sábado, 14 de fevereiro de 2009

Cristo, A Luz da Inteligencia Espiritual - William Kelly

Extraído do site www.verdadespreciosas.com.ar e Traduzido para o Português pelos irmãos da Cidade de Alegrete-RS
Deus, quando comunica algo ao homem, nunca o faz de forma obscura. Seria uma teoria monstruosa supor que Deus, quando dá uma revelação, o faz de maneira tal que resulte impossível que a entendam aqueles a quem quis dirigi-la. O que é que faz que todas as Escrituras resultem tão difíceis? Não é sua linguagem. Uma surpreendente prova disso podemos ver no fato de que se alguém pergunta que parte do Novo Testamento considero que é a mais profunda, logo me referiria às epístolas de João; e digo mais, afirmo que não há nenhuma outra parte que esteja expressada em linguagem mais simples que estas mesmas epístolas.

As palavras não são as dos autores ou redatores deste mundo. Tampouco os pensamentos são enigmáticos nem cheios de alusões estranhas e abstrusas. A dificuldade da Escritura se estriba no fato de que ela é a revelação de Cristo para as almas que tem seus corações abertos pela graça para recebê-la e para valorizá-la. Pois bem, João foi um que havia sido admitido a esta graça de maneira preeminente. De todos os discípulos, ele foi o mais favorecido na intimidade da comunhão com Cristo. Ele foi assim, certamente, quando Cristo andava sobre a terra; e João foi especialmente utilizado pelo Espírito Santo para nos dar os pensamentos mais profundos do amor e da glória pessoal de Cristo.

A verdadeira dificuldade da Escritura consiste, pois, no fato de que seus pensamentos estão infinitamente por cima de nossa mente natural. Para entender a Bíblia, devemos renunciar ao “eu”. Devemos ter um coração e olhos para Cristo, ou, do contrário, a Escritura se converterá em uma coisa ininteligível para nossas almas; enquanto que, quando o olho é sensível, o corpo inteiro está cheio de luz. Por isso podemos encontrar um homem erudito, completamente errado, por mais que seja cristão. Bem pode ver-se impedido de entender as epístolas de João ou o Apocalipse, podem ser demasiadamente profundos para ele; enquanto que, por outra lado, podemos achar a um homem muito simples que, se bem pode não ser capaz de entender plenamente estas Escrituras ou de explicar cada porção das mesmas corretamente, não obstante bem pode gozar delas; pois estas Escrituras comunicam pensamentos inteligíveis a sua alma, provendo além disso, consolo, orientação e proveito.

Inclusive se se tratasse de eventos do porvir, da Babilônia e da besta, o homem sensível encontra ali grandes princípios de Deus que, por mais que se achem no livro considerado como o mais obscuro de todos os livros da Escritura —o Apocalipse—, não obstante tem um efeito prático em sua alma. A razão é que Cristo está ante ele, e Cristo é a sabedoria de Deus em todo sentido. Não se trata, naturalmente, de que pode entendê-lo por ser ele ignorante, senão de que pode fazê-lo apesar de sua ignorância. Tampouco porque um homem seja erudito, é capaz de entrar nos pensamentos de Deus. Já seja ignorante ou douto, há um só caminho: o olho que vê o que se refere a Cristo. E quando se tem isso firmemente fixo ante a alma, creio que Cristo vem a ser a luz da inteligência espiritual da mesma maneira que o é da salvação. E o Espírito Santo constitui o poder que permite compreender; mas Ele nunca dá essa luz exceto através de Cristo. De não ser assim, o homem então tem um objeto ante si que não é Cristo, e, portanto, não pode entender a Escritura, a qual revela a Cristo. O tal está tratando de forçar as Escrituras em apoio de seus próprios objetivos, qualquer que sejam, pervertendo desta forma a Escritura. Esta é a verdadeira chave de todos os erros a respeito da Escritura. O homem agrega seus próprios pensamentos à palavra de Deus, e elabora um sistema que não tem nenhum fundamento divino.

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Irmãos em Cristo Jesus.

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