segunda-feira, 21 de maio de 2007

Uso e Abuso da Língua- parte II por Derek Prince


PROBLEMAS DA LÍNGUA
ParteII

PROBLEMAS DA LÍNGUA
Vamos examinar sete problemas específicos que encontramos relacionados com a
língua.
O problema número 1 é falar demais.
A seguir temos duas passagens que tratam desta questão. “No muito falar não falta
transgressão, mas o que modera os seus lábios é prudente” (Pv 10.19). “Porque da muita
ocupação vêm os sonhos, e a voz do tolo da multidão das palavras” (Ec 5.3).
Se alguém conversa o tempo todo, está simplesmente demonstrando a todos o que
realmente é, pois a voz do tolo se conhece pela multidão das suas palavras. Além disse,
lembre-se das palavras de Jesus: “Porque a boca fala do que está cheio o coração”. Uma
língua irrequieta denota um coração irrequieto. Uma pessoa que não pode ficar calada não
está tranqüila, por mais que fale sobre paz e alegria. Em todas essas coisas, ela proclama
sua inquietude interior pelo que flui continuamente da sua boca.
O problema número 2 são palavras vãs.
Como já tratamos deste problema nos parágrafos anteriores, vamos apenas
mencioná-lo aqui. Em Mateus 12.36, que já citamos, está escrito: “Digo-vos que de toda
palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no dia do juízo”. No Sermão da
Montanha, há um versículo paralelo: “Seja porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não. O que
disto passar, vem do maligno” (Mt 5.37).
A história da linguagem é uma história de palavras cujo significado se perde pelo
abuso delas. Pense em palavras como “fantástico”. Hoje elas não têm significado algum,
porque se as pessoas querem empregar uma palavra forte para impressionar os outros,
usam essas palavras. Enfatizar exageradamente destrói rapidamente o efeito de uma
palavra. A melhor maneira de impressionar os outros não é empregar palavras
impressionantes; é simplesmente dizer o que você quer dizer.
O problema número 3 é o fuxico.
Eu não brinco com o fuxico, porque é algo terrível. Embora seja verdade que os
homens também fuxicam, basicamente concordo com o comentário de Ern Baxter que diz:
“Fuxico é o risco ocupacional das mulheres”. A mulher normal da nossa sociedade tem muito
mais tentação e oportunidade de fuxicar do que o homem. Entretanto, estou ciente de que o
homem também fuxica.
Vamos ver o que a Bíblia diz a respeito do fuxico. “Não andarás como mexeriqueiro
entre o teu povo: não atentarás contra a vida do teu próximo” (Lv 19.16). “As palavras do
maldizente são doces bocados, que descem para o mais interior do ventre” (Pv 18.8).
Você sabia que é possível literalmente matar uma pessoa através de palavras? Sei de
casos reais onde ministros morreram sob o opróbrio, vergonha e feridas de línguas
maliciosas. Jeremias 18.18 diz que os inimigos de Jeremias falaram: “Vinde, firamo-lo com a
língua, e não atendamos a nenhuma das suas palavras”. Muitos servos de Deus morreram
de feridas causadas pela língua.
No Novo Testamento, examinaremos duas passagens: “Além do mais aprendem
também a viver ociosas (falando a respeito de mulheres na igreja), andando de casa em
casa; e não somente ociosas, mas ainda tagarelas e intrigantes, falando o que não devem”
(1 Tm 5.13).
“Não sofra, porém, nenhum de vós como assassino, ou ladrão, ou malfeitor, ou como
quem se intromete em negócio de outrem” (1 Pe 4.15).
Você não acha interessante o intrometido ser classificado junto com os assassinos,
ladrões e malfeitores? A maioria dos religiosos ficaria horrorizada ao ser classificado como
um assassino, ladrão ou malfeitor – no entanto, muitos deles são intrometidos.
O problema 4 é a mentira.
Vamos começar novamente no livro de Provérbios. “Seis coisas o Senhor aborrece, e
a sétima a sua alma abomina: Olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue
inocente, coração que trama projetos iníquos, pés que se apressam a correr para o mal,
testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contendas entre irmãos” (Pv 6.16-
19).
Das sete coisas abominadas pelo Senhor, três se relacionam com a língua: a língua
mentirosa, a testemunha falsa, e o que semeia contendas entre os irmãos. Provérbios 12.22
confirma isto, quando diz: “Os lábios mentirosos são abomináveis ao Senhor”. “Abominação”
é a palavra mais forte que se pode usar para descrever o que desagrada a Deus. Por outro
lado, no final do versículo lemos: “mas os que obram fielmente são o seu prazer”.
Encontramos mais um versículo sobre mentir no Apocalipse, onde há três
advertências a respeito do perigo de mentir nos últimos dois capítulos. Apocalipse 21.8 diz:
“Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos
impuros, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no
lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte”.
Todos os mentirosos são destinados para o lago de fogo. Não quero estender-me
nesse assunto, mas sejamos honestos – há muitos cristãos mentirosos. Embora eu não seja
o juiz, fico me perguntando o que lhes acontecerá no último dia. Não quero ignorar a Palavra
de Deus que afirma que todos os mentirosos acabarão no lago de fogo. Creio que isto
significa literalmente o que está escrito; contudo, lembremos também que sempre há
arrependimento para aqueles que quiserem voltar-se a Deus.
O problema número 5 é a bajulação.
Creio que a maioria das pessoas não entende o perigo da bajulação, e nem o quanto
é desagradável a Deus. Como pregador da Palavra, aprecio a genuína gratidão e sou
estimulado pelas expressões de estima das pessoas que me ouvem; entretanto, aprendi a
vigiar contra bajulação, pois muitos servos de Deus têm se enredado por meio desse
instrumento. Eu poderia citar os nomes de diversos homens que foram bajulados a ponto de
serem cativados e de perderem os seus ministérios.
O Salmo 12 diz: “Socorro, Senhor! Porque já não há homens piedosos: desaparecem
os fiéis entre os filhos dos homens. Falam com falsidade uns aos outros, falam com lábios
bajuladores e coração fingido. Corte o Senhor todos os lábios bajuladores, a língua que fala
soberbamente” (vv. 1-3). São palavras bem claras, e outra vez acho que a maioria das
pessoas concordaria que há uma abundância de insinceridade entre o povo religioso – uma
riqueza de palavras açucaradas que no fim não significam nada. Tome cuidado com
pessoas de lábios bajuladores!
O problema número 6 são palavras precipitadas.
Provérbios 29.20 diz: “Tens visto um homem precipitado nas suas palavras? Maior
esperança há para o insensato do que para ele”. Esta é uma afirmação muito penetrante.
Não diga tudo que sente na hora que sente. Se você fizer assim, acabará entrando em
problemas sérios. Aprenda a se dominar.
No Salmo 106 temos um quadro bem trágico de Moisés, que perdeu o privilégio de
guiar o povo de Deus para a terra prometida por causa de uma frase impetuosa que
pronunciou. Nada poderia melhor nos mostrar até que ponto Deus é exigente quanto à
nossa maneira de falar do que esse acontecimento com Moisés.
Os filhos de Israel estavam se queixando da falta de água, e Deus ordenou a Moisés:
“Volte ao povo, e fale à rocha. Quando você falar, a água sairá”.
Da outra vez, Moisés havia tirado água da rocha, ferindo-a com a sua vara. Agora, por
estar realmente irado com o povo, ao invés de fazer como Deus ordenou, ele feriu a rocha
outra vez e disse: “Precisamos tirar água para esses rebeldes?” Deus o honrou, e a água
saiu, mas depois numa conversa particular com Moisés, Deus disse: “Moisés, você perdeu o
privilégio de guiar o meu povo para a terra prometida, porque não me honrou com as suas
palavras.”
Salmo 106.32,33 refere-se a isso: “Depois o indignaram nas águas de Meribá, e, por
causa deles, sucedeu mal a Moisés, porque irritaram o seu espírito de modo que falou
imprudentemente com seus lábios”. Você sabia que quando seu espírito se provoca, muitas
vezes você fala imprudentemente? Isto é falar precipitadamente, e Deus nos adverte a esse
respeito.
O problema número 7 são palavras negativas.
Este é um dos “pecados respeitáveis” praticados regularmente por pessoas religiosas.
Normalmente não é considerado pecado. “Não tenho fé.” “Não creio que conseguirei o
dinheiro a tempo.” “Tenho certeza que será preciso fazer uma operação.” As palavras
podem ser muito educadas, respeitáveis e religiosas, mas em muitos casos são inaceitáveis
a Deus.
Muitas vezes, cavamos nossas próprias sepulturas com nossas bocas. Há muitas
pessoas mortas hoje que não deveriam ter morrido. Morreram por causa daquilo que
falaram.
Darei um exemplo de Números 13, onde temos a história dos doze espias que foram
enviados para a terra prometida. Os doze espias viram a mesma coisa e tiveram a mesma
experiência. Não houve diferença entre suas circunstâncias nem entre sua procedência. Dez
voltaram dizendo: “Oh, é uma boa terra, mas está cheia de gigantes. As cidades são
muradas até os céus, e sentimo-nos como gafanhotos aos nossos próprios olhos”. Dois
espias disseram: “É uma terra maravilhosa. Entremos para possuí-la”.
O contraste entre os dois pontos de vista pode ser visto claramente em Números
13.30,31: “Então Calebe fez calar o povo perante Moisés, e disse: Eia! Subamos, e
possuamos a terra, porque certamente prevaleceremos contra ela. Porém os homens que
com ele tinham subido, disseram: Não poderemos subir contra aquele povo, porque é mais
forte do que nós”. Josué e Calebe disseram: “Somos capazes”; os outros dez falaram: “Não
somos capazes”. Cada um selou o seu próprio destino pelo que disse. Aqueles que
disseram que não podiam subir, realmente não puderam. Aqueles que disseram que podiam
subir, puderam de fato subir. Selaram seu próprio destino pelo que disseram, e assim
acontece vez após vez com os cristãos até hoje.

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