. Pero cuando consideramos a los cristianos en su marcha práctica, vemos a menudo una triste mezcla. Los motivos que operan pueden ser buenos y malos, pero en esta Epístola no se nos presenta ese cuadro. Otras partes de la Palabra de Dios pueden encarar estos aspectos; pero la misión específica que aquí se halla asignada es la de presentar el principio correcto de una manera absoluta, así como también el principio erróneo. Por eso se establece que si uno ama al mundo, el amor del Padre no está en él. Esto es sano y verdadero, por cuanto supone uno u otro principio llevado a cabo.
El apóstol a continuación trata las diferencias particulares de los deseos respecto del mundo: “Porque todo lo que hay en el mundo, los deseos de la carne” (la actividad propia del hombre interior) “los deseos de los ojos” (lo que me atrae fuera de mí), junto con la tercera trampa: “ y la vanagloria [el orgullo, la jactancia] de la vida”. Lo cual puede ser tratar de mantener una posición social en el mundo, costumbres y sentimientos que pertenecen al mundo. Tómese, por ejemplo, a un hombre de la nobleza, a un caballero, o a alguien de un rango social mucho mayor que le agradara ser así. Cuando se aman estas cosas, ¿dónde está Cristo? ¿Es posible asumir que Cristo apruebe en sus discípulos el rango natural que uno haya podido adquirir de la manera que fuera? ¿Qué quiso decir el Señor cuando afirmó: “No son del mundo, como tampoco yo soy del mundo” (Juan 17:14)? ¿Es el mundo aquello que el cristiano ha de conservar como una ofrenda agradable a Cristo?
Muchos cristianos mantienen así su dignidad, y la ofrecen, como dicen, a Cristo, ¡como si Él fuese a valorarla! ¿Es esto lo que el Señor expresó en las palabras que acabamos de leer, o es acaso la manera en que se condujeron los apóstoles u otros fieles creyentes? Para un corazón sencillo, purificado por la fe, ¿qué es lo que más cala hondo en su vida práctica que la separación del Señor Jesucristo respecto del mundo para el Padre? Y que en muchos cristianos se vea justamente lo contrario, es un hecho demasiado consabido; y esto ha significado siempre un profundo dolor y una pesada carga para aquellos que sienten profunda reverencia por el Nombre y la Palabra del Señor. “La vanagloria de la vida”, en un cristiano, es algo que lo vuelve insensible hacia los demás, y algo aborrecible para el Padre. ¿Qué buscó Cristo? No buscó vanagloria para sí, sino pecadores culpables de toda clase. Él buscó hombres de posición social tanto baja como alta, los cuales eran todos igualmente culpables de sus pecados e insensateces, de su orgullo y de su vanidad, y de tantas cosas vanas que rigen el corazón del hombre. Tampoco Cristo nos conoció sobre la base de estas miserias, sino con el fin de arrancar de raíz toda nuestra vanidad, poniendo sobre ella la sentencia de muerte. ¿Acaso fue alguna de estas «cosas del mundo» pasada por alto en la cruz? Por eso Juan, Su siervo, afirma aquí que ninguna de estas cosas en particular, y menos todas en su conjunto, son del Padre, sino que pertenecen al mundo que le aborreció a Él y a su Hijo. ¿Qué placer puede tener el Padre en cualesquiera de las cosas en las que tanto piensan los hombres, y a las que tan tenazmente se aferran, ya sea por envidia de los demás o procurándolas para sí mismos? En pocas palabras: la vanagloria o el orgullo de la vida, no proviene del Padre, sino ─de lo que es aún peor─, proviene de Su enemigo mismo: el mundo.

Pues, ¿qué es el mundo? El mundo es el sistema que Satanás implantó en medio del hombre caído con el fin de borrar la memoria de un paraíso perdido. Y desde entonces ha ido creciendo, embelleciéndose y progresando, a pesar de la terrible catástrofe del diluvio, hasta que se alzó en rebelión contra el Hijo de Dios y lo crucificó. Esto es lo que hizo finalmente el mundo, con sus artes y letras, con su religión y su filosofía. El mundo de entonces estaba conformado por judíos y gentiles. Ambos amaban al mundo, y ambos se unieron para rechazar con la mayor ignominia al “Señor de la gloria”. ¿Puede ser entonces el mundo un objeto de amor para el cristiano? ¿Puede serlo acaso alguna cosa que sea parte integrante de este mundo? ¿Puede serlo acaso alguna cosa de la cual el mundo se jacte y en la cual se complazca? ¿No sería esto traición contra el Padre y el Hijo?

Pero aquí se insiste en otra característica más que tiene el mundo. El mundo es evanescente, y tiene la sentencia de muerte que Dios puso sobre él. Ha de pasar por completo. El mundo pasa y sus deseos, pues ¿quién podrá conservarlo? No importa si se trata de ricos, de posición social elevada, de placeres, de poder o de cualquier otra cosa que le pertenezca; el asunto es que se reduce a nada (y su orgullo a veces, incluso en la época presente, puede aparecer en un asilo de pobres). No obstante eso, los hombres son devorados por el deseo de ser algo más grande que lo que son, de modo que bajo la superficie yace una infelicidad que el placer no puede desvanecer.

“Y el mundo pasa, y sus deseos; pero el que hace la voluntad de Dios permanece para siempre” (v. 17). No sólo la Palabra permanece para siempre, sino el que hace la voluntad de Dios. Esto es de mucho mayor importancia que cualquier doctrina deducida por los hombres, que cualquier artículo de fe, como se lo llama. Es sin duda necesario oponerse a lo que es falso y al mal, y nosotros tenemos la obligación de someternos a la Palabra de Dios revelada y a su voluntad. Pero el error se desliza con facilidad en las doctrinas que formulan los mejores hombres, a favor de las cuales muchos hombres contienden, mientras que otros se oponen. Pero aquí se nos dice que el que hace la voluntad de Dios permanece para siempre. Y esto nadie es capaz de hacerlo sin aferrarse a Cristo y sin amar al Padre. Seguramente “el Hijo permanece para siempre”. El cristiano puede dormir, pero él permanece para siempre. El Señor viene para despertarlo del sueño de la muerte, o para transformarlo ―si entonces sobrevive― conforme a Su gloriosa semejanza, la que se manifestará entonces y para siempre. Pero el cristiano es llamado a reconocer esto como una realidad presente, y para actuar conforme a esta verdad cada día, a fin de no ser arrastrado hacia los contaminantes caminos del mundo, que son considerados muy placenteros, pero que, cada uno de ellos y todos en general, están, por el contrario, cubiertos y llenos de mal y de impiedad.

W. Kelly, An Exposition of The Epistles of John The Apostle, pag. 136-143

“LA VERDADERA GRACIA DE DIOS, EN LA CUAL ESTÁIS”- J. N. Darby

“LA VERDADERA GRACIA DE DIOS, EN LA CUAL ESTÁIS”

(1.ª Pedro 5:12)


Dios se nos ha dado a conocer como “el Dios de toda gracia” (1.ª Pedro 5:10), y la posición en la cual hemos sido colocados es la de haber “gustado que el Señor es benigno” (1.ª Pedro 2:3), es decir, lleno de gracia. A menudo, cuán difícil nos resulta creer que el Señor es benigno. El sentimiento de nuestros corazones naturales es: Sé que “eres hombre severo” (Lucas 19:21); en todos nosotros hay naturalmente una absoluta incomprensión de la gracia de Dios.

Algunos piensan que la gracia implica que Dios pasa por alto el pecado, pero ello no es así; la gracia supone que el pecado es una cosa tan abominable que Dios no lo puede tolerar; si estuviera al alcance del hombre, después de haber hecho mal, rectificar sus actos y corregir su propia naturaleza a fin de poder estar ante Dios, no habría ninguna necesidad de la gracia. El mero hecho de que el Señor obre por gracia demuestra que el pecado es algo tan espantoso que, siendo el hombre pecador, su estado es enteramente ruinoso y sin esperanza, y que nada sino solamente la soberana gracia puede responder a su necesidad.

Debemos aprender lo que Dios es para nosotros, no por medio de nuestros propios pensamientos, sino por medio de la revelación que él nos ha dado acerca de sí mismo, es decir, “el Dios de toda gracia”. En cuanto comprendo que soy un hombre pecador y que el Señor vino a mí porque conocía plenamente la vastedad y el horror de mi pecado, comprendo también lo que es la gracia. La fe me hace ver que Dios es mayor que mi pecado y no que mi pecado es mayor que Dios. El Señor al que he conocido como Aquel que entregó su vida por mí es el mismo Señor con el cual tengo que ver cada día de mi vida, y toda su forma de obrar para conmigo descansa sobre los mismos principios de gracia. El gran secreto para crecer es considerar al Señor como Dios de gracia. Qué precioso y alentador es el hecho de saber que en todo momento Jesús experimenta por mí y ejerce para conmigo el mismo amor que cuando murió en la cruz por mí.

Ésta es una verdad que deberíamos tener presente en las circunstancias más corrientes de la vida. Supongamos, por ejemplo, que tengo un defecto que me parece difícil de corregir; si me dirijo a Jesús como a mi Amigo, él me proporciona el poder del cual tengo necesidad para hacerlo. La fe debería estar siempre en ejercicio contra las tentaciones, y no solamente mis propios esfuerzos, los que nunca serán suficientes. La fuente del verdadero poder es el sentimiento de que el Señor está lleno de gracia. El hombre natural nunca quiere reconocer a Cristo como la única fuente de fuerza y de toda bendición. Si mi comunión con el Señor se ve interrumpida, mi corazón natural siempre dirá: «Debo corregir la causa de este estado antes de que yo pueda allegarme a Cristo.» Pero Él está lleno de gracia; y sabiendo esto, lo único que tenemos que hacer es volver a él enseguida, tal como estamos, y luego humillarnos profundamente ante él. Solamente en él hallaremos y de él recibiremos lo que puede restaurar nuestras almas. La humildad en su presencia es la única verdadera humildad. Si en su presencia reconocemos ser exactamente lo que somos, descubriremos que él manifiesta para con nosotros nada más que la gracia.

Es Jesús quien da a nuestras almas descanso perdurable, y no nuestra opinión personal acerca de nosotros mismos. La fe nunca considera como fundamento del descanso lo que hace en nosotros; ella recibe, ama y teme la revelación de Dios y los pensamientos de Dios en cuanto a Jesús, en el cual está Su descanso. Si Jesús es precioso para nuestras almas, si nuestros ojos y nuestros corazones están pendientes de él, la vanidad y el pecado que nos rodean no tendrán ascendiente sobre nosotros, y en eso radicará también nuestra fortaleza contra el pecado y la corrupción de nuestros propios corazones. Todo cuanto veo en mí mismo fuera de él es pecado, pero lo que me hará humilde no será pensar en mis propios pecados, en mi mala naturaleza, ni estar ocupado con ellos, sino, al contrario, pensar en el Señor Jesús, meditar en la excelencia de su Persona. Es bueno terminar con nosotros mismos y ocuparnos con Jesús. Tenemos derecho a olvidarnos de nosotros mismos, a olvidarnos de nuestros pecados, nos asiste el derecho a olvidarnos de todo, salvo de Jesús.

No hay nada tan difícil para nuestros corazones como permanecer conscientes de la gracia, permanecer prácticamente conscientes de que no estamos bajo la ley, sino bajo la gracia; con la gracia, el corazón es afirmado (Hebreos 13:9), pero no hay nada más difícil para nosotros que comprender efectivamente la plenitud de la gracia, aquella “gracia de Dios, en la cual estáis”, y andar por el poder que deriva de ella.

Únicamente en la presencia de Dios podemos conocerla, y es nuestro privilegio estar allí. En cuanto nos alejamos de la presencia de Dios, nuestros propios pensamientos están siempre listos para actuar, y ellos nunca pueden alcanzar el nivel de los pensamientos de Dios en cuanto a nosotros, es decir, la “gracia de Dios”.

Si yo pensara que tengo el más mínimo derecho a algo, ello no sería la pura y libre gracia, no podría ser la “gracia de Dios”. Sólo en comunión con él podemos medir todas las cosas en relación con su gracia. Cuando permanecemos conscientes de la presencia de Dios, es imposible que alguna cosa, sea la que fuere —aun el estado de la Iglesia— pueda turbarnos, puesto que contamos con Dios, y entonces todo se encuentra para nosotros en una esfera en la que se ejerce su gracia.

La verdadera fuente de nuestra fuerza como cristianos es tener pensamientos muy sencillos acerca de la gracia; y el secreto de toda santidad, paz y tranquilidad de espíritu es permanecer conscientes de la gracia en la presencia de Dios.

La “gracia de Dios” es tan ilimitada, tan plena, tan perfecta que si por un momento nos alejamos de la presencia de Dios no podemos tener la verdadera conciencia de ella, no podemos tener una justa apreciación de ella ni fuerza para captarla; y si procuramos conocerla fuera de Su presencia, la convertimos en licencia. Si consideramos sencillamente lo que es la gracia, vemos que no tiene límites ni términos. Seamos lo que seamos (y no podemos ser peores de lo que somos), a pesar de todo, Dios es AMOR a nuestro respecto. Ni nuestra paz ni nuestro gozo dependen de lo que somos para Dios, sino de lo que él es para nosotros, y esto es gracia.
La gracia consiste en la preciosa revelación de que, por medio de Jesús, todo el pecado y todo el mal que hay en nosotros han sido quitados. Un solo pecado es más horrible para Dios que mil pecados a nuestros ojos; y, sin embargo, a pesar del pleno conocimiento de lo que somos, todo lo que a Dios le place ser a nuestro respecto es AMOR.

En Romanos 7 nos es descripto el estado de una alma vivificada, pero cuyos razonamientos se centralizan en sí misma. No conoce la gracia, el sencillo hecho de que, sea cual fuere su estado, DIOS ES AMOR, y únicamente amor a nuestro respecto. En vez de mirar a Dios, todo es “yo”, “yo”, “yo”. La fe mira a Dios tal como él se ha revelado en gracia. ¿Soy yo, o es mi estado el objeto de la fe? No, la fe nunca toma por objeto lo que está en mi corazón, sino la revelación que Dios hace de sí mismo en gracia.

La gracia se relaciona con lo que Dios es, y no con lo que nosotros somos, excepto en que la grandeza de nuestros pecados magnifica la inmensidad de la “gracia de Dios”. También debemos recordar que la gracia tiene por objeto y por efecto necesario allegar nuestras almas a la comunión con Dios, santificarnos al enseñarnos a conocer a Dios y a amarle; por consiguiente, el conocimiento de la gracia es la verdadera fuente de santificación.

El triunfo de la gracia se aprecia en el hecho de que, cuando la enemistad del hombre arrojó a Jesús de la tierra, el amor de Dios introdujo la salvación mediante ese mismo acto; él vino a expiar el pecado de aquellos que le habían rechazado. Ante el pleno desarrollo del pecado del hombre, la fe ve el pleno desarrollo de la gracia de Dios. Si tengo la más mínima duda o vacilación en cuanto al amor de Dios, es que me he alejado de la gracia. Entonces diría: «Soy desdichado, por cuanto no soy lo que querría ser»; pero ésa no es la cuestión. La verdadera cuestión es ésta: ¿Dios es lo que nosotros querríamos que él fuese? ¿Jesús es todo lo que podemos desear? Si la conciencia de lo que somos, de lo que hallamos en nosotros, tiene otro efecto que no sea aumentar nuestra adoración por lo que Dios es, aunque incluso nos humillemos, estamos alejados del terreno de la pura gracia. ¿Hay descontento y desconfianza en su mente? Vea si no se debe a que aún está diciendo “yo”, “yo”, “yo”, perdiendo de vista la gracia de Dios.

Es mejor pensar en lo que es Dios que en lo que somos nosotros. Mirarnos a nosotros mismos es prueba de orgullo, carencia de una cabal conciencia de que no servimos para nada. Mientras no veamos esto no podremos alejar las miradas de nosotros mismos para dirigirlas a Dios. Al mirar a Cristo, es nuestro privilegio olvidarnos de nosotros mismos. La verdadera humildad no consiste tanto en pensar mal de nosotros mismos como en no pensar en nosotros mismos para nada. Soy demasiado malo para merecer que se piense en mí. Lo que necesito es olvidarme de mí mismo y mirar a Dios, quien es digno de todos mis pensamientos. El resultado de ello será hacernos humildes en cuanto al concepto de nosotros mismos.

Amados, si podemos decir como en Romanos 7: “En mí (es a saber, en mi carne) no mora el bien” (v. 18) ya hemos pensado lo suficiente en nosotros mismos; pensemos entonces en Aquel que tuvo a nuestro respecto “pensamientos de paz, y no de mal” (Jeremías 29:11) mucho antes de que nosotros hubiésemos pensado sea lo que fuere de nosotros mismos. Consideremos sus pensamientos de gracia a nuestro respecto y retengamos estas palabras de fe: “Si Dios es por nosotros, ¿quién contra nosotros?” (Romanos 8:31).

EL DOMINIO PROPIO- C. H. Mackintosh

EL DOMINIO PROPIO



La palabra griega traducida "templanza" en 2.ª Pedro 1:6 en la versión inglesa King James tiene un significado mucho más profundo que el que normalmente se le asigna a ese término. Usualmente la palabra "templanza" se aplica a los hábitos de moderación con referencia a comer y beber. No cabe duda de que éste es parte de su significado, pero el sentido en el griego es mucho más amplio. De hecho, la palabra griega empleada por el inspirado apóstol significa propiamente "dominio propio" (como en la versión española Reina-Valera), y transmite la idea de uno que tiene el dominio de sí mismo de forma habitual y que sabe gobernar el yo.

Ejercer el dominio de uno mismo es, en efecto, una gracia extraordinaria y admirable, la cual comunica su bendita influencia sobre toda la marcha, el carácter y la conducta del individuo. Esta gracia no sólo afecta directamente uno, dos o veinte hábitos egoístas, sino que ejerce su efecto sobre el yo en toda la gama y variedad de ese tan amplio y odioso término. Más de uno que miraría con orgulloso desdén a un glotón o a un borracho, puede él mismo faltar a toda hora de manifestar la gracia del dominio propio. Ciertamente, los excesos en la comida y la bebida deben ser clasificados junto con las formas más viles y degradantes de egoísmo. Deben ser considerados como parte de los frutos más amargos de este árbol tan extendido del yo. El yo, en efecto, es un árbol, y no solamente la rama de un árbol ni el fruto de una rama, y nosotros no sólo debemos juzgar el yo cuando está activo, sino controlarlo para que no actúe.

Puede que alguno pregunte: «¿Cómo puedo controlar el yo?» La bendita respuesta es simple: "Todo lo puedo en Cristo que me fortalece" (Filipenses 4:13). ¿No hemos obtenido la salvación en Cristo? Sí, bendito sea Dios, la hemos obtenido. ¿Y qué incluye esta palabra maravillosa? ¿Es simplemente la liberación de la ira venidera? ¿Es meramente el perdón de nuestros pecados y la seguridad de estar librados del lago que arde con fuego y azufre? Por más preciosos que fueren estos privilegios, la “salvación” abarca mucho más que ello. En una palabra, "salvación" implica una plena aceptación de Cristo con el corazón, como mi "sabiduría" para guiarme fuera de la oscuridad de la insensatez y de los caminos torcidos, hacia los caminos de luz y de paz celestial; como mi "justicia" para justificarme delante de un Dios santo; como mi "santificación" para hacerme prácticamente santo en todos mis caminos; y como mi "redención" para darme liberación final de todo el poder de la muerte, y entrada en los campos eternos de gloria (1.ª Corintios 1:30).

Por eso, es evidente que el "dominio propio" está incluido en la salvación que tenemos en Cristo. Es el resultado de esa santificación práctica de que nos ha dotado la gracia divina. Debemos guardarnos con cuidado del hábito de tener una visión estrecha de la salvación. Debemos procurar entrar en toda su plenitud. Es una palabra que se extiende desde la eternidad hasta la eternidad y abarca, en su poderoso barrido, todo los detalles prácticos de la vida diaria. No tengo ningún derecho de hablar de salvación de mi alma en el futuro mientras rehúse conocer y manifestar su influencia práctica en mi conducta en el presente. Somos salvos, no sólo de la culpa y la condenación del pecado, sino del poder, la práctica y el amor de él en su plenitud. Estas cosas nunca deben separarse; y ninguno que ha sido divinamente enseñado en cuanto al significado, magnitud y poder de esa palabra preciosa —salvación—, lo hará.

Al presentar ahora a mi lector unas observaciones prácticas sobre el asunto del dominio propio, voy a considerarlo bajo las tres divisiones siguientes, a saber: a) los pensamientos, b) la lengua y c) el temperamento. Doy por sentado que me estoy dirigiendo a personas salvas. Si mi lector no lo fuere, sólo puedo dirigirlo a la única senda verdadera y viviente: "Cree en el Señor Jesucristo, y serás salvo tú y tu casa" (Hechos 16:31). Pon tu entera confianza en Él y estarás tan seguro como Él mismo lo es. Ahora procederé a tratar el práctico y tan necesario tema del dominio propio.

En primer lugar, trataremos acerca de nuestros pensamientos y del control que habitualmente debemos ejercer sobre ellos. Supongo que hay pocos cristianos que no han padecido pensamientos perversos: esos intrusos molestos que aparecen en nuestra más profunda intimidad, perturbando continuamente el descanso de nuestra mente, y que tan frecuentemente oscurecen la atmósfera alrededor de nosotros y nos privan de mirar arriba con una vista clara y plena hacia el cielo luminoso. El salmista podía decir, "Los pensamientos vanos aborrezco" (Salmo 119:113). Son verdaderamente aborrecibles y deben ser juzgados, condenados y desechados. Alguien, hablando del asunto de los malos pensamientos, dijo: «Yo no puedo impedir que los pájaros vuelen sobre mí, pero sí puedo evitar que se posen en mí.» Asimismo, no puedo evitar que los malos pensamientos surjan en mi mente, pero sí puedo impedir que se alojen en ella."

Pero ¿cómo podemos controlar nuestros pensamientos? No más de lo que podríamos borrar nuestros pecados o crear un mundo. ¿Qué deberíamos hacer? Mirar a Cristo. Éste es el verdadero secreto del dominio propio. Él puede guardarnos, no sólo de que se alojen malos pensamientos, sino también de que los tales surjan en nuestra mente. No podríamos prevenir lo uno ni lo otro. Él puede prevenir ambas cosas. Él puede evitar no sólo que los viles intrusos entren, sino que también golpeen a la puerta. Cuando la vida divina está en su actividad, cuando la corriente de pensamiento y sentimiento espiritual es profunda y rápida, cuando los afectos del corazón están intensamente ocupados con la Persona de Cristo, los vanos pensamientos no vienen a atormentarnos. Sólo cuando nos dejamos invadir por la indolencia espiritual, los malos pensamientos vienen sobre nosotros. Entonces nuestro único recurso es fijar nuestros ojos en Jesús. Podríamos también intentar combatir contra las organizadas huestes del infierno, así como contra una horda de malos pensamientos. Mas nuestro refugio es Cristo. Él ha sido hecho para nosotros “santificación”. Podemos hacer todas las cosas por medio de Él. Sólo tenemos que llevar el nombre de Jesús contra el diluvio de malos de pensamientos, y Él dará con toda seguridad una plena e inmediata liberación.

Sin embargo, el medio más excelente para ser preservado de las sugerencias del mal consiste en estar ocupados con el bien. Cuando la corriente del pensamiento fluye invariablemente hacia arriba, cuando es profundo y perfectamente estable, sin ningún desvío ni lagunas, entonces la imaginación y los sentimientos, que brotan de las profundas fuentes del alma, fluirán naturalmente hacia adelante en el lecho de dicho canal. Éste es indiscutiblemente el camino más excelente. ¡Ojalá que lo probemos en nuestra propia experiencia! "Por lo demás, hermanos, todo lo que es verdadero, todo lo honesto, todo lo justo, todo lo puro, todo lo amable, todo lo que es de buen nombre; si hay virtud alguna, si alguna alabanza, en esto pensad. Lo que aprendisteis y recibisteis y oísteis y visteis en mí, esto haced; y el Dios de paz será con vosotros" (Filipenses 4:8-9). Cuando el corazón está lleno de Cristo, habiendo incorporado de forma viva todas las cosas enumeradas en el versículo 8, disfrutamos de una paz profunda e imperturbable frente a los malos pensamientos. Éste es el verdadero dominio propio.

En segundo lugar, podemos pensar en la lengua, ese miembro influyente tan fructífero para el bien como para el mal, el instrumento con el que podemos proferir acentos de dulce y tierna simpatía, o palabras de amargo sarcasmo y de ardiente indignación. ¡Qué importancia enorme tiene la gracia del dominio propio en su aplicación a tal miembro! Graves daños, irreparables con el tiempo, puede causar la lengua en un instante. Palabras por las cuales daríamos el mundo para que fuesen borradas, puede proferir la lengua en un momento de descuido. Oigamos lo que el inspirado apóstol dice sobre este asunto:

"Porque todos ofendemos en muchas cosas. Si alguno no ofende en palabra, éste es varón perfecto, que también puede con freno gobernar todo el cuerpo. He aquí nosotros ponemos frenos en las bocas de los caballos para que nos obedezcan, y gobernamos todo su cuerpo. Mirad también las naves: aunque tan grandes, y llevadas de impetuosos vientos, son gobernadas con un muy pequeño timón por donde quisiere el que las gobierna. Así también, la lengua es un miembro pequeño, y se gloría de grandes cosas. ¡He aquí, un pequeño fuego ­cuán grande bosque enciende! Y la lengua es un fuego, un mundo de maldad. Así la lengua está puesta entre nuestros miembros, la cual contamina todo el cuerpo, é inflama la rueda de la creación, y es inflamada del infierno. Porque toda naturaleza de bestias, y de aves, y de serpientes, y de seres de la mar, se doma y es domada de la naturaleza humana: Pero ningún hombre puede domar la lengua, que es un mal que no puede ser refrenado; llena de veneno mortal." (Santiago 3:2-8).

¿Quién entonces puede controlar la lengua? "Ningún hombre" es capaz de hacerlo, pero Cristo sí puede, y nosotros sólo tenemos que contemplarlo a Él, con simple fe. Esto implica la conciencia tanto de nuestra absoluta impotencia como de Su plena suficiencia. Es absolutamente imposible que seamos capaces de controlar la lengua. Es lo mismo que si intentáramos detener la marea del océano, los ríos de deshielo o el alud de la montaña. ¡Cuántas veces, al sufrir las consecuencias de alguna equivocación de la lengua, hemos resuelto ordenar a ese miembro desobediente algo mejor la próxima vez, pero nuestras resoluciones resultaron ser como el rocío de la mañana que se desvanece, y no tuvimos más remedio que retirarnos y llorar por nuestro deplorable fracaso en el asunto del dominio propio! ¿A qué se debió esto? Simplemente a que nosotros emprendimos esta obra sobre la base de nuestras propias fuerzas o por lo menos sin tener una conciencia suficientemente profunda de nuestra propia debilidad. Ésta es la causa de constantes fracasos. Debemos aferrarnos a Cristo como un niño se aferra a su madre. Esto no significa que el hecho de aferrarnos tenga algún mérito en sí mismo; sin embargo, debemos aferrarnos a Cristo, pues ésta es la única manera en que podemos refrenar la lengua con éxito. Recordemos siempre estas palabras solemnes y escudriñadoras del mismo apóstol Santiago: " Si alguno piensa ser religioso entre vosotros, y no refrena su lengua, sino engañando su corazón, la religión del tal es vana." (Santiago 1:26). Son éstas palabras saludables para un tiempo como el presente cuando tantas lenguas desobedientes y vanas palabras pululan por doquier. ¡Ojalá que tengamos gracia para prestar oídos a estas palabras! ¡Que su santa influencia cale hondo en nuestros caminos!

El tercer punto que vamos a considerar es el temperamento o el carácter, el cual se halla íntimamente relacionado con la lengua y con los pensamientos. Cuando la fuente del pensamiento es espiritual, y la corriente celestial, la lengua es sólo el agente activo para el bien, y el temperamento será calmo y apacible. Si Cristo mora en el corazón por la fe, todo se halla bajo control. Sin Él, nada tiene valor. Yo puedo poseer y manifestar la calma de un Sócrates, y al mismo tiempo ignorar por completo el "dominio propio" de que habla el apóstol Pedro en 2.ª Pedro 1:6. Este último se funda en la "fe"; mientras que la calma estoica de los sabios de este mundo se funda sobre el principio de la filosofía: dos cosas totalmente diferentes. No debemos olvidar que se nos dice: "Agregad a vuestra fe, virtud..." Esto pone a la fe primero como el único eslabón que vincula el corazón con Cristo, la fuente viviente de todo poder. Teniendo a Cristo y permaneciendo en Él, somos hechos capaces de agregar a la fe "virtud, conocimiento, dominio propio, paciencia, piedad, afecto fraternal, amor". Tales son los preciosos frutos que brotan como resultado de permanecer en Cristo. Pero yo no puedo controlar mi temperamento más que mi lengua o mis pensamientos, y si me propusiera hacerlo, con toda seguridad fracasaré a cada instante. Un filósofo sin Cristo puede que manifieste un mayor dominio sobre sí mismo, su carácter y su lengua que un cristiano, si éste no permanece en Cristo. Esto no tendría que ocurrir y no ocurriría si tan sólo el cristiano considerara a Jesús. Sólo cuando falla en este punto, el enemigo gana ventaja. El filósofo sin Cristo tiene un éxito aparente en la obra tan importante del dominio propio, sólo que así puede estar más efectivamente cegado acerca de la realidad de su condición delante de Dios, y ser arrastrado precipitadamente a la perdición eterna. Satanás se deleita cuando hace tropezar y caer a un cristiano, haciendo así que éste halle así una ocasión para blasfemar el nombre precioso de Cristo.

Lector cristiano, tengamos en cuenta estas cosas. Consideremos a Cristo a fin de que controle nuestros pensamientos, nuestra lengua y nuestro temperamento. Prestemos "toda diligencia". Sopesemos todo lo que esto involucra. "Porque si en vosotros hay estas cosas, y abundan, no os dejarán estar ociosos, ni estériles en el conocimiento de nuestro Señor Jesucristo. Mas el que no tiene estas cosas, es ciego, y tiene la vista muy corta, habiendo olvidado la purificación de sus antiguos pecados" (2.ª Pedro 1:8-9). Estas palabras son profundamente solemnes. ¡Con qué facilidad caemos en un estado de ceguedad y negligencia espiritual! Ninguna medida de conocimiento, ya de doctrina, ya de la letra de la Escritura, preservará al alma de esta horrible condición. Únicamente "el conocimiento de nuestro Señor Jesucristo" será de provecho. Y este conocimiento crecerá en el alma "dando toda la diligencia para agregar a nuestra fe" los diversos dones de gracia a los que el apóstol se refiere en el pasaje tan eminentemente práctico que cala hondo en nuestra alma. “Por lo cual, hermanos, procurad tanto más de hacer firme vuestra vocación y elección; porque haciendo estas cosas, no caeréis jamás. Porque de esta manera os será abundantemente administrada la entrada en el reino eterno de nuestro Señor y Salvador Jesucristo” (v. 10-11).

Traducido del original en inglés «Things New and Old»

Flavio H. Arrué

domingo, 22 de junho de 2008

Three Essential Principles- by David w Dyer

Three Essential Principles
by David w Dyer
Extracted from website " A Grain of wheat ministries" www.agrainofwheat.com

This message is designed to put forth three basic truths concerning the church. Therefore, it seems expedient to begin with a discussion of exactly what we mean when we use the word "church." Most Christians would probably define church as "the body of Christ." By this they mean that the church is not a building but rather consists of people. While it is true that the church is "the body of Christ" and that it is made up of men and women rather than bricks and mortar, even this concept falls short of the Biblical meaning conveyed by the word. Consequently, as it is with so many other spiritual truths, our experience of the church has often been severely limited by our understanding of it.
In an attempt to overcome this problem and to start afresh in our search for a deeper understanding of this subject, let us define church in this way: "the church is a spiritual reality." The church is a spiritual reality and this reality should be our experience! When the Bible uses the word "church" it is referring to much more than a number of believers gathered together in one place. While it is true that the church does consist of two or more individuals, still the fact remains that simply getting a few Christians together does not constitute the church. Believers might meet together for many different reasons. They may gather for the sake of entertainment, they might meet to enjoy each others' company, they may even congregate to hear inspiring preaching and wonderful singing. But unless these people are actually experiencing the reality of the body of Christ, what they are doing does not qualify as being "church". The fact that many readers will probably not understand what I mean here only serves to underline the scope and severity of the problem at hand.
The church experience happens when Christians come together and the presence of Jesus Christ is manifested in their midst. The church experience occurs when real believers enter into the Spirit together. The church experience is realized when men and women are raised up and made to sit together in heavenly places in Christ Jesus (Eph 2:6). The church experience consists of God ministering Himself to and through every member of His body. Such meetings are not meant to be a rare or even nonexistent happening. In the early church, these things appear to have been taken for granted. Genuine spiritual gatherings like this are essential if we are to have what the New Testament calls "church." If these things are not your experience, then I would urge you to take a prolonged, serious, prayerful look at what you are doing which you have thought to be "church."
In this world the church is not an end in itself but only the means to an end. It is precisely at this point that many people make a serious mistake. They often suppose that if their "church" is successful from an earthly standpoint (having crowded meetings, good preaching, a new building etc.) that God is pleased with their efforts. However, God's pleasure can only be gained when we are accomplishing His purposes. To the extent that what we are doing fulfills His desires, it is approved. To the degree that our activities fail in this area, they are completely useless and are a waste of time. What then is God's purpose for the church? What is the end He has in view? It is twofold. Firstly, it is to change human beings into His likeness and secondly, to evangelize a perishing world. The spiritual experience of church which we have been describing is the Divinely instituted vehicle to accomplish both of these purposes. The fact that we see so many other methodologies being employed to achieve the same results is simply a further testimony to how far our church experience has fallen from God's original intention.
Concerning the first purpose, the spiritual experience of the body of Christ is the best environment for spiritual growth. God has designed this context as the one which will be the most helpful to us as we grow to maturity. The presence of Jesus being manifested among us as we meet together will truly change our lives. As He moves within His church, ministering Himself to and through each one, the body is built up properly. It is the supply of "every joint" which "causes growth of the body for the edifying of itself in love" (Eph 4:16). This life flow between the members is of purely heavenly origin. Natural, human efforts can never achieve the required results. Therefore, such true, spiritual "church" is essential if the job is to be done effectively.
As for the second objective, such an environment is also the best place for evangelism. When believers actually have the presence of God in their midst, when they genuinely enter into the Spirit, when each one has the opportunity to "prophesy," then unbelievers are easily convinced of God's reality (I Cor 14:24,25). Such an experience puts the gospel beyond the realm of intellectual argument. It can no longer be regarded simply as a fairy tale or theory. Its reality is viewable in the lives of those in the church. What I am advocating here is not a hopeful suggestion. This is something which myself and many others have experienced.
With all these things in mind, it seems important to take a little time here and look at three essential principles which, if followed, will go a long way towards producing a true church experience. Since this subject is so crucial and its impact, both upon ourselves and the unbelieving world is so profound, it stands to reason that we should carefully and seriously examine how we can more closely approach God's intention. As we do so I beg you, open your heart and your mind to God and allow Him to speak to you through these things. There is no doubt that the truths which we are discussing here have eternal consequences.
PRINCIPLE NUMBER ONE - LIFE
In order for any body to function it must be living. The members of the body of Jesus Christ therefore must be full of life. This implies several things. Firstly, the people who are considered to be part of church must be born of the Holy Spirit (Jn 3:5). They must be real Christians. When Jesus came, He manifested God's life to man (I Jn 1:1). After His resurrection from the grave and His ascension to the right hand of the Father, He poured out the Holy "Spirit of life" (Rm 8:2) into all who believe in His name. If anyone does not have the Holy Spirit within them, they are not a true believer. It is only by the Holy Spirit that anyone can receive God's life.
Secondly, every church member should know what it means to be filled with the Holy Spirit. It is God's will for every Christian to be filled to overflowing with His Spirit. He desires this for us as much as an earthly father wants to feed his own children (Lk 11:11-13). This is not an experience for a select few. It is the normal, Biblical standard. In fact, we are commanded to be so filled (Eph 5:18). I do not intend here to get involved in a controversy over "the baptism of the Holy Spirit." Neither do I wish to discuss how this "filling" might be manifested. I only present the following two facts which should be self-evident. Number one, it is God's intention to fill every believer with the Holy Spirit. And number two, it is impossible to be filled with the Spirit of the Most High God and not know it. Therefore, if your life is devoid of the Spirit, either you have not been truly converted or you have not opened your life sufficiently to God to enjoy what He has for you. If this is your situation, I urge you to humble yourself before Him and seek His face until you know that you are experiencing all that Jesus came to give.
Thirdly, every Christian should be continually refilled with the Holy Spirit. This should be our daily, hourly, minutely - in fact our constant - experience. We should walk and live in the Spirit (Gal 5:25). Far too many believers are resting their relationship with Jesus on something which happened to them many years ago. Our past experiences may be very good but they will not support us today. Yesterday's manna will not feed anyone. For our church experience to be truly living, it is absolutely essential that each of the members fill themselves daily with God's life. This means being continually filled with the Holy Spirit.
In order for this to be accomplished, each and every believer must cultivate an intimate, daily, association with Jesus Christ. We can do this by meditating in His word and by praying in the Holy Spirit. Just as we require food each day to live normally, so every Christian should spend adequate time daily communicating with God. It is not sufficient just to shoot up a quick prayer now and then. Neither is it good enough simply to sit back and get your nourishment from the ministry of others. No one else can carry you along spiritually. You must apply yourself and diligently seek God on your own. Each one of us should set aside a good, long, undisturbed time every day to commune with Him and enjoy Him. In this way we will be full of His life.
As you can imagine, the experience of each individual will affect all of the others. When each of the members applies himself to be filled with God, the whole church is benefitted. When everyone partakes of this eternal substance and communicates it to the rest during their times of fellowship, the church experience of all is enhanced. Conversely, when the lives of the individual members are lacking, the whole assembly is adversely affected. All too often the solution to this problem has been to prop up the church with programs, new leadership or other outward things. God's remedy on the other hand is for each one to repent of their deadness and return again to a living relationship with Himself.
PRINCIPLE NUMBER TWO - UNITY
The second principle about which we will speak, is that of unity. Again we will begin with the analogy of a human body. If you take a person and cut him into many pieces, this destroys his life. The same is true of Christ's body. Unity is absolutely essential. Since this is such a vast subject and it is fraught with many difficult considerations, we will for the sake of convenience, break it down into two categories: unity between Christians who meet together and, unity among different meetings of the Church as a whole.
Let us begin our discussion of the first category by stating that unity is not optional. It is God's commandment. We are commanded by God to love others as much as we love ourselves. Such love is only made possible by an intimate relationship with God. Since God's love for the entire world and individuals in particular is tremendous, as we are in touch with Him, He will supply us to love others. Love is the substance of true unity. While many groups may have uniformity, conformity or even unanimity, only love provides the reality which we are seeking here.
True unity expressed in brotherly love will manifest itself in several ways. Those who have it will be continually seeking to serve others. They will pray for others, build others up in the faith, look for opportunities to help others financially and practically, spend time fellowshipping with others and in general manifest the love which the Father has for them. Such activity will be their daily exercise. Also such loving people will never be quick to say anything bad about someone else, especially one of their brothers or sisters in Christ. It does not take much imagination to see how greatly our church experience would be elevated if every member practiced this kind of behavior. Church, real church, is made up of this sort of life style. Nothing else qualifies.
Unfortunately, genuine love does not come easily. The fallen nature within man fights against it. Since the opposition to such unity from both within and without is tremendous, this kind of experience must begin with a commitment. It will be necessary for each member of the body to come to a conscious, deliberate decision to love and serve the others unconditionally. This is absolutely essential! If we leave love only as an option or if we allow our feelings to govern us, the devil will do his work, the flesh will prevail and the church will be damaged. Therefore, we must make a firm decision to love each other and never allow anything to change it. Once this decision is made, we will find the supernatural supply of God enabling us to follow through with our commitment. In this way, we will begin to experience more of the fulness of Christ in the church.
This then brings us to our second category under consideration which is unity among different church meetings. Here again the answer is brotherly love. To have success in this area we must first be brought by God to see the Church from His point of view. No doubt as Jesus looks down upon the many different "churches," denominations and sects, He recognizes those who are His own within them. Although He certainly is aware of these divisions and I'm sure that they must grieve His heart, still He sees the members of His one body among all of them (Eph 4:4). While earthbound man's vision may be clouded by the proliferation of various Christian groups, Christ from His heavenly vantage point, sees His people - His Church.
Therefore, if we can be brought by God to view His Church the way He sees it, we will no longer be limited by any schisms in the Body. Our love should transcend any man-made separations. Although in this life we will probably never see an end to all the divisions, we can end them in our own hearts. The more Christians who take this position of love towards all, the better the situation will become. I am not suggesting that we should go and join ourselves to groups with whom we cannot agree. I am only advocating that we love "with a pure heart fervently" those true believers who are in them (I Pet 1:22). As we have been seeing, the church is not a place or a group but a spiritual reality which we can experience. Such an experience can penetrate any outward barriers. We can have true spiritual relationships and fellowship with believers in all kinds of situations. This is the only real church.
THE THIRD PRINCIPLE - HEADSHIP
The third principle I would like to mention here is the headship of Jesus Christ. In the New Testament, the Apostle Paul warns us about some believers who were "not holding the head" (Col 2:19). What does this mean? Very simply it indicates that Jesus Christ was not the primary authority in every aspect of their church experience. In our present context it would mean that we have elevated other things (this could include leaders, rituals, doctrines, methods, traditions etc.) to a place which they should not occupy.
The Bible teaches us that God has given Jesus Christ to be "head over all things to the church, which is His body" (Eph 1:22,23). This word "all" has a very special significance. It means everything! In another place we read that in ALL things He is to have the pre-eminence (Col 1:18). Every believer should take this point seriously. Christians must be extremely careful never to displace or nullify Jesus' authority. This is not an insignificant consideration. This concept is crucial for a genuine church experience! The body of Jesus Christ can no more function properly when His authority is replaced or limited than a human being can who is paralyzed or decapitated. I can think of no other truth that has been more neglected and abused in our modern "churches." I am afraid that if Jesus asserted His rightful authority over many Christian assemblies today, almost every "table" would be overturned.
A discussion of the headship of Christ over His body will of necessity involve two different aspects: His authority over each individual believer and, His leadership of the church meetings. To simplify our investigation, we will consider each of these items separately. To begin, Jesus must be Lord of every Christian. This means that He is to have full control over every aspect of their lives. No area of living should be withheld from Him. Since in this age, Jesus is not forcibly asserting His authority, we must be willing to let Him reign over us. The only proper position for a believer to be in is one of full submission to the Holy Spirit. When this element is lacking or not completely understood by those with whom we are meeting, our church experience will suffer proportionately.
Serious problems can also be caused by unscriptural human authority. When Christians begin to rely too much on a man or group of men for guidance, their relationship with their true Head is damaged. While we should all be open to receive fellowship, direction and advice from others (especially those who lead), if we become dependent upon them or if we follow them instead of our Lord, we are in serious spiritual danger (Jer 17:5). God's authority flows from the Head to His body. Those who are intimate with Him are often used as channels of this authority. However, no one ever becomes that authority themselves. That position is eternally reserved for the Head. Therefore, while it is important to be sensitive to the voice of God speaking through others, it is essential that no human being ever takes His rightful place in our lives.
Another difficulty which I fear is very common is that the structure of many Christian groups does not allow for diversity among the individual members. Many times believers are permitted to function only in ways which fit in with the predetermined pattern or format. Perhaps this situation exists because people feel more secure with such uniformity. However this kind of behavior greatly restricts the authority of Jesus. The result is paralysis and inactivity among the members of His body. How many Christians are now pursuing other things because they have not been allowed to find spiritual fulfillment in the church! How many groups are filled with overfed, yet immature believers who have never learned how to serve others! This sad situation cannot be blamed wholly upon these individuals. All too often such people have been greatly hindered by an earthly, inflexible organization they consider to be the "church."
CHURCH MEETINGS
These same truths also apply to our church meetings. Jesus wants to lead us in everything we do. When He comes into our midst, He comes as our High Priest to lead us in our worship. If His authority to do so is limited this will dramatically affect the spiritual reality of our gatherings. Some of the things which can hinder or confine the leadership of our Lord are: preplanned meetings, "platform led" services, religious formalities and the domination of the group by the ministry of one individual. All these things are extremely common in the Church today. Yet all of them serve only to restrict the authority of the Head and stifle our church experience. Unfortunately many Christians do not realize that Jesus actually could lead church meetings. It may be that the idea has never occurred to them. Possibly some are unsure that such an important task could be done by someone who is . . . uh, well, invisible. Unfortunately many seem to think it safer to organize something or let someone "qualified" do the leading.
That fact is that Jesus Christ is infinitely capable of directing the meetings of His church. We simply haven't given Him the opportunity. Another possibility is that "we" collectively have so little real touch with Him that we are unable to sense His authority and are therefore unable to follow His leading in our gatherings. A scriptural church meeting is run by the Holy Spirit and provides the opportunity for every member to function. In I Corinthians 14:26 we read that when the church comes together each one can have a psalm, teaching, tongue, revelation or interpretation. Ephesians 4:16 teaches that it is from the life supply of every part that the body is built up. During a proper church gathering, the Holy Spirit moves among His people and prompts each one to minister their portion of God to the others. In this way every need can be met. If only the talented ones function it will greatly limit our experience. On the other hand, when all have the opportunity to share, we can enjoy tremendous fulness.
While some may think that I am speaking against the ministry of gifted men, I am not. However, much of the ministry currently done in church meetings, such as extensive preaching and teaching, probably ought to take place somewhere else. Separate times and places can easily be arranged for such purposes. Although there certainly is room for preaching and teaching in the church, it should be kept in check so that it does not crowd out the portion of others. (Please read I Cor 14:30,31). No individual should dominate the assembly with his or her ministry. The Apostle Paul did his teaching in the synagogue, in a school, in his own hired house and elsewhere (Acts 19:8,9; 28:30,31). There is no indication that he took up the majority of every meeting with his messages. His preaching at Troas, which evidently lasted all night, should be understood as an exception created by circumstances. Since he was leaving the next day, he wanted to have as much time as possible to share with them (Acts 20:6-11). Yes, the ministry of specially anointed individuals should be exercised, but only with due regard for the proper functioning of the regular church meetings.
CONCLUSION
In conclusion let me say that the church has strayed a long way from God's intention over the years. A brief comparison of today's situation with the church in the New Testament gives us ample evidence of this fact. However, this does not mean that our goal of truly spiritual meetings is unattainable. I am confident that to the degree to which we practice the above principles our church experience will be greatly enhanced. Conversely, to the extent that we fail to implement these things we will be limited in our experience of God in our midst.
The church certainly is a spiritual reality. It is equally certain that we can and should be experiencing it as such. The ends which God has in view can only be achieved by His methods. Everything else, no matter how good it may appear from a human point of view is only wood, hay and stubble. Please remember that success from an earthly standpoint means nothing to God. Large numbers, eloquent preaching, dynamic entertainment and many other things so common among us today do not impress Him. Only that which He Himself initiates will stand the test on Judgement Day. May God have mercy upon us that we could enter into true spiritual reality in our church meetings.

sábado, 21 de junho de 2008

INTIMIDADE E FÉ- Samuel Cardoso Espindola

INTIMIDADE E FÉ
Artigo enviado por Samuel Cardoso Espindola de Vitória-ES


Tenho ouvido por muito tempo uma mensagem que tem se tornado muito “comum” entre os cristãos. Tem sido a preferida de muitos dos meus irmãos. Especialmente entre aqueles que se dedicam ao serviço de ensinar outros cristãos. A preferência por esse tema deve-se ao fato de que quase sempre leve os ouvintes a comoção e a reflexão, nem que seja por uns poucos minutos. Essa mensagem ecoa grandemente contra a apatia e a frieza espiritual de muitos.O tema dessas mensagens é a intimidade entre Deus e os seus filhos, sobre o estreitamento desse relacionamento de modo que fique límpido, franco e profundo. Provavelmente você já ouviu pregadores “inflamados”, falando do alvo a ser perseguido, falando de homens que impactaram suas gerações por terem vivido um relacionamento íntimo com Deus.Sabemos que desde a queda do homem, o anseio de sua alma é reencontrar e restaurar o que foi perdido. Existe uma enorme coincidência entre muitas culturas antigas que carregam “lendas” e “histórias” de que “o relacionamento” entre eles e “Deus”, se perdeu e que de alguma forma deve ser restaurado. Nem todos falam sobre o Deus Verdadeiro, mas concordam em que existe uma relação a ser restaurada.É incrível a quantidade e a intensidade dos que buscam através de milhares de religiões a transcendência do atual estado.Mas, assim como, “aquela mulher samaritana”, que um dia foi abordada por Jesus, todos os dias a sede retorna, não existe nessa terra algo que possa saciá-la, as experiências religiosas não trazem a saciedade. Sabemos que somente Jesus pode saciar, Ele é O Pão Da Vida e a Fonte das Aguas Vivas.Entretanto o que impressiona é que mesmo entre a igreja vêem-se muitos irmãos vivendo em sequidão. Mesmo tendo a “Fonte Das Águas Vivas” em si, ficam a míngua por semanas, meses e até anos. Dependendo de uma experiência espiritual esporádica. Mas porque diante da fonte esses ficam com sede? As palavras de Jesus pode nos iluminar sobre isso: “Quem tem sede vem a mim e beba”. Sim ele diz beba e coloca no ouvinte a responsabilidade de beber. Ele não disse “quem tem sede, abre a boca que vou te encher”. É justamente aqui que muitos ficam tanto tempo, “diante da Fonte” e com sede.Então vem um pregador ou irmão ministrando sobre o saciamento da sede do homem. Fala de um relacionamento que nos preenche a vida. Descreve com detalhes uma vida de intimidade e de profundo relacionamento com Deus. Cristãos ansiosos e desejosos de intimidade no relacionamento com Deus, ansiosos por uma resposta satisfatória. E então vem o ato de misericórdia, “o como”. Não é o como de comer, mas de como posso alcançar “essa intimidade”, como posso me saciar de Jesus? E la vem a receita, “vocês precisam gastar tempo em oração e meditação na Palavra”. E da para ouvir aquele barulhinho de gotas de água gelada quando caem sobre o fogo e a metade daquela animação se vai. É a velha receita.Mas o que há de errado com a velha receita? O que há de mal em “gastar tempo com Jesus em meditação e oração”? Acontece é que a maioria dos cristãos está “escaldada”, já tentaram muitas vezes e não conseguiram avanços concretos. Alguns mais disciplinados conseguem até manter esses bons hábitos por anos, mas a maioria desiste depois de algumas semanas, alguns livros, quem sabe até um jejum e alguns CD´s que os ajude nessa busca. E depois de um tempo é esperar o próximo pregador que irá lhe fazer acreditar que a “receita” funciona. Tristemente encontro alguns que já decidiram crer que tal coisa é destinada a poucos, que a intimidade é para alguns afortunados que é claro não os incluem.Se conhecer alguém assim, acredito que a abordagem que vou fazer agora possa ajudar essa pessoa.
Quem sabe você não poderia ajudá-lo? Existe um principio básico para o relacionamento do homem com Deus, que é a fé. Pode ter surgido rapidamente uma pergunta em sua cabeça, “o que isso tem a ver com intimidade? Muitos pensam que a fé é só uma exigência para a salvação e não entende onde a fé se encaixa no crescimento e aperfeiçoamento do cristão. Existe uma crença espalhada nas mentes de muitos, de que” uma vez que o Senhor me salvou, devo me aperfeiçoar como forma de agradecimento, devo me esforçar para crescer”.Entretanto a natureza desse pensamento nada mais é do que uma reprise do que estava espalhado no meio da igreja que estava na Galácia, nos dias em que Paulo os servia.Na carta que escreve e envia aos gálatas ele trata desse assunto ele pergunta; Quem vos enfeitiçou a vós outros, tendo começado no Espírito quereis se aperfeiçoar na carne? Talvez esteja pensando agora: “você está querendo dizer que orar meditar e ler a Bíblia é uma forma de se aperfeiçoar pela carne? Ou quem sabe pensando: Como ele pode querer fazer essa ligação entre coisas tão boas e o “aperfeiçoar pela carne”?Bem primeiramente vamos analisar o restante da passagem. “Quando alguns vêem a expressão que algumas traduções trazem como ‘aperfeiçoar pela carne”, logo fazem a conexão com “as obras da carne” e talvez imagine que essa prática que os efésios estavam fazendo quando foram repreendidos, seja as vergonhosas obras da carne citada em Coríntios, mas o texto deixa claro o tipo e a natureza dessa prática. Longe de ser algo vergonhoso ou ruim.Eles estavam praticando a “Lei De DEUS”.
Sim isso mesmo que leu, eles estavam se dedicando a Lei de Deus. Talvez pelas muitas mensagens que já ouviu, pode ter uma imagem distorcida da “LEI” e pensar negativamente sobre ela. Mas esse pensamento não passa pelo crivo das Escrituras. Em sua carta aos romanos ,Paulo afirma que a Lei é boa, Ela veio de Deus, não foi o diabo que criou , ela não salvou porque os que tentaram obedece-la, eram fracos, o problema está conosco e não Nela.Pode então ter surgido outro pensamento: Como essas pessoas estão sendo repreendidas por procurarem “amar a Deus acima de todas as coisas,... não cobiçar,... não fazer ídolos...?Eu te digo que é pelo mesmo motivo que o “tempo com Deus, oração e meditação” não tem gerado os resultados esperados e prometidos. Vamos então trazer luz sobre outro assunto paralelo que vai nos ajudar a entender esse assunto.Temos Duas Grandes alianças entre Deus e os homens. A primeira é conhecida por nós como Velho Testamento ou Antiga Aliança. Deus propôs um relacionamento e a base ou único meio de aproximação dessa aliança seria a prática da Lei de Deus. Ou seja, para a salvação e para estar em intimidade com Deus (proposta feita aos israelitas, tão logo saíram do Egito), a Lei então era a base da aliança.Talvez surja outro pensamento assim: Há, mas na carta escrita aos Hebreus diz que todos que foram salvos na época de vigência da primeira Aliança foi por meio da fé!É verdade, pois ninguém conseguiu relacionar-se com Deus nem ter intimidade por meio da pratica da Lei. Não é que exista algo de ruim na Lei, mas que ninguém conseguiu cumpri-la.Mas continuemos e vamos para a Nova Aliança, Jesus então se fez carne (tabernaculou) e proclamou uma Boa Notícia, de que Ele era O Caminho e A Provisão de Deus para o pecador, e que fora enviado por Deus para salvar e ser a Aliança que uniria Deus e os homens. E desde então Ele passa a explicar qual será à base dessa Nova Aliança, e afirma que para adentrar nessa nova forma de relacionarem-se com Deus, os homens teriam que aceitar como verdadeiro o Testemunho que a Lei e os Profetas davam acerca de quem Ele era, do que veio fazer e o que se tornaria para a humanidade. Sim, crer no testemunho que Deus tinha dado pela boca de Moisés e dos Profetas, e conseqüentemente nas próprias palavras de Jesus, tornou-se a base para esse relacionamento. Veja obedecer a Lei versus a fé (crer no testemunho). Duas bases diferentes para duas alianças distintas.Para quem decidia relacionar-se com Deus pela Velha Aliança e quisesse oferecer como holocausto uma vaca , saudável, iria ter sua oferta recusada, pois a Lei era clara e dizia que deveriam ser um macho. A oferenda seria recusado, com base na Lei, não importa se representava o melhor que o dono podia oferecer, não cumpria um item da Lei e Deus não receberia , como holocausto. ( Lv 1 : 1 a 4)Agora assim também sob a Nova Aliança, um homem pode praticar boas obras, dá esmola, orar por horas a fio ou até oferecer sua vida para salvar a de outro. Nada dessas atitudes coloca esse homem em posição de receber a salvação.Algumas pessoas estão orando há anos para que Deus as salve, mas nunca serão, pois nunca chegam ao ponto de crer, de ter a certeza “daquilo que não se vê.
O testemunho de Deus afirma que na cruz Jesus pagou o preço pela redenção e para o perdão dos pecados, e quem crer será salvo. Entretanto o homem que continua a chorar e a orar pela salvação demonstra que não crê, espera que seus sentimentos e sensações o digam que está salvo, para então acreditar que foi salvo. O testemunho dado pela Palavra de Deus não é suficiente para ele, confia mais nos sentimentos e sensações. E por mais que espere e deseje nunca será salvo duvidando e chamando o testemunho de Deus de mentira.Paulo quando vai falar sobre maturidade e crescimento (na carta aos gálatas), que com certeza envolve a intimidade com Deus, ele remete ao que os gálatas fizeram para entrar na Segunda Aliança e diz: “Como vocês receberam o Espírito, pelas obras da Lei ou pela fé?” Sabemos que o recebimento do Espírito é o evento que marca a entrada do homem na Nova Aliança (‘quem não tem o Espírito esse tal não é Dele”)Ele diz que eles obtiveram sucesso enquanto usaram o meio correto para relacionar-se com Deus, A Fé. E que agora estavam tentando crescer ou amadurecer nesse relacionamento usando a forma errada. Não disse que a pratica da Lei era algo ruim, disse apenas que não funcionaria para o que buscavam. E imediatamente os convida a voltar a usar a fé para continuar a crescer.Tenho uma crença sobre maturidade espiritual há muitos anos que diz; ”a maturidade espiritual de um cristão é proporcional ao nível em que creu na Obra da Cruz”Irmãos quem creu no testemunho de Deus acerca de Cristo ter morrido para nos salvar, entra num estado de gozo, agradecimento e alegria. Ele começa a desfrutar da alegria da salvação. Se alguém espera primeiro se sentir salvo para então crer, nunca será salvo.Do mesmo jeito o Senhor dá testemunho sobre muitas coisas que ocorreram na cruz e na ressurreição. Ele fala que fomos assentados nas regiões celestiais, que fomos unidos com Ele em um só Espírito, que ele nos deu a mente de Cristo, que nos proporcionou a liberdade para entrarmos diante do trono da graça quando precisarmos e muitas outras coisas. E se parássemos para meditar em uma delas como a de termos sido “feito um só espírito com Ele”? Existe maior intimidade do que ser um só com o Senhor? Não estamos falando de uma comunhão que pode surgir entre duas pessoas que moram juntas ou que convivem há muitos anos, mas de algo que realmente não temos um exemplo terreno para mostrar, de tão profunda que é.Mas ai surge uma questão que já abordamos. Que a base é a fé, você não pode querer construir “outra intimidade ou relacionamento” além desse que já foi feito por Deus na morte e ressurreição de Cristo. Não pode querer experimentar e desfrutar desses benefícios primeiro para crer que ele existe, depois. Quem tenta “construir” essa intimidade através da “oração, meditação, jejum”, está simplesmente mostrando que não acredita na Obra Consumada de Cristo. Não há nada de errado em quem crer na Obra da cruz e da Ressurreição e então orar, meditar ou tirar tempo com Jesus. A diferença é que não gasta tempo para construir essa intimidade, que é pela fé, ele usa esse tempo para desfrutar. Mas para quem usa tais praticas para tentar aproximar-se da intimidade de Deus, não resta outra coisa a não ser a sequidão. Desfrutar é muito diferente de buscar algo que não se tem. Amados sem fé é impossível agradar a Deus. Crer é à base da Nova Aliança e não podemos ficar buscando algo que o Senhor já nos deu na Cruz. Podemos confirmar em nossos corações que o testemunho de Deus é verdadeiro e nos deleitar na intimidade de Deus pela fé então sermos amadurecidos e transformados por esse relacionamento.Olha que interessante é o relacionamento que te transformará estar em intima comunhão com Jesus é que marcará seu caráter e sua vida. A doçura, o amor, a santidade Dele nos confrontará, e manifestaremo-Lo através de nossos atos porque andamos e nos enchemos constantemente Dele.Espero sinceramente que tenha fé nesse momento para entrar ante ao trono da graça e pela fé desfrutar da intimidade e da presença do Senhor, como tens desejado há tanto tempo. Vai até Ele e beba, sacia-te, entra no Rio, molhe os pés, molhe os joelhos, entre até os ombros, mergulhe.
Alegra-te na intimidade que o Senhor te deu.
“ Quem tem sede vem a mim e beba.”( Jesus)
Samuel Cardoso Espindola

O que a Igreja deve fazer para a presente época?- Geraldo Alexandre


O que a Igreja deve fazer para a presente época?
Artigo enviado por Geraldo Alexandre - Vila Velha-ES

Restaurar como Cabeça de todas as coisas da Igreja O Senhor Jesus. Realinhar-se à Cristo na edificação de Sua Igreja. Esvaziar-se de toda ingerência humana, e de tudo que pesa como o pecado e embaraços, dificultando a Igreja de ser levada pelo vento do Espírito e correr a carreira que lhe está proposta. Eliminar tudo que alimenta a carne fortalece a influência do mundo e satisfaz o diabo de dentro, desviando-a assim do propósito de Seu Eterno Noivo e até retardando a Sua vinda para buscá-la
Hoje foi estabelecido um governo paralelo ao de Cristo, humano, interesseiro, que alimenta o ego, fortalecendo a carne em sua sede de poder, vaidade e estrelato, que contribui para que verdadeiros impérios se estabeleçam sobre os cristãos, cheio de regras, mecanismos e modismos, que contribuem para que a Igreja fique cheia de crianças espirituais fracas, facilmente dominadas pela carne, influenciadas pelo curso e valores mundanos, em fim, cheia de brechas que satanás tem aproveitado para satisfazer a seus intentos.
A Igreja está carecendo de verdadeiros ministros da nova aliança, despenseiros fiéis, homens que têm um ou mais dons ministeriais sob o domínio do Espírito que, por estarem cheios dEle e cada vez mais vazios de si mesmos, respaldados por uma vida santa, simples e humilde, que procuram não fazer nada e não falar nada que não tenham ouvido do Pai Celestial, isto por terem uma estreita e íntima relação pessoal com Ele. Homens que diminuam cada vez mais, e Cristo cresça, e contribuam para que Ele aumente e abunde mais e mais na Igreja e através dela manifeste-se em maior intensidade ao mundo.
É preciso entender que a VERDADE que liberta não são as verdades bíblicas vividas mecânica, sistemática ou religiosamente e sim a VERDADE viva, Cristo ressurreto que é uma pessoa, que por ela devemos de ser tomados e por Seu Espírito totalmente dominados, produzindo assim o que Deus quer produzir em nós: a Vida dEle, santa, fiel, perdoadora, misericordiosa, cheia do amor ágape, do poder que liberta, da paz, da unidade,da humildade e simplicidade, da renúncia, do servir, etc., enfim de tudo que só Cristo conseguiu e conseguirá em nós e através de nós manifestar para glória de Deus Pai, unicamente dÊle.
A “Igreja”, urgentemente, precisa esvaziar-se de tudo que é humano, mundano e demoníaco, pois infelizmente ela está cheia de coisas que têm aparência e superficialidade do Cristo da bíblia, da Igreja de atos dos apóstolos, e por isto lhe falta profundidade, revelação, intimidade e realidade da única VERDADE que liberta: CRISTO o autor de nossa fé. A única forma de satisfazer ao Pai é encarnando a Sua Vida através de Seu Filho Jesus, o único cabeça da Igreja, que é capaz de regê-la com perfeição, alimentando-a, fortalecendo-a, santificando-a, enfim tornando-a verdadeiramente o sal desta terra e a luz deste mundo, exalando o Seu perfume agradável e profundamente inebriante.
É preciso entender que para ser incluso na Igreja do Senhor Jesus Cristo a condição é: crer nEle, arrepender dos pecados, ser batizado e receber o Espírito Santo e que isto é suficiente para termos uma relação de irmãos que nos responsabiliza a nos amarmos e por conseguinte nos edificarmos e servirmos, mesmo que não tenhamos unidade de fé. Se deixarmos cair, mesmo que só no coração, as placas, os sistemas fechados, os títulos e posições, as diferenças doutrinárias e nos vermos todos como irmãos, membros igualmente importantes e necessários, do Corpo vivo de Cristo, conduzidos pelo sua única cabeça: Cristo, iremos nos fortalecer contra o Diabo e seus ardis, também nos amadurecer mais e com isto cumprir realmente a missão da Igreja neste mundo com mais eficácia e urgência que é a sua edificação e a evangelização.
Um abraço.
Geraldo Alexandre Pereira.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Graça Barata ou Lei da Nova Aliança? por Christopher Walker

Graça Barata ou Lei da Nova Aliança? por Christopher Walker

Freqüentemente, quando nos deparamos com situações não exatamente previstas nas Escrituras ou casos polêmicos que dividem opiniões no meio do povo de Deus, somos tentados a perguntar: por que Deus não deixou uma instrução mais clara sobre isso em sua Palavra? Não haveria mais discussão, e tudo ficaria tão simples!
Por exemplo, no caso do divórcio, por que Jesus não definiu de uma vez por todas se a cláusula de exceção inclui a possibilidade de novo casamento? Teria evitado volumes e volumes de argumentos, defesas, ataques e confusões. Dá até a impressão de que a ambigüidade foi proposital. Mas, neste caso, teríamos que concluir que Deus tem prazer em nos deixar tateando no escuro. Ou será que teria uma outra razão?

As Duas Alianças

Na verdade, a chave desse mistério está na diferença fundamental entre a lei do Velho Testamento e a dispensação que Jesus introduziu na Nova Aliança. O princípio da lei é que corações endurecidos e obscurecidos pelo pecado requerem ordens e limites claramente estabelecidos. Deus precisava revelar sua natureza e o padrão de sua santidade através de leis e mandamentos para que o homem pudesse ver a extensão da sua queda e a impossibilidade de restaurar a si mesmo.
Por outro lado, a premissa da Nova Aliança é que corações quebrantados, renovados e cheios do Espírito Santo irão muito além do “mínimo necessário” estabelecido na lei. Quem ama seu próximo não precisa do mandamento “Não matarás”. Quem considera que tudo pertence ao Senhor não terá que ser cobrado para dar 10%.
A lei define os comportamentos e ações do homem que são inaceitáveis a Deus. Já os motivos e intentos do coração estão fora do seu alcance. Conseqüentemente, em tese pelo menos, é possível alguém cumprir rigorosamente os preceitos da lei diante dos olhos humanos e, ao mesmo tempo, ter um coração reprovado por Deus. Por isso, no Sermão da Montanha e em vários outros discursos, Jesus enfatizou tanto o interior em contraste com o exterior. Ele deixou muito claro: não era uma questão de abolir ou mudar a lei (Mt 5.17-20), e, sim, de cumpri-la além da letra, no espírito e intenção original de Deus quando a formulou. É por isso que a justiça dos discípulos de Jesus deveria “exceder em muito” a justiça dos escribas e fariseus (Mt 5.20).

Os Fariseus e os Saduceus

Seis vezes, no Sermão da Montanha, Jesus disse “Ouvistes que foi dito... Eu, porém, vos digo” para contrastar a velha e a nova maneira de pensar e agir. Ao contrário do que muita gente pensa, conforme explica Martin Lloyd-Jones em seu livro “Estudos no Sermão da Montanha”, Jesus não estava corrigindo a lei, mas a falsa interpretação dada pelos fariseus.
Através dos séculos, os cristãos também têm interpretado mal a natureza da Nova Aliança. De um lado do espectro, os liberais entenderam que a lei não tinha mais validade e, por isso, ninguém precisava mais sentir-se obrigado a cumprir normas ou regulamentos. A graça da nova ordem para eles seria mais um ilimitado direito a ser perdoado do que a capacitação divina de viver uma nova vida. É o que costuma ser chamado de “graça barata”.
Na outra extremidade, os legalistas transformaram as palavras de Jesus e dos apóstolos em um novo código de ordens e mandamentos. Só aboliram as ordenanças cerimoniais, os sacrifícios animais, a guarda do sábado e os demais aspectos específicos da lei de Moisés. Porém a natureza essencial da lei foi mantida: o uso de ordens e mandamentos com limites específicos para impedir que corações duros e insensíveis achassem brechas para transgredir a vontade de Deus. Há pouco tempo, era comum entre determinadas igrejas a regulamentação de “usos e costumes” para controlar o comportamento exterior dos seus membros. Ainda que essas regras tenham caído em grande parte hoje, a prática de impor as normas encontradas no Novo Testamento sobre o povo continua, resultando no que podemos chamar a “lei da Nova Aliança”.
Lei da Nova Aliança? Não poderia haver maior contradição de termos. Como fariseus modernos, ao invés de buscar a transformação interior que nos dá o anseio de ir além do mandamento para agradar ao Pai, ficamos presos à letra, colocando jugos pesados sobre os outros e sobre nós mesmos. Enquanto isso, os saduceus são mais soltos, mais livres, mais espontâneos, mas erram o alvo do mesmo jeito, pois procuram uma liberdade que não é baseada na verdadeira Palavra viva. Ao rejeitarem o jugo dos mandamentos, acabaram jogando fora também os fundamentos e princípios da Palavra escrita.

Onde Está Nosso Manual?

Vamos voltar à nossa pergunta inicial. Por que Jesus não deixou instruções mais específicas sobre o divórcio? Pela mesma razão que ele e os apóstolos não deixaram um modelo definido para o governo da igreja, para a condução do culto, para a porcentagem exata que os cristãos devem contribuir e para tantos outros assuntos do dia-a-dia da igreja e da vida cristã. Primeiro, por uma questão prática, se tivéssemos normas definidas para a condução do culto, por exemplo, seríamos obrigados a adotar exatamente o mesmo tipo de cultura e costume em todas as épocas e em todos os lugares, o que definitivamente não combina com a natureza rica e multiforme do nosso Deus. Segundo, por causa da natureza essencial da Nova Aliança, nosso comportamento e prática exterior devem refletir nossa transformação interior e ser resultado do nosso contato vivo com Deus e não da obediência mecânica a um conjunto de regras.
O que encontramos na Palavra são princípios, fundamentos, chaves gerais. Quando os fariseus discutiram com Jesus sobre a brecha que Moisés deixou na lei para permitir o divórcio, ele os levou de volta ao princípio de tudo para entender o coração de Deus sobre o assunto. Jamais entenderemos a intenção ou o espírito da Palavra se tentarmos extrair dela uma regra fixa que resolva todos os casos.
Como, então, lidar com as situações práticas? Se não existe uma “lei da Nova Aliança”, como podemos saber o que é permitido por Deus, agradável a ele, e o que não é?
Sem dúvida, a base de tudo está na Palavra escrita. Sabemos do valor que Jesus dava às Escrituras, usando-as como arma contra Satanás, como autenticação de todas as suas ações, como ponto referencial claro e indiscutível. Não estamos perdidos num oceano de incertezas, sem fundamentos, livres para fazer o que “sentimos” que está certo.
Por outro lado, como não temos um manual que ensina o que fazer em cada tipo de situação específica, devemos aplicar os princípios objetivos da Palavra de acordo com a revelação mais ampla da pessoa e do caráter de Deus, conforme vistos na Escritura como um todo, não por meio da interpretação duvidosa de palavras no original ou de textos isolados.

Vivendo de Acordo com o Espírito da Palavra

Antes que você comece a levantar objeções, pense um pouco em Jesus e como ele enfrentava os fariseus com suas controvérsias sobre a lei. Quando acusaram os seus discípulos de transgressão por apanharem espigas de trigo no sábado (Mt 12.1-8), Jesus usou o exemplo de Davi que, num momento de necessidade, comeu os pães da proposição do tabernáculo, em clara contradição a uma ordenança divina.
O que ele queria dizer com isso? Que Deus não liga para os detalhes, que não tem importância errar um pouco de vez em quando? Que a lei não é importante e agora podemos agir de acordo com nossa consciência ou nosso entendimento da vontade de Deus, desde que sejamos sinceros? Não! Ele estava dizendo que há uma forma de obedecer à lei na qual se cumpre o espírito da palavra, mesmo que se tenha de quebrar a letra de um determinado mandamento. Era o que queria dizer também quando afirmou que o sábado foi feito por causa do homem e não o homem por causa do sábado (Mc 2.27).
É claro que isso não pode ser interpretado como uma licença para cada indivíduo cumprir o que pensa ser o espírito da Palavra e quebrar qualquer mandamento que quiser. Para nos proteger disso, existe a Igreja, o Corpo de Cristo, a liderança, o conselho de irmãos mais maduros etc. Na verdade, como Paulo exemplificou, embora ele fosse livre para agir como judeu ou gentio, debaixo da lei ou isento dela (1 Co 9.19-23), ele agia com muito mais domínio próprio e cuidado, pois o amor de Deus o constrangia (2 Co 5.14).
No caso do divórcio, uma das situações mais clássicas e controversas envolve o cônjuge que foi traído e que deseja iniciar um novo relacionamento. De acordo com a interpretação de alguns, a exceção de Mateus 5.32 e 19.9 só autoriza a separação, não um novo casamento. Nesse caso, a aplicação da “lei” poderá trazer um jugo que a pessoa não está preparada para carregar. É muito comum, nesses casos, as pessoas se afastarem da comunhão da igreja e até da comunhão com Deus por não conseguirem conciliar a exigência com sua capacidade de responder em obediência. Jesus condenou duramente os fariseus por atarem fardos muito pesados sobre as pessoas, que acabam morrendo pelo caminho por não conseguirem suportá-los (Mt 23.4).
Por outro lado, a “lei” do Novo Testamento pode ser interpretada de forma mais branda, se aceitamos que a exceção de Jesus permite o novo casamento. Com isso, perdemos o espírito da Nova Aliança. Vi, recentemente, um bom exemplo disso na coluna de um periódico evangélico em que um pastor responde a perguntas dos leitores. A pergunta era de um marido que, por ter sido traído pela esposa, queria saber se estava livre para se casar novamente. Em sua resposta, o pastor explicou sua posição dizendo que havia, sim, base para novo casamento, já que o caso dele se encaixava perfeitamente na exceção prevista por Jesus. Foi uma resposta coerente, fundamentada, bem explicada.
Entretanto, é justamente nesse tipo de contexto que proponho que estamos aplicando uma “lei da Nova Aliança” de forma contrária ao Espírito de Jesus. Como posso dar uma resposta a alguém que não conheço, cujo contexto me é totalmente desconhecido, discordando ou dando aval a uma decisão tão séria como essa? Como posso saber se já se esgotaram todas as possibilidades de restauração ou se o marido também não foi culpado, ainda que indiretamente, pelo ocorrido? Será que um coração quebrantado, transformado pela Nova Aliança, iria procurar um aval superior, uma brecha para poder se casar novamente, se houvesse pelo menos um pequeno raio de esperança pela restauração do seu casamento ?
Um dos argumentos mais fortes contra a aceitação de exceções para um novo casamento é que as pessoas não lutam com tanto empenho para preservar a aliança quando acham que, se essa não der certo, sempre haverá a possibilidade de começar uma outra. Outra vez estamos perdendo a essência da Nova Aliança. Se as pessoas que se convertem na igreja – incluindo a nós mesmos – não forem transformadas a ponto de quererem ir além do mínimo necessário, além da letra, a fim de agradarem plenamente ao Pai, estamos perdendo todo o objetivo da obra de Jesus. Podemos até cumprir as normas conforme nosso entendimento da Palavra, mas não passaremos de servos inúteis (Lc 17.10).
“Ah, mas isso é muito utópico”, alguém vai replicar. “Nós não atingimos esse nível ainda.”
É verdade. Por isso, mesmo procurando não viver sob o regime da lei, ainda precisamos dos princípios, dos pontos de referência, dos “mandamentos” da Palavra para nos orientarem, para nos mostrarem em que aspectos nosso coração ainda não foi transformado na prática. Entretanto não precisamos nos contentar ou nos acomodar com esse estado. E jamais devemos colocar a “lei da Nova Aliança” como a forma correta ou final para regular a vida dos cristãos.
Assim sendo, na nossa interpretação e aplicação da Nova Aliança, procuremos enxergar tudo através da revelação integral da Pessoa de Jesus que temos na Palavra e na nossa comunhão com ele. O que Jesus faria nesta situação? Como o Jesus que rejeitou a aplicação fria e condenatória da lei à mulher apanhada em adultério trataria as pessoas que chegam à igreja hoje com vidas totalmente atrapalhadas, num segundo ou terceiro casamento? Como ele agiria com pessoas arrebentadas, feridas, sozinhas, sem chance de voltarem à primeira aliança?
Como o Jesus que expulsou os comerciantes da casa do Pai e condenou duramente aqueles que usaram suas tradições para invalidar a Palavra de Deus (Mt 15.6) olharia para líderes cristãos que anulam suas alianças e casam-se outra vez, simplesmente porque sentem que o amor acabou ou que não há mais base para manter seu casamento? Como ele responderia àqueles que buscam no significado das palavras originais ou na opinião de eruditos brechas para justificarem atitudes que banalizam o valor do casamento e, conseqüentemente, o valor da nossa aliança com Deus?
Há um caminho mais excelente, uma aliança muito superior à aliança da lei. Nossas alternativas não são apenas o caminho do legalismo ou o caminho do liberalismo. Se a Nova Aliança é para nós hoje, devemos buscar a realidade da sua transformação, não apenas uma teoria ou um jargão diferente. O caminho já foi aberto; não nos contentemos em viver fora dele!

Irmãos em Cristo Jesus.

Irmãos em Cristo Jesus.
Mt 5:14 "Vós sois a luz do mundo"

Arquivos do blog