domingo, 21 de julho de 2024

TIPOLOGIA DE CRISTO

 

TIPOLOGIA DE CRISTO

Gino Iafrancesco.



    O pensamento analógico é uma realidade dentro da humanidade; e Deus, em Seu trato com o homem, não se limita a um só aspecto ou tipo de pensamento. Deus é o Deus de todos os homens e criador de todos os aspectos da mente e do homem de tal maneira que Ele se adapta perfeitamente a todo tipo de pensamento, e sabe fazer-se entender por todos os meios. A hermenêutica se assenta nesta área. Deus faz um uso legítimo de alegoria, pois esta tem um lugar adequado dentro da realidade, e é um departamento dentro das muitas vivências do homem. Assim que para a comunicação é possível achar pontos de contato também na analogia, e ainda nos recônditos aspectos do pensamento chamado mágico. Qualquer tipo de pensamento tem suas normas legítimas dentro da realidade e também suas limitações, cruzando as quais, qualquer tipo de pensamento se desliza em extravagâncias e delírios; incluímos expressamente também o pensamento chamado lógico do racionalismo; também este deve ser submetido a normas legítimas e limites jurisdicionais. Há uma jurisdição para a razão, e também há uma para o mágico.

Ainda que a magia esteja proibida por Deus, nem por isso é menos real. Há jurisdição para o que é de cá e para o que é de lá; há para o explicável e para o milagroso. Da mesma maneira, dentro do pensamento há um lugar para o arrazoamento abstrato e para a imaginação, etc. Todos estes aspectos são somente servos do homem total; não se pode permitir que sejam senhores; são ajudantes, não presidentes. Se, a dedução é uma serva, a indução também, a síntese e a análise igualmente, servem ao homem todo, levado a plenitude em todas as suas capacidades e possibilidades, equilibradamente, para seu fim inato: a glória de Deus.

Tudo o que descentre o homem de seu fim inato é uma doença que corrompe até a sua desintegração. Repito, o fim inato da realização plena do homem está relacionado à glória de Deus; contê-la, refleti-la, representá-la.

Fala-se da glória do Deus verdadeiro, que se revelou na história com exclusividade mediante Jesus Cristo, fato cujo testemunho já estudamos. Tal testemunho nos chega também multiplicado na concordância da realidade histórica e espiritual de Cristo com os tipos e figuras, exemplos, sombras e alegorias que já O representavam de antemão de tal maneira que nos maravilhamos dos métodos didáticos de Deus.

Cristo é o verdadeiro Adão que ao ter o seu lado ferido durante o sono profundo da morte, entregou de Si mesmo para a formação de Sua Eva, a Igreja. Ele é a verdadeira árvore da vida, o sacrifício cuja pele cobre o pecador nu, o sacrifício que às portas do Paraíso nos faz gratos a Deus como a oferta de Abel. Ele é o testador do Pacto cujo sinal é o arco íris. Ele é a bênção de Sem e o Verdadeiro Isaque que retorna da morte, o Filho esperado, a semente prometida. Ele é quem corta a carne na circuncisão verdadeira. Ele é o José verdadeiro cujo Espírito morou naquele primeiro, vendido por quase 30 peças de prata, tirado da cisterna e do cárcere para a destra da majestade. Sim, para a preservação da alma. Ele é o legislador verdadeiro aperfeiçoando Moisés. Ele é o verdadeiro Arão, o sumo sacerdote perfeito; Ele é a oferta sacrificada, o holocausto; Ele é o verdadeiro pão, o trigo moído como farinha, moído por nossos pecados e ungido com o azeite do Espirito Santo.

Ele é a Arca de madeira coberta de ouro, a natureza humana e divina em Sua única pessoa; o maná verdadeiro, pão do céu, água viva e Rocha ferida, amendoeira escolhida e florescida na ressurreição. Ele é a Páscoa, o Cordeiro expiatório, a trombeta perfeita que reúne Seu povo santo. Ele é o primogênito, o siclo do santuário, o preço do resgate, o tabernáculo cheio da glória de Yahveh; Ele é o descanso, o sábado e o jubileu; as festas solenes são sombras de Cristo. Cristo é o nazireu separado para Deus, o Sansão perfeito, o Josué que nos introduz em Canaã dos lugares celestiais. Aquele que abriu ao Jordão da morte devorou como pão aos Seus inimigos.

Cristo é o juiz justo, o libertador perfeito, o cântaro de Gideão, que ao ser quebrado iluminou assegurando a vitória. Ele é o parente redentor, marido da gentia convertida, o restaurador da alma de Noemi Israel em sua velhice; o tronco de Jessé, o Davi verdadeiro, o herdeiro do trono de Israel e das nações, o rei de Paz e Sábio, também o reconstrutor de ruínas. Ele é Aquele que como Elias foi arrebatado ao céu deixando-nos a capa do Seu Espírito. Ele é Aquele que ressuscita aos mortos que descansam em suas sepulturas, assim com o contato dos ossos de Eliseu com um morto, trouxe este de volta à vida. Ele é o monarca que estende o cetro de ouro da misericórdia à esposa querida que se aventura em seus braços. Ele é o Amado da amada de Cântico dos Cânticos; o Filho do Homem, o Príncipe dos Exércitos, a Pedra. Ele é aquele que regressou do ventre do abismo, um maior do que Jonas, maior do que Salomão, o Renovo, o Desejado, o Anjo do Pacto de Yahveh, que ruge como leão; o Único que pode abrir o livro; o filho varão da mulher arrebatado para Deus e Seu Trono. Aquele cuja foice está em Sua mão e cuja espada em Sua boca. O Lumiar perfeito da Nova Jerusalém! Jesus Cristo é o Seu Nome!

Extraído do Livro Opúsculo de Cristología e traduzido para o Português pelo irmãos da Cidade de Maringa-PR.



Irmãos em Cristo Jesus.

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Mt 5:14 "Vós sois a luz do mundo"