sexta-feira, 17 de outubro de 2008

O Mistério da Iniqüidade- John Wesley

'Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que agora resiste até que do meio seja tirado'. (II Tessalonicenses 2:7)


1. Sem inquirir o quão distante essas palavras se referem a algum evento particular na Igreja Cristã, eu gostaria, na presente ocasião, de considerar esta importante questão: -- de que maneira o mistério da iniqüidade tem operado, em nosso meio, até quase cobrir toda a terra.

2. E certo que 'Deus fez o homem correto'; perfeitamente santo, e perfeitamente feliz: Mas, por se rebelar contra Deus, ele destruiu a si mesmo; perdeu o favor e a imagem de Deus, e acarretou pecado, com seu atendente, a dor, sobre si mesmo e toda sua posteridade. Ainda assim, seu Criador misericordioso não o abandonou, neste estado de abandono e desesperança: Ele imediatamente indicou seu Filhos, seu Bem-Amado Filho, 'que é o esplendor de sua glória; a imagem expressa de sua pessoa', para ser o Salvador de homens; 'a conciliação para os pecados de todo o mundo'; o grande médico que, através de seu Espírito Todo-Poderoso, deveria curar a doença de suas almas, e restaurá-lo, não apenas para o favor, mas para a 'imagem de Deus, na qual, eles foram criados'.

3. Este grande mistério da religiosidade começa a operar, desde o momento da mesma promessa original. Conseqüentemente, o Cordeiro sendo, no propósito de Deus, 'sacrificado desde o começo do mundo', desde o mesmo período em que seu Espírito santificado começou a renovar as almas dos homens. Nós temos um exemplo inegável disto em Abel, que 'obteve um testemunho' de Deus 'de que ele era justo'. (Hebreus 11:4) 'Pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo, dando Deus testemunho dos seus dons, e por ela, depois de morto, ainda fala'. E todos, desde então, foram partícipes da mesma fé; partícipes da mesma salvação; não foram apenas reinstalados no favor, mas igualmente restaurados para a imagem de Deus.


4. Mas, quão excessivamente pequeno foi o número daqueles, mesmo nos tempos mais antigos! Tão logo, 'os filhos dos homens multiplicaram sobre a face da terra', Deus, olhando dos céus, 'viu que a maldade do homem era grande na terra'; tão grande, que 'toda imaginação dos pensamentos de seu coração era pecaminosa'; apenas má, e isto, 'continuamente'.

(Gênesis 6:1-5) 'E aconteceu que, como os homens começaram a multiplicar-se sobre a face da terra, e lhes nasceram filhas, Viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram. Então disse o Senhor: Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem; porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos. Havia naqueles dias gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de Deus entraram às filhas dos homens e delas geraram filhos; estes eram os valentes que houve na antiguidade, os homens de fama. E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente'. E, então, permaneceu, sem qualquer intermissão, até que Deus executou aquela sentença terrível: (Gênesis 6:7) 'E disse o Senhor: Destruirei o homem que criei de sobre a face da terra, desde o homem até ao animal, até ao réptil, e até à ave dos céus; porque me arrependo de os haver feito'.

5. Apenas 'Noé encontrou graça nos olhos do Senhor'; sendo 'um homem justo e perfeito, em suas gerações'. Ele, conseqüentemente, com sua esposa, seus filhos, e as esposas destes, Deus preservou da destruição geral. Alguém até poderia ter imaginado que estes poucos remanescentes iriam igualmente ser 'perfeitos em suas gerações'. Mas quão longe esteve isto de acontecer! Logo depois desse sinal ser entregue, encontramos um deles, Cão, envolvido em pecado, e debaixo da maldição de seu pai. E como 'o mistério da iniqüidade', operou, mais tarde, não apenas na posteridade de Cão, mas na posteridade de Jafé; sim e de Sem, -- com exceção de Abraão e sua família!

6. Sim, como ela operou, até mesmo, na posteridade de Abraão; no povo escolhido de Deus! Não fossem esses também, descendentes de Moisés, Davi, Malaquias, Herodes, o Grande, uma geração incrédula e obstinada, 'uma nação pecadora, um povo carregado com iniqüidade', continuamente abandonando o Senhor, e 'afligindo o Espírito Santo de Israel?'. E, ainda assim, nós não temos motivos para acreditar que essa foi pior do que as nações que a circundaram, que foram, sem exceção, tragadas, em todas as maneiras de maldade, assim como, idolatrias condenáveis; não tendo o Deus do céu 'em todos os seus pensamentos', mas operando toda impureza com cobiça.

7. Na plenitude do tempo, quando a iniqüidade de todo tipo; quando a descrença e falta de retidão, tinham se espalhado, por todas as nações, e coberto a terra, como uma inundação, agradou a Deus erguer um estandarte contra ela, 'trazendo seu Unigênito para o mundo'. Agora, então, alguém poderia esperar que 'o mistério da religiosidade' fosse prevalecer totalmente sobre o 'mistério da iniqüidade'; que o Filho de Deus iria ser 'a luz para iluminar os gentios', assim como, 'salvação para seu povo Israel'. Alguém poderia imaginar que toda Israel; sim, e toda a terra, logo seriam preenchidas com a glória do Senhor. Não: 'O mistério da iniquidade' prevaleceu ainda, quase sobre toda a face da terra. Quão excessivamente pequeno foi o número daqueles, cujas almas foram curadas pelo próprio Filho de Deus! (Atos 1:15) 'E naqueles dias, levantando-se Pedro no meio dos discípulos (ora a multidão junta era de quase cento e vinte pessoas)'. E, até mesmo esses foram curados, mas imperfeitamente; a grande parte deles, um pouco antes, tão fraca na fé que, embora não tivesse, assim como Pedro, renegado seu Mestre; ainda assim, 'renunciou a Ele e fugiu'. Uma prova clara de que o 'Espírito Santificado não foi', então, 'dado, porque Jesus não foi glorificado'.

8. Foi quando Ele 'ascendeu ao céu, e levou a escravidão cativa', que 'a promessa do Pai' foi cumprida; o que eles ouviram Dele. Foi quando Ele mesmo começou a operar, mostrando que 'todo o poder foi dado a Ele no céu e terra'. -- 'E, cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos, reunidos, no mesmo lugar; e, de repente, veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem. (...) De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil almas', debaixo do sermão de Pedro (Atos 2:1-41). 'Louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E, todos os dias, o Senhor acrescentava à Igreja, aqueles que se haviam de salvar' (Atos 2:47); não, como se fossem salvos; uma deturpação manifesta do texto; mas 'tais quando foram salvos'. A expressão é peculiar; e, de fato, é a posição das palavras, que transcorrem assim: 'E o Senhor acrescentou aqueles que foram salvos, diariamente para a Igreja'. Primeiro, eles 'foram salvos' de todo o poder do pecado; então, eles 'foram acrescentados' para a assembléia do crente.

9. Com o objetivo de ver que eles já estavam salvos, nós precisamos apenas observar o pequeno relato deles que está registrado na última parte do segundo, e no quarto, capítulos. 'Eles continuaram firmes na doutrina Apostólica, e na camaradagem, em repartir o pão, e nas orações'. Ou seja, eles foram ensinados diariamente pelos Apóstolos, e tiveram todas as coisas comuns, e receberam a Ceia do Senhor, e atenderam a todos os serviços públicos. 'E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações' (Atos 2:42). 'E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum. E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister' (Atos 2:44-45). E novamente: ''E era um o coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns' (Atos 4:32). E ainda novamente: 'E os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça. Não havia, pois, entre eles, necessitado algum; porque todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço do que fora vendido, e o depositavam aos pés dos apóstolos. E repartia-se a cada um, segundo a necessidade que cada um tinha' (Atos 4:33).

10. Mas aqui uma questão irá naturalmente ocorrer: 'Como eles vieram a agir assim, tendo todas as coisas em comum, vendo que eles não leram qualquer mandamento concreto para fazer isto?'. Eu repondo: Não existe necessidade de ordem exterior: O mandamento foi escrito em seus corações. Ele resultou naturalmente e necessariamente de um grau de amor que eles desfrutaram. Observem! 'Eles eram de um só coração, e uma só alma': E não tanto quanto alguém (assim como as palavras expressam) disse, (que eles não poderiam, enquanto seus corações se inundaram assim com amor) 'que quaisquer coisas que possuíam era deles mesmos'. E onde quer que a mesma causa prevalecesse, o mesmo efeito naturalmente se seguiria.

11. Aqui estava o alvorecer da própria atividade evangélica. Aqui estava a própria Igreja Cristã. Aqui estava agora 'o sol da retidão', erguendo-se sobre a terra, 'com a cura em suas asas'. Ele agora 'salvou seu povo dos seus pecados': Ele 'curou todas as suas enfermidades'. Ele não apenas ensinou aquela religião que é a verdadeira 'cura da alma', mas efetivamente a plantou na terra; preenchendo as almas de todos os que creram Nele, com retidão, -- gratidão para com Deus, e boa-vontade para com os homens; que atenderam com a paz que ultrapassa todo o entendimento, e com a alegria inexprimível e glória completa.

12. Mas quão logo, 'o mistério da iniqüidade' operou novamente, e obscureceu a panorama glorioso! Ela começou a operar (não abertamente, de fato, mas de maneira sutil), em dois dos cristãos, Ananias e Safira. 'Eles venderam a possessão deles', como os demais, e provavelmente, pelo mesmo motivo; mas, mais tarde, deram lugar ao diabo, e raciocinaram com a carne e o sangue, eles 'retiveram parte do valor recebido'. Observem os primeiros cristãos, que 'naufragaram na fé e na boa consciência'; os primeiros que 'voltaram para a perdição'. Prestem atenção à primeira enfermidade que afetou a Igreja Cristã, ou seja, o amor ao dinheiro! Em vez de continuarem a 'acreditar na salvação' final 'da alma'. E não será o grande flagelo, em todas as gerações, quando quer que Deus reviva a mesma obra? Ó, vocês, crentes em Cristo, tomem cuidado! Quer vocês sejam ainda crianças pequenas, ou homens jovens, para que sejam fortes na fé, vejam a armadilha; a armadilha de vocês, em particular; -- aquela na qual vocês estarão particularmente expostos, depois de terem escapado da densa poluição. 'Não amem o mundo, nem as coisas do mundo! Se algum homem ama o mundo', o que quer que ele tenha sido nos tempos passados, 'o amor do Pai não está' agora 'nele'.

13. Embora aquela enfermidade estivesse suspensa na primeira Igreja Cristã, ao se tirar fora instantaneamente as pessoas afetadas. Através daquele sinal do julgamento de Deus sobre os primeiros ofensores, 'grande temor veio sobre eles'.-- (Atos 5:11) 'E houve um grande temor em toda a Igreja, e em todos os que ouviram estas coisas'. Nesse meio tempo, os crentes, homens cheios de fé e amor, que se regozijavam de ter todas as coisas em comum, 'eram mais acrescidos ao Senhor, multidões de homens e mulheres'. -- (Atos 5:14) 'E a multidão dos que criam no Senhor, tanto homens como mulheres, crescia cada vez mais'.

14. Se nós inquirirmos de que maneira 'o mistério da iniqüidade'; a energia de satanás, começou a operar novamente na Igreja Cristã, nós podemos encontrá-la, forjada de maneira completamente diferente; colocada totalmente de outra forma: Parcialmente, movendo-se lentamente, em meio aos crentes cristãos. Aqueles, através dos quais a distribuição a cada um foi feita, tinham relação com as pessoas; suprindo largamente aquelas de sua própria nação, enquanto as outras viúvas que não eram hebréias 'eram negligenciadas, na administração diária'.-- (Atos 6:1) 'Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano. Vendo que os gregos, assim como os hebreus, tinham 'vendido tudo que tinham, e colocado o preço aos pés do Apóstolo'. Vendo que a segunda enfermidade que irrompeu sobre a Igreja Cristã! – Parcialmente, na relação para com as pessoas; muito cuidado para com aqueles de nosso próprio lado; e muito menos, para os outros, embora igualmente meritórios.

15. A infecção não parou aqui, mas um mal produziu muitos mais. Da imparcialidade nos hebreus, 'ergueu-se um murmurar dos gregos contra' eles; não apenas pensamentos descontentes e ressentidos, mas palavras adequadas a isto; expressões indelicadas, discursos pesados, maledicência, e apostasia, naturalmente se seguiram. E, através da 'raiz da amargura', assim, 'brotando', indubitavelmente, 'muitos foram corrompidos'. Os Apóstolos, de fato, logo encontraram os meios para remover os motivos desse murmurar; ainda assim, até porque a raiz pecaminosa permaneceu, Deus viu a necessidade de usar de um medicamento mais severo. Ele deixou o mundo à sua própria sorte; se, por acaso, através do sofrimento deles; através de danificarem os seus bens; através da dor, da prisão, e da própria morte, Ele pudesse, de uma só vez, punir e emendar a eles. E a perseguição, o último medicamento de Deus, para a apostasia das pessoas, teve o efeito feliz, que ele pretendeu.Tanta a parcialidade dos hebreus, quanto o murmúrio dos gregos, cessaram: e, 'então, as Igrejas tiveram descanso, e foram edificadas'; feitos no amor de Deus, e um para com o outro; 'e caminhando no temor do Senhor, e nos confortos do Espírito Santo, foram multiplicados'.-- (Atos 9:31) 'Assim, pois, as Igrejas em toda a Judéia, e Galiléia e Samaria tinham paz, e eram edificadas; e se multiplicavam, andando no temor do Senhor e consolação do Espírito Santo'.

16. Parece ter sido algum tempo depois disto, que 'o mistério da iniqüidade' começou a operar na forma de zelo. Grandes preocupações surgiram, através daqueles que zelosamente contenderam pela circuncisão, e o restante pela lei cerimonial; até que os Apóstolos e presbíteros colocaram um fim, ao mal espalhado, através daquela determinação final: -- (Atos 15:28) 'Na verdade pareceu bem ao Espírito Santo e a nós, não vos impor mais encargo algum, senão estas coisas necessárias: Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada, e da prostituição, das quais fazeis, bem, se vos guardardes. Bem vos vá'. Ainda assim, este mal não foi totalmente suprimido, mas que ele freqüentemente irrompeu novamente; como aprendemos das várias partes das Epístolas de Paulo, particularmente, aquela dos Gálatas.

17. Proximamente aliado a isto, esteve um outro grave mal, que, ao mesmo tempo se espalhou na Igreja; -- a falta de clemência, e, da conseqüente, ira, discussão, contenda, divergência. Nós encontramos um exemplo muito notável disto, neste mesmo capítulo, quando "Paulo diz a Barnabé: 'Vamos visitar os irmãos, onde pregamos a palavras', e Barnabé determinou levar consigo João"; porque ele era 'seu sobrinho'. 'Mas Paulo pensou que não fosse bom levar consigo, alguém que tinha desertado deles antes'. E ele tinha certamente razão, por esse ângulo. Mas Barnabé resolveu seguir seu próprio caminho. – E houve uma fagulha de ira. Não se fala da parte de Paulo: Barnabé apenas teve paixão, para suprir a falta de razão. Assim sendo, ele deixou o trabalho, e foi para casa, enquanto Paulo seguiu adiante através da Síria e Cilicia, confirmando as igrejas'. (Atos 15:41).

18. A própria primeira sociedade de cristãos de Roma não estava completamente livre dessa influência diabólica. Havia 'divisões e ofensas', em meio deles também: (Romanos 16:17) 'E rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles'. Mas quão prematuramente 'o mistério da iniqüidade' operou, e quão poderosamente, na Igreja de Corinto! Não apenas cismas e heresias; animosidades; contendas ferozes e amargas, estavam em meio deles; mas os pecados declarados e reais; sim, 'tal fornicação, como não foi mencionada, em meio aos pagãos'. (I Corintios 5:1) 'Geralmente se ouve que há entre vós fornicação, e fornicação tal, que nem ainda entre os gentios se nomeia, como é haver quem abuse da mulher de seu pai'. Mais do que isto, havia necessidade de lembrá-los que 'nem os adúlteros, nem os ladrões ou bêbados', poderiam 'entrar no reino dos céus': (I Corintios 6:9) 'Não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino de Deus? Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus'. E em todas as Epístolas de Paulo, nós encontramos com uma abundância de provas de que as pragas cresceram, com o trigo, em todas as Igrejas, e que 'o mistério da iniqüidade', em todos os lugares, de milhares de formas diferentes, operou contra 'o mistério da santidade'.

19. Quando Tiago escreveu sua Epístola, dirigida mais imediatamente 'às doze tribos, dispersas amplamente', para converter os judeus, a praga semeada, em meio ao seu trigo, produziu uma colheita farta. A grande peste do Cristianismo, a fé sem obras, foi espalhada, distante e amplamente; preenchendo a Igreja com a 'sabedoria que vem da terra', e que foi 'mundana, sensual, diabólica', e que deu origem, a não apenas ao julgamento apressado, e maledicência, mas a 'inveja, contenda, confusão, e todo tipo de obra diabólica'. De fato, quem quer que examine atentamente o quarto e quinto capítulos desta Epístola; com atenção séria, será inclinado a crer que, até mesmo, nesses primeiros períodos, a praga tinha quase tocado o trigo; e que, em meio àqueles para os quais Tiago escreveu, não mais do que a forma de santidade, se muito, restava.

20. Pedro escreveu, na mesma época, a respeito, para os 'estranhos', os cristãos, 'difundidos por todos os lados'; por todas aquelas províncias amplas 'Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia' (I Pedro 1:1). Esses, provavelmente, eram alguns dos mais eminentes cristãos que havia no mundo. Ainda assim, quão excessivamente longe estavam, até mesmo, esses, de serem 'sem mácula e manchas!'. E que praga dolorosa estava aqui também, crescendo entre o trigo! Algumas delas foram 'trazidas nas heresias abomináveis, até mesmo, negando o Senhor que os trouxe'.

(II Pedro 2:1-3) 'E também houve, entre o povo, os falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão sutilmente as heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo, sobre si mesmos, repentina perdição. E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais o caminho da verdade será blasfemado. E por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais, já de largo tempo, a sentença não será tardia, e a sua perdição não dormita. '.

E 'muitos seguirão seus caminhos perniciosos'; dos quais o Apóstolo dá aquela característica terrível: 'Eles caminham segundo a carne', na 'luxúria da impureza, como as feras brutas, feitas para serem tomadas e destruídas. Eles são impuros e difamados, enquanto eles banqueteiam com vocês'; (nos 'banquetes de caridade', então, celebrado em toda a Igreja) 'tendo os olhos cheios de adultério, e que não podem cessar de pecar. Esses são poços sem água; nuvens que foram carregadas pela tempestade, para quem a névoa da escuridão é reservada para sempre'. E ainda assim, esses mesmos homens foram chamados de cristãos, e foram, até mesmo, então, o seio da Igreja! Nem o Apóstolo os menciona, como infestando alguma Igreja em particular apenas; mas como uma praga geral. Que até mesmo, foi difundida, distante a amplamente, em meio a todos os cristãos aos quais ele escreveu!

(II Pedro 2:9-11) 'Assim, sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos, e reservar os injustos para o dia do juízo, para serem castigados; mas principalmente aqueles que segundo a carne andam em concupiscências de imundícia, e desprezam as autoridades; atrevidos, obstinados, não receando blasfemar das dignidades; Enquanto os anjos, sendo maiores em força e poder, não pronunciam contra eles juízo blasfemo diante do Senhor. Mas estes, como animais irracionais, que seguem a natureza, feitos para serem presos e mortos, blasfemando do que não entendem, perecerão na sua corrupção'

21. Tal é o relato autêntico do 'mistério da iniqüidade', operando, mesmo nas Igrejas apostólicas! – um relato fornecido, não pelos judeus, ou pagãos, mas, através dos próprios Apóstolos. A este, nós podemos acrescentar o relato que é dado pelo Chefe e Fundador da Igreja: Ele 'que coloca as estrelas em sua mão direita'; que é 'a Testemunha fiel e verdadeira'. Nós podemos facilmente inferir qual era o estado da Igreja, em geral; o estado das sete Igrejas na Ásia. Uma desses, de fato, a Igreja da Filadélfia, 'manteve sua palavra, e não negou seu nome': (Apocalipse 3:8) 'Conheço tuas obras; eis que diante de ti pus uma porta aberta, e ninguém a pode fechar; tendo pouca força, guardaste a minha palavra, e não negaste o meu nome'. Igualmente, foi a Igreja de Esmirna, em seu estado florescente: Mas todas as demais foram, mais ou menos, corruptas; de tal maneira que muitas delas não foram um jota melhor do que a atual raça de cristãos; e nosso Senhor, então, ameaçou, o que Ele tinha feito antes, 'remover o castiçal' deles.

22. Tal era o estado real da Igreja Cristã, mesmo durante o primeiro século; enquanto, não apenas João, mas a maioria dos Apóstolos esteve presente com ela e a presidiu. Mas que mistério é este, que fez com que o Todo-sábio, o Todo-gracioso, o Altíssimo, permitisse que assim existisse, não apenas em uma, mas, tanto quanto aprendemos, em todas as sociedades cristãs; com exceção daquelas de Esmirna e Filadélfia! E como essas vieram a ser excetuadas? Por que essas foram menos corruptas (para não ir mais além) do que as outras Igrejas da Ásia? Pelo que parece, foi porque elas eram menos prósperas. Os cristãos da Filadélfia não eram literalmente 'próspero em seus bens', como aqueles em Éfeso, ou Laodicéia; e, se os cristãos em Esmirna adquiriram mais prosperidade, retiveram mais da simplicidade e pureza do evangelho.

23. Mas quão contrário é este relato bíblico dos antigos cristãos, com relação às apreensões comuns dos homens! Nós estamos aptos a imaginar que a Igreja Primitiva foi tão excelente e perfeita; respondeu a esta forte descrição, que Pedro cita de Moisés: 'vocês são a geração escolhida; o sacerdócio real; a nação santa; um povo peculiar'. (I Pedro 2:9) 'Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz'. E tal foi, sem dúvida, a primeira Igreja Cristã, que começou no dia de Pentecostes. Mas, quão logo, o ouro fino tornou-se opaco! Quão logo, o vinho misturou-se com água! E quão pouco tempo decorreu, antes que 'o deus do mundo' recuperasse seu império, até hoje, de modo que os cristãos em geral dificilmente foram distinguidos dos ateus; salvo, através de suas opiniões e moldes de adoração!

24. E, se o estado da Igreja, no mesmo primeiro século foi tão ruim, nós não podemos supor que ela foi alguma coisa melhor, no segundo. Sem dúvida, ela ficou cada vez mais pior. Tertuliano, um dos mais eminentes cristãos daquela época, nos dá um relato dela, em várias partes dos seus escritos, de onde nós aprendemos que a religião real, interior, dificilmente foi encontrada; mais do que isto; que não apenas os temperamentos dos cristãos foram exatamente os mesmos que aqueles de seus vizinhos pagãos, (orgulho, paixão, amor do mundo, reinando igualmente em ambos), mas que suas vidas e maneiras também. O dar um testemunho fiel, contra a corrupção geral de cristãos, parece ter erguido o clamor contra Montano [que criou da Doutrina ou seita do Montanismo, do século II, que afirmava estar próxima a vinda do Espírito Santo, à Igreja, e a descida da Jerusalém celeste. A seita tomou caráter ascético, condenando segundas núpcias]; e contra o próprio Tertuliano [que criou o Tertulianismo - Doutrina religiosa de Tertuliano, depois que este se afastou da Igreja Romana, para aderir ao montanismo], quando ele foi convencido de que o testemunho de Montano era verdadeiro. Sobre as heresias atribuídas a Montano, não é fácil se certificar o que elas eram. Eu creio que sua grande heresia foi manter que 'sem a santidade', interior e exterior, 'nenhum homem poderá ver ao Senhor'.

25. Cipriano, Bispo de Cartagena, em todos os aspectos, uma testemunha inquestionável, que se distinguiu, por volta da metade do terceiro século, nos deixou abundância de cartas, nas quais ele dá um relato largo e particular do estado da religião naquele tempo. Ao ler isto, alguém poderia estar apto a imaginar, que ele estava lendo um relato do presente século: tão totalmente vazia da verdadeira religião, estava a generalidade, tanto de leigo quanto do clero; tão imersa na ambição, inveja, cobiça, luxúria, e todos os outros vícios, que os cristãos da África eram, então, exatamente o mesmo como os cristãos da Inglaterra são agora.

26. É verdade que, durante todo esse período, durante os primeiros três séculos, havia estações, mais longas e mais curtas, misturadas, onde o verdadeiro Cristianismo reviveu. Nestas épocas, a justiça e misericórdia de Deus largaram os ateus sobre os cristãos. Muitos desses foram, então, chamados a resistir com sangue. E 'o sangue dos mártires foi a semente da Igreja'. O espírito apostólico retornou; e muitos 'não consideram suas vidas preciosas a si mesmo, de modo que eles terminaram seu curso com alegria'. Muitos outros foram reduzidos à uma pobreza feliz; e estando despidos do que eles muito amaram, 'eles se lembraram que fora disto que eles caíram, e se arrependeram, e realizaram suas primeiras obras'.

27. A perseguição nunca causou; nem nunca poderia ter causado qualquer dano permanente ao Cristianismo verdadeiro. Mas o maior, que ele, alguma vez, recebeu, o grande golpe que foi dado na própria raiz daquele amor paciente, humilde e gentil, que é o cumprimento da Lei Cristã, a essência total da religião verdadeira, foi dado, no quarto século, por Constantino, o Grande, quando ele chamou a si mesmo de cristão, e despejou uma inundação de riquezas, honras e poder sobre os cristãos, mas, especialmente, sobre o clero. Então, foi cumprida na Igreja Cristã, o que Sallust disse das pessoas de Roma: Sublata imperii aemula, non sensim, sed praecipiti cursu, a virtutibus descitum, ad vitia transcursum –

[O Sr. Wesley, sem dúvida, citou de memória; e esta é a razão do ligeiro equívoco, que cometeu. A passagem, a que se refere, não se acha em Sallust, mas em Velleius Paterculus e lê-se assim: Remoto Carthaginis metu, sublataque imperri aemula, non gradu, sed praecipiti cursu, a virtute descitum, ad vitia transcursum. Lib. ii. cap. 1. -- Editor].

Assim sendo, quando o temor da perseguição foi removido, e a prosperidade e honra atenderam a profissão cristã, os cristãos 'não afundaram gradualmente, mas investiram de ponta cabeça, em todo tipo de vícios'. Então, 'o mistério da iniqüidade' não mais ficou oculto, mas atacou à espreita, amplamente na face do sol. Assim começou, não a era do ouro, mas a era do ferro da Igreja. Por isto, alguém poderia verdadeiramente dizer:

De repente, naqueles tempos infelizes,
Toda maldade, e todo pecado mortal irromperam:
Verdade, modéstia, e amor fugiram,
E força, e sede de ouro,
clamaram influência universal

28. E este é o evento que a maioria dos expositores cristãos mencionam com tal triunfo! Sim, que alguns desses supõem ser simbolizado em Apocalipse, através da 'Nova Jerusalém descendo dos céus!'. Melhor dizer que foi a vinda de satanás, e todas as suas legiões do abismo sem fim: vendo que, desde aquele mesmo tempo, ele fixou seu trono sobre a face de toda terra, e reinou sobre o mundo cristão, assim como o pagão, com quase nenhum controle. Historiadores, de fato, nos contam, muito gravemente, das nações, em todos os séculos, que foram, através de tais e tais (Santos, sem duvida!) convertidas ao Cristianismo: Mas, ainda esses convertidos praticaram todos os tipos de abominações, exatamente como faziam antes; de maneira alguma diferindo, tanto em seus temperamentos, quanto em suas vidas, das nações que ainda eram chamadas de pagãs. Tal tem sido o estado deplorável da Igreja Cristã, dos tempos de Constantino até a Reforma. Uma nação cristã, uma cidade cristã, (de acordo com o modelo bíblico) não era vista, em lugar alguma; mas, toda cidade e região, exceto alguns poucos indivíduos, estavam mergulhados em maldades de todos os tipos.

29. O caso foi alterado desde a Reforma? 'O mistério da iniqüidade' não mais opera na Igreja? Não: A própria Reforma não tem estendido um terço acima da Igreja Ocidental: de modo que dois terços desses permanecem como eles sempre foram; assim como as Igrejas do Leste, Sul, Norte. Eles estão tão cheios de barbarismo, ou pior do que os bárbaros, abominações, assim como sempre estiveram antes. E qual é a condição das Igrejas Reformadas? É certo que eles eram reformados em suas opiniões, tanto quanto em seus modelos de adoração. Mas isto é tudo? Os temperamentos, assim como as vidas deles estavam reformadas? Não, ao todo. De fato, muitos dos 'reformadores queixaram-se de que a Reforma não foi levada longe o suficiente'. Mas o que eles quiseram dizer? Que eles não reformaram suficientemente os ritos e cerimônias da Igreja. Vocês, tolos, são cegos! Fixarem toda sua atenção nos circunstanciais da religião! A queixa de vocês deveria ter sido que os princípios básicos da religião não foram levados o suficiente longe! Vocês deveriam veementemente ter insistido na completa mudança do temperamento e vidas dos homens; para que eles mostrassem que tinham 'a mente que estava em Cristo', que 'caminhavam como Ele também caminhou'. Sem isto, quão intensamente levianas foram as reformas de opiniões e ritos e cerimônias! Agora, que alguém examine o estado do Cristianismo nas partes Reformadas da Suíça; na Alemanha ou França; na Suécia, Dinamarca, Holanda; na Grã Bretanha ou Irlanda. Quão poucos desses cristãos reformados são melhores do que os das nações pagãs! Eles têm mais (eu não direi, comunhão com Deus, embora que não exista Cristianismo sem isto), mas eles têm mais justiça, misericórdia, ou verdade, do que os habitantes da China, ou Indostan? [O domínio Britânico na Índia] Ó, não! Nós devemos reconhecer com tristeza e vergonha, que nós estamos muito aquém deles!

30. Não é este o caminho da queda ou apostasia de Deus, profetizada por Paulo, no Segundo Capítulo da Epístola aos Tessalonicenses? (II Tessalonicenses 2:3) 'Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição'. De fato, eu não ousaria dizer, com George Fox, que esta apostasia era universal; que nunca houve algum cristão real no mundo, desde os dias dos Apóstolos, até seu tempo. Mas nós podemos evidentemente dizer, que onde quer que o Cristianismo tenha se espalhado, a apostasia tem se espalhado também; de tal maneira que, embora existam agora, e sempre tenham existido, indivíduos que foram cristãos reais; ainda assim, o mundo todo nunca mostrou, nem pôde até hoje mostrar, uma região ou cidade cristã.

31. Eu agora iria submeter a todo homem de reflexão, que crê que as Escrituras sejam de Deus, se esta apostasia não implica a necessidade de reforma geral? Sem permitir isto, como podemos possivelmente justificar tanto a sabedoria quanto a benevolência de Deus? De acordo com as Escrituras, a religião cristã foi designada para 'curar as nações'; para a salvação do pecado, através dos meios do Segundo Adão, todos que foram 'constituídos pecadores', através do primeiro. Mas ela não responde a esta finalidade: nunca respondeu; a menos, por um curto tempo em Jerusalém. O que podemos dizer, a não ser que, se ela não o fez ainda, ela certamente o fará? O tempo é chegado, quando não apenas 'toda Israel deverá ser salva', mas 'a plenitude dos gentios virá'. O tempo é chegado, quando 'a violência não mais será ouvida na terra, devastando ou destruindo dentro de nossos limites'; mas todas as cidades chamarão 'seus muros de Salvação, e seus portões, Louvor'; quando todas as pessoas, diz o Senhor, 'serão justas, e herdarão a terra para sempre;as ramificações de meu plantio, o trabalho de minhas mãos, para que eu possa ser glorificado'.

(Isaías 60:18, 21) 'Nunca mais se ouvirá de violência na tua terra, de desolação; nem de destruição. nos teus termos; mas aos teus muros chamarás Salvação, e às tuas portas Louvor. Nunca mais te servirá o sol, para luz do dia, nem com o seu resplendor a lua te iluminará; mas o Senhor será a tua luz perpétua, e o teu Deus, a tua glória. Nunca mais o teu sol se porá, nem a tua lua minguará; porque o Senhor será a tua luz perpétua, e os dias do teu luto findarão. E todos os do teu povo serão justos, para sempre herdarão a terra; serão renovados; por mim, eles serão plantados, obra das minhas mãos, para que eu seja glorificado'.

32. Das considerações precedentes, nós podemos aprender uma resposta completa a uma das grandes objeções dos infiéis contra o Cristianismo; ou seja, a vida dos cristãos. Dos cristãos, você diz? Eu duvido se, alguma vez, você conheceu um cristão na sua vida. Quando Tomo Chachi, o chefe índio, sutilmente replicou àqueles que disseram a ele da existência de cristãos, 'Por que, esses, em Savannah, são cristãos! Esses, em Frederica, são cristãos!' – a resposta apropriada foi: 'Não, eles não são; eles não são mais cristãos do que você e Sinauky'. 'Mas esses, em Canterbury, em Londres, em Westminster, não são cristãos?'. Não: não mais do que eles são anjos. Ninguém é cristão, a não ser aquele que tem a mente que estava em Cristo, e caminha como ele caminhou. 'Por que, se apenas esses são cristãos', disse um sábio eminente, 'eu nunca vi um cristão ainda?'. Eu acredito nisto: você nunca viu; e, talvez, nunca vá ver; porque você nunca irá encontrá-los no mundo nobre e divertido. Os poucos cristãos que estão sobre a terra, apenas são encontrados onde você nunca procurou por eles. Nunca mais, portanto, afirme essa objeção: Nunca objete, para o Cristianismo, as vidas e temperamentos dos pagãos. Embora eles sejam chamados cristãos, o nome não implica a coisa: Eles estão, tão longe disto, quanto o inferno do céu!

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[Trecho do Diário de John Wesley, quando em viagem para a América, no início de seu ministério, com o propósito de doutrinar os índios.]

13.02.1736 - Aproximadamente, à uma hora, Tomo Chachi (chefe índio), o sobrinho dele, Thleeanouhee, sua esposa, Sinauky, com duas outras mulheres, e duas ou três crianças índias, vieram a bordo. Tão logo entramos, eles todos se levantaram e apertaram nossas mãos; e Tomo Chachi (intérprete do Sr. Musgrove) falou como segue: 'Eu me alegro que tenham vindo. Quando estive na Inglaterra, eu desejei que alguns pudessem falar do grande mundo para mim e minha nação; então, desejei ouvir isso; mas agora, nós estamos todos confusos; ainda, que eu esteja feliz que tenham vindo. Eu irei até lá e falarei a todos os homens sábios de nossas nações; e espero que eles me ouçam. Mas não seríamos feitos cristãos, como os espanhóis fazem cristãos: nós seríamos ensinados, antes de sermos batizados'. Ao que respondi: 'Há apenas um: Ele que está nos céus; único capaz de ensinar sabedoria aos homens. Embora tenhamos vindo, de tão longe, não sabemos, se Ele terá prazer em ensiná-los, através de nós, ou não. Se Ele ensinar, você aprenderá sabedoria, mas nós mesmos não podemos fazer nada'. — E, então, nos retiramos. [tradutora]

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33. Nós podemos apreender disto, em Segundo Lugar, a extensão da queda, -- a espantosa ampliação da corrupção original. Afinal, não existe entre os muitos milhares; os muitos milhões, 'ninguém reto; não, nem um?'. Não, pela natureza! Mas incluindo a graça de Deus, eu não irei dizer com o poeta pagão: --

"Rari quippe boni: numero vix sunt totidem, quot Thebarum portae, vel divitis ostia Nili".

[O que se segue é tradução de Gifford, dessa citação de Juvenal:-- Os bons são poucos! "O destacamento valioso". Escassamente passam os portões de Teba; e as embocaduras do Nilo].

Como se ele tivesse admitido muito, ao supor que havia uma centena de homens bons no Império Romano, ele chega à conclusão, e afirma que existe dificilmente sete. Não; certamente, havia sete mil! Havia tantos, muito tempo atrás, em uma pequena nação, onde Elias supôs que haveria ninguém, afinal. Mas, admitindo-se algumas poucas exceções, nós estamos autorizados a dizer: 'o mundo todo jaz na malignidade'; sim 'no capeta', como as palavras propriamente significam. 'Sim, todo o mundo pagão'. E todo o mundo cristão (assim chamado), também; por que onde está diferença, salvo em algumas poucas aparências? Vejam com seus próprios olhos! Olhem para dentro das grandes regiões de Indostan. Existem cristãos e pagãos lá também. Qual deles têm mais justiça, misericórdia e verdade? Os cristãos ou os pagãos? Qual é mais corrupto, infernal, diabólico, no seu temperamento e prática? O inglês ou os hindus? Qual tem arruinado regiões inteiras, e entupido os rios com corpos mortos?

Ó, nome sagrado do cristão! Quão profanado!
Ó terra, ó terra, ó terra,
como tu gemes,
debaixo das vilanias
de seus habitantes cristãos!

34. Das muitas circunstâncias precedentes, nós podemos ficar sabendo, em Terceiro Lugar, qual é a inclinação genuína das riquezas: Qual a influência perniciosa que elas têm, em todas as épocas, sobre a religião pura e imaculada. Não que o dinheiro seja um mal em si mesmo: ele é aplicável para os bons, tanto quanto, para os maus propósitos. Mas, não obstante, é uma verdade inquestionável que 'o amor ao dinheiro, é a raiz de todo o mal'; e também, aquela da possessão das riquezas naturalmente alimenta o amor deles. Assim sendo, é uma observação antiga que:

'Na mesma proporção em que o dinheiro aumenta, aumenta o amor a ele'; e sempre irá, sem o milagre da graça. Embora, por conseguinte, outras causas possam ocorrer; ainda assim, este tem sido, em todas as épocas, o principal motivo da decadência da religião verdadeira em toda comunidade cristã. Por quanto tempo, os cristãos, em qualquer parte, ficaram longe do poder do dinheiro, eles foram devotados a Deus. Enquanto eles tinham pouco do mundo, eles não amaram o mundo; mas quanto mais obtinham, mas eles o amavam. Isto constrangeu o Amor de suas almas, em diversas épocas, a desacorrentar seus perseguidores, que, por fazerem com que eles retornassem à sua condição de pobreza anterior, fizeram com que eles retornassem à sua condição anterior de pureza. Ainda assim, lembrem-se, vocês, que as riquezas têm, em todas as épocas, sido a causa da destruição do Cristianismo genuíno.

35. Nós podemos aprender disto, em Quarto Lugar, de quão grande vigilância, aqueles que desejam ser verdadeiros cristãos, precisam; considerando qual o estado do mundo em que se encontram! Cada um deles não pode dizer,

Em um mundo de rufiões enviados,
eu caminho sobre solo hostil:
seres humanos selvagens se arrastam
sobre a inclinação para matar.
Os lobos vorazes rodeiam?

Eles são os mais perigosos, porque comumente aparecem em roupas de cordeiro. Mesmo estes que não fingem para religião; que, ainda assim, fazem profissões justas de boa vontade, de prontidão para nos servir, e, talvez, de verdade e honestidade. Mas, cuidem de não tomarem sua palavra! Não confiem em homem algum, até que ele tema a Deus. Esta é a grande verdade:

Aquele que não teme a Deus, não pode amar o amigo:

Portanto, fiquem atentos, contra todo aquele que não busca sinceramente salvar sua alma. Nós temos necessidade de mantermos ambos nosso coração e boca, como se 'com uma rédea, enquanto o descrente está por perto'. A conversa deles, e seu espírito, são infecciosos, e nos espreitam, inesperadamente, sem que saibamos como. 'Feliz é o homem que teme sempre', neste sentido também, a fim de que não seja parceiro de outros em seus pecados. Ó 'mantenham-se puros!'. 'Vigiem e orem, para que não caiam em tentação!'.

36. Nós podemos aprender disto, por fim, que a gratidão torna estes que têm escapado da corrupção que está no mundo; a quem Deus tem escolhido fora do mundo, santos e irrepreensíveis. 'Quem é aquele que faz com que tu te diferencies?'. 'E o que tu tens que ainda não recebeste?'. Não é tão somente 'Deus, que opera em ti, tanto o querer quanto o fazer o que agrada a Ele?'. Que todos aqueles, aos quais o Senhor tem redimido e livrado das mãos do inimigo', dêem graças a Ele. Vamos louvar a quem nos permitiu ver o estado deplorável, que está a nossa volta; ver a maldade que domina a terra, e ainda assim, não para sermos arrastados pela correnteza! Nós vemos a contaminação geral, e quase universal; e mesmo assim, ela não pode se aproximar para nos causar dano! Damos graças a Ele 'que nos livrou de morte tão terrível, e ainda nos tem livrado!'. E nós não temos motivo além para a gratidão; sim, para o grande consolo, na abençoada esperança que Deus nos tem dado, de que o tempo está à mão, quando a retidão deverá ser tão universal, quanto a iniqüidade é agora? Admitindo que 'agora toda a criação murmura junta', debaixo do pecado do homem, nosso contorto é, que ela não murmure sempre. Deus irá levantar e manter sua própria causa; e toda a criação deverá, então, estar livre da corrupção, moral e natural; do pecado e suas conseqüências; não mais haverá dor: a santidade e felicidade irão cobrir a terra. Então, todos os cantos do mundo verão a salvação de nosso Deus; e toda a raça humana deverá conhecer, e amar, e servir a Deus, e reinar com Ele para todo o sempre!

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[Editado por Travis Tindall, estudante na Northwest Nazarene College (Nampa, ID), com correções de George Lyons para a Wesley Center for Applied Theology.]

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