domingo, 23 de novembro de 2008

O Assunto do Nicolaísmo- Gino Iafrancesco

"E tirarei teu candeeiro de seu lugar, se não tiveres arrependido. 6, Mas tens isto, que aborreces as obras dos nicolaítas, as quais eu também aborreço". Este assunto dos nicolaítas é um assunto sério que temos que olhar; por isso tenho estes três livros aqui à frente que são "Contra as heresias" de Irineu de Lyon, "Stromata" de Clemente de Alexandria e a "História Eclesiástica" de Eusébio de Cesaréia; não pude ter aqui outro autor antigo que se chama Tertuliano, que em três obras dele, "Contra Marciom", "A Prescrição dos Hereges" e "De Pudicia", nessas três obras ele fala dos nicolaítas antigos; então precisamos ver o assunto dos nicolaítas em dois níveis: no nível histórico antigo e no nível profético. Há uma coisa que diz aqui, que o Senhor aborrece as obras dos nicolaítas. Que teve dos nicolaítas na história antiga? Então, como disse, há quatro autores antigos: Irineu do século II, o mesmo Clemente que passou do II ao III, e já Eusébio que é um pouco posterior, e Tertuliano que foi da mesma época de Clemente e de Irineu, que falaram dos nicolaítas antigos. Eu quero ler o que eles falaram dos nicolaítas antigos, no sentido histórico. Primeiro vou ler o mais antigo que é Irineu; há duas passagens curtas onde fala Irineu disto; aqui diz Irineu no Livro I, o 26:3, primeiro "Contra as Heresias"; ele escreveu cinco livros contra as heresias; o primeiro diz assim: «Os nicolaítas tiveram por mestre a Nicolau, um dos sete primeiros diáconos ordenados pelos apóstolos; vivem desordenadamente, são plenamente caracterizados no Apocalipse de João porquanto ensinam que a fornicação e o comer carne oferecida aos ídolos são coisas indiferentes; por isso é que está escrito a respeito deles: tens a teu favor que aborreces as obras dos nicolaítas, que eu também aborreço». Essa é uma citação de Irineu. Há outra citação dele que está já não no livro I, senão no livro III, 11:1; diz Irineu o seguinte: «Esta mesma fé (falando da fé correta do Senhor) é pregada por João, discípulo do Senhor, que quis com seu evangelho extirpar o erro semeado entre os homens por Cerinto, e muito antes pelos assim chamados nicolaítas, uma ramificação separada da falsa gnose e refutá-la». Estas são as duas menções que faz Irineu, discípulo de Policarpo, o qual foi discípulo de João muito próximo, fazendo esta menção dos antigos nicolaítas. Vou ler o que diz Clemente de Alexandria, que foi um dos principais mestres da chamada escola de Alexandria, que foi fundada por Panteno e depois dirigida por Clemente, que foi o mestre de Origens; Origens sucedeu a Clemente de Alexandria. Nesta obra "Strómata" que quer dizer: "tapeçarias", Clemente de Alexandria também faz duas menções rápidas dos nicolaítas; então uma dessas menções está no livro II de Stromata, 118:1, e ele diz assim: «Mas não se dava conta o azarado que se deixava enredar por sua própria arte refinada do prazer, e evidentemente a esta opinião do sofista que se cria possuidor da verdade, acercava-se também Aristico de Cirene. Quando o reprovava a que freqüentasse assiduamente à meretriz de Corinto, respondia: eu sou quem possuo a Lays, não ela a mim; assim também os que se chamam seguidores de Nicolau, alegam como nota peculiar sua, mas desviada no sentido, a sentença: é necessário abusar da carne, mas aquele homem nobre (ou seja, Nicolau) ensinava que é necessário reprimir os prazeres e as concupiscências, e exterminar este apetites e os impulsos da carne. Eles, os nicolaítas, pelo contrário, abandonam-se ao prazer como machos cabritos violentos, por assim dizer, contra seu corpo, vivem dissolutamente, não sabem que o corpo se descompõe porque é natureza caduca, enquanto sua alma é afundada num lodo de vício já que estes seguem os ditames do puro prazer, não os daquele homem apostólico (Nicolau). Efetivamente, alguns, em que se diferenciam de Sardanápalo? (o rei de Nínive) Este é o epigrama que explica a vida, (o epigrama que há na tumba de Sardanápalo, rei de Nínive) tudo o que tenho o comi, falei mal e os prazeres amorosos que provei, mas o melhor, minha prosperidade foi abandonada, tenho aqui que sou cinza e fui rei da grande Nínive". Uma vida de prazer. No livro III de Stromata, em outra passagem segue dizendo Clemente de Alexandria no capítulo IV, o seguinte: "Recordamos aos provocadores da heresia de Marciom do Ponto, que por oposição ao Criador, recusa o uso dos bens do mundo. Para ele, a causa da continência, se é que se a pode chamar continência, é o Criador mesmo, a quem este gigante em luta contra Deus pretende defrontar e guarda a continência sem querê-lo, porque condena a obra da criação.... Se aplicam a palavra do Senhor que diz a Felipe: deixa que os mortos enterrem a seus mortos. Considera não obstante, que também Felipe levava a mesma plasmação da carne, mas não era um cadáver contaminado. Como, pois, tendo um corpo de carne, não tinha um cadáver? Porque ressuscitou da tumba. O Senhor dá morte a suas paixões, fá-lo-á reviver em Cristo. Também recordamos o ímpio possuir em comum às mulheres, segundo Carpócrates, mas sobre a máxima de Nicolau; omitimos o que segue...».Por que é que chamavam nicolaítas e por que era que jogavam a culpa a Nicolau? Não era que Nicolau tivesse tido uma culpa grave, senão que teve um incidente que depois outros o interpretaram em outro sentido e o levaram a um extremo; então aqui Clemente vai contar qual foi o incidente do diácono Nicolau que está ali em Atos capítulo 6, numa ocasião, que depois outros o interpretaram mau e diziam que Nicolau o tinha dito assim e o tinha ensinado, e se foram ao extremo de ensinar liberdade por escravos de corrupção, que é o que tanto falam as epístolas de Paulo, de Pedro, de Judas, etc. Então, agora Clemente de Alexandria vem falando de Nicolau, e diz: «Ele tinha, diz-se, uma bela esposa; depois da ascensão do Salvador, ao ser repreendido como invejoso pelos apóstolos, ele conduziu a sua mulher no meio deles e convidou a que todos a tomassem por esposa, fato coerente, dizem, com sua célebre sentença: é necessário abusar da carne; e por coerência com aquele acontecimento, com este dito, ainda que de modo simplista e literal, os seguidores de sua heresia, abandonaram-se com vergonhosamente à fornicação; pelo contrário, eu sei que Nicolau não teve relações com nenhuma outra mulher que com a que se tinha desposado e de seus descendentes, as filhas chegaram virgens até a velhice e o filho permaneceu sem manchar-se. Assim foram as coisas, ao mandar à invejada prostituta no meio dos apóstolos, era uma forma de recusar a paixão e a continência dos prazeres mais ansiados e ensinava como se deve abusar da carne. Por isso, ele fugia me parece, conforme o mandato do Salvador, o servir a dois senhores, ao prazer e a Deus. Mas também, diz que Matias ensinou a ele, ou seja, a combater a carne e menosprezá-la, sem conceder nenhuma licença ao prazer, senão a fortalecer o alma com a fé e a gnose. Não obstante, há quem interpreta à vulgar afrodite, como uma mística comunhão ofendendo inclusive, o nome mesmo». Ou seja, aí vem falando desse espírito de corrupção, de luxúria, que se vive entre algumas pessoas. Perceberam o que diz aqui Clemente? Eusébio não diz nada novo, senão que Eusébio o que faz é citar a Clemente da seguinte maneira, no livro III, de "A História Eclesiástica"; Eusébio de Cesaréia, no capítulo 29, do livro III, ele diz o seguinte: «Por aquele então, consolidou-se também a heresia dos nicolaítas, mas durou muito pouco tempo. Esta também se menciona no Apocalipse de João. Eles afirmavam que Nicolau era um dos diáconos que, junto com Estevão, tinham sido encarregados pelos apóstolos do cuidado dos pobres. Clemente de Alexandria relata o seguinte no livro III de Stromata. Dizem que tinha uma mulher encantadora e que depois da ascensão do Salvador, acusando-o os apóstolos de ser zeloso, pô-la em meio e lhe concedeu unir-se com quem o quisesse, pois dizem que aquele fato estava de acordo com este dito: é preciso abusar da carne. Assim, seguindo o que teve lugar e o que se disse com simplicidade e sem prévio exame de raciocínio, prostituíram-se sem nenhum pudor, os que participavam desta heresia. Não obstante, consta-me que Nicolau não teve relação íntima com nenhuma mulher, com exceção de com a que se tinha casado, e ademais do que seus filhos, as filhas envelheceram virgens e o filho se conservou puro. Desta forma sua ação de pôr a sua esposa, da que estava zeloso, no meio dos apóstolos, foi uma expulsão da paixão e a continência dos prazeres mais perseguidos, ensinando a abusar da carne, porque creio que de acordo com a instrução do Salvador não queria servir a dois senhores, ao prazer e ao Senhor. Dizem que também Matias ensinava o mesmo, isto é, lutar contra a carne, abusar dela, sem conceder-lhe nada de prazer e fazer crescer a alma com a fé e o conhecimento. Seja pois, isto suficiente, a respeito dos que apesar de encarregar-se de perverter a verdade, fazem-no com mais rapidez do que se demora em dizê-lo». Por estas citações, podemos ter mais ou menos uma idéia, pelo que dizem Irineu, Eusébio e Clemente; também disso fala Tertuliano, mas não tenho seu texto aqui. Nicolau foi um diácono de Deus, cheio do Espírito Santo, como foi escolhido. Pela Bíblia não podemos dizer dele nada do que a Bíblia não diz. A Bíblia fala o seguinte dele; esta em Atos capítulo 6, e é o único que fala de forma direta, no aspecto histórico de Nicolau. Diz em Atos 6:3: "3, Procurai, pois, irmãos, de entre vocês a sete varões de bom testemunho, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, a quem encarreguemos deste trabalho". Ou seja que a igreja, para evitar problemas, precisa diáconos que se encarreguem do trabalho da administração das mesas, porque se não, tinha murmuração entre eles porque uns agarravam o melhor e deixavam às viúvas dos gregos descuidadas; então começou a ter contendas, murmurações, tensões. Qual foi a resposta? Nomear diáconos que se encarreguem disso com o Espírito Santo. Então isso foi o que sucedeu aqui: "4, E nós persistiremos na oração e no ministério da palavra. 5, Agradou a proposta a toda a multidão; e elegeram a Estevão"; notem, qual era o requisito? Bom depoimento, cheios do Espírito Santo e de sabedoria; e a igreja era de milhares de pessoas; e que a igreja escolha a sete, estes sete eram de bom testemunho, cheios do Espírito Santo e de sabedoria. Então diz aqui: "e elegeram a Estevão, varão cheio de fé e do Espírito Santo, a Felipe, a Prócoro, a Nicanor, a Timão, a Parmenas, e a Nicolau prosélito de Antioquía; 6, aos quais apresentaram ante os apóstolos, que, orando, impuseram-lhes as mãos". Damo-nos conta, pois, de que Nicolau era um homem de Deus, por isso Clemente lhe chama um varão apostólico, porque foi nomeado pelos apóstolos. Agora, o que dão a entender as diferentes notícias, foi que num momento xis, teve um engano numa frase, num momento xis, que o trataram como zeloso, ele querendo dizer, atuou numa frase imprudente, disse uma frase imprudente, que depois foi mal entendida e usada equivocadamente por outros; mas se o mesmo Nicolau dos sete diáconos fez isto, então quer dizer que temos que ter as mulheres em comum e começaram a praticar todas essas coisas; claro que isso foi um erro de Nicolau, mas Nicolau mesmo o fez em outro espírito, fez equivocadamente, mas com uma intenção boa, ao querer dizer: não estou atado a nenhuma coisa; isso não quer dizer que os apóstolos o tenham aprovado e a igreja o tenha aprovado, mas os que o aprovaram foram os que depois foram chamados como nicolaítas porque tomaram essa prática e por isso chegou a ter corrupção; ou seja, Satanás sempre está procurando por onde se introduzir. Isso então, no sentido histórico, como também em outras épocas da igreja se deu. Há grupos que se dizem ser cristãos e caem em promiscuidade. Vou ter que falar dos que se chamam "os meninos de Deus", de Moisés David, um falso profeta, onde se misturam as coisas religiosas com luxúria e que até praticamente levam às garotas a praticar a promiscuidade. Então, essas coisas existem, são espíritos que o Senhor quer que nós aborreçamos. O Senhor diz que a igreja em Éfeso tinha aborrecido às obras dos nicolaítas e que então nós temos também que as aborrecer, porque temos que viver o que o Espírito diz às igrejas.
Extraído do Livreto: Os Sete Candeeiros de Ouro ( vc pode baixar todo o livro aqui no Filho Varão )

2 comentários:

Irmã Marcia disse...

Graça e Paz irmãos, este estudo é muito importante,que o SENHOR abra o nosso entendimento para aprendermos a Historia da igreja,como aconteceu estes fatos tão importantes para nosso conhecimento como os Nicolaítas.Sou Grata ao Senhor pela vida dos irmãos,Graça e Paz!!!

Irmã Marcia disse...

Graça e Paz irmãos, este estudo é muito importante,que o SENHOR abra o nosso entendimento para aprendermos a Historia da igreja,como aconteceu estes fatos tão importantes para nosso conhecimento como os Nicolaítas.Sou Grata ao Senhor pela vida dos irmãos,Graça e Paz!!!

Irmãos em Cristo Jesus.

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Mt 5:14 "Vós sois a luz do mundo"

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