sexta-feira, 7 de março de 2008

O TRIBUNAL DE CRISTO por David Dayer

O TRIBUNAL DE CRISTO

No cristianismo de hoje há, geralmente, duas escolas de pensamento referentes ao assunto “salvação”. Um grupo de cristãos acredita que você pode “perder” a sua salvação. Os que assim crêem pensam que você pode ser “salvo” ou nascido de novo e, então, mais tarde, por causa do pecado, perder sua salvação. Muitos deles também acreditam que você pode ser “salvo” quando se arrepender de novo, se o fizer. Este processo pode se repetir inúmeras vezes. Este ponto de vista foi defendido muitos anos atrás por um homem chamado Jacobus Arminius, formando uma parte de que é conhecido por “Arminianismo. Esta doutrina normalmente é mantida pelas Igrejas Pentecostais ou “Carismáticas”. A segunda escola de pensamento sobre o assunto de “salvação” é aquela em que, uma vez que você nasceu de novo, você é “salvo” e, nada que você ou qualquer outro possa fazer, mudará este fato. Se você pecar ou se você abandonar a fé, nada disso terá qualquer impacto sobre a sua segurança eterna. Eles sentem que você não pode “perder” a sua salvação. Além disso, eles ensinam, há poucas (se houver alguma,) conseqüências por suas ações. Uma vez que recebeu Jesus, você vai para o céu e ponto final. Este ponto de vista foi exposto por João Calvino e, assim, formou-se uma parte de o “Calvinismo”. Esta é a posição da maioria das Igrejas “fundamentalistas”.
Interessante, ambos os lados mostram versículos bíblicos muito significantes e convincentes para comprovar sua tese. Cada lado cita versículos que parecem provar o que eles ensinam. Entretanto, vimos no capítulo precedente, que cada lado deste debate está cometendo um erro fundamental. Eles estão discutindo seu ponto de vista considerando que “salvação” é o mesmo que “nascer de novo”. Eles não perceberam que a “salvação” bíblica não é apenas o novo nascimento, mas sim um longo processo de uma vida transformada, de glória em glória, à imagem de Jesus Cristo. (Se você tem alguma dúvida sobre isso, por favor leia o capítulo anterior sobre a “salvação da alma”, para uma explicação mais completa sobre este assunto.) Quando você lê a Bíblia com isto em mente, muitos versículos fazem mais sentido. Muita confusão é resolvida simplesmente pelo fato de compreender que “salvação” é mais do que um evento de um tempo único, mas sim um processo pelo qual nós somos transformados.
Conforme estamos vendo, ambos os pontos de vista acima mostrados, perderam algo muito importante. Mas também precisamos ver que ambos contém uma boa dose de verdade quando olhamos para eles sob a luz apropriada. Todas as Escrituras usadas por ambos os lados, são verdadeiras. Deus não cometeu enganos quando escreveu Sua Santa Palavra. Para melhor compreender isto, por favor preste cuidadosa atenção às seguintes afirmações. A salvação que você recebeu de Deus é verdadeiramente eterna e você não a pode perder. Mas, a salvação que você ainda não experimentou, você perderá se não se esforçar para entrar nela. Você vê, as duas coisas podem ser (e são) verdadeiras. Você não pode perder e, entretanto, você pode perder a sua salvação. O problema é que as pessoas definiram “salvação” simplesmente como “ser nascido de novo”, mas na Bíblia e na mente de Deus, há muito mais do que isto. A salvação bíblica é o trabalho completo de Deus no homem e para o homem, começando com a sua experiência do novo nascimento, continuando com a transformação da alma e acabando com a glorificação do corpo.
O que você ganhou da vida eterna (Zoe) é verdadeiramente eterno. Por definição, “o que Deus é” é absolutamente indestrutível. Se você permitiu ao Eterno que entrasse em seu espírito e se uniu a Ele (1ª Cor 6:17), não há maneira de perder ou destruir este fato. A vida só pode ser perdida de uma maneira. Ela não se evapora nem sai de nós. Em todo o Universo Deus nos mostra que só há um meio de acabar com qualquer tipo de vida: matá-la. Mas, como você vê, a vida de Deus é impossível de matar. Os judeus e os soldados romanos tentaram, mas foi impossível para a morte retê-Lo (Atos 2:24). Deus não vai simplesmente desaparecer de você. O que foi saturado e permeado com Sua Vida e Natureza Divina, tornou-se eterno e absolutamente indestrutível. A palavra “eterna” significa exatamente isto, eterna. Mas, por outro lado, se não permitimos a Deus que nos encha e nos transforme, permanecerá em nosso ser muita coisa que não é indestrutível. Se nos recusamos a permitir que o Espírito Santo acesse a todas as partes de nossa alma, se resistimos ao trabalho e à disciplina de Deus em nós, esta velha parte natural se perderá. Quando Jesus voltar e o nosso tempo de transformação estiver acabado, então o que ganhamos será nosso e o que não ganhamos estará perdido, já que não haverá segunda oportunidade para recebê-lo.
Esta compreensão corresponde exatamente ao ensinamento de Jesus quando Ele estava na Terra. Ele claramente dizia: “Aquele que salvar sua vida, perdê-la-á” (Mateus 16:25 e também Mat 10:39, Lucas 9:24, 17:33, João 12:25). A palavra “vida” aqui é PSUCHE, ou “vida da alma’. É significante que este verso esteja escrito cinco vezes na Bíblia. Nada poderia ser mais claro. Se você ama a si mesmo e resiste à transformação, ao trabalho purificador do Espírito Santo dentro de você, então esta vida natural da alma será perdida. Isto não se refere à sua vida física. Não significa morte física. Não está falando sobre ser um mártir. Isto se refere à sua alma. De fato, algumas traduções dizem: “Ele que salva a sua alma, perdê-la-á.” Os elementos naturais, pecaminosos, que permanecem em nosso ser serão consumidos pela presença de um Deus intensamente Santo, em Sua vinda. Eles estarão perdidos. É uma das promessas de Deus! Considere-a como sendo verdadeira.

A TERRA DA PROMESSA.

Para ilustrar melhor este ponto, vamos voltar aos Filhos de Israel e à Terra Prometida, Canaã. Deus deu a eles aquela terra. Deu-lhes livremente, sem custo. Ele definiu os limites anteriormente, mostrando o comprimento e a largura e a extensão da terra que eles herdariam (Num 34: 3-12). Entretanto, havia uma condição. Este povo tinha que, dia a dia, passo a passo, de acordo com a direção do Espírito Santo, entrar na terra e tomar posse dela. Eles não podiam simplesmente sentar-se no lado mais distante do Rio Jordão e proclamar que eram seus proprietários. Eles não poderiam apenas estar no lado leste louvando e agradecendo a Deus por este grande presente que Ele havia lhes dado. Para realmente obtê-la, através da fé e da obediência, eles tinham que ir e possuí-la. O mesmo ocorre hoje para nós com relação às nossas almas. Jesus explica: “É na vossa perseverança que ganhareis as vossas almas” (Lucas 21:19). É essencial para cada filho de Deus conhecer e compreender esta verdade.
Verdadeiramente, Jesus Cristo comprou para cada crente uma salvação completa. Sua morte na cruz foi suficiente para nos transportar de um degrau de glória para outro até a sua exata imagem. Ele derrotou o pecado, a morte e o poder do diabo. Todo o seu trabalho foi feito. Na cruz, Ele afirmou : “Está consumado” (João 19:30). Entretanto, ainda resta uma parcela para fazermos. Precisamos, pela fé e obediência, entrar e possuir aquilo que Ele gratuitamente nos deu. Não nos fará bem algum simplesmente louvar e agradecer a Deus por Seu presente se não fizermos nenhum progresso espiritual. Não há promessas para “algum dia”. Hoje é o dia da salvação (2ª Cor 6:2). Hoje é o dia para nos tornarmos co-participantes da natureza divina. Pelo fato de segurarmos estas “excedentes promessas grandes e preciosas”(2ª Pedro 1:4). Nós temos diante de nós uma boa terra, vamos entrar e possuí-la!
Se, por outro lado, não estamos desejosos de encarar o inimigo, lutar as batalhas, confrontar os gigantes de nossas vidas e manifestar Sua vitória, nós não obteremos o que é nosso por direito. Mesmo que Deus já tivesse dado a Israel seu território, eles nunca tinham entrado e possuído completamente a terra. Falharam em obedecer a Deus e, através do medo e da desobediência, falharam em entrar completamente na promessa. Aquilo que eles ganharam, receberam, mas o que não conquistaram, foi perdido para eles. Do mesmo modo hoje, para nós, não há uma segunda chance. Mais tarde não haverá uma transformação mágica da alma. Se não recebermos Cristo hoje e preenchermos nossa alma com Ele até transbordarmos, será tarde demais quando Ele voltar. O que nós experimentamos é nosso, mas o que não conquistamos estará perdido para nós a menos que nos arrependamos e forcemos a entrada nela hoje. “Portanto, desde que permanece a promessa de entrar em Seu descanso, temamos que suceda parecer que algum de vós tenha falhado” (Heb 4:1).
Pelo que posso contar, a maioria dos cristãos acredita em algum grau de transformação. Isto é, eles acreditam que podem ser transformados de um modo ou outro, pela obra do Espírito Santo. Muitos admitem a necessidade de serem libertos de alguns pecados visíveis, mais “grosseiros”. Alguns até falam de uma santidade maior. Entretanto, muitos crentes na Igreja hoje parecem pensar que este processo é opcional ou que não é realmente essential. Alguns crêem que, não importando o estado em que se encontre o nosso ser interior ou nossa alma quando o Senhor voltar, todos os problemas serão resolvidos e todas as tendências e hábitos pecaminosos mudarão “num instante, num piscar de olhos” (1ª Cor 15:52). Embora poucos admitam, isto pode levar a uma atitude semelhante a esta: “Bem, realmente não importa se não sou completamente santo. Não faz mal se ainda sou “um pouco” invejoso, sensual, mentiroso, irado, ganancioso, fofoqueiro, ciumento, ou qualquer destes. Quando Jesus voltar, tudo isto vai mudar instantaneamente, então porque vou me preocupar com minha condição agora? Afinal de contas, todos os outros parecem estar cheios de pecado também. Deus me perdoa. Porque eu deveria tentar ser santo agora se vou conseguir isto mais tarde, sem muito esforço? Embora alguns ensinem que ainda existe uma questão de “recompensa”, este fato não parece motivar muitos em nossa sociedade atual.
Mas, certamente, alguns perguntarão: “Que tal ser transformado em um piscar de olhos?” Este é um versículo maravilhoso, mas não está se referindo à nossa alma. Se você ler o contexto, perceberá que está falando sobre nossos corpos. Verdadeiramente, nossos corpos serão transformados instantaneamente para serem como Jesus. Eles serão glorificados imediatamente quando Jesus vier. Mas, com referência à alma, as Escrituras são bem claras, “Hoje é o dia da salvação” (2ª Cor 6:2). Isto deveria fazer sentido para uma pessoa que pensa bem. Porque Paulo, por ex., deveria “morrer diariamente”, “negar-se a si mesmo”, “prossege para o alvo”, “disciplinar seu corpo” e todas estas coisas, se tudo o que ele tinha a fazer era esperar pelo dia mágico em que seria transformado subitamente para ser como Jesus? Eu até mesmo ouvi cristãos ensinarem que eles têm uma “mais profunda revelação” do que Paulo e que ele não precisaria absolutamente sofrer. Este tipo de tolice irá parar rapidamente quando Jesus aparecer em poder e glória. Estes que estão ensinando estas tolices começarão a orar para as rochas e montanhas caírem sobre eles e escondê-los da intensa e abrasadora presença do Deus Todo Poderoso (Ap 6:16). “Conhecendo, portanto, o temor do Senhor, nós persuadimos os homens”(2ª Cor 5:11).
Com isto em mente, vamos agora investigar mais profundamente o que a Palavra de Deus diz sobre este assunto. Sabemos, sem dúvida, que quando Jesus voltar nós estaremos diante de Seu Trono de Julgamento (2ª Cor 5: 10) e que receberemos galardão por tudo o que fizemos. Naquele “dia”, nossas obras serão “reveladas pelo fogo”. Se nossas obras passarem no teste, receberemos uma “recompensa”, mas se nossas obras forem imperfeitas, elas serão queimadas (1ª Cor 3:12-15).

TODAVIA, COMO QUE ATRAVÉS DO FOGO

Mas, vamos olhar mais atentamente para o verso 15. Lemos que a pessoa cujas obras foram perdidas, na verdade foi “salva, ainda que através do fogo” (Heb 12:29). Assim, vemos que, não apenas nossas obras passarão pelo fogo, mas nós também seremos testados pelas chamas! Nós também entraremos no fogo. Que fogo é este? Nada menos que a presença de Deus! “Porque o nosso Deus é um “fogo consumidor” (Heb 12:29). A abrasadora intensidade daquilo que Ele é, analisará e testará os conteúdos daquilo que nós somos. Este é o verdadeiro teste. Se o que somos interiormente é puro – isto é, cheio da vida, da natureza e da essência de Deus, – passaremos. Nada poderá destruir isto. Se, ao contrário, somos cheios da velha vida e da velha natureza, seremos consumidos por Sua flamejante presença. Lembre-se que Ele não é apenas um fogo, mas um fogo consumidor. Sem dúvida, o que vai ser consumido diante de Seu Trono é algo que não é santo, nem reto, nem puro – nada que corresponda àquilo que Ele é. De fato, se você parar para pensar, isto deve ser assim. Obviamente, nada que não seja santo pode agüentar a presença de Deus.
Deus deve eliminar todo pecado de Seu povo. Quando Deus criou o mundo de Adão e Eva, criou-o sem pecado. Entretanto, apenas um pecado, apenas um, destruiu para sempre toda a criação que Ele havia feito. Do mesmo modo, se a vida e a natureza pecaminosa têm permissão para entrar na nova criação de Deus, cedo ou tarde ela produzirá pecado. (Veja o capítulo IV, As Duas Naturezas). E este novo pecado iria poluir para sempre a nova criação. Portanto, quando Ele chegar, se ainda estivermos cheios de nossa própria vida pecaminosa, algo deve ser feito.
As Escrituras perguntam: “quem dentre nós irá morar com o fogo devorador? Quem dentre nós habitará em chamas eternas?” (Isaías 33:14-15). A resposta é dada: “o que anda em justiça e fala o que é reto; o que despreza o ganho da opressão; o que com um gesto de mãos recusa aceitar suborno; o que tapa os ouvidos para não ouvir falar de homicídios e fecha os olhos para não ver o mal.” Isto indica pessoas justas, aqueles que estão cheios de Deus, permitindo a Ele que viva Sua vida através deles.
No livro de Apocalipse somos apresentados a um espetáculo surpreendente. Vemos um grupo de homens e mulheres parados num mar de vidro mesclado de fogo (Ap 15:2). Eles estão parados no centro de um flamejante inferno. Mas que lugar é este? De fato, é o pavimento transparente bem em frente ao trono de Deus (Veja Êxodo 24:10 e Ezequiel 28:14). Eles estão na presença real de Deus. E, nesta presença terrível, é como se tudo estivesse queimando como fogo. Entretanto, estas pessoas especiais estão confortáveis lá. Elas não são afetadas pelas chamas. Na verdade, elas estão em adoração, cantando a canção de Moisés na presença do Deus Todo Poderoso. Lembre-se dos três amigos do profeta Daniel que foram atirados na fornalha ardente. Eles eram pessoas santas. Haviam dado suas vidas completamente a Deus. Portanto, pela graça de Deus, não foram tocados pelas chamas. Estas coisas ainda falam a nós hoje.

O BATISMO DE FOGO

João Batista declarou: “Eu, na verdade, vos batizo com água, mas vem o que é mais poderoso do que eu, do qual eu não sou digno de desatar as correias das sandálias; Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo. A sua pá, Ele a tem nas mãos para limpar completamente a Sua eira e recolher o trigo no seu celeiro, porém queimará a palha em fogo.”(Lucas 3:16-17). Aqui vemos um estranho pronunciamento. João diz que o Filho de Deus, Jesus Cristo, o Salvador do mundo, está chagando e, quando Ele chegar, Ele batizará homens e mulheres com fogo. Qual é o significado deste fogo? Por que Deus iria querer derramar fogo do céu sobre aqueles que crêem nele? Deus deseja purificar Seus filhos. Ele não só deseja selecionar entre os homens aqueles que crerão, mas também deseja justificá-los e purificá-los de maneira que, quando aparecerem diante Dele, serão santos. Eu creio que este batismo de fogo é o mesmo que o fogo refinador mencionado em outras passagens das Escrituras (Veja Mal 3:2,3, Zac 13:9) o qual é intensamente quente, incandescente jazida de carvão. É este tipo de fogo que um joalheiro de ouro e prata deve usar para expurgar todas as impurezas dos metais com os quais está trabalhando. Do mesmo jeito, Deus nos está batizando com fogo para nos limpar, nos purificar e nos deixar prontos para o Seu aparecimento.
Jesus disse: “Eu vim para lançar fogo sobre a Terra e bem quisera que já estivesse a arder (Lucas 12:49). Não há dúvidas de que Deus deseja purificar Seus filhos. Ele não apenas deseja salvá-los daquilo que eles fizeram, mas também daquilo que eles são. Ele quer purificá-los interiormente, de maneira que eles tenham a mesma natureza e substância Dele. Efésios diz: “Para que Ele possa apresentá-la como uma Igreja gloriosa, sem manchas ou rugas ou qualquer outra coisa, mas que ela seja santa e sem manchas”. Tal coisa requer o batismo de fogo. Não apenas precisamos ser batizados com o Espírito Santo para nos enchermos da glória e do poder de Deus, mas também precisamos ser batizados com fogo – aquela chama interior, purificadora, refinadora, que nos queima, nos transforma, e nos faz ser como Ele. Você vê, todo crente experimentará o fogo de Deus hoje e no futuro. Se passamos um tempo em Sua presença, isto acontecerá agora, porque verdadeiramente Ele é um “fogo consumidor”. Entretanto, se evitamos contato íntimo com Ele, então esta é uma experiência essencial, que será reservada para o futuro, quando não haverá possibilidade de ganhos. O fogo de Deus é algo pelo qual devemos passar hoje se desejarmos e estivermos prontos. Isto irá nos preparar para o fogo de Sua presença no futuro. Se permitirmos que Ele faça agora em nós o trabalho purificador, não teremos nada a temer quando Ele voltar. Se permitirmos a Ele investigar e purificar completamente nossa alma, então seremos transformados como a madeira petrificada do último capítulo e, portanto, imune a qualquer fogo posterior.
Isto significa que um crente “irá para o inferno?” Não, não estamos dizendo tal coisa. Nem a Bíblia diz isso. Aqui não estamos lendo sobre perder a vida eterna (Zoe). No Trono do Julgamento de Cristo ninguém é “atirado no lago de fogo”, a não ser o Anticristo e o Falso Profeta. A questão aqui não é de “céu ou inferno”. O que estamos vendo aqui é que há algumas sérias “perdas” para os cristãos despreparados. É a perda da alma ou da vida PSUCHE. Esta é uma destruição irrevogável de toda a vida natural com a natureza pecadora.
Então, uma questão razoável deveria ser: “Qual é o resultado final de tal julgamento? Como este afeta um crente? Está claro que todo crente que estiver diante do Trono de Julgamento de Cristo terá ao menos “alguma coisa” salva (1ª Cor 3:15), apesar da perda. No mínimo, será o espírito humano que nasceu de novo e se uniu ao Espírito de Deus. Paulo fala sobre alguém que deveria ser entregue “a Satanás para a destruição da carne, para que o seu espírito possa ser salvo no dia do Senhor Jesus” (1ª Cor 5;5). Também a maioria dos crentes terá atingido pelo menos algum grau de crescimento espiritual. Quer dizer, uma certa dose de transformação sobrenatural irá ocorrer, alguma quantidade de substância eterna terá sido depositada. Isto também não vai ser queimado, pois é imune ao fogo. Cada parte da alma que foi transformada irá permanecer. O que foi saturado e permeado com a vida de Deus é, por definição, eterno. O que nós ganhamos, certamente foi ganho para todo o sempre, mas a velha vida e a velha natureza serão perdidas.

MATURIDADE ESPIRITUAL

Mas, como isto nos afetará? Como podemos entender estas coisas? Em vários lugares nas Escrituras, lemos sobre níveis ou estágios de crescimento espiritual (Veja Ef 4:15, 1ª Pedro 2:2, 2ª Pedro 3:18 e 1ª João 2:12-14). Lemos sobre: “bebês em Cristo”, “jovens” e mesmo “pais”, assim indicando níveis de maturidade. Eu creio que estas coisas não são apenas figuras de linguagem, mas se referem a realidades espirituais. Portanto, é lógico supor que o grau de maturidade espiritual que nós atingimos nesta vida pela obediência fiel ao Espírito Santo, será nossa condição eterna quando Jesus vier.
Em outras palavras, se permanecermos “bebês” em Cristo, seremos bebês eternamente. Se nós nos esforçamos para obter alguma maturidade, este será o nosso estado eterno. Todo o resto será perdido e queimado pela Sua presença. Se, por outro lado, nos esforçarmos para conhecer o Senhor e conseguir algum grau de espiritualidade adulta, seremos para sempre gratos e sofreremos pouco se houver alguma perda em Sua vinda.
Queridos irmãos e irmãs, esta é a nossa recompensa. Não vamos receber ouro ou prata ou recompensa de qualquer outro material na eternidade. O próprio Deus é a nossa recompensa. Ele disse a Abraão: “Eu sou o teu escudo, teu grandîssimo galardão” (Gen 15:1).Você compreende isto? Em Sua presença nada mais tem valor. Ele é Aquele em quem nos regozijaremos extremamente. O salmista nitidamente declara: “Em Sua presença há plenitude de alegria, em Sua mão direita, delícias perpetuamente” (Salmos 16:11). Creia, é verdade. Ele é e será nossa recompensa. Mas pense nisto também. A capacidade de cada um aproveitar esta maravilhosa experiência será governada por sua maturidade.
Isto é exatamente o que acontece nesta vida atual. Eu me lembro de ter ido a um evento esportivo com meus filhos e uma outra família grande. Todos se divertiram, mas nem todos tiveram a mesma experiência. As crianças pequenas gostaram de rastejar ao redor de seus assentos, encontrando coisas interessantes. As crianças um pouco mais velhas se divertiram jogando e brincando umas com as outras. Os jovens e os adultos realmente se divertiram observando o jogo. Veja você, na eternidade todos irão deleitar-se em Deus, mas a recompensa de cada um se baseará em sua maturidade espiritual. Esta maturidade espiritual caminha lado a lado com as “obras” deles, as obras que eles fizeram quando estavam aqui na Terra. Você sabia que todos os crentes estarão com o Senhor para sempre, mas não será a mesma coisa para todos. A maturidade espiritual da qual falamos se manifestará em glória esplendorosa, radiante. Daniel 12:3 diz: “Aqueles que forem sábios resplandecerão como o fulgor do firmamento, como as estrelas, para sempre.” Cada um terá uma certa quantidade desta glória. Cada um irá brilhar com o seu próprio grande brilho, dependendo do seu grau de fé e transformação. Lembrando que os versículos originais não eram separados em versos numerados, vamos ler em 1ª Cor 15:41,42 “. . . porque (como) uma es-trela difere da outra em (grau) de glória, assim também é a ressurreição dos mortos.” O que se recebe de Cristo hoje será revelado quando Ele vier. Na eternidade, cada um exibirá um diferente grau de glória.
Pode ser que estes pensamentos sejam novos para você ou que os ache algo surpreendentes. Portanto, eu gostaria de recomendar a você para não simplesmente reagir a isto emocionalmente. Procure as Escrituras por você mesmo. Ore sobre estas coisas. Reveja estes pensamentos após algum tempo. Eu creio que Deus lhe dará graça para ver que “salvação” inclui mais coisas do que se pensava no passado. Há mais na divina revelação da Palavra de Deus do que tem sido pregado. Verdadeiramente precisamos nos esforçar para conhecer o Senhor e dar nossa atenção a coisas espirituais “para que jamais nos desviemos delas” (Heb 2:1).

QUE DIZER SOBRE PERFEIÇÃO?

Indubitavelmente alguns perguntarão: “Que dizer sobre perfeição? É possível para um cristão se tornar perfeito? Será que, quando Jesus vier, alguns não sofrerão perda alguma?” Para responder a estas questões, precisamos olhar atentamente para o que as Escrituras têm a dizer. Não podemos olhar ao nosso redor e julgar este resultado pela condição de outros. Nem podemos olhar para nós mesmos para decidir o que está correto. Nossa resposta precisa vir da Palavra de Deus, que sabemos ser a verdade. 1ª Tess 5:23 diz: “E agora, o mesmo Deus da paz vos santifique em tudo e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo.”
Paulo aqui está pronunciando um tipo de intercessão –uma oração por estes cristãos que ele ama. E, orando deste modo, ele mostra que tem fé que, se eles forem fiéis a Deus, Deus também será fiel para realizar este trabalho glorioso dentro deles. Vamos pensar sobre isto deste modo: Se a morte, ressurreição e ascensão de Cristo não foram poderosas o bastante para nos transformar completamente, então temos que pedir a Ele para voltar e completar o trabalho. Se tudo o que Ele cumpriu na cruz só foi bom o bastante para nos mudar parcialmente, então precisamos começar imediatamente um movimento de oração internacional e pedir a Ele que, por favor, volte e faça o necessário para completar a obra. Negar o poder de Deus para transformar cada ser humano completamente é negar que o Seu trabalho foi suficiente. Este não é o caso. Na verdade, “está consumado” (João 19:30)! Pelo seu lado, Jesus fez todo o necessário para nossa transformação e santificação. De nossa parte, apenas precisamos continuar a buscar Sua face ate o dia de Sua vinda. Podemos confiar que “Ele é capaz de salvar totalmente aqueles que vêm a Deus por meio Dele” (Heb 7:27).
Este era, de fato, o objetivo do Apóstolo Paulo. Ele diz: “Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição, mas eu prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus” (Fil 3:12). Você percebe, Paulo vira algo. Ele havia visto o Senhor glorioso, ressuscitado e estava concentrado com todo o seu ser em se prender à perfeição que ele havia visto. Ele não apenas estava perseguindo isto, mas também estava se consumindo em ajudar e recomendando a outros que chegassem também ao mesmo lugar. Em Col 1:28,29 lemos: “Ele que anunciamos, advertindo a todo homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem perfeito em Cristo; para isto é que eu também me afadigo, esforçando-me o máximo possível, segundo a sua eficácia que opera eficientemente em mim”.
O próprio Jesus nos exorta:- “Sede perfeitos, como o vosso pai que está no céu é perfeito” (Mat 5:48). Este é o padrão, a perfeição do próprio Deus. Enquanto nós vimos que os esforços da carne nunca poderão atingir esta imponente meta, também vimos que, na verdade, isto é possível e se realiza simplesmente por receber uma Outra Vida e viver por ela. Devemos ser cuidadosos em não tomar o exemplo dos que nos rodeiam, mas do próprio Deus. Paulo repreende plenamente este tipo de erro, dizendo: “Mas eles, medindo-se consigo mesmos e comparando-se consigo mesmos, revelam insensatez (2ª Cor 10:12). Se miramos em nada, acertaremos este alvo: nada. Infelizmente é verdade que vemos muito poucos cristãos vivendo uma vida livre de pecados e exibindo a vida sobre-natural. Tristemente, a maioria dos crentes não está tomando posse de tudo que Deus tem para eles. Talvez uma razão para isto seja a que eles não sabem que existe uma possibilidade de se tornarem perfeitos. Além do novo nascimento, eles não têm noção de que há algo mais para ser ganho ou perdido. Verdadeiramente, Deus disse: “Meu povo padece porque lhe falta o conhecimento” (Oséias 4:6). Há certamente uma grande escuridão cobrindo a Igreja dos nossos dias. Enquanto isso, muitos pensam que eles são a geração mais espiritualmente erudita, mesmo que a verdade mais essencial sobre a salvação da alma esteja incompleta ou mal compreendida.
Vamos ser muito claros aqui: eu não estou ensinando “perfeição sem pecado”- o pensamento de que poderíamos chegar a algum lugar nesta vida onde nunca pecaríamos. Um fator que torna isto impossível é que nós ainda temos “um corpo caído”. Este corpo é “um corpo de pecado” (Rom 6:6). Ele tem apetites naturais, carnais. O desejo de alimentos, conforto, sexo e muitas outras coisas, estarão sempre conosco enquanto estivermos neste corpo. Isto só mudará quando Jesus voltar. É por isto que Paulo ensina que devemos exercitar domínio espiritual sobre o nosso corpo. Ele diz: “Eu disciplino meu corpo e o trago à sujeição” (1ª Cor 9:27). Também lemos que ele almejava se livrar deste corpo pecador e receber um outro corpo puro e celestial (2ª Cor 5:2-4). Isto é porque, quanto mais ele se tornava puro interiormente e se enchia com a vida de Deus, mais ele julgava este corpo terreno indigno de conter esta preciosa substância. O corpo pecador se tornou um peso demasiado cansativo.
Queridos irmãos e irmãs, a salvação da alma é verdadeiramente um assunto sério. As conseqüências do que estivemos discutindo aqui são eternas. Não há tempo a perder. Não haverá uma segunda chance. Portanto, precisamos estar encorajando uns aos outros mais e mais, conforme vemos o dia se aproximando (Heb10:25). Pela graça e misericórdia de Deus, que nós não estejamos entre “daqueles que se retiram para a perdição (destruição)”, mas entre “daqueles que crêem para a (completa) conservação da alma” (Heb 10:39).

Um comentário:

milani paula disse...

ADOREI TUDO ...

vou copiar na minha comunidade do orkut JESUS VOCE E EU

Irmãos em Cristo Jesus.

Irmãos em Cristo Jesus.
Mt 5:14 "Vós sois a luz do mundo"

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